segunda-feira, 31 de agosto de 2009

JORNALISTAS DO ACRE RECORREM

Imprensa quer direito de imagem durante o julgamento do "crime da motosserra"


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac) decidiu recorrer ao Conselho de Administração do Tribunal de Justiça do Acre contra a portaria assinada pelo juiz Leandro Leri Gross, da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco (AC), que institui restrições à atividade da imprensa nos julgamentos.

A decisão do juiz antecede o julgamento do “crime da motosserra”, marcado para o dia 21 de setembro, quando o ex-deputado Hildebrando Pascoal será julgado sob a acusação de ter liderado sessão de tortura e assassinato do mecânico Agílson Santos Firmino, o “Baiano”, com a participação de Pedro Pascoal (irmão), do ex-sargento PM Alex Barros e de Adão Libório (primo).

Os desembargadores Pedro Ranzi (presidente), Adair Longuini (vice) e Samoel Evangelista (corregedor) se reuniram no final desta segunda-feira com o presidente do Sinjac, Marcos Vicentti, a quem manifestaram perplexidade com a decisão do juiz.

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JUDICIÁRIO

O Tribunal de Justiça do Acre vai se manifestar nesta segunda-feira sobre a decisão do juiz Leandro Leri Gross, titular da Vara do Tribunal do Júri da comarca de Rio Branco (AC), de restringir o trabalho da imprensa durante o julgamento do "crime da motosserra", marcado para o dia 21 de setembro.

Em nota de repúdio divulgada no sábado, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac) afirma que "o juiz tenta desconstruir a relação de respeito da Imprensa para com o Judiciário do Acre a pretexto de regulamentar o trabalho de repórteres fotográficos e cinegrafistas durante a sessão de julgamento", que tem como réus Hildebrando Pascoal, Pedro Pascoal, Alex Barros e Adão Libório.

Os desembargadores Pedro Ranzi (presidente), Adair Longuini (vice) e Samoel Evangelista (corregedor) recebem na sede do Tribunal de Justiça, a partir das 16 horas, o presidente do Sinjac, Marcos Vicentti, e a imprensa para informar o que decidiram a respeito da polêmica.

domingo, 30 de agosto de 2009

BLOG DO PLANALTO


Nunca na história deste país se viu tanta gente para fazer apenas um Blog do Planalto.

MARINA FILIADA AO PARTIDO VERDE



A ex-ministra do Meio Ambiente, a senadora Marina Silva (AC), assinou neste domingo o seu termo de filiação ao PV em uma luxuosa cerimônia no bairro de Pinheiros, zona oeste de SP. Centenas de militantes compareceram ao local, lotando o espaço Rosa Rosarum. A ficha de filiação de Marina ao PV foi abonada pela filha de Chico Mendes, Elenira Mendes, pelo presidente do partido, José Luis Penna, pelo secretário do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, Eduardo Jorge, e pelo deputado federal Fernando Gabeira (RJ).

Leia o relato completo de Hermano Freitas no Terra.

ABACAXI GIGANTE




Motoqueiro trafegava nas ruas de Rio Branco com abacaxi importado de Tarauacá (AC). Clique nas fotos.

MARINA

sábado, 29 de agosto de 2009

NOTA DE REPÚDIO DO SINJAC

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre (Sinjac) repudia as restrições à liberdade de expressão decorrentes da Portaria nº 8, assinada pelo juiz Leandro Leri Gross, titular da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.

O juiz tenta desconstruir a relação de respeito da Imprensa para com o Judiciário do Acre a pretexto de regulamentar o trabalho de repórteres fotográficos e cinegrafistas durante a sessão de julgamento do "crime da motosserra", marcado para 21 de setembro, tendo como réus Hildebrando Pascoal, Pedro Pascoal, Alex Barros e Adão Libório.

De acordo com a portaria, não será permitido filmar ou fotografar os acusados no interior do plenário, sendo que imagens ou fotografias poderão ser obtidas do lado externo, onde existe uma porta de vidro fumê com cortina.

Ao proibir filmagem, foto, celular e laptop durante o júri, além de impedir que o debate do julgamento seja transmitido ao vivo em telão, o magistrado dá prova de desconhecimento do papel desempenhado pela imprensa do Acre no esforço da sociedade para desmobilizar o crime organizado no Estado.

O ex-deputado Hildebrando Pascoal chegou a invadir o Tribunal de Justiça do Acre para ameaçar desembargadores quando as autoridades do Estado começaram a se mobilizara para investigar o terror imposto por seu bando na vida social acreana.

O ex-comandante da Polícia Militar do Acre chegou a obrigar uma repórter a engolir uma página de jornal contendo informações consideradas desfavoráveis aos interesses dele.

Hildebrando Pascoal é acusado de ter usado uma motosserra para fatiar uma de suas vítimas, tendo arrastado seu corpo em carro pelas ruas de Rio Branco, abandonado-o próximo de uma emissora de TV na tentativa de intimidar os jornalistas.

A Imprensa do Acre sempre teve acesso ao Tribunal do Júri sem desrespeitar o direito de proteção de jurados e testemunhas.

O Judiciário do Acre já deu prova de maturidade quando realizou com máxima transparência o julgamento do caso Chico Mendes em Xapuri (AC) há quase 20 anos.

Esperamos que o presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Pedro Ranzi, faça prevalecer o bom senso em relação ao acompanhamento da Imprensa no desfecho de um crime que ainda atormenta a sociedade brasileira.

Marcos Vicentti
Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Acre
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

"CRIME DA MOTOSSERRA"

Juiz restringe trabalho da imprensa durante julgamento


O juiz Leandro Leri Gross, titular da Vara do Tribunal do Júri da comarca de Rio Branco (AC), decidiu restringir o trabalho da imprensa durante o julgamento do "crime da motosserra", marcado para o dia 21 de setembro. O ex-comandante da Policia Militar do Acre e ex-deputado Hildebrando Pascoal é acusado de liderar sessão de tortura e de assassinar o mecânico Agílson Santos Firmino, o “Baiano”, com a participação de Pedro Pascoal (irmão do coronel), do ex-sargento PM Alex Barros e de Adão Libório (primo).

Por causa do julgamento, Gross assinou uma portaria que limita o trabalho de repórteres fotográficos e cinegrafistas durante as sessões do júri. Não será permitido filmar ou fotografar os réus e testemunhas no interior do plenário. Imagens ou fotografias só poderão ser obtidas do lado externo tendo como obstáculo uma porta de vidro fumê.

A portaria também prevê que qualquer pessoa e a imprensa terão acesso ao plenário do Tribunal do Júri, sendo permitida a gravação de voz dos debates, depoimentos e sentença, bem como permite o acesso aos autos do processo para esclarecimento de dúvidas ou informações.

- Nossa intenção não é proibir ou prejudicar o trabalho de ninguém, mas de preservar o direito dos acusados, testemunhas e jurados - afirmou Gross.

Durante a semana, a Justiça do Acre ganhou destaque nacional por causa do juiz Cloves Augusto, titular da 4ª Vara da Comarca de Rio Branco. Ele realizou pela primeira vez na história uma audiência por meio de um telefone celular. O uso da tecnologia possibilitou que extinguisse em três minutos e três segundos um processo que poderia durar anos para ser julgado.

Gross não permitirá sequer que os jornalistas usem celulares ou laptops dentro do auditório do Tribunal do Júri. A preocupacão dele é que sejam usados para obtenção de imagens do júri, bem como a transmissão da sessão em tempo real por blogueiros e tuiteiros.

O juiz chegou a desconsiderar os conselhos que recebeu do vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Adair Longuini, para não dificultar o trabalho da imprensa.

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MARINA IMACULADA

Senadora é entrevistada pela jornalista acreana Sandra Brasil, da revista Veja:



A senadora Marina Silva, do Acre, causou um abalo amazônico ao Partido dos Trabalhadores. Depois de trinta anos de militância aguerrida, abandonou a legenda e marchou para o Partido Verde, seduzida por um convite para ser a candidata da agremiação à Presidência da República em 2010. Para o PT, o prejuízo foi duplo: não só perdeu um de seus poucos integrantes imaculadamente éticos, como ganhou uma adversária eleitoral de peso. Os petistas temem, e com razão, que a candidatura de Marina tire muitos votos da sua candidata ao Planalto, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na semana passada, Marina, de 51 anos, casada, quatro filhos, explicou a VEJA as razões que a levaram a deixar o PT – e opinou sobre temas como aborto, legalização da maconha e criacionismo.

