quarta-feira, 31 de agosto de 2005

AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL


Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao chegar ao Senado para a audiência pública sobre o Plano da Amazônia Sustentável, com a participação do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. A audiência foi cancelada por falta de quórum.

MORRE LAÉLIA ALCÂNTARA


A ex-senadora Laélia Contreiras Agra de Alcântara morreu ontem, no Rio, de falência múltipla dos órgãos. Ela entrou para a história como a primeira senadora negra no país.

Primeiramente, exerceu o mandato no período de março a julho de 81, quando foi convocada em virtude da licença do titular, o senador Adalberto Sena. Assumiu em definitivo em março de 1982 em decorrência da morte do titular.

Antes dela, Eunice Michilles, do Amazonas, foi a primeira mulher a assumir uma cadeira no Senado, em 1979.

A última contribuição de Laélia Alcântara na política partidária no Acre aconteceu em 1982, quando ajudou na eleição de Nabor Júnior para o cargo de governador.

Anos depois, chegou a ocupar a Secretaria de Saúde, na gestão do governador Flaviano Melo. Afastou-se do cargo após sofrer um acidente no local de trabalho.


Médica muito querida e considerada no Acre como a "mãe dos pobres", por sua presteza e dedicação aos mais carentes, Laélia Alcântara integrou o Parlamento Latino Americano e apresentou diversas proposições para melhorar o antigo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social.

O corpo da ex-senadora foi enterrado hoje, às 11 horas, no Rio de Janeiro. Laélia Alcântara foi lembrada na sessão do Senado pelo senador Siba Machado, que propôs um voto de pesar em sua homenagem.

O Governo do Acre divulgou nota se solidarizando com familiares, amigos e os milhares de admiradores de Laélia Alcântara. "O Acre e o Brasil perdem uma grande mulher", conclui a nota.

TIÃO VIANA


A movimentação do senador Tião Viana (PT) para se tornar candidato a sucessor do irmão dele, o governador Jorge Viana (PT), tem despertado a atenção de opositores e correligionários no Acre.

O senador depende da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição n.º 106, que se arrasta desde setembro de 1999, visando suprimir o parágrafo 7º, do artigo 14 da Constituição Federal, isto é, o dispositivo que torna inelegível, no território de jurisdição do titular, cônjuge e os parentes consangíneos ou afins, do Presidente da República, de Governador e de Prefeito.

Em junho, uma comissão especial aprovou o parecer do relator, deputado André de Paula (PFL-PE). Ontem, porém, a matéria deixou de ser apreciada em plenário em face da não-conclusão da apreciação da MPV 251/05, item 01 da pauta, com prazo encerrado.

Para consultar a tramitação da emenda, clique em Câmara dos Deputados. Caso queira ler a íntegra da emenda, no formato PDF, clique aqui.

WALTER FALCETA JR.

Altino,

obrigado pelo comentário e pela referência no teu excelente diário eletrônico.

Guardo na memória, com imenso carinho, minha mágica aventura acreana (nada é por acaso). Lembro-me do teu Jipe, da visita ao teu sogro (muitas histórias), da ida ao Santo Daime e de nossas conversas de alto nível.

Qualquer dia, amigo, a gente se encontra para botar a conversa em dia.

Grande abraço,

Walter Falceta Jr.

RAIMUNDO ANGELIM EM AÇÃO


Homens e máquinas da Prefeitura de Rio Branco passaram hoje pela frente de minha casa, na Vila Irineu Serra, onde os moradores reivindicavam há mais de quatro anos providências para que fossem tapados os buracos da estrada de acesso.

Assim, bairros que costumavam ficar fora de foco, começam a ser beneficiados pela administração do prefeito Raimundo Angelim (PT). Um mês
antes das últimas eleições, o então prefeito Isnard Leite (lembram dele?) agravou a situação da estrada ao aumentar a quantidade de buracos para tapá-los com barro que não resistiu às primeiras chuvas.

Angelim rebatizou de Irineu Serra a estrada Custódio Freire, transformou o bairro na primeira Área de Proteção Ambiental do Acre, além de ter prometido iluminação pública e tapar as centenas de buracos.


Que venha agora a iluminação pública e que os moradores não sejam obrigados a esperar mais de quatro anos pela manutenção da estrada.

terça-feira, 30 de agosto de 2005

RAVE NO TORTO

Passei no Observatório da Imprensa para leitura do artigo "O filósofo, a crise e o kibe", de autoria de um velho amigo, o jornalista Walter Falceta Jr., com quem tive o prazer de conviver e aprender quando trabalhamos juntos no Estadão. Aliás, no final dos anos 80, ele deixou vários amigos perplexos ao vir passar férias no Acre para conhecer a terra de Chico Mendes.

Bem, o Walter conta no artigo os bastidores do caso "rave no Torto" e retrata a teia de relações no submundo da notícia. A leitura é imperdível. Não me contive e larguei lá o seguinte comentário:

"Walter Falceta Jr. conseguiu descompor de modo brilhante os "ciarlatanos". Chega a causar nojo compartilhar o título de jornalista com profissionais desse naipe. A autocrítica é necessária pela utopia de varrer do mapa tantos caras-de-pau.

Eu não conhecia o site ucho.info, mas fiquei atormentado com aquele "Eles estão com você" da confraria: Antonio Carlos Ferreira, Antonio Carlos Rayol, Claudio Tognolli, Ipojuca Pontes, José Nêumanne Pinto, Marcelo Kahns, Maria Lucia Victor Barbosa, Roberto Romano da Silva, Sandro Villar e Ucho Haddad.

Acho que todos estão com Ucho. É o fim da picada! Parabéns ao Walter Falceta Jr. por saber manusear creolina, água sanitária e soda cáustica".


Para ler, clique aqui. Outro artigo que vale a pena é "O parajornalismo e o escândalo", do Luciano Martins Costa.

TORDON NÃO FAZ BEM

Tornou-se negativo para a imagem do Governo da Floresta e de seus fazendeiros aquele balão de propaganda de Tordon na Feira Agropecuária do Acre. Veja o tal balão clicando aqui.

A atitude foi comentada pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto no artigo "O fogo, 30 anos depois", publicado no Jornal Pessoal e no site Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.


Lúcio Flávio Pinto afirma:

"Passados mais de 30 anos, fazendas continuam a ser formadas no lugar de florestas primitivas. Esse processo só acabará quando não houver mais florestas na Amazônia? É a pergunta que fica no ar, e seu gosto é violentamente amargo.

Tão amargo quanto a notícia que surgiu, também na semana passada, sobre a exibição, na Feira Agropecuária do Acre, de um balão de propaganda do Tordon. Esse foi o herbicida intensamente usado na guerra do Vietnã para eliminar as folhas das árvores, dessa forma expondo os vietnamitas do Norte e vietcongs aos ataques das tropas americanas. O terrível desfolhante químico ficou mais conhecido como "agente laranja", por ser armazenado em tambores dessa cor.

Mas ele não causava seus efeitos nocivos apenas às árvores: quem entrou em contato com ele passou a ter seqüelas incuráveis em todo o organismo, inclusive os que o aplicavam, militares e civis americanos. Descobriu-se que esse Tordon continha agentes cancerígenos e teratogênicos. A versão na fórmula 2D10 foi proibida pelo Ibama, por sua alta toxicidade, podendo provocar câncer e mutações em seres humanos

Mesmo assim, o Tordon, embora com outras fórmulas, é muito usado no Brasil, seja para a eliminação, por via química, de ervas daninhas em diversas culturas agrícolas, seja nos desmatamentos na Amazônia. Como na guerra do Vietnam, aviões espalham o veneno pela floresta. Rapidamente, as árvores desnudas estão prontas para a imolação pela tecnologia mais primitiva do ser humano, que remonta à era das cavernas: o fogo. É como se a Amazônia estivesse sob uma guerra não-declarada".

POLUIÇÃO NA FLORESTA




O fogo destrói a natureza e também
os pulmões de quem vive na Amazônia


Leonardo Coutinho

Na semana passada, o ar da capital do Acre, em plena Amazônia, estava mais poluído que o da cidade de São Paulo. O fenômeno, que se repete nos meses de agosto e setembro, é uma espécie de maldição geográfica combinada à irresponsabilidade ambiental. Localizado em uma confluência de correntes de vento que passam sobre o Pará, Mato Grosso e Rondônia, o Acre recebe boa parte da fumaça gerada pelas queimadas nos três estados, os líderes do ranking dos incêndios florestais. Para piorar, tem um relevo que amplia o problema. A barreira das correntes de vento representada pela Cordilheira dos Andes faz as nuvens de fumaça parar sobre o Acre. Com a tendência de aumento das queimadas na região, sabe-se que a situação se tornará cada vez mais grave. Neste ano, a questão ganhou dimensão ainda mais dramática porque o estado vive uma das piores secas de sua história. Os níveis de umidade do ar – num lugar cercado de floresta úmida – chegam a rivalizar com os de Brasília, uma das cidades com o ar mais seco do país.

