Ricardo Augusto França da Silva, homem da “máfia das ambulâncias”, chefia gabinete de deputado do Acre
O chefe de gabinete do deputado Gladson Cameli (PP-AC), Ricardo Augusto França da Silva, é um dos 81 envolvidos no escândalo das sanguessugas, também conhecido como máfia das ambulâncias, uma quadrilha que desviava recursos do Orçamento da União por meio da venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras do país. Todos foram denunciados pelo Ministério Publico Federal à Justiça, entre outros, por crimes de corrupção ativa, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Ricardo Augusto França da Silva era funcionário da Câmara dos Deputados até dezembro de 2005 como assessor do ex-deputado federal Ronivon Santiago (PP-AC). De acordo com a investigação da Polícia Federal, ele tinha interação com a organização criminosa, com contatos freqüentes principalmente com Luiz Antônio Trevisan, um dos sócios da empresa Planam, e se beneficiava com pagamentos indevidos.
A PF deflagrou a Operação Sanguessuga em 4 de maio de 2006. Foram presas, na ocasião, 48 pessoas e cumpridos 53 mandados de busca e apreensão por 250 policiais. Todos foram soltos e respondem a processos em liberdade.
O esquema, que contava com um integrante ocupando cargo no Ministério da Saúde, manipulava as licitações valendo-se de empresas de fachada. Os preços da licitação eram superfaturados, chegando a ser até 120% superiores aos valores de mercado.
O "lucro" era distribuído entre os participantes do esquema. Dezenas de deputados foram acusados. Segundo a Polícia Federal, a organização negociou o fornecimento de mais de mil ambulâncias em todo o País. A movimentação financeira total do esquema teria sido de cerca de R$ 110 milhões.
Ricardo Augusto França da Silva trabalhou com o ex-corregedor da Câmara e ex-segundo vice-presidente da Casa, Ciro Nogueira (PP-PI), até um mês antes da PF deflagrar a Operação Sanguessugas. Seu nome e os dados de sua conta bancária (Banco do Brasil, agência 3596-3, conta 266093-8) estão registrados na contabilidade da Planam, empresa que teria chefiado a fraude ao vender os veículos superfaturados às prefeituras.
A atuação do esquema Planam foi detectada pela primeira vez em 2002, no Acre, quando o Ministério Público Federal constatou a existência de manipulação de licitações a fim de desviar recursos do Fundo Nacional de Saúde. O caso foi comunicado à Procuradoria da República no Mato Grosso, onde estavam sediadas as empresas responsáveis pelas fraudes.
A reportagem conversou com o deputado Gladson Cameli. Leia no Blog da Amazônia.