A senhora será candidata a presidente pelo Partido Verde?
Ainda não é hora de assumir candidatura. Há uma grande possibilidade de que isso aconteça, mas só anunciarei minha decisão em 2010.

Se sua candidatura sair, como parece provável, que perfil de eleitor a senhora pretende buscar?
Os jovens. Eles estão começando a reencontrar as utopias. Estão vendo que é possível se mobilizar a favor do Brasil, da sustentabilidade e do planeta. Minha geração ajudou a redemocratizar o país porque tínhamos mantenedores de utopia. Gente como Chico Mendes, Florestan Fernandes, Paulo Freire, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, que sustentava nossos sonhos e servia de referência. Agora, aos 51 anos, quero fazer o que eles fizeram por mim. Quero ser mantenedora de utopias e mobilizar as pessoas.

Sua saída abalou o PT. Além da possibilidade de disputar o Planalto, o que mais a moveu?
O PT teve uma visão progressista nos seus primeiros anos de vida, mas não fez a transição para os temas do século XXI. Isso me incomodava. O desafio dos nossos dias é dar resposta às crises ambiental e econômica, integrando duas questões fundamentais: estimular a criação de empregos e fomentar o desenvolvimento sem destruir o planeta. O crescimento econômico não pode acarretar mais efeitos negativos que positivos. Infelizmente, o PT não percebe isso. Cansei de tentar convencer o partido de que a questão do desenvolvimento sustentável é estratégica – como a sociedade, aliás, já sabe. Hoje, as pessoas podem eleger muito mais do que o presidente, o senador e o deputado. Elas podem optar por comprar madeira certificada ou carne e cereais produzidos em áreas que respeitam as reservas legais. A sociedade passou a fazer escolhas no seu dia a dia também baseada em valores éticos.

A crise moral que se abateu sobre o PT durante o governo Lula pesou na decisão?
Os erros cometidos pelo PT foram graves, mas estão sendo corrigidos e investigados. Quando da criação do PT, eu idealizava uma agremiação perfeita. Hoje, sei que isso não existe. Minha decisão não foi motivada pelos tropeços morais do partido, mesmo porque eles foram cometidos por uma minoria. Saí do PT, repito, por falta de atenção ao tema da sustentabilidade.

Ou seja, apesar de mudar de sigla, a senhora não rompeu com o petismo?
De jeito nenhum. Tenho um sentimento que mistura gratidão e perda em relação ao PT. Sair do partido foi, para mim, um processo muito doloroso. Perdi quase 3 quilos. Foi difícil explicar até para meus filhos. No álbum de fotografias, cada um deles está sempre com uma estrelinha do partido. É como se eu tivesse dividido uma casa por muito tempo com um grupo de pessoas que me deram muitas alegrias e alguns constrangimentos. Mudei de casa, mas continuo na mesma rua, na mesma vizinhança.

No período em que comandou o Ministério do Meio Ambiente, a senhora acumulou desavenças com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Como será enfrentá-la em sua eventual campanha à Presidência?
Não vou me colocar numa posição de vítima em relação à ministra Dilma. Quando eu era ministra e tínhamos divergências, era o presidente Lula quem arbitrava a solução. Não é por ter divergências com Dilma que vou transformá-la em vilã. Acredito que o Brasil pode fazer obras de infraestrutura com base no critério de sustentabilidade. Temos visões diferentes, mas não vou fazer o discurso fácil da demonização de quem quer que seja.

Um de seus maiores embates com a ministra Dilma foi causado pelas pressões da Casa Civil para licenciar as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira. A senhora é contra a construção de usinas?
No Brasil, quando a gente levanta algum "porém", já dizem que somos contra. Nunca me opus a nenhuma hidrelétrica. O que aconteceu naquele caso foi que eu disse que, antes de construir uma usina enorme no meio do rio, era preciso resolver o problema do mercúrio, de sedimentos, dos bagres, das populações locais e da malária. E eu tinha razão. Como as pessoas traduziram a minha posição? Dizendo que eu era contra hidrelétricas. Isso é falso.

Se a senhora for eleita presidente, proibirá o cultivo de transgênicos?
Eis outra falácia: dizer que sou contra os transgênicos. Nunca fui. Sou a favor, isso sim, de um regime de coexistência, em que seria possível ter transgênicos e não transgênicos. Mas agora esse debate está prejudicado, porque a legislação aprovada é tão permissiva que não será mais possível o modelo de coexistência. Já há uma contaminação irreversível das lavouras de milho, algodão e soja.

O que a senhora mudaria no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)?
Eu não teria essa visão de só acelerar o crescimento. Buscaria o desenvolvimento com sustentabilidade, para que isso pudesse ser traduzido em qualidade de vida para as pessoas. Obviamente, é necessário que o país tenha infraestrutura adequada. Mas é preciso evitar os riscos e problemas que os empreendimentos podem trazer, sobretudo na questão ambiental.

Na economia, faria mudanças?
Não vou me colocar no lugar dos economistas. Prefiro ficar no lugar de política. Em linhas gerais, acho que o estado não deve se colocar como uma força que suplanta a capacidade criativa do mercado. Nem o estado deve ser onipresente, nem o mercado deve ser deificado. Também gosto da ideia do Banco Central com autonomia, como está, mas acho que estão certos os que defendem juros mais baixos.

No seu novo partido, o PV, há uma corrente que defende a descriminalização da maconha. Como a senhora se posiciona a respeito desse assunto?
Não sou favorável. Existem muitos argumentos em favor da descriminalização. Eles são defendidos por pessoas sérias e devem ser respeitados. Mas questões como essa não podem ser decididas pelo Executivo, e sim pelo Legislativo, que representa a sociedade. A minha posição não será um problema, porque o PV pretende aprovar na próxima convenção uma cláusula de consciência, para que haja divergências de opinião dentro do partido.

Os Estados Unidos elegeram o primeiro presidente negro de sua história, Barack Obama. Ele é fonte de inspiração?
Eu também sou negra, mas seria muito pretensioso da minha parte me colocar como similar ao Obama. Ele é uma inspiração para todas as pessoas que ousam sonhar. A questão racial teve um peso importante na eleição americana. Mas os Estados Unidos têm uma realidade diferente da do Brasil. Eu nunca fui vítima de preconceito racial aqui.

A senhora poderia se apresentar como uma candidata negra na campanha presidencial?
Não. É legítimo que as pessoas decidam votar em alguém por se identificar com alguma de suas características, como o fato de ser mulher, negra e de origem humilde. Mas seria oportunismo explorar isso numa campanha. O Brasil tem uma vasta diversidade étnica e deve conviver com as suas diferentes realidades. Caetano Veloso (cantor baiano) já disse que "Narciso acha feio o que não é espelho". Nós temos de aprender a nos relacionar com as diferenças, e não estimular a divisão. A história engraçada é que, durante as prévias do Partido Democrata americano, quando a Hillary Clinton disputava a vaga com Obama, um amigo meu brincou comigo dizendo que os Estados Unidos tinham de escolher entre uma mulher e um negro, e, se eu fosse candidata no Brasil, não teríamos esse problema, porque sou mulher e negra.

A senhora é a favor da política de cotas raciais para o acesso às universidades?
Há quem ache que as cotas levam à segregação, mas eu sou a favor de que se mantenha essa política por um período determinado. Acho que há, sim, um resgate a ser feito de negros e índios, uma espécie de discriminação positiva.

Mas a senhora entrou numa universidade pública sem precisar de cotas, embora seja negra, de origem humilde e alfabetizada pelo Mobral.
Sou uma exceção. Tenho sete irmãos que não chegaram lá.

Aos 16 anos, a senhora deixou o seringal e foi para a cidade, a fim de se tornar freira. Como uma católica tão fervorosa trocou a Igreja pela Assembleia de Deus?
Fui católica praticante por 37 anos, um aspecto fundamental para a construção do meu senso de ética. Meu ingresso na Assembleia de Deus foi fruto de uma experiência de fé, que não se deu pela força ou pela violência, mas pelo toque do Espírito. Para quem não tem fé, não há como compreender. Esse meu processo interior aconteceu em 1997, quando já fazia um ano e oito meses que eu não me levantava da cama, com diagnóstico de contaminação por metais pesados. Hoje, estou bem.

A senhora é mesmo partidária do criacionismo, a visão religiosa segundo a qual Deus criou o mundo tal como ele é hoje, em oposição ao evolucionismo?
Eu creio que Deus criou todas as coisas como elas são, mas isso não significa que descreia da ciência. Não é necessário contrapor a ciência à religião. Há médicos, pesquisadores e cientistas que, apesar de todo o conhecimento científico, creem em Deus.