O ar seco e a falta de chuvas deixam a vegetação mais vulnerável ao fogo. O resultado é que os primeiros focos de queimada na região começam a aparecer pelo menos um mês antes do esperado. "O próprio Acre está produzindo muito da fumaça que o sufoca", explica o agrônomo Evandro Orfanó Figueiredo, da Embrapa. Segundo o cientista, cada hectare de mata consumido pelo fogo lança na atmosfera cerca de 115 toneladas de carbono. Isso é o mesmo que dizer que o peso das árvores é dissolvido e diluído no ar. Só em agosto, o número de focos de incêndio no estado foi cinco vezes maior que o registrado ao longo de todo o ano de 2004. O físico Saulo Freitas, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Inpe, explica que a fumaça é apenas a parte visível do problema. No Hospital de Base de Rio Branco, mais de 30% dos atendimentos médicos registrados em agosto foram de crianças e idosos com problemas respiratórios provocados pelo ar contaminado. O aeroporto da cidade só opera por instrumentos e já chegou a ficar fechado por dois dias. Freitas ressalta que o ar sobre o Acre só começa a melhorar depois que massas de ar frio chegam ao estado, empurrando a poluição em direção ao Sul do país. Nessa fase do processo, também há interferência da Cordilheira dos Andes.

Assim como em Santiago, na Cidade do México e em Bogotá, localizadas em vales com pouco vento, a cadeia de montanhas ajuda a criar um tampão de poluição. No caso amazônico, esse efeito tem dimensões continentais. As análises atmosféricas na América do Sul demonstram que gases poluentes das queimadas da Amazônia chegam ao Rio Grande do Sul. "A estação de pesquisa do Inpe na Antártica já detectou que os efeitos das queimadas podem ser sentidos até naquela região", diz Freitas.

Fonte: Revista Veja

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

PRESSIONEM A BRASIL TELECOM

Por viajarem sem parar, os senadores e os deputados federais do Acre constantemente aparecem na mídia local bastante sensibilidados com a regularidade, segurança e conforto dos vôos das companhias aéreas que operam no Estado.

Mas não se vê neles o mesmo empenho em relação ao precário serviço de telecomunicação que a população é obrigada a suportar enquanto eles permanecem longe daqui.

Uma falha em um equipamento de rede de acesso da Brasil Telecom impediu o acesso de assinantes para se conectar à Internet entre a noite de domingo e hoje.


Essa tem sido uma falha frequente, que deixa o Acre ainda mais isolado, sem comunicação. A operadora Brasil Telecom possui um cabo subterrâneo, de fibra ótica, que interliga o Acre à Rondônia e, de lá, aos demais estados.

Quando acontece de algum fazendeiro ou colono, com uso de trator ou enxada, apartar o cabo ao longo da BR-364, ficamos sem Internet e impossibilitados de fazer ligações interurbanas.


Isso ocorre porque a Brasil Telecom se recusa a gastar no contigenciamento de um satélite que apenas sua concorrente Embratel possui.

Dessa última vez, foram afetados internautas de toda a área de cobertura da Brasil Telecom nos Estados do Rio Grando do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Rondônia e Acre, além do Distrito Federal.


A falha ocorreu entre as 20h50 de domingo até as 3h desta segunda. Segundo o UOL, no momento em que houve o problema, havia cerca de 5 mil assinantes do provedor na rede da Brasil Telecom, que perderam a conexão.

As falhas se sucedem e a Brasil Telecom não faz qualquer comunicado aos seus clientes. Como se não bastasse, desde sexta-feira a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) suspendeu, por tempo indeterminado, o atendimento do seu call center.

A decisão foi tomada em virtude dos cortes realizados pelo governo no orçamento da agência. O atendimento, que era feito pelo call center, passou a ser feito pela internet, por fax, carta ou pessoalmente nas "Salas do Cidadão" localizadas nos escritórios estaduais da Anatel.

Espero que os senadores e deputados que lêem esse blog exijam uma providência em nome dos eleitores e dos clientes da Brasil Telecom no Acre.

ONDE ANDA LUIZ FRANCISCO?



Texto: Vasconcelo Quadros
Foto: Gustavo Miranda/Ag. O Globo

Está faltando alguém na Brasília das múltiplas CPIs. Quem acompanha os cíclicos processos de investigação que o Congresso, o Ministério Público e a Polícia Federal abrem para pegar políticos denunciados por corrupção tem notado a ausência no noticiário de um personagem que, em outros tempos, sempre esteve presente na apuração ou simples denúncia dos mais estridentes casos – principalmente daqueles que envolviam adversários dos petistas agora colocados sob fogo.

Na quinta-feira, por exemplo, enquanto a CPI dos Bingos discutia a conveniência da permanência do promotor paulista Aroldo da Costa Filho na audiência em que era ouvido o arrependido Rogério Buratti, ex-assessor de Antonio Palocci, o senador Antônio Carlos Magalhães lembrou-se dele, o personagem desaparecido. "Pior são os procuradores federais. Ninguém aqui reclamava dos atos do celerado Luiz Francisco", gritou ACM, para provocar a banda governista que criticava o promotor pela pressa em dar ampla divulgação às denúncias de Buratti contra Palocci. Os governistas queriam a saída do promotor da sala para não constranger o depoente. Pois é. Luiz Francisco de Souza, o procurador federal polêmico e controvertido, que encarnou como poucos o papel de inquisidor de políticos suspeitos e desonestos, anda sumido mesmo.

Desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois de ter recusado a promoção por mérito em outras ocasiões, ele deixou a linha de frente do combate e hoje está recolhido à retaguarda. É Procurador Regional da República, função em que, sem o poder de abrir investigações, se ocupa de recursos sobre conflitos jurídicos levantadas pela primeira instância do Ministério Público na Justiça Federal. É uma trincheira burocrática, onde o máximo que pode fazer é propor e participar das forças-tarefas de procuradores que, assim mesmo, devem ser aprovadas pelo colegiado e raramente chegam a lugar algum.

Proposta: júri popular para a corrupção

Aos 43 anos de idade, solteiro, há 12 anos no Ministério Público, esse ex-seminarista brasiliense simpático à esquerda radical e odiado pelo conservadorismo trocou de posição no momento em que o país, pelo que se tem visto nos últimos tempos, mais necessitava de investigadores combativos. O último caso de corrupção em que atuou foi a tentativa de denúncia, por evasão de divisas, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O governo que ajudara a construir o enfrentou e, através de uma estranha Medida Provisória, deu a Meirelles o status de ministro, ampliando assim um processo de engessamento do Ministério Público iniciado no apagar das luzes do governo Fernando Henrique Cardoso.

Depois de Meireles e da teimosia de Lula em manter como ministro da Previdência o senador Romero Jucá (PMDB-RR), dono de um colossal prontuário de suspeitas de corrupção, começou o vendaval de denúncias que desmoralizou o PT e o governo. Luiz Francisco que, embora prefira não confirmar, votou em Lula, como até as pedras sabem, passou a experimentar o amargo gosto da decepção com o rumo do governo e de um partido que antigamente era tido como sinônimo de moralidade na administração pública.

"Eu, frustrado? Estou é totalmente frustrado!", desabafa o procurador à reportagem de NoMínimo, em sua sala de trabalho, no sétimo andar da Procuradoria Regional da República, em Brasília. É de lá que acompanha o desenrolar da crise política e torce para que ela seja ampliada pelas investigações, mesmo que isso termine no impeachment de Lula caso se comprove o envolvimento do presidente com os casos de corrupção que estão sendo investigados por três CPIs. Por enquanto, Luiz Francisco não vê base jurídica para a apresentação do pedido de impedimento e concorda com a oposição, que também não enxerga nas ruas respaldo para a medida.