O criacionismo deveria ser ensinado nas escolas?
Uma vez, fiz uma palestra em uma escola adventista e me perguntaram sobre essa questão. Respondi que, desde que ensinem também o evolucionismo, não vejo problema, porque os jovens têm a oportunidade de fazer suas escolhas. Ou seja, não me oponho. Mas jamais defendi a ideia de que o criacionismo seja matéria obrigatória nas escolas, nem pretendo defender isso. Sou professora e uma pessoa que tem fé. Como 90% dos brasileiros, acredito que Deus criou o mundo. Só isso.

A senhora é contra todo tipo de aborto, mesmo os previstos em lei, como em casos de estupro?
Não julgo quem o faz. Quando uma mulher recorre ao aborto, está em um momento de dor, sofrimento e desamparo. Mas eu, pessoalmente, não defendo o aborto, defendo a vida. É uma questão de fé. Tenho a clareza, porém, de que o estado deve cumprir as leis que existem. Acho apenas que qualquer mudança nessa legislação, por envolver questões éticas e morais, deveria ser objeto de um plebiscito.

Seu histórico médico inclui doenças muito sérias, como cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose. A senhora acredita que tem condições físicas de enfrentar uma campanha presidencial?
Ainda não sou candidata, mas, se for, encontrarei forças no mesmo lugar onde busquei nas quatro vezes em que cheguei a ser desenganada pelos médicos: na fé e na ciência.


Foto: Lailson Santos

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CRISE NO TRE DO ACRE

A desembargadora Eva Evangelista pediu exoneração do cargo de corregedora do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE).

Na terça-feira, os juízes do TRE decidiram pela cassação dos mandatos do prefeito de Sena Madureira Nilson Areal (PR) e do vice Jairo Barbosa (PMN).

A cassação baseia-se em provas materiais (doação de telhas de amianto para os eleitores) e depoimentos de testemunhas que afirmaram que os dois políticos praticaram compra de votos.

A desembargadora Eva Evangelista votou pela reforma da sentença da juíza Thaís Aboukhalil, que cassou o prefeito, gerando um empate de três a três na votação.

O voto de desempate foi proferido ao final da sessão pelo presidente do TRE, desembargador Arquilau de Castro Melo.

A discordância dos dois desembargadores se agravou a partir do seguinte trecho da entrevista que Melo concedeu nesta quinta-feira ao site AC 24 Horas:

- O senhor foi muito pressionado para votar favorável a permanência do prefeito?

- É claro que num processo desses existem muitas pessoas envolvidas e cada um advoga no seu interesse. Recebi muitas pessoas, ouvi todas elas, mas isso não significa dizer que é uma pressão para que eu vote de acordo com interesses de quem conversou comigo. Votei pela minha consciência, com as provas dos autos. Um juiz tem que ter caráter, não se pode deixar levar por esse ou aquele interesse. Eu sou juiz para proporcionar justiça, e isso é o que interessa.

A declaração do presidente desagradou a corregedora.

- Eu falei em tese, de modo genérico. Não estava me reportando especificamente ao caso que julgamos - disse Melo ao blog.

ERRO NA VERSÃO OFICIAL



Diferentemente do que foi anunciado pela estatal Agência de Notícias do Acre, o helicóptero Esquilo AS 350, que o Estado comprou da Helibras, custou R$ 7,9 milhões e não R$ 6,9 milhões.

O termo de homologação, assinado pelo então secretário de Segurança Pública Antonio Monteiro, em dezembro do ano passado, prova que a informação do Blog da Amazônia é a correta.

O gato comeu R$ 1 milhão.

NO ESPELHO COM OBAMA

De Luiz Antonio Magalhães para o Valor:

Ela foi seringueira e empregada doméstica, era analfabeta até os 15 anos, quando começou a cursar o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Quis ser freira, conseguiu completar os estudos fazendo supletivo, formou-se em história na Universidade Federal do Acre e lecionou no ensino médio antes de começar a militar no movimento social. Ao lado de Chico Mendes, fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre e ganhou fama internacional pela atuação em defesa do ambiente.

Agora, aos 51 anos, a senadora acreana Maria Osmarina Silva Vaz de Lima, ou simplesmente Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, criou um dos mais importantes fatos políticos dos últimos tempos ao anunciar que deixaria o Partido dos Trabalhadores (PT), após 30 anos de militância. Ao que tudo indica, deverá candidatar-se à Presidência da República pelo Partido Verde (PV). Realmente, não foi pouca coisa: Marina ganhou destaque na imprensa e passou a ser comparada ao atual presidente - "Lula de saias" virou quase um bordão - e a Barack Obama.

Há espaço para algumas comparações com o presidente americano. "Obama conseguiu mobilizar o voto ausente [nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório] e Marina deve mobilizar o voto desesperançado", imagina Lourdes Sola, professora de Ciência Política da USP.

Plínio de Arruda Sampaio, um dos fundadores do PT, hoje filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), também avalia que a ex-ministra tem um apelo parecido com o que Obama teve: "Qual é a novidade na política brasileira?", pergunta. "Marina é o novo. Obama era o novo nos Estados Unidos. Isto é até intuitivo, o eleitor busca o novo, tem sempre um lugar para a novidade, pelo menos em um segmento importante do eleitorado."

Outros aspectos aproximam Marina e Obama no campo simbólico. "Ambos estavam aparentemente fora do jogo", afirma Lourdes Sola. "Marina pode introduzir a transversalidade na política. A candidatura dela atravessa gerações e raças, como a de Obama. A formação de Marina é regional, mas ela já ganhou transversalidade."

Filho de um imigrante queniano negro com uma americana branca, Obama entrou na disputa presidencial americana com a aura da ruptura. Venceu a pré-candidata democrata Hillary Clinton nas primárias e chegou à Casa Branca. Seu triunfo foi considerado por muitos a vitória dos movimentos sociais americanos e traz uma forte carga simbólica de superação, como a história de Marina Silva. Outro ponto de aproximação é a importância conferida às questões ambientais na campanha de Obama e agora em seu governo.

Mas também há quem veja diferenças. O cientista político Bolívar Lamounier diz que o sistema político americano permite, durante as primárias, que os candidatos sejam construídos e ganhem carisma ao longo da disputa interna em um grau muito mais alto do que ocorre no sistema brasileiro.

O cientista político Rafael Cortez, analista da Tendências Consultoria, faz outras restrições a comparações. "O contexto político que permitiu a eleição de Obama era muito diferente. Lá, o governo estava muito desgastado com a crise da economia e os problemas da política externa. O novo teve espaço para crescer. Aqui, Lula tem altíssima popularidade, o Brasil está saindo da crise muito bem." Cortez lembra que nem mesmo a carga negativa de acontecimentos recentes no Congresso atingiu a popularidade de Lula ou derrubou as intenções de voto na ministra Dilma Rousseff.

Mesmo assim, já é possível perceber impactos da possível candidatura de Marina. E foi no PSOL de Plínio de Arruda Sampaio e Heloísa Helena. O partido decidiu adiar para outubro a definição sobre o lançamento de uma chapa própria à Presidência. Hoje vereadora em Maceió, Heloísa fez questão de elogiar a ex-colega de partido e Senado durante o recente congresso nacional do PSOL. Sampaio diz que, se Marina se dispuser a enfrentar na campanha os "dilemas do sistema capitalista que impedem a real preservação do meio ambiente", o PSOL tem obrigação de apoiá-la. "Se ela abrir espaço para esse discurso, acho que deveria ser nossa candidata", argumenta Sampaio, também ele um ex-petista que deixou a agremiação desiludido com os rumos do governo Lula.

Mas não é só o PSOL que se movimenta. Nos bastidores, os prováveis protagonistas da disputa do próximo ano tentam interpretar o significado e o potencial da nova postulante ao cargo de Lula. A candidatura da ex-ministra deve ter força ao menos para mudar a lógica da eleição presidencial, que até aqui vinha se configurando como plebiscitária, com Dilma Rousseff concorrendo pelo consórcio governista contra a aliança DEM-PSDB, alinhada em torno do governador paulista José Serra ou de seu colega mineiro Aécio Neves.

"A entrada de Marina poderá mudar o caráter da eleição. Lula queria e trabalhava por uma eleição plebiscitária. A candidatura de Marina pode estimular outras e uma eleição dual poderá se tornar plural", afirma Lamounier.

O historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, prevê que, com a presença de Marina na urna, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) também deve acabar entrando na disputa presidencial. "É saudável para o processo político, ruim seria transformar o primeiro turno em segundo turno."

MANEJO DE PIRARUCU NO ACRE

Por BRUNO TAITSON, direto de Manoel Urbano (AC)


A Terceira Feira do Pirarucu Manejado, encerrada nesta semana no município de Manuel Urbano, no Acre, demonstrou os resultados positivos do projeto de manejo do pirarucu, o maior peixe de água doce do planeta. No evento, pescadores locais puderam comercializar alimentos e objetos de artesanato elaborados a partir da espécie, que vinha desaparecendo da região no início desta década.

O projeto, que consiste em treinar e capacitar pescadores para manejar o pirarucu de forma ambientalmente adequada, gerou acordos de pesca, que são regras elaboradas pelos moradores locais com objetivo de assegurar, em longo prazo, a sobrevivência da espécie e a viabilidade econômica da atividade pesqueira.

Os principais resultados diretos são o aumento da produtividade dos lagos, o crescimento da produção de pirarucu nos lagos manejados, o repovoamento, com casais da espécie em lagos onde o peixe havia desaparecido e o consequente aumento da renda dos pescadores.

Pedro de Nascimento, pai de oito filhos, relata que sua renda com a pesca aumentou mais de 50% após sua entrada, em 2007, no grupo de manejadores que participa do projeto do pirarucu.

- Antes, demorava de dois a três dias em Manoel Urbano para vender 60 quilos de peixe, e muitas vezes levava prejuízo. Agora a gente ganha muito mais - diz.

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CONVITE


O site do Partido Verde (PV) irá transmitir ao vivo, pela Web-Tv, a filiação da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no próximo dia 30 (domingo), a partir das 11 horas.

O evento acontecerá em São Paulo durante um encontro nacional que reunirá dirigentes, filiados e simpatizantes do partido, além de autoridades, artistas e parlamentares.

Depois de mais de 30 anos de afiliação ao PT, a senadora Marina Silva confirmou em uma entrevista coletiva no último dia 19, que iria deixar o Partido dos Trabalhadores.

Na segunda, 24, a senadora confirmou que iria se filiar ao Partido Verde (PV), naquilo que classificou como um segundo passo da sua nova trajetória política.

Sobre a possível candidatura à Presidência, Marina disse estar honrada pelo fato de o PV considerá-la "candidata prioritária".

Ela afirmou ainda que qualquer anúncio oficial só será feito em 2010.

A UTOPIA SOCIALISTA VERDE

Moisés Diniz

Um mundo socialmente justo e economicamente sustentável é apenas uma utopia ou ele já se manifesta no horizonte estreito do capitalismo? O que é esse novo mundo e de quais partituras nasce a sua irreverente sinfonia? A história o alimenta, o contradiz ou é a sua grande parteira?


Nesse novo mundo haverá harmonia entre o homem, a terra com os seus bens naturais e as forças produtivas da civilização. É possível, no século vinte e um, a instauração de uma sociedade desse tipo ou isso não passa de um sonho romântico das primitivas sociedades tribais? É pretensão romântica querer realizar neste tempo de lobos, de forma superior, o modo de vida que desfrutava o homo sapiens arcaico?

Como dialogar, na Amazônia, sobre a utopia socialista e sustentável? Qual o papel dos comunistas na luta pela preservação do planeta, nas condições do capitalismo? É possível unificar o discurso sustentável ao socialista?

Eles não são fraternos

Nunca na história da humanidade, um modo de produção e de apropriação dos recursos naturais foi tão excludente e tão poluidor. O mundo atual é uma fábrica gigantesca e incontrolável de exclusão social e de degradação ambiental. O novo mundo, sustentável e socialista, terá que se confrontar com o mundo capitalista, sua brutal exclusão econômica e sua irreparável destruição do planeta, como fonte de vida para todas as espécies.

Alguns dados, aqui relatados a várias mãos, sobre a destruição das condições de vida do planeta Terra nos alertam para uma catástrofe de proporções inimagináveis.

Clique para continuar a leitura continua.

Moisés Diniz é deputado estadual pelo PCdoB e líder do governo na Assembléia Legislativa do Acre. Enviou a seguinte observação: "Altino, quando uma mulher do povo, filha do anominato que dominava os seringais acreanos e suas filhas proscritas, ameaça o jogo das velhas elites, então, eu tenho o dever, como acreano, de olhar com rigor a utopia que a Marina levanta. Veja se é possível publicar este ensaio, uma tentativa de unir verdes e vermelhos no Brasil. Um abraço"

MEUS PÉS DE MUNGUBA



Tenho na frente de casa dois pés de munguba (Pachira aquatica), também conhecida como cacau-selvagem, castanheiro-do-maranhão, falso-cacau, castanheira-da-água, castanheiro-de-guiana e mamorana.

De caule frondoso e copa arredondada, é capaz de alcançar 18 metros de altura, sendo bastante usada em arborização urbana e rural.

As minhas ainda medem pouco mais de dois metros, mas uma delas hoje produziu flores pela primeira vez.

De origem tropical, países asiáticos produzem e exportam a planta envasada. A ela é atribuída reputação de atrair dinheiro e prosperidade. É conhecida como money tree ou árvore-do-dinheiro.

Sementes da monguba podem ser consumidas torradas, fritas ou assadas, e até trituradas em substituição ao café ou chocolate.

Cresçam, cresçam
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Clique nas imagens para visualizá-las ampliadas.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

CURTUME POLUI IGARAPÉ BELO JARDIM

Peixes, arraias e cavalos morrem por causa de água envenanada



Altino
,

A partir de sua informação, constatamos a denúncia recebida por você. Infelizmente, quando chegamos ao local os moradores já haviam "empurrado" os peixes mortos em direção à correnteza, por causa do mau cheiro. Além disso, os urubus fizeram a "festa". A situação é feia mesmo. Um abraço e segue meu relato.

Lenilda Cavalcante




Moradores do bairro Belo Jardim II, na BR-364, a menos de 10 quilômetros do centro de Rio Branco, reclamam de um curtume que vem causando a morte de peixes, arraias e até de cavalos que bebem a água do igarapé Belo Jardim.

Os animais estão morrendo devido um líquido escuro e poluente, de acordo com os produtores rurais do bairro, que vem sendo despejado por uma indústria de beneficiamento de couro existente nas proximidades do igarapé.

Segundo Sebastião Teixeira da Rocha, 62 anos, presidente da Associação de Produtores Rural Novo Progresso, há cerca de seis meses a mortandade de peixes se intensificou.



Rocha disse que já procurou os fiscais do Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), mas até agora as providências não foram tomadas e a degradação do igarapé, principal fonte de água da região, continua de forma acentuada, sem que ninguém seja responsabilizado.

A produtora rural Maria as Graças Silva, 49 anos, que reside no local há 17 anos, disse que o igarapé já serviu de sustento para a família dela.



-Durante anos tirei o sustento dos meus filhos aqui desse igarapé, mas hoje isso é impossível. Já perdi as contas de quantos peixes, arraias e jacarés vi boiando mortos nessas águas, mas ninguém toma providência - lamentou.

O presidente da Associação de Produtores Rural Novo Progresso afirmou que a empresa de curtume polui igarapé há cerca de seis anos.

- A gente denuncia, a fiscalização vem aqui, diz que vai resolver o problema, a empresa passa um tempo sem poluir e depois volta tudo de novo. Dessa vez morreram mais de 500 peixes - relatou.

“Bio”, caseiro de uma fazenda da região, contou que nos últimos seis meses seis cavalos e éguas morreram após beber a água do igarapé.

- Esse veneno é muito forte. Pra matar um animal desses deve ser um veneno que mata gente rapidinho também. O patrão mandou fazer uma cerca nova para impedir a passagem dos animais para o igarapé. O prejuízo dele é grande - afirmou o caseiro.



Fotos: Caio Leandro

NOSSO PRIMEIRO HELICÓPTERO


O governador do Acre Binho Marques (PT) recebeu nesta quarta-feira, 26, em Brasília, o helicóptero Esquilo AS 350, que o Estado comprou da Helibras por R$ 6,9 milhões.

A solenidade foi prestigiada, entre outros, pelo ex-govenador Jorge Viana, presidente do Conselho de Administração da Helibras.

-
O helicoptero que o Binho acaba de receber para o Acre eh lindo - escreveu o senador Tião Viana (PT-AC) no Twitter.