Militante do movimento estudantil, do sindicalismo e do PT antes de entrar para o Ministério Público, o procurador é favor de que a cúpula atual do partido - representada pelo ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e pelo ex-deputado José Genoíno - seja "defenestrada", rigorosamente investigada e entregue à Justiça. E aproveita a onda do escândalo e a possibilidade de um acordo político que possa livrar os culpados de cassação ou do banco dos réus para retirar do baú uma velha e curiosa proposta: "É preciso criar júri popular para os casos de corrupção." E lembra um precedente histórico que autorizaria a idéia: em seu segundo mandado, obtido pelo voto, Getúlio Vargas criou o júri para crimes contra a economia popular. No júri popular, a pena do sentenciado não pode ser mudada por outras instâncias do judiciário.

Luiz Francisco acha que mais do nunca o país precisa de uma operação mãos limpas, mas diz que, antes, é necessário melhorar a estrutura do Ministério Público e do Judiciário e acabar com o foro privilegiado e as prerrogativas dadas aos políticos no passado e ampliadas no governo Lula. "Hoje, está mais difícil de investigar", afirma. O governo do PT, segundo ele, potencializou o golpe desferido por Fernando Henrique contra o MP. No final de dezembro de 2002, o ex-presidente criou o foro privilegiado para autoridades acusadas de praticar atos de improbidade administrativa. Isso significa que só o Supremo Tribunal Federal pode cuidar deste tipo de caso.

"Quando Lula assumiu, em vez de revogar, ampliou a medida", lamenta. Luiz Francisco lembra que o governo ainda se aproveitou da discussão no Supremo sobre a cassação do poder do Ministério Público para abrir investigações e diminuiu o raio de ação dos procuradores. A alternativa negociada pelo então Procurador Geral, Cláudio Fontelles, para manter a prerrogativa foi aceitar a eliminação de abertura de procedimentos ex oficio. Assim, procuradores como Luiz Francisco - a quem as denúncias de corrupção chegavam em profusão em decorrência do apetite demonstrado no combate à corrupção - ficaram impedidos de atuar por conta própria.

As investigações passaram a ser submetidas à rotina burocrática de um processo de distribuição, em que ninguém sabe que caso vai receber. "No governo do PT, a cúpula da minha instituição fez esse regulamento, que tira poder, burocratiza e quebra o impulso de uma investigação. O Ministério Público, tem procuradores combativos e não combativos. Alguns acham até que o MP não deve investigar", diz.

Sonho: destruição do sistema capitalista

Luiz Francisco considera "ridícula" a decisão e se sente limitado na função. "Eu queria ser procurador regional e poder investigar. Sempre tive uma boa rede de informações", lembra o procurador, que já foi questionado por plantar notas em jornais para motivar a abertura de inquérito - um procedimento que gerou crítica até de colegas da instituição. Com esforço, o máximo que consegue hoje é participar de forças-tarefa que, apesar da impressão causada pelo nome, são mais lentas na apuração de denúncias. Luiz Francisco está em três - a que investiga crimes contra o meio ambiente, corrupção em prefeituras e lavagem de dinheiro.

Favorável ao máximo de transparência como forma de tornar público e ganhar o apoio da população no combate à corrupção, aplaude a atitude do promotor paulista que, antes mesmo da conclusão do depoimento de Buratti, em Ribeirão Preto, fez um balanço para os jornalistas sobre os trechos mais importantes das declarações. Ao envolver o nome do então prefeito Antônio Palocci com o esquema de arrecadação de propina, a denúncia balançou o mercado financeiro.

"A investigação lá em São Paulo é pública. Os promotores poderiam, sim, passar cópias do depoimento aos jornalistas. Num Estado transparente, as portas do MP devem ser de vidro. A caixa-preta é que é tirania", brada. Apesar da postura crítica, ele reconhece que o comando do Ministério Público, no governo Lula, foi entregue a um grupo combativo, representado, primeiro, por Fontelles e, agora, por Antônio Fernando de Souza, bem diferentes do procurador Geraldo Brindeiro, conhecido pela rapidez com que mandava para o arquivo denúncias contra o governo FHC. "Acabou a fase do engavetador na cúpula", festeja.

A legislação que rege a vida dos procuradores proíbe a militância política ou partidária, mas não impede que eles se expressem sua ideologia, usando o canal do direito filosófico. Adepto da Teologia da Libertação, das teses da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) sobre a democracia participativa e do socialismo democrático defendido por intelectuais como Pontes de Miranda e Fábio Konder Comparato, entre outros, Luiz Francisco tem posições radicais. Sempre esteve no grupo que pertence à esquerda do Ministério Público - "na extrema esquerda", acentua - e não faz nenhum segredo sobre as personalidades que mais admira no cenário político. "Gosto do MST e sou amigo do Stédile", conta, referindo-se a João Pedro Stédile, principal dirigente dos sem-terra e mentor das teses radicais do movimento. O procurador é também simpatizante do presidente da Venezuela, o populista Hugo Chavez, que tem como esporte predileto fustigar os Estados Unidos.

Luiz Francisco destaca que Chavez tem a qualidade do governante que realiza as reformas sociais de combate à miséria - qualidade que diz faltar a Lula. Nessa área, amarga outra frustração sobre os rumos tomados pelo atual governo. "Eu queria que o governo Lula se movesse para a destruição do sistema capitalista e implantasse no Brasil o socialismo democrático", afirma. Ele acha que tão ruim quanto ter abandonado a bandeira da ética na política foi o PT coonestar a política econômica do governo anterior. Segundo ele, Palocci é o responsável pelo pagamento de juros da dívida que retiram R$ 140 bilhões por ano dos cofres públicos para favorecer um "grupelho" de sete mil famílias que sonegam R$ 300 bilhões anuais. É o que ele chama de “corrupção estrutural”.

A expectativa de Luiz Francisco era de que o governo Lula rompesse com o FMI, liquidasse a política econômica e o latifúndio, auditasse as privatizações, as dívidas externa e interna e fizesse uma monstruosa reforma agrária. Em vez de cumprir o que ele considera “os compromissos históricos” do PT, o que o procurador diz ter visto nos dois primeiros anos do governo foram "acordos espúrios" para impedir investigações e o livre curso à política econômica de exclusão social: "Eu odeio de morte esses acordos canalhas."

A frustração, afirma, não desencanta; acaba dando mais ânimo para a luta. O procurador acha que, enquanto houver miséria, mais espaço se abrirá para a “radicalidade política” que falta ao país. "O conflito político efetivo, que gera denúncias contra a corrupção, é bom para o país. É verdade que há um sentimento de frustração com o Lula e a cúpula do PT, mas a gente não morre de amores pelo tucanato e nem pelos pefelistas. Isso só atiça o sentimento crítico e a combatividade. É o que dá sentido à vida", filosofa.

Despachando a poucos metros do circuito do poder, o procurador Luiz Francisco diz que sente o cheiro da enorme pizza que está sendo aquecida nos fornos do Planalto e do Congresso: "Eles vão fazer um acordão para as eleições de 2006", aposta.

Fonte: NoMínimo Reportagem

domingo, 28 de agosto de 2005

FALTA FISCALIZAÇÃO


Na semana passada, a imprensa e os órgãos de fiscalização ambiental alardearam que teria sido acidental o incêndio em vários pontos da fazenda São Francisco, que se estende em trechos da estrada Irineu Serra e da BR-364.

Fiz a foto acima (clique aqui para visulizar melhor) na sexta-feira, por sugestão do jornalista Antonio Alves, quando fui buscá-lo em sua propriedade nas imediações do aeroporto de Rio Branco.

Estou publicando-a novamente em decorrência das observações que foram feitas pelo chargista Gean Cabral. Ele, que é estrábico e esperto para enxergar detalhes, aplicou setinhas na foto para tornar mais claro seu ponto de vista:

- É sempre assim, Altino: os fazendeiros fazem a limpeza para proteger a cerca, por dentro e por fora da propriedade, e tocam fogo no pasto a pretexto do capim brotar viçoso após as primeiras chuvas. Quando flagrados, dizem que o incêndio foi acidental e fica tudo por isso mesmo. No caso da fazenda São Francisco, a foto que você tirou deixa evidente que o pé da cerca está todo limpo e foi tocado fogo por dentro e por fora da propriedade. Esse trabalho de fazer aceiro exige muitos dias de mão-de-obra. É impossível que tenha sido realizado durante o sinistro para livrar a cerca do fogo. O estranho é que a imprensa e os órgãos de fiscalização e controle ambiental, com auxílio do Corpo de Bombeiros, tenham se convencido com a versão de que o incêndio foi acidental ou criminoso, livrando o proprietário da responsabilidade.

Gean, está dado o recado. Mas é como clamar no deserto. Há mais de um mês, por exemplo, os caminhões trafegam impunemente pela estrada Irineu Serra, transportando madeira de Porto Acre para o Distrito Industrial.

Como faço todos os anos, registrei denúncia junto ao Instituto de Meio Ambiente do Acre, mas nenhuma providência foi tomada até hoje.

Mais de dez caminhões já passaram carregados de madeira até o meio-dia deste domingo, mas o tráfego será mais intenso ao anoitecer. É sempre assim. Como os fiscais são funcionários públicos, os madeireiros preferem transportar a madeira ilegal enquanto aqueles folgam.


Não tem jeito! E ainda vai aparecer algum puxa-saco alegando que estamos nos comportando como inimigos ou criando problemas para a florestania.

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

O IPÊ DO TOM-IN


Trimmmmmmm! Trimmmmmm! Trimmm!
- Alô!
- O Toinho está impossibilitado de telefonar e quer falar contigo.
- Onde ele está? No escritório ou na Terra?
- Na Terra.
- Ok. Vou ligar agora.

Em seguida telefonei pro jornalista Tom-in Alves:
- Diga!
- Rapaz, estou aqui na Terra, sem grana, o telefone só recebe ligação, mas o ipê está floridão. Dou meio "mói" de tabaco se você vir me buscar e tirar fotos do ipê.
-Ok. Negócio fechado. Daqui a pouco, estarei na Terra.

Ao chegar, Toinho estava acocorado, com as costas apoiada na parede da casa de madeira. Levantou-se e fiz a foto acima enquanto recolhia dois paus que supostamente poderiam competir com a imagem de seu majestoso ipê.

Fomos almoçar arroz, feijão e mandi frito. Depois, deixei Tom-in no escritório dele, cuja energia elétrica estava cortada, e recebi o "mói" de tabaco.

Esse tabaco participou de uma feira de produtos regionais em Brasília e São Paulo. Ao voltar para o Acre, alguém se livrou doando-o ao Tom-in.

Ele estava com medo de fumar porque o tabaco estave no Congresso quando o deputado Roberto Jefferson prestou o primeiro depoimento.


Tom-in, o fumo é bom. A fumaça dele é mais saudável que a das queimadas das florestas. Venha buscar a outra metade do "mói".

Quem quiser saber a respeito do ipê do Tom-in Alves deve acessar o blog O Espírito da Coisa.

FLOR DO IPÊ

MAIS IPÊ

FADO TROPICAL


Fazenda S. Francisco, na BR-364, no trecho que dá acesso ao aeroporto de Rio Branco. Clique sobre a foto.

FADO TROPICAL
(Chico Buarque/Ruy Guerra - 1972-1973)

Oh, musa do meu fado

Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo...(além da
sífilis, é claro)*
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do Alentejo
De quem numa bravata
Arrebato um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas o meu peito se desabotoa

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa..."

Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre Trás-os-Montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial

* trecho original, vetado pela censura

O ECO

Queda anunciada

Carolina Elia e Manoel Francisco Brito*

26.08.2005

Entre agosto de 2004 e julho de 2005 abateu-se em torno de 16.000km2 de floresta na Amazônia. O número, baseado nas informações fornecidas pelos satélites do Deter – programa de combate ao desmatamento do governo federal operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – não é oficial. Mas foi compilado por gente que entende profundamente de análise de imagens de satélite para identificar desmatamentos, um grupo de pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) chefiado por Carlos Souza Jr.

Apesar de se recusarem a divulgar um índice do governo por acreditarem que os dados fornecidos pelo Deter não são suficientemente exatos, os técnicos do governo e do INPE não estão desprezando de forma alguma os resultados. Tanto assim que nesta sexta-feira, 26 de agosto, as ministras Dilma Roussef, da Casa Civil, e Marina Silva, do Meio Ambiente, deram entrevista coletiva para anunciar que, percentualmente, dá para dizer com toda a certeza que o desmatamento dos últimos doze meses caiu, em relação ao que foi registrado entre agosto de 2003 e julho de 2004.

Na ponta do lápis, os cálculos do Imazon escorados nos dados do Deter mostram que a derrubada de árvores na região ficou entre 15.247 km2 e 16.570 km2. A média fica na casa dos 15.909 km2. O índice é 36% menor que o do biênio 2003-2004, que chegou à casa dos 26 mil km2 e ficou em segundo lugar no ranking dos piores desmatamentos da história na região. A significativa redução já era prevista desde o final de junho, um dos meses de pico de desmate, quando as lentes do sistema MODIS, que fornece imagens para o Deter, registraram uma queda de 93% no corte em relação ao mesmo período de 2004, como foi noticiado em primeira mão pelo O Eco. O resultado vale muitas palmas. Mas o combate ao desmatamento na Amazônia ainda está longe de merecer uma estrondosa ovação.

O tombo na derrubada da floresta deveu-se principalmente aos baixíssimos índices registrados em junho, mês em que o país viu entrar em cena na região a Operação Curupira, que desbaratou esquemas de corte e venda ilegal de madeira no Mato Grosso, que continua como o campeão nacional de desmatamento. Ela foi o ato mais visível da presença do governo federal numa região onde sua timidez fiscalizadora começou a se reverter em fevereiro passado no Pará, na esteira do assassinato da freira americana Dorothy Stang, o terceiro lugar onde mais se derruba árvore no Brasil. Brasília, na ocasião, agiu rápido, decretando uma zona de exclusão administrativa de 8, 3 milhões de hectares na área da BR-163, criando unidades de conservação no estado e colocando tropas do Exército para marchar pela região.

Tudo isso, mais a queda nos preços da saca de soja e da arroba de carne, serviram para assustar e diminuir a sede dos desmatadores. O preço da saca de soja de 60 quilos caiu de uma média de 13 dólares em 2004 para 11 dólares este ano. A carne bovina também desvalorizou, mas os pecuaristas já descobriram uma forma de continuar a lucrar mesmo com preço baixo. Pressionados, os governos do Mato Grosso e Pará, onde estão os maiores rebanhos do país, reduziram expressivamente a alíquota do ICMS sobre o gado. No Mato Grosso, a redução do imposto foi de 75%, o que estimulará o desmate.

Também há indícios de que em julho o governo relaxou na fiscalização e as motosserras e os tratores recuperaram seu tradicional vigor de devastação. O desmatamento detectado em junho pelo Deter, que tinha ficado em magros 697 km2, pulou para 4.000 km2 em julho, número razoavelmente próximo ao registrado no mesmo período em 2004: 5.428 km2. Só em Mato Grosso, estado responsável por 60% do desmatamento ocorrido na Amazônia nos últimos 12 meses, o índice de corte quadruplicou no mês passado. Na coletiva, as ministras Marina Silva e Dilma Roussef deixaram o mês de julho de fora. Ao serem questionadas sobre o aumento no corte pela repórter Carolina Mourão, João Paulo Capobianco, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, saiu pela tangente. Disse que desconhecia o salto, mas que se isso aconteceu foi devido "a pequenos adiamentos de algumas medidas de fiscalização". Para Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace, existe ainda um descompasso entre as ações dos diferentes ministérios e órgãos de governo." Enquanto alguns implementaram várias medidas previstas, outros ainda não fizeram nada e não parecem verdadeiramente interessados no combate ao desmatamento", diz.

Diferentemente do que sempre ocorreu, desta vez não foi preciso esperar até abril do ano seguinte para conhecer os dados sobre o desmatamento na Amazônia durante o biênio anterior. Em 2005, os Ministérios do Meio Ambiente e da Casa Civil puderam acompanhar pelo Deter, passo a passo, a trajetória do corte raso anual na Amazônia. O número que saiu das análises de suas imagens está sendo chamado, tanto pelo Imazon quanto pelos técnicos do governo, de estimativa. E há uma boa razão para isso. As lentes dos sensores dos satélites que trabalham para o Deter enviam suas informações mais rápido. Mas elas chegam aqui menos nítidas. Detectam desmatamentos acima de 25 hectares, embora tenham sido identificados nelas cortes em áreas menores, acima de 20 hectares.