Batizado como Comandante João Donato e com cores da bandeira acreana, incluindo a estrela vermelha, o helicóptero estará no Acre no dia 5 de setembro, Dia da Amazônia.

Leia mais na Agência de Notícias do Acre.

BELÍSSIMO





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RACISMO NA MÍDIA

Jornal peruano ganha “prêmio” por defender bombardeio com napalm contra indígenas


Por causa do artigo “Pobres selvagens e outras torpezas“, assinado por Andrés Bedoya Ugarteche, o jornal peruano Correo foi “premiado” nesta quarta-feira pela ONG inglesa Survival International como portador neste ano da opinião mais racista num meio de comunicação no mundo.

O artigo insinua que os indígenas peruanos deveriam ser bombardeados com napalm - líquido inflamável à base de gasolina gelificada, utilizado como armamento militar.

- Não sei o que espera Alan [García, presidente do Peru] que não prepara a sua FAP [Força Aérea Peruana] com todo o napalm necessário - escreveu Ugarteche.

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CRIME ORGANIZADO NO AMAZONAS

PF indicia sete pessoas suspeitas de planejar morte de juíza federal

Sete pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal no Amazonas sob a suspeita de planejar o assassinato da juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe. A PF concluiu que todas fazem parte da organização criminosa comandada pelo deputado estadual Wallace Souza (PP).


O parlamentar, que é acusado de encomendar crimes para exibir num programa da TV Em Tempo, repetidora do SBT, do qual era o apresentador, também também teve o indiciamento sugerido pela polícia.

Wallace Souza é o deputado mais votado do Amazonas. Ele é réu por suspeita de formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas e posse ilegal de armas. É acusado pelo Ministério Público Estadual de comandar com o filho dele, Raphael Souza, a organização criminosa.

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

COM MARINA E DILMA

Do blog do Ricardo Noblat:

"Os irmãos Viana (Jorge, ex-governador do Acre, e Tião, senador) estão com um problema de bom tamanho.

Reconhecem que não teriam ascendido na política nacional e mesmo na local se Lula não tivesse se aproximado deles. Sentem-se, pois, em débito com Lula.

Ao mesmo tempo, além da amizade que os une à senadora Marina Silva (a caminho do PV), sabem que o grosso do eleitorado do Acre jamais entenderá que eles não a apóiem como candidata a presidente da República.

Jorge e Tião vão tentar convencer Lula que o palanque deles em 2010 deve recepcionar Marina e Dilma Rousseff. Em datas diferentes, naturalmente.

Lula e Dilma dificilmente concordarão com a idéia. O PT muito menos."

PROCEDIMENTO INÉDITO

Juiz realiza audiência por celular pela primeira vez na história do Acre


O juiz Cloves Augusto, titular da 4ª Vara da Comarca de Rio Branco, realizou pela primeira vez na história do Judiciário do Acre uma audiência por meio de um telefone celular. O uso da tecnologia possibilitou que extinguisse em três minutos e três segundos um processo que poderia durar anos para ser julgado.

O magistrado recebeu a denúncia do Ministério Público contra Artur Vieira, acusado dos crimes de roubo e extorsão. De acordo com a denúncia, o acusado teria subtraído, através de ameaça pelo emprego de revólver, a quantia de R$ 12 mil, de Rosiele Silva de Oliveira e Clodomar Almeida da Silva.

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TRABALHO ESCRAVO E DESMATAMENTO

Marina Silva

No domingo, em comemoração ao Dia Mundial em Memória do Tráfico de Escravos e da sua Abolição, a Organização Mundial do Trabalho (OIT) lançou o livro "Trabalho Forçado: Coerção e Exploração na Economia Privada" (Forced Labor: Coercion and Exploitation in the Private Economy).

A data é em memória à insurreição iniciada na noite de 22 para 23 de agosto de 1791, no Caribe, que teve papel decisivo na abolição do tráfico transatlântico de escravos.

O livro analisa as formas modernas de escravidão na América Latina, sul da Ásia, África e Europa. Segundo a OIT, mais de 12 milhões de pessoas ao redor do mundo estão sob coerção ao trabalho forçado, em escravidão ou em situação similar.

No Brasil, apenas em 2008 foram libertados quase 4 mil trabalhadores. Aqui, o trabalho degradante, análogo ao de escravo, continua diretamente relacionado à pecuária e ao desmatamento ilegais, como demonstra o estudo: "A mão-de-obra escrava continua sendo usada no país para desmatar a Amazônia, preparar a terra para a criação do gado e em atividades ligadas a agricultura em áreas rurais".

A partir de dados e estatísticas do governo e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o estudo mostra que as vítimas são recrutadas em regiões muito pobres nos estados de Tocantins, Maranhão, Pará, Bahia e Piauí, atraídas por promessas de emprego. Elas são, então, levadas para regiões isoladas, no meio da floresta, de onde dificilmente conseguem sair.

Tivemos muitos avanços na luta contra o trabalho escravo no país. Esforço reconhecido pela própria OIT, como o Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, lançado pelo governo Lula em 2003, e que este mês teve lançada a sua segunda edição, com novos objetivos e metas. Mas a impunidade continua sendo um empecilho para a erradicação do problema.

Falta ainda o Legislativo fazer a sua parte e aprovar a Proposta de emenda constitucional (PEC) 438/2001, que prevê o confisco de terras onde o trabalho escravo for utilizado. O projeto, aprovado no Senado, aguarda votação em segundo turno no Plenário da Câmara dos Deputados.

No Senado, relatei, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), projeto (PLS 487/03) do senador Paulo Paim (PT-RS) que veta a empresas, que direta ou indiretamente utilizem trabalho escravo, o recebimento de incentivos fiscais, financiamentos e contratos públicos.

Conforme a proposição, empresas que queiram se candidatar a concorrências ou a financiamentos públicos deverão apresentar certificado de regularidade do Ministério do Trabalho e Emprego para comprovar que não há trabalho escravo em suas atividades ou nas dos seus fornecedores.

São iniciativas assim que ajudarão no cerco a essa prática inaceitável. Um país que tem tudo para ser um dos principais líderes mundiais, em pleno século 21, não pode permitir que seus produtos levem o selo da existência de escravidão.

Cabe ao governo apertar a fiscalização e ao Legislativo tornar mais rigorosa a punição para quem, aviltando a dignidade humana, procura explorar seus semelhantes de maneira tão degradante, em afronta à toda a sociedade.

Marina Silva é professora de ensino médio, senadora do Acre (sem partido), ex-ministra do Meio Ambiente e colunista da Terra Magazine.

CASO DE POLÍCIA

Casa de irmã da senadora Marina Silva é invadida e saqueada em Vila Campina do Bagaço


A casa de Maria Deuzimar Silva, irmã da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (sem partido-AC), foi invadida por volta das 22 horas desta segunda-feira, 24, por um grupo de quatro homens armados.

O grupo amordaçou Deuzimar e seus familiares, fez disparos sem atingi-los, se apossou de R$ 5 mil, uma espingarda calibre 20 e fugiu com uma camioneta Hillux.

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

TIÃO SOB FOGO DOS AMIGOS DE LULA

"Como é doce o bônus de ser governista"



O blog "Os Amigos do Presidente Lula" ironiza os discursos "entusiasmados e confraternizadores" dos caciques do PT do Acre durante a última passagem de Lula pelo Estado.

- Ninguém fez críticas uns aos outros. Até Tião Viana fez um discurso de lulista desde criancinha - assinala o blog.

"Os Amigos do Presidente Lula" publicou uma segunda nota intitulada "Tião Viana: como é doce o bônus de ser governista".

A seguir, a nota:

"Dia 21/08/2009, sexta-feira, o presidente Lula esteve no Acre, inaugurando casas próprias do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida".

Estavam lá o governador Binho Marques (PT/AC), o ex-governador Jorge Viana (PT/AC), o prefeito Angelim (PT/AC), e o senador Tião Viana (PT/AC).

Na frente do povão, todos discursaram enaltecendo os feitos do governo Lula, e elogiaram o Presidente.

Tião deixou pra lá as críticas que fez ao Presidente Lula na entrevista das páginas amarelas da Revista Veja, e exerceu o direito ao BÔNUS de ser governo.

Em seu discurso, apresentou ao povo as conquistas do governo, como sendo também suas, já que é da base governista. E saudou de forma entusiasmada o "amigo" Lula.

Alguns projetos e conquistas que ele citou no discurso precisaram ser aprovados no Senado, e só foram com o apoio do PMDB. É o ÔNUS de ser governo, como bem disse o Senador Delcídio Amaral (PT/MS).