Os sensores do Landsat, que produz as imagens que o INPE utiliza para divulgar há anos a taxa oficial de desmatamento na região Norte do país, são mais lentos no envio de dados, mas bem mais precisos: detectam desmatamentos acima de 6,25 hectares. Um estudo dos pesquisadores do Imazon verificou que, historicamente, há uma defasagem entre 18% e 20%, para baixo, entre o que o Deter capta e o que o Landsat registra. O desvio foi confirmado ainda por outro trabalho do Imazon, este de refinamento das imagens fornecidas pelo Deter, pelo qual elas passaram a revelar desmatamentos acima de 10 hectares.

Corrigido por esses percentuais, os números do Deter entre agosto de 2004 e julho de 2005 ficaram em torno dos 16 mil km2. Em dezembro, o governo planeja divulgar a taxa calculada sobre as imagens do Landsat. Quem trabalha com as duas, garante que a diferença será mínima. O número mostra que o Deter, que entrou em operação em fevereiro de 2004, serve exatamente para aquilo que foi planejado: mostrar às autoridades, com razoável precisão, onde estão as principais fronteiras do desmatamento na Amazônia com um mínimo de defasagem. Isso permite que elas ajam de maneira mais imediata para combatê-lo. Com os números do Landsat, tem-se uma taxa mais precisa, que porém só é contabilizada quando já não há muito mais o que fazer para barrar o corte de árvores.

* Colaborou, de Brasília, Carolina Mourão.

Fonte: O Eco

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

SITE OFICIAL MELHORA

O site do Governo do Acre ainda não foi reformulado desde sua criação, mas o pessoal da Secretaria de Comunicação conseguiu melhorar o conteúdo dele nos últimos dias.

Dispõe agora, por exemplo, de uma seção de spots e documentários que vale a pena ser conferida.

Pra começar, quem quiser acompanhar o governador Jorge Viana dançando o oportuníssimo reggae "Não chore mais", animado no improviso de vozes de Gilberto Gil e de cantores e músicos acreanos, deve clicar aqui.

Mas existem coisas realmente mais interessantes, como o filme da posse do governador José Guiomard dos Santos, em 1946. Ou o perfil do Território Federal do Acre, em 1949, numa produção da Medeiros Filmes.

Diz a legenda inicial:

- Este filme vem a ser um relatório cinematográfico do Território Federal do Acre cujas terras ficam muito longe do litoral brasileiro, a cerca de cinco mil quilômetros de Belém do Pará, principal mercado de abastecimento da planície amazônica.

O site tem, ainda, diariamente, os blocos um e dois do telejornal Notícias da Aldeia, três versões do Hino Acreano e uma entrevista com Guido Gelli, diretor de geociências do IBGE, tendo como tema os novos limites do Acre.

A partir de agora já é possível acompanhar na web, em tempo real, a programação da rádio Aldeia FM, que tem a melhor programação musical em Rio Branco.

SENADOR COME MOSCA

Da Agência Estado:

O doleiro Antônio Claramunt, o Toninho da Barcelona, terá que depor nas três CPIs que acontecem atualmente no Congresso. Depois do governo ter evitado a convocação do doleiro por duas semanas na CPI dos Correios, hoje, em uma bobeada dos governistas, a CPI dos Bingos foi a primeira a aprovar a convocação.

O presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), colocou o requerimento do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) em uma votação simbólica quando apenas um governista, o senador Tião Viana (PT-AC), estava na sala. O requerimento dizia apenas o nome oficial do doleiro. Depois da aprovação é que Viana lembrou de perguntar se Antonio Claramunt era mesmo o Toninho da Barcelona.

Ao saber que os Bingos tinham aprovado o requerimento, logo em seguida, a CPI do Mensalão também aprovou a convocação. Assim que soube, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) levou a notícia à CPI dos Correios. Com o mal feito, os governistas não reagiram à votação simbólica que aprovou a convocação também para os Correios.

PT X PT

O governador Jorge Viana está empenhado no afastamento do ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), da chapa do grupo "Campo Majoritário" que vai disputar as eleições internas do PT no próximo dia 18. Defensor do projeto de "refundação" do PT, o governador chegou a criticar o presidente do PT, Tarso Genro, por "tentar resolver essas divergências pela imprensa".

Viana disse que José Dirceu tem que "gastar toda a energia em sua defesa". O ex-ministro enfrenta um processo no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de envolvimento no suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base em troca de apoio político, o chamado "mensalão".

"Só vale a pena uma nova chapa desvinculada aos erros gravíssimos da gestão anterior", disse Viana antes de uma reunião, em São Paulo, com Tarso Genro, Aloizio Mercadante (SP) e mais o governador Wellington Dias (PI).

A reunião não resultou em solução para o impasse vivido pelo grupo dominante da legenda, o chamado "Campo Majoritário". O partido tem eleições marcadas para o próximo dia 18.

O Campo Majoritário apresentou chapa encabeçada por Tarso Genro, que condicionou sua permanência à saída de integrantes envolvidos de alguma forma no escândalo do "mensalão". O deputado federal José Dirceu faz parte da chapa e já avisou por diversas vezes que não pretende se retirar, o que colocou um impasse ao grupo dominante.

Os participantes da reunião descartaram a hipótese de um terceiro nome para encabeçar a chapa. O nome do atual secretário-geral Ricardo Berzoini, estava no alto das apostas para substituir Genro para ser o candidato a presidente na chapa do Campo Majoritário.

O governador Jorge Viana disse que compartilha da seguinte posição. "A gente negocia, a gente procura um entendimento. O tempo é curto. Não dando certo o entendimento, a gente tem que tomar uma posição. Eu tenho a minha posição". Ele não revelou qual seria sua alternativa para resolver o impasse.

Deve ser o afastamento de Dirceu, mas Dirceu é duro na queda.

ILHA DA FANTASIA

Do Anselmo Forneck, superintendente do Ibama no Acre, citado pelo jornal A Tribuna:

- Além dos sobrevôos e das imagens de satélite, nossa equipe tem também visitado diferentes ramais e rodovias. O que podemos ver é que diminuiu quase que por completo o número de queimadas. Em raros lugares, podemos ver fogo. A fumaceira continua, porque o Acre responde a apenas seis ou sete por cento desses incêndios"

Comentário meu: Anselmo e sua equipe estão profundamente equivocados. Não existe e nunca existiu queimadas no Acre. Não existe fogo em lugar nenhum aqui. Nem fumaça. O cheiro dessa fumacinha que aparece de quando em vez é dos porroncas que o Tom-in Alves fuma na Terra.

Outro que está enganado é o padre Paolino Baldassari, quando afirma:

- É uma tristeza! Eu falo, grito, denuncio. O Anselmo Forneck, chefe do Ibama no Acre é muito meu amigo. Eu chamo ele até à meia-noite e digo: dê um jeito porque não é possível continuar como está.

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

PT

Do monopólio da ética à ética do monopólio

Clélio Rabelo (*)

O PT foi o mais plural dos partidos políticos e isso sempre o diferenciou dos demais. Só que, as correntes alojadas em seu balaio em torno de um projeto político em tese “unificado”, a despeito de suas incompatibilidades conceituais e programáticas, são praticamente as mesmas correntes que hoje se degladiam para evitar que, juntas, acabem sucumbindo ao atoleiro em que se meteram, prestes a levá-las ao fundo do poço. Algumas alçaram vôos próprios, como as do PSTU e do Partido da Causa Operária.

Imerso na maior crise de seus 25 anos, o PT chafurda em meio às suas próprias idiossincrasias e contradições. Foi crédulo e foi ateu. Eu seu bojo, consciente ou inconscientemente, abrigou trotskistas, stalinistas ou leninistas; idolatrou Guevara e Fidel com o mesmo afã dos “rebeldes sem causa” que ainda hoje ostentam nas camisetas o sonho revolucionário e pueril do “hay que endurecer-se, pero sin perder la ternura jamás”.

Surgido num período em que a arrogância e a prepotência reinavam absolutas num país em que o oportunismo, a ambição política e a força dos militares (ainda) davam as cartas, o PT, enquanto partido, jamais pegaria em armas neste confronto desigual.

Em seus 25 anos de história, exerceu papel preponderante na reconstrução do estado democrático e de direito, mas nunca teve um projeto de governo claro e inequívoco para o país.

Seus dirigentes, envoltos em suas próprias contradições e embates internos, aparavam arestas e continham rebeldias e exaltação de ânimos enquanto a massa manobrada saía às ruas pregando palavras de ordem de fácil apelo junto às classes trabalhadoras (notadamente as urbanas e rurais organizadas em sindicatos), mas ainda indigestas à classe média (decisiva em qualquer universo eleitoral), e que só mais tarde viria assimilar os propósitos petistas.

À margem do poder, o PT foi parlamentarista e foi presidencialista; propagou a necessidade da decretação da moratória junto ao FMI, para depois adotar uma política econômica ditada ao pé da letra pelo próprio fundo. No bojo desta postura, insurgiu contra conquistas trabalhistas históricas que hoje propõe sejam substituídas por regras historicamente renegadas pelo seu braço sindical.

O PT combateu “o imperialismo ianque” e defendeu as classes menos acanhoadas da população, as minorias raciais, sexuais e os excluídos, a inclusão social.

O PT saiu às ruas implorando por eleições diretas e arregimentou milhões de jovens em torno de seu ideário ainda em formação, tanto quanto, por analogia, se formou a maioria deste contingente de eleitores que se tornariam, junto com a classe média, preponderantes na eleição do presidente Lula, anos mais tarde.

Capitaneado por Lula, José Dirceu, José Genoíno e tantos outros, primou, até certo momento, por um democratismo exacerbado “com respeito” às decisões pseudo-majoritárias de suas próprias instâncias deliberativas, mas expulsou Maria Luíza, Beth Mendes e Airton Soares, ainda em seus primórdios.

A tentativa de execração pública e a expulsão de seus quadros de Heloísa Helena, Babá e Luciana Genro, posteriormente, foi resultado do próprio processo antropofágico petista mais recente.

O PT se constituiu em torno de uma única e real liderança – Luís Inácio Lula da Silva, seu criador - e quis um projeto de governo só seu (um erro capital). Mas ele não foi a única (perdoem a redundância) unicidade no partido.

Arrogantemente, eram privativos do PT o monopólio da ética, da moral e da honestidade. Eram.

Deixaram de sê-lo a partir do momento em que, por ter uma única liderança capaz de enfrentar a direita nas urnas, com chances reais de sucesso (mas trazendo no currículo três seguidas derrotas eleitorais - uma quara seria catastrófica para suas pretensões), a cúpula do PT chegou à conclusão de que, “se não pode derrotar o inimigo que então nos juntamos a ele”.

Desde então, os fins passaram a justificar os meios, ainda que à revelia da maioria esmagadora de seus militantes, com ou sem mandatos.

A busca desenfreada por alianças quase sempre espúrias e por conseqüência a absorção, digamos, por osmose, de práticas políticas antes ferrenhamente condenadas pelo partido, deu no que deu. – O PT não estava preparado para entrar no jogo.

Assim como no pôquer, jogo do poder é duro e impõe a seus jogadores coragem para enfrentar grandes lances ou espetaculares blefes que, se vencidos, resultam na desgraça ou na glória do apostador.

O PT tinha em mãos apenas um trinca, frente a adversários que pagaram para ver, oferecendo a contrapartida de cinco azes de ouros (ainda que uma das cartas estivesse escondida na manga do paletó de seu oponente).

Para o PT, o jogo está prestes do fim, a menos que ele tenha cacife para mais uma rodada de apostas, sem recorrer ao “valerioduto”. A questão é saber se tem.

Façam suas apostas, senhores!

(*) Clélio Rabelo é jornalista

CURTA-METRAGEM


O documentário "O tecido e a borracha" visa divulgar, no mercado interno e externo, os produtos obtidos a partir das lâminas do couro vegetal.

O documentário é uma realização da organização Amazonlink, fundada há quatro anos em Rio Branco, com o objetivo de superar as fronteiras políticas, culturais, ideológicas e lingüísticas em defesa da conservação da Amazônia e da melhoria das condições de vida de seus habitantes.

Traz informações sobre os ideais do mercado justo, principalmente para as comunidades diretamente beneficiadas pela produção do couro vegetal, além de conscientizar os consumidores sobre questões relacionadas à Amazônia, como o meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

terça-feira, 23 de agosto de 2005

TAPE O NARIZ

Tecnologia poderá detectar câncer pelo hálito

A companhia Menssana Research Inc., de Nova Jersey (EUA) desenvolveu uma tecnologia capaz de diagnosticar doenças, rejeição de órgãos transplantados, e até mesmo câncer, por meio da análise do hálito do paciente. A informação foi divulgada hoje no portal Magnet.

Com o novo método, seria possível identificar câncer de pulmão, câncer de mama, doenças dos rins e diabetes através de uma baforada do paciente.

A empresa, que ainda está trabalhando no aperfeiçoamento do novo teste, espera que o uso da sua tecnologia se torne tão comum quanto exames de sangue e urina.

Contudo, um dos responsáveis pelas experiências com o diagnóstico por meio do hálito, doutor Michael Phillips, alerta que a tecnologia não deverá substituir totalmente outros métodos de análises clínicas, como biópsias e tomografias.

O pesquisador americano espera agora pela licença para sua empresa, de apenas quatro pessoas, produzir e vender sua tecnologia a médicos e hospitais.

EM TERRAS DA UNIÃO

PF encontra plantações de maconha no AM

Da Kátia Brasil, da Agência Folha, em Manaus

A Operação Paraconi 2 de combate à produção de maconha da Polícia Federal descobriu dez plantações da droga em terras da União localizadas entre os municípios de Autazes e Maués, no leste do Amazonas. Segundo o delegado Sérgio Fontes, para plantar a droga os traficantes desmataram ilegalmente 22.700 m2 --equivalente a três campos de futebol.

No local, entre sábado e ontem, uma equipe de 30 agentes federais destruiu, ateando fogo, 35 mil pés de maconha (com média de 1,70 m de altura) e 38 mil mudas (de 5 centímetros).

Cinco mandados de prisão foram expedidos pela Justiça, mas nenhum traficante foi preso. Uma espingarda foi encontrada pelos sete acampamentos de plantadores destruídos. Para chegar aos plantios (a 267 km de Manaus) e erradicá-los, a PF utilizou um hidroavião e dois helicópteros.

Em 2001, a Operação Paraconi 1 destruiu 641 mil pés de maconha na mesma região e prendeu dois traficantes. "O fato de não prender ninguém na Paraconi 2 já era esperado porque operação via área tem esse risco, mas encontramos documentos para subsidiar inquéritos abertos", disse o delegado.

Sérgio Fontes afirmou que os desmatamentos provocados pelas plantações de maconha são preocupantes. As clareiras abertas no meio da selva estão a pelo menos 80 km dos rios Paraconi e Abacaxis em região de difícil acesso para dificultar a ação da polícia.

As plantações estão distantes também uma das outras. Garimpeiros que exploram ouro na região e pescadores são aliciados para trabalhar nos cultivos. "Os traficantes abrem as clareiras, fazem o plantio e colhem, depois vão plantar em outro lugar, desvastando novas áreas em terras da União", disse o delegado, destacando que a maconha cultivada é de baixa qualidade, mas é responsável por 80% do abastecimento nas capitais Manaus (AM), Belém (PA) e Boa Vista (RR).

NO LAGO TITICACA

Cientistas afirmam ter descoberto cidade inca

Um grupo de cientistas tchecos descobriu recentemente, na Bolívia, a sudeste do lago Titicaca, as ruínas de uma cidade inca situada a uma altitude maior do que as conhecidas até agora. A informação é do chefe da expedição, Ivo Bartecek.

"Composta por vários sítios, esta cidade se estende sobre uma superfície que supera os 10 quilômetros quadrados, a uma altitude de 3 mil a 4 mil e quatrocentos metros", afirmou o professor Bartecek, decano da faculdade de Filosofia da Universidade de Olomuc (leste da República Tcheca) e um respeitado especialista em estudos ibero-americanos em seu país.

"Em maior altitude não há mais que geleiras", acrescentou o especialista, destacando que esta cidade tinha "uma importância estratégica e religiosa extraordinária".

Entre as ruínas da cidade estão vestígios de construções consagradas à prática do culto ao sol, mas a finalidade de outras partes do complexo deverá ser determinada pelos arqueólogos, acrescentou.

"Alguns segmentos do recinto eram naturalmente conhecidos pelos indígenas, mas a novidade é que estes segmentos formam um complexo de mais de 10 quilômetros quadrados, razão pela qual a descoberta amplia nossos conhecimentos sobre a cultura incaica e pré-incaica", continuou o chefe da expedição, batizada de "Titicaca 2005".

"Para nossa viagem, escolhemos os meses de inverno, quando a vegetação é menos abundante, o que nos permitiu 'ler' melhor esta paisagem", explicou Bartecek.