Que bom se Tião mantivesse esse discurso e essa prática no Senado, enfrentando, inclusive, os "amigos" Arthur Virgílio (PSDB/AM), que fazem tudo para inviabilizar projetos como estes, e derrubar a Ministra Dilma, que tanto se empenhou para viabilizar o "Minha Casa, Minha Vida".

RESPOSTA AO TUCANO

Marina Silva elogia Aécio Neves, mas lembra que o PV é da base do governo


A senadora Marina Silva (sem partido-AC) foi muito cautelosa ao comentar na tarde desta segunda-feira, em Rio Branco (AC), a declaração do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que não descarta a possibilidade de uma possível aliança tucana com o PV, em 2010, com o argumento de que o PV possui hoje mais proximidade com o PSDB do que com o PT.

Em entrevista exclusiva ao Blog da Amazônia, a ex-ministra do Meio Ambiente fez questão de assinalar que não havia tomado conhecimento da proposta do governador Aécio Neves, não leu o noticiário e desconhece o contexto.

- Não sei de nada. Obviamente, o Partido Verde terá uma candidatura no primeiro turno das eleições presidenciais. O que está posto é a questão ambiental como algo estratégico para o país. Todos os partidos têm o direito de ter suas candidaturas - afirmou.

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domingo, 23 de agosto de 2009

PV RECEPCIONA MARINA SILVA NO ACRE



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JORGE VIANA

Ex-governador diz que Marina Silva permanece na Frente Popular do Acre e lança dúvida sobre a candidatura do irmão Tião Viana ao governo


O petista Jorge Viana, ex-governador do Acre e presidente do Conselho de Administração da Helibras, tentou minimizar o impacto da saída da senadora Marina Silva (sem partido-AC) do Partido dos Trabalhadores. Contudo, durante entrevista coletiva neste sábado, 23, Viana admitiu que a saída da ex-ministra do Meio Ambiente impôs o desafio de um “rearranjo” na coligação Frente Popular do Acre, que está a caminho da quarta gestão no governo estadual.

- Há uma nova história no Acre após a saída de Marina do PT. Mas é importante destacar que ela saiu do partido, mas continua na Frente Popular do Acre. Ela, inclusive, pediu para a gente levar o projeto adiante, porque é isso que tem o seu apoio. Tudo envolve sentimento, história, passado e futuro. Nós ficamos para cuidar da herança do bem - afirmou Viana.

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sábado, 22 de agosto de 2009

MARIA OSMARINA SILVA

José Augusto Fontes

É a Marina Silva, a "companheira combativa" que conheci há uns trinta anos, com cabelos soltos e volumosos, com olhar de mateira. Quando estive mais perto dela foi no movimento estudantil, lá na Universidade Federal do Acre, no início da década de 1980. Nossa turma a chamava carinhosamente de Neguinha, enquanto ela discursava com incomparável firmeza de argumentos e de sentimentos; enquanto ela crescia nos embates pelos Centros Acadêmicos e pelo Diretório Central dos Estudantes; enquanto ela nos envolvia com seu carisma.

Lembro-me de ter visto desde cedo na Marina alguma coisa que a diferenciava; alguma aura de verdade simples e sincera; uma determinação alegre e resoluta saída de alguma dor, algo como um lamento de amor de quem defende grandes causas. Depois, eu fui perdendo o engajamento, enquanto ela, numa proporção geométrica, merecida e conquistada, ampliou o alcance de suas idéias, projetou para bem adiante o foco de seus ideais e alcançou um destaque que eu não saberia definir. Sei que é grande e que não é fantasioso, sei que nos orgulha. Que bom! O pessoal aqui de casa sempre votou nela. Aquele jeito mateiro sempre me convenceu. Não tive mais o contato próximo, do tempo do movimento estudantil, mas ainda a acompanho, aqui do meu cantinho, quase calado. Agora, com notícias que tenho ouvido e lido, veio a vontade de escrever sobre ela, a companheira combativa, agora com os cabelos mais comportados, mas sem nada mudar no jeito resoluto, decidido, convincente.


Nas vezes em que escrevo para qualquer mídia, não abordo temas políticos. Aliás, eu não teria a menor habilidade. Mas a Marina Silva está além do simples enfoque político. Basta olhar um pouco, seja pela janela da sua casa, da minha, seja pela telinha da internet, pelos jornais e revistas, pela televisão, por qualquer meio de informação, a Marina Silva está presente, é vista no mundo inteiro, a Neguinha é um acontecimento, é esperança, é uma boa aliança. Ela está na desesperança das pessoas com os modelos tradicionais da política, está na vontade de mudar o foco e o comportamento, está num grande sonho que começa a tomar cores e formas tenazes.

Foi vereadora e deputada, foi ministra e é senadora, mas não carrega a bagagem pesada que muitas vezes se agrega aos políticos, digamos, ortodoxos, para não dizer manjados. Não usa o enfadonho discurso deles, quando enfadonho é um modo simpático de nomear tantos e tantos discursos que a gente vê por aí (eu digo vê, porque ouvir já seria demais). A Marina tem biografia e história de vida, tem raízes éticas bem plantadas e rumo bem talhado. É possível ver um rio passando, roçando, adubando, lavando, levando boas águas para mais adiante; e também é possível ver o rio no mesmo lugar, sem se afastar do seu nascedouro, um rio que vai ficando, enquanto passa. Há na Marina uma mensagem que agrada aos sentidos, que cabe nos sentimentos, que revela envolvimento. Não se vê nela aquela história de fazer o que é bom para o grupo político, de referendar, por referendar, o que foi feito por fazer, por assim dizer.

E o politicamente correto? Lembram dele? É aquele negócio que permite fazer tudo, e mais um pouco, apenas para agradar, para tentar convencer, para disfarçar. O rumo da Marina ‘não passa por aí’. Ainda tem a história da tal governabilidade, né? A governabilidade é um ícone dos políticos enfadonhos, aqueles manjados. Do que tenho visto, governabilidade é um conceito tão amplo, mas tão amplo, que suas concessões, em plano de aceleração, vivem procurando explicação. É tanta comissão, tanta investigação, que a governabilidade saiu de si, ainda em aceleração, e cresceu tanto, que virou uma indefinição, e da ética perdeu a noção.

A trilha e as idéias da Marina não cederam. Além do pessoal lá de casa, os vizinhos também notaram, as pessoas do outro bairro compreenderam. Em outras cidades, as pessoas igualmente perceberam, se dignificaram. Em vários lugares, por todo canto, cresce o sentimento de que o proceder político deve mudar, de que um jeito verdadeiro deve se eleger, de que a simplicidade comprometida com valores efetivos pode prevalecer, para além da simples vontade de manutenção política ou de agrado eleitoreiro. Não há na Marina uma vontade particular de se projetar ou de se manter, há um ideal a propagar. É como uma bandeira que ela quer carregar, desfraldar e manter bem aberta, acessível a todos, e fincar, bem fincada, na consciência coletiva. Eu vejo isso como um sonho, que parte dela e começa a dominar muita gente. É como um novo começo. Olhando melhor, já vejo uma multidão nesse sonho.

A desesperança popular é bem notória. Os padrões do modo político que se tem visto e sentido, estão numa cartilha diacrônica e borrada, que precisa ser escrita com novas cores e letras, com valores e princípios de interesse público, coletivo, no sentido mais ético que isso possa denotar. As pessoas já estão cansadas de tanta decepção e do repetir incessante de más notícias, de engodos, de malversação, de explicação ensaiada. A ganância e a fome de poder não cabem mais no cenário, há um novo figurino a moldar, há um novo traço para mudar o rumo da velha encenação. Na quarta-feira, dia 19 de agosto de 2008, a Marina anunciou sua saída do Partido dos Trabalhadores. Sobre o rumo traçado, ela mesma explicou: “essa luta não é só de um partido, deve ser de todos os partidos, das empresas, da comunidade científica, dos movimentos sociais". E deixou patente que não mudou de caminho, apenas passou a caminhar de outro modo.