Segundo o professor, "a cidade está dominada por um conjunto urbanístico com uma centena de alicerces de edifícios de plano circular ou quadrado, denominado 'Chilata Collo' pela população local. Está situado sobre um declive abrupto exposto ao sol matinal, acima do lago Chilata, venerado pelos agricultores".

Organizada pela cátedra de História da Universidade de Olomuc e composta por dois cientistas e dois documentalistas, a expedição passou cerca de três semanas na região, sob os picos de Ancohuma e Illampu.

Os quatro pesquisadores tchecos contaram com a ajuda dos moradores do local. Eles "se tornaram verdadeiros colegas e amigos", afirmou Bartecek.

"Nossa missão prioritária era provar a hipótese da existência, nessa região, de um sítio das culturas incaica e pré-incaica situado na maior altitude possível sobre o maciço andino. É ali, nos arredores do lago Titicaca, que se encontra o berço das civilizações sul-americanas, anteriormente dominadas pelas civilizações de Tihuanaco e Chiripa", acrescentou.

A descoberta do complexo resulta em uma "noção absolutamente nova", resumiu Bartecek, que já participou de nove expedições seguindo os rastros das culturas incaicas e pré-incaicas.

A expedição da Universidade de Olomuc fez no local as pesquisas histórico-topográficas necessárias, com ampla documentação por foto e vídeo, e que atualmente está sendo submetida a uma análise detalhada.

Fonte: Terra

VIROU MODA

Índio é preso com diamantes na cueca

De José Eduardo Rondon, da Agência Folha:

Um índio cinta-larga foi preso pela Polícia Federal quando deixava a área da reserva indígena Roosevelt, em Espigão d'Oeste (534 km de Porto Velho, RO), com diamantes na cueca. Outros dois homens foram presos pela PF na mesma ação. Setenta diamantes foram apreendidos com o trio.

A prisão dos três homens e a apreensão dos diamantes, na madrugada de ontem, ocorreu em uma das bases de controle da Polícia Federal localizada na região em torno da reserva.

O delegado da Polícia Federal Mauro Sposito, que coordena uma força-tarefa para o combate ao contrabando de diamantes retirados da Roosevelt, disse que os três homens presos relataram à PF que os diamantes extraídos ilegalmente da área seriam vendidos na cidade de Cacoal.

"Uma perícia será feita para avaliar a pureza dos diamantes", afirmou Sposito, que disse ainda que o total apreendido gira em torno de 250 quilates.

"Parte dos diamantes estava na cueca do índio cinta-larga, e outra parte nas meias de um dos homens que acompanhava o indígena", afirmou Sposito.

O trio, que foi autuado pela Polícia Federal por extração clandestina de minério, foi encaminhado à Penitenciária de Pimenta Bueno. Se condenados, os três homens poderão cumprir pena de até seis anos de reclusão.

Massacre

Em abril de 2004, 29 garimpeiros foram mortos dentro da reserva Roosevelt por índios cintas-largas. Os crimes aconteceram em 7 de abril, nas proximidades do garimpo do Laje, em Espigão d'Oeste.

A disputa por jazidas de diamantes originou o massacre. Naquela época, índios cintas-largas disseram que as mortes ocorreram porque eles precisavam defender a terra, as mulheres e as crianças da reserva.

Em maio deste ano, homens da Polícia Federal jogaram uma bomba de efeito moral enquanto sobrevoavam a reserva a bordo de um helicóptero. Segundo a PF, o objetivo era espantar índios cintas-largas e garimpeiros que extraíam diamantes ilegalmente.

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MÊS DO DESGOSTO

Após matar a enteada a facadas, Domingos da Silva, 39, foi linchado por vizinhos, no final da tarde de segunda-feira, no Grajaú, zona sul de São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, Renata Oliveira Silva, 17, foi esfaqueada durante uma discussão com o padrasto. Ao ouvir os gritos da jovem, os vizinhos invadiram a casa, na rua Ezequiel Lopes Cardoso.

O acusado pelo crime foi levado para a rua e agredido. Nenhum suspeito de envolvimento no linchamento foi detido.

Em Curitiba, uma menina de 7 anos foi morta na segunda-feira com 96 facadas desferidas no corpo. A acusada, Andréa de Freitas, de 27 anos, é sua madrasta. Ela alegou revolta contra a criança, que seria motivo de discórdia e ciúme entre ela e o marido.

O estopim para o momento de fúria foi uma garrafa de óleo queimado derrubada na varanda. Depois de matar a criança, ela foi trabalhar como empregada doméstica e, no fim da tarde, quando retornou à casa, simulou um assalto. Durante a madrugada confessou o crime à polícia.

A menina Gabriela Moreira dos Santos vivia com o pai Valdecir, o tio André e a madrasta em uma meia-água nos fundos de uma residência no Bairro Hugo Lange havia dois anos.

Na segunda-feira, o pai e o tio saíram às 6h15 para trabalhar como pedreiro. Por volta das 7 horas, ela foi brincar na varanda, onde derrubou a garrafa, sujando o assoalho. "Aquilo foi a gota d´água e houve um momento de fúria", disse o delegado titular de Homicídios, Luiz Alberto Cartaxo.

Que estiver interessado em detalhes da brutalidade do crime deve clicar aqui.

ECONOMIA POPULAR

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

OS "ECÔNOMOS" DA PRESIDÊNCIA


Da reportagem "Saques em dinheiro vivo no governo", de Hugo Studart, da revista IstoÉ Dinheiro:

"Os gastos com cartão neste ano aumentaram. Até a última quinta-feira 18, as faturas dos cartões corporativos do governo federal somavam exatos R$ 10.268.310,98, segundo dados do Sistema de Acompanhamento Financeiro da Administração Federal (Siafi). Do total, R$ 5.670.849,53 referem-se a despesas do gabinete do presidente.

O que mais inquieta os ministros do TCU, no entanto, é o volume de saques em dinheiro vivo feito por funcionários do Planalto através dos cartões corporativos. Entre janeiro e agosto de 2004, de um total de R$ 3,2 milhões em faturas, esses funcionários sacaram R$ 2,2 milhões em espécie – o outro R$ 1 milhão foi usado para pagamento de despesas, aquela que deveria ser a função primordial dos cartões."

Para ler a reportagem completa clique em IstoÉ Dinheiro.

domingo, 21 de agosto de 2005

VOZ ROUCA EM FAVOR DA MATA

Padre Paolino Baldassari

Faz muitos anos que grito em favor da mata, mas agora é quase o grito de quem está agonizando.

Começaram os grandes fazendeiros do Sul a derrubar quilômetros e quilômetros de mata e todos achavam que o progresso tinha chegado no Acre. Foi a vez que dei o primeiro grito para salvar os seringueiros expulsos das suas colocações. De tanto fazer, conseguimos descobrir uma lei do posseiro. Acalmaram um pouco as vendas de terra, porque encontraram uma reação positiva com os empates que começaram pela primeira vez no Icuriã e Guanabara, no Rio Iaco.

Acalmado um pouco o furor da destruição dos fazendeiros, chegou a onda dos madeireiros que derrubavam de modo violento as madeiras, destruindo as colocações dos seringueiros e forçando os seringueiros a sair. Aqui houve também uma reação quando eu entrei no centro do seringal Campo Osório e Baturité, convencendo os seringueiros a não deixar derrubar as árvores de aguano.

Esta tomada de posição abriu os olhos sobre os madeireiros que pediam licença para derrubar a madeira em cinqüenta hectares e derrubavam três mil hectares. Tinham a licença para derrubar 400 metros cúbicos e derrubavam de vinte a quarenta mil metros cúbicos como em Palmares, no Rio Iaco.

O alerta dado descobriu a infinita roubalheira de todas as madeireiras e houve também uma esperança de responder as derrubadas mas... chegou de verdade a ganância do gado, tendo caído o preço da borracha todos os grandes e pequenos começaram a derrubar apoiados por políticos. O Ibama aplicava multas e mais multas e estas multas se pagavam dando um tanto para a campanha de um candidato.

Lutei muito e alertei no fim foi o tal de manejo com o apoio do governo federal e estadual e assim a destruição continuou.

O Pe. Heitor Turrini tirou fotografias da destruição do Seringal Oriental,com a desculpa do manejo, mas a evidência da denúncia de Pe. Heitor Turrini fez que suspendessem a destruição do Seringal Macapá do Rio Purus. Assim mesmo, o desmatamento continua de modo selvagem.