O desenvolvimento sustentável talhado nas propostas da Marina é como uma seringueira nativa no meio da floresta, que naturalmente espalha suas sementes, doando-se num ato de entrega anunciado, semeando-se com simplicidade e nobreza. O gesto propaga a espécie e possibilita que a seiva siga a correnteza para novos leitos, para vários portos. Ou como uma castanheira, que do alto de sua magnitude lança na terra seus frutos bem guardados, seu tesouro encapsulado, para que seja repartido, para que sacie e para que a entrega se perpetue. O sobrenome ‘Silva’ ou ‘da Silva’, diz respeito, na origem, a pessoas da selva. (é o contrário de ‘da Costa’, por exemplo, que seriam as pessoas do litoral). A Marina é da Silva, da selva, ou da floresta, mas é assim de um jeito que encanta, por aqui e por ali, que encanta mais adiante, que ganha o mundo, que embala sonhos. Da floresta para o mundo, como um rio que arrasta raízes para semeá-las em outras praias.

Vou dizer de novo: há na Marina, a companheira combativa, uma verdade simples e sincera, que nem precisaria de currículo ou de mandato. Basta-lhe a biografia, o jeito mateiro, a determinação alegre e resoluta saída de alguma dor, como um lamento de amor que se confessa a causas significativas, a batalhas dolorosas, a vitórias valorosas. Por isso mesmo, há um sentimento que segue pelos rios amazônicos e se espalha pelos mares e pelos ares; que banha as cidades e refresca a sensibilidade das pessoas; que lava as cabeças e as consciências. Esse é um sentimento politicamente correto. Ele seguia de bubuia, na correnteza de um sonho carinhosamente possível. Agora, já viaja velozmente, tenazmente, num desejo coletivo bem visível e realizável.

José Augusto Fontes é poeta, cronista e juiz de direito em Rio Branco

MARINA É A AMAZÔNIA

Dani Franco

Convidada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), para palestrar na 7ª edição do projeto “Jornalismo Ambiental: os desafios da cobertura na Amazônia”, em Belém, na última quinta-feira, dia 20; Marina Silva chegou à cidade já em clima de campanha.

Militantes do Partido Verde a acompanharam desde o aeroporto até o Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, onde uma hora antes do evento uma aglomeração já se formava. As camisetas dos partidários informaram: “Marina é Amazônia”. E é o que parece mesmo. Não é difícil ver na senadora um sinônimo para a região, a singeleza e grandeza de uma podem ser facilmente representadas na outra.

Do lado de fora do complexo da Estação das Docas, Marina foi parada pela imprensa e informou que responderia a todos ali mesmo, pois não queria dar entrevistas “picotadas”. Depois, durante a palestra no teatro, ela se justificaria dizendo que por ser produto da notícia, é comum ver suas falas serem descontextualizadas.

- O problema é dizer parte da verdade como se fosse a verdade - avisou.

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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

MARINA SILVA CONTESTA O GLOBO

Trecho do aparte da senadora Marina Silva (sem partido-AC) ao discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS):

- A mesma posição eu vou manter aqui em relação ao Presidente Lula, porque não é uma questão de circunstâncias. Hoje, meu querido Senador Simon, tem uma matéria no jornal O Globo que não foi feita por nenhum desses jornalistas que nos acompanham aqui. Foi um correspondente lá do Estado do Pará que colocou na primeira página algo que é inteiramente incoerente com tudo o que eu disse e coloquei na carta que assinei embaixo. A manchete é a de que eu disse que o Governo é insensível para as questões sociais. E pega uma série de frases de uma palestra que dei, em um contexto de uma análise que eu faço da Amazônia, da questão das hidroelétricas, e as coloca ali. Digamos que, quanto às frases pinçadas, mal direcionadas, ainda vá lá. Mas dizer que eu, Marina Silva, disse que o Governo do Presidente Lula é insensível às questões sociais! Eu que já disse, inúmeras vezes, desta tribuna e em todas as manifestações que fiz, que foi a melhor política social que tivemos; que saímos de R$8 bilhões para R$ 30 bilhões investidos em política social. que precisamos fazer ajustes em relação à porta de saída, mas que só é possível porta de saída hoje porque teve uma porta de entrada. Eu não sei qual é o objetivo do jornalista, se é mostrar que sou uma pessoa incoerente ou completamente ignorante de dizer uma coisa no Pará achando que não viria para cá. Eu não disse aquela frase, não disse daquele jeito, e já pedi aos organizadores do evento, que gravaram toda a minha palestra, que me mandem as fitas, porque vou mandar uma carta para o jornal, que sempre me trata com respeito, assim como os jornalistas que aqui fazem a cobertura, porque confesso que não entendi. Por que estou dizendo isso? Porque saí do Partido dos Trabalhadores, mas compreendo todos os avanços que tivemos. Mas não consigo compreender os retrocessos que estamos vivenciando agora.

Saiba mais em "A Rede Globo e Marina Silva"

A REDE GLOBO E MARINA SILVA

Direto de minhas fontes na imprensa:

Orientações específicas da direção do jornal O Globo para a cobertura da campanha de Marina Silva: mantê-la presa ao tema ambiental, destacar todas as declarações que a contraponham a Lula e a Dilma, apresentá-la como uma candidata idealista, dar destaque a declarações de militantes e aprofundar a ruptura com o PT.


- Acaba de ser criada a "Editoria Marina Silva" - afirma uma fonte.

Já aconteceram duas reuniões informais -na quarta-feira e ontem- das quais os editores saíram dando dicas, o que evidencia tratar-se de um plano que vem de cima.

Querem inflar a candidatura dela, mas marcando-a como alguém fora da realidade. Mais ou menos o mesmo que fizeram com Fernando Gabeira na eleição do Rio. Também fizeram com Carlos Minc, chamando atenção para os coletes dele e esquecendo a questão ambiental.

No caso de Marina Silva, provavelmente vão dar destaque à questão ambiental para evitar levar o debate para o tema do modelo econômico.

No tema ambiental, tem saído várias reportagens nos jornais paulistas elogiando José Serra nessa questão, o que certamente equivale a uma vacina anti-Marina Silva.

A Justiça bloqueou as obras do Rodoanel em São Paulo por conta de irregularidade nos pagamentos, mas existem ações por questões ambientais obstruindo o projeto e os jornais omitem.

A ex-seringueira e ex-ministra do Meio Ambiente hoje já é manchete do Globo: "Marina diz que Lula é insensível a causas sociais".

A Rede Globo sabe o que está fazendo. É muito fácil marcar Marina Silva como uma mulher idealista e fora da realidade. Basta pinçar umas frases, como costumam fazer as editorias de política, ou entrevistar alguns dos assessores dela, ou mesmo o Fernando Gabeira.

Destaco agora a análise do jornalista Luciano Martins Costa sobre as pragas do ofício em "O jornalismo declaratório" - a íntegra está no Observatório da Imprensa:

"Marina entra no jogo

A senadora Marina Silva ganhou subitamente, como possível candidata à Presidência da República, uma exposição que a imprensa nunca lhe proporcionou nos cinco anos em que ocupou o Ministério do Meio Ambiente.

Ela é o tema da manchete do Globo nesta sexta-feira.

Mas não por conta de um plano de governo ou de uma entrevista na qual eventualmente explica por que considera importante disputar a sucessão do presidente Lula da Silva.

Marina é capa do Globo porque declarou – ou teria declarado – que o atual governo é insensível à causas sociais.

Como em todos os casos de jornalismo declaratório, seria arriscado analisar uma frase descatada sem conhecer o contexto em que foi proferida, mas pode-se arquivar o texto na pasta da campanha eleitoral de 2010.

Como se sabe, declarações de campanha eleitoral têm valor muito relativo: elas valem apenas no contexto da campanha.

Observe-se, por exemplo, as coleções de frases que os jornais resgatam anos depois que foram ditas, em contextos políticos muito diferentes, para tentar convencer o leitor de que tal ou qual declarante não tem coerência.

Embalada na oportunidade de ocupar espaço na imprensa por conta de sua saída do Partido dos Trabalhadores, Marina Silva trata de aproveitar a oportunidade.

Mas deve saber que suas frases serão pinçadas daqui a um tempo e expostas aleatoriamente, ao sabor das intenções dos editores.

Jogo duro

Essa é uma das grandes armadilhas nas relações de personalidades com a imprensa, e muito especialmente no caso dos protagonistas da cena política.

Uma frase dita hoje para justificar um rompimento pode ser usada daqui a alguns meses para criticar uma aliança.

Se Marina Silva quer conduzir uma campanha diferente do que temos visto por aqui, precisa começar a selecionar muito bem o que vai dizer na frente de jornalistas ou de interlocutores com acesso à imprensa.

O jogo em que ela está entrando admite caneladas e os árbitros são ao mesmo tempo chefes de torcida organizada."

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"SOFRENDO MUITO"

Melhor amigo de Marina Silva, governador do Acre apoiará “candidato” do PT à Presidência da República


O governador do Acre, Binho Marques (PT), melhor amigo da senadora Marina Silva (sem partido-AC), disse que não pretende votar na ex-ministra do Meio Ambiente caso ela decida se tornar candidata a presidente da República pelo Partido Verde.

- Vou votar no candidato do PT. Essa é a minha posição, só que sofrendo muito. Eu adoro a Marina. Marina é uma paixão. Todos nós gostamos da Marina. Mas quando a gente pensa em projeto de poder, em projeto político, não é só pessoa - disse sem mencionar o nome da ministra da Casa Civil Dilma Roussef, pré-candidata do PT à Presidência da República.

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O "EMPATE" DE MARINA SILVA


Marina Silva aparece nesta foto na liderança de um "empate" na fazenda Bordon, em meados da década dos 1980, na região de Xapuri (AC).

Na semana passada, o presidente regional do PT no Acre, Leonardo Brito, declarou que a senadora acreana "é a alma do partido". Portanto, pode-se dizer que o PT perdeu nesta quarta-feira a sua alma.

Marina Silva do Brasil

Ao anunciar desfiliação do partido, a ex-seringueira e ex-ministra do Meio Ambiente passa a liderar o maior "empate" de sua vida.

"Empate", no sentido de empatar ou impedir, era a resistência organizada e pacífica de homens, mulheres e crianças dos seringais contra os desmatamentos no Acre. Invenção do líder sindical e ecologista Chico Mendes, companheiro de lutas da Marina Silva do Brasil.

Abaixo, o artista plástico Fernando França exibe a camiseta "Marina presidente", cuja estampa foi impressa a partir de arquivo baixado na web.



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MARINA NÃO É MAIS DO PT



A senadora Marina Silva já se desligou do PT. Em carta enviada na manhã desta quarta-feira, 19, ao presidente do partido, Ricardo Berzoini, a ex-seringueira e ex-ministra do Meio Ambiente comunicou a decisão:


- Hoje lhe comunico minha decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores. É uma decisão que exigiu de mim coragem para sair daquela que foi até agora a minha casa política e pela qual tenho tanto respeito, mas estou certa de que o faço numa inflexão necessária à coerência com o que acredito ser necessário alcançar como novo patamar de conquistas para os brasileiros e para a humanidade. Tenho certeza de que enfrentarei muitas dificuldades, mas a busca do novo, mesmo quando cercada de cuidados para não desconstituir os avanços a duras penas alcançados, nunca é isenta de riscos.

Segue a carta na íntegra no Blog da Amazônia.

MARINA SILVA

Senadora vai contrariar Zé Dirceu e não abrirá mão do mandato


A senadora Marina Silva (PT-AC) vai contrariar o ex-ministro da Casa Civil Zé Dirceu, que publicou recentemente um texto no blog dele no qual alegava que o partido deve ficar com o mandato dela, caso a ex-seringueira confirme sua desfiliação para se lançar candidata à Presidência da República pelo Partido Verde.

- Ela já decidiu que não vai renunciar ao mandato - afirma um assessor da senadora.

Leia mais:

Marina anuncia hoje decisão sobre convite do PV

O Blog da Amazônia obteve com exclusividade a nota técnica que serviu para sustentar a decisão da senadora de não renunciar ao mandato.

Intitulada "Fidelidade partidária", a nota assinala que os candidatos recebem mandatos tanto de eleitores como dos partidos políticos, sendo a representação popular e partidária.

A senadora recusou convite para participar na sexta-feira, 21, em Rio Branco (AC), de uma solenidade com a presença do presidente Lula e se distancia cada vez mais do PT.

O governador Binho Marques (PT) apresentará o programa habitacional “Minha Morada” ao presidente, que comparecerá ao Estado desacompanhado da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.

A senadora alegou compromisso previamente assumido em Belém (PA), onde será palestrante, na quinta-feira, 20, durante evento sobre os desafios da cobertura do jornalismo ambiental na Amazônia.

Principais trechos da nota

"Isso [a fidelidade partidária] não pode ser desvirtuado para ser visto sob a forma de mordaça e aniquilamento de uma posição quando se justificar a mudança de sigla, desde que o parlamentar encontre razões bastantes e justificadoras dessa mudança. Esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, porquanto não considera que a mudança de partido determina a perda automática do mandato e entende que cada caso deve ser analisado e julgado pela Justiça Eleitoral individualmente".

"No caso da senadora Marina Silva, o partido claramente desviou-se de seu programa em matéria ambiental, ao participar de votações esdrúxulas no Congresso Nacional que propunham a revisão da legislação ambiental, como na votação da Medida Provisória 452, que dispensava o licenciamento ambiental nas obras do PAC, e na votação da Medida Provisória 458, que legalizou a venda de terras na Amazônia"

"As divergências dela com o desvio do conteúdo programático do partido na condução da política ambiental do governo estão claros desde sua saída do Ministério do Meio Ambiente."

"Além disso, Marina Silva está completando 21 anos de mandatos pelo PT, incluindo os de Vereadora, Deputada Estadual e Senadora. Falar em infidelidade partidária destoa de sua postura assumida até aqui, mostrando um contra-senso com sua história de quase 30 anos de militância no PT."

Leia no Blog da Amazônia a nota completa da assessoria da ex-ministra do Meio Ambiente.

GEOGRAFIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Marina Silva

O planeta já sofre os efeitos das mudanças climáticas. O que pesquisadores e cientistas tentam prever é de que forma cada região será atingida nos próximos anos.

O jornal americano The New York Times divulgou no início desta semana projeções feitas pelos serviços de defesa americanos mostrando que as mudanças no clima representam grande desafio à segurança dos Estados Unidos, diante da perspectiva de aumento de tempestades e secas, da ocorrência de migração maciça, de pandemias e do racionamento de água, além de outros problemas em território americano e ao redor do mundo.

Mesmo não sendo conclusivas, as previsões não são nada animadoras. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que até 2080 provavelmente 1.1 a 3.2 bilhões de pessoas padecerão de escassez hídrica e 200 a 600 milhões de fome. A escassez de água, aliás, já é um problema global. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou nessa semana que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo carecem de acesso à água potável.

Segundo estimativas conservadoras apresentadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no final do ano passado, as mudanças climáticas devem forçar o deslocamento de cerca de seis milhões de pessoas por ano. Eles estudam medidas para proteger os atingidos por catástrofes naturais. O problema, segundo já disse Wellington Carneiro, oficial de Proteção do Acnur no Brasil, exige alterações no Direito Internacional de Refugiados.

A situação na China - hoje a grande força motriz do desenvolvimento econômico mundial - é emblemática. A questão é saber o custo que o país pagará por sua desatenção às questões ambientais.

Em 2005, o então ministro do Meio Ambiente da China, Pan Yue, chegou a declarar, em entrevista à revista alemã Der Spiegel, que seu país poderá enfrentar um assombroso número de refugiados ambientais. "No futuro, precisaremos transferir 186 milhões de habitantes de 22 províncias e cidades. No entanto, as outras províncias e cidades só são capazes de absorver 33 milhões de pessoas. Isso significa que a China terá mais de 150 milhões de migrantes ecológicos, ou, se vocês preferirem, refugiados ambientais". Na ocasião, Pan Yue disse que a principal causa de tal situação seria a chuva ácida e a poluição dos maiores rios da China, impossibilitando acesso à água potável por um quarto da população.

Um quadro como esse seria de catástrofe, o que ainda não parece ser percebido como tal por inúmeros dirigentes e líderes nacionais e mundiais. Ainda há quem ache que a situação "não é bem assim", pela dificuldade de sair dos padrões habituais de ação ou de inação. De fato, não é fácil deixar o conforto dos cânones aprendidos e encarar que o conhecimento precisa ser urgentemente atualizado diante da crise das crises, tão grave a ponto de mudar a própria geografia, desafiando nossos conceitos de ocupação do espaço físico e humano do planeta e de relação entre humanidade e ambiente natural.

A principal agenda de nosso tempo é a das mudanças climáticas e ela não é algo circunscrito aos ambientalistas ou especialistas. Ao contrário, perpassa todas as áreas e impacta fortemente os modelos de tomada de decisão política. Ignorá-la e pagar pra ver não é sensato. Mais do que isso, é uma fuga para o passado de consequências desastrosas para o futuro.

Marina Silva é professora de ensino médio, senadora pelo PT do Acre, ex-ministra do Meio Ambiente e colunista da Terra Magazine.