Dois anos atrás tentei proibir uma grande derrubada na estrada de Manuel Urbano, mas tive que notar que, depois de dois anos, foram feitas grandes destruições e sem duvida com licença do Imac. Isto que me dói, porque o Imac é órgão do governo e por isso penso que o governo muitas vezes é traído pelas pessoas que se dizem amigas.

Chegando de Rio Branco vi o depósito de madeira que não tem limite... e a destruição continua de modo terrível.

Agora levanto a voz, para que não se desmate mais. A grande seca fruto da destruição nos chama a pensar seriamente.

Está na hora de dizer basta à destruição da mata. É o grito de socorro, antes de morrer no meio de um deserto sem água, sem vida. Um sertão triste que nos lembra o Ceará das grandes secas.

Faço um apelo a todas as autoridades, a todos os órgãos estaduais e federais.

Escrevo isto na GAZETA, porque foi na GAZETA que dei o primeiro grito de alarme.

O profeta Elias, compadecido pela fome provocada pela seca, pedia que ao menos uma nuvenzinha aparecesse no céu para ali-viar a sede e a fome do povo.

Vamos ser humanos, e que esta seca abra os olhos a uma realidade triste, provocada pela destruição das matas.

Tomara que não seja necessário cantar "Eu só deixo o meu Carirí no último pau de arara".

Tenho certeza que todos irão compreender este meu grito e se tomem providências sérias e se evite de uma vez o desastre.

Pe. Paolino M. Baldassarri
A voz rouca em favor da mata

P.S.: Caro Silvio Martinello,

Depois de anos de silêncio, na angústia desta seca, deste ar poluído, pensei enviar À GAZETA um GRITO de alerta sobre o que está acontecendo. Foi A GAZETA que colocou o meu artigo alertando sobre a destruição das madeiras.

O grito se espalhou em todo o Brasil e foram descobertas tantas derrubadas ilegais e que mexeram bastante naquele tempo, lá no 1994.

Agora caro Silvio, levanto novamente a voz pedindo que A GAZETA espalhe novamente o meu grito que é o grito de quem está morrendo, que é a floresta e com a floresta todos nós.

Silvio me ajude nesta missão.

Um agradecimento sincero e um grande abraço,

Pe. Paolino M. Baldassarri

"É UMA TRISTEZA"



Vacilei por não ter lido a edição de sábado do jornal A Gazeta. Perdi o artigo que o padre Paolino Baldassari escreveu. O Elson Martins me avisou que era mais um grito dele em defesa de nossas florestas.

Ano passado, precisamente no dia 23 de setembro, publiquei aqui uma entrevista dele que julgo oportuna transcrevê-la porque a mesma se mantém atual. É lamentável que o maior jornal do Acre não disponha de um arquivo on-line de suas edições.

Peço a quem copiou o artigo do padre, fazer a gentileza de enviar para o meu e-mail. Segue a entrevista:

O padre de origem italiana Paolino Baldassari tem 79 anos, mas já vive no Acre há 46 anos. Ele acaba de ser condecorado pelo governador Jorge Viana com a Ordem da Estrela do Acre, no grau de Grande Oficial.

“Se medalhas pudessem me levar para o céu, eu já estaria no céu por causa das tantas que recebi na vida”, reagiu com elegância Baldassari após a condecoração, ocorrida na semana em que Sena Madureira comemora 100 anos.

Paolino Baldassari está mais preocupado mesmo é com a situação dos índios, seringueiros e com o perigo de destruição das matas do Acre e não acredita em manejo florestal.

Contra Baldassari estão grandes e pequenos proprietários rurais que querem continuar queimando ou explorando madeira. “Eu te digo: é uma tristeza! Eu falo, grito, denuncio. O Anselmo Forneck, chefe do Ibama no Acre é muito meu amigo. Eu chamo ele até a meia-noite e digo: dê um jeito porque não é possível continuar como está”.

Leia a entrevista a seguir:

Padre, o que o senhor anda fazendo?
O meu trabalho continua sendo muito variado. Continuo fazendo aquele trabalho antigo, das longas viagens pelos rios, que são conhecidas como desobrigas.

Qual foi sua última viagem?
Foi uma viagem às comunidades indígenas dos kulina e dos kaxinawa no Alto Purus.

Como estão essas comunidades?
Pode-se dizer que teve um progresso também lá, mas a gente não chegou mesmo a conservar a própria cultura e torná-los independente das más influências. O alcoolismo predomina e estragou muito o trabalho que fiz.

A que o senhor atribui isso?
À ganância. Eu dei às comunidades indígenas, com dinheiro dos meus amigos da Itália, um pouco de gado. O gado estava prosperando e uma das comunidades chegou a ter 54 cabeças. Neste ano, constatei que havia apenas cinco cabeças de gado. O resto, venderam tudo em troca de álcool. Não foi em troca de cachaça, mas de álcool mesmo, o que é ainda mais grave. Claro que me sinto um pouco triste por causa disso, mas pode haver uma recuperação.

Como ocorre essa ganância?
Vendem uma caixa de álcool por um boi. Como o litro de álcool custa R$ 1,00, o lucro é estrondoso. Constatei lá o embarque de três cabeças de gado e em troca tinham dado aos índios um toca-disco velho e álcool. Diante disso, não quis permanecer lá com eles. Já estou muito velho. Eu trabalhava com eles no roçado, em tudo o que eles faziam. Imaginava que eles já tinham uma certa possibilidade de independência.

O senhor evangeliza ou entende que os índios devem seguir com a cosmogonia ou mitos imemoriais?
O evangelho pode viver na cultura indígena. Com os kulina eu dava e eles me davam, especialmente no sentido comunitário. Trabalhávamos, pescávamos e brincávamos juntos. Isso aqui já são qualidades evangélicas. Isso se estendia ao sentido da família, ao respeito da criança. Nunca vi um kulina bater numa criança. Os kulina fazem o fogo para assar macaxeira, carne, peixe. Eu vi uma criança se aproximar do fogo e queimar o dedo ao tentar pegar um pedaço de peixe. Ela correu para a mãe a chorar. Sabe qual foi a reação da mãe? Pediu que a criança fosse buscar o pedaço de peixe novamente. A criança foi buscar e se queimou novamente. Voltou chorando para a mãe, que outra vez recomendou que a criança fosse retirar o pedaço de peixe. Então a criança não foi mais ao fogo. Ela estava ensinando que a criança deve aprender com a experiência da vida. Ela fez isso sem bater e sem frustrar.

O senhor alguma vez já tomou ayahuasca durante essas suas andanças pelas comunidades indígenas?
Não, porém vi várias vezes eles tomarem a ayahuasca. A bebida, em certa quantidade, pode ser um remédio. Não tomei porque obedeço ao meu bispo senão eu tomava mesmo. Do jeito que eu comia morcegos, ratos, macacos e jacarés, assim eu teria tomado a ayahuasca com os índios para ter uma idéia de como é.

Desses 46 anos de Acre, existe algo que o senhor considera mais marcante?
Eu não saberia dizer. Talvez a experiência mais marcante é que tive contatos com tantas mentalidades e que me senti bem no meio dessa mentalidade seringueira, índia, dos sírios-libaneses que chegavam aqui. A mentalidade de me sentir bem com negros. O meu maior amigo aqui em Sena Madureira era um negro que me construiu 56 escolas. Ele era um grande amigo, quando eu ficava triste... Ele se chamava Macaúba. Ele era amigo e amava os índios e trabalhava com eles. Então eu me perguntava: como a gente pode ter raiva de negros? Era um homem de coração tão grande, tão alegre. Quando eu tinha alguma dificuldade corria lá com ele, com a esposa dele. Lembro de um dia, viajando no Puru, o rio seco, e eu me lastimando que aquilo não era vida. O Macaúba me disse: “Que nada! Ta vendo praia mais bonita que essa? Daqui a pouco o tracajá vai sair e nós vamos ter comida”. Estávamos transportando uma serraria. Eu estava com os pés arrebentados de tanto empurrar o barco, mas o Macaúba estava sempre alegre.

O antropólogo Terry Aquino conta que certa vez o senhor deu uma bofetada no rosto dele quando pregava sobre o amor durante uma viagem que fizeram juntos. O senhor recorda disso?
Sim, eu lembro. Mas era de brincadeira. Estou acostumado a fazer assim com todos. Quando alguém é muito amigo eu dou logo um soco. É uma expressão um pouco bruta, mas quando eu me dou com amigos, mesmo em praça pública, dou um soco para um e outro. Para o Terry eu disse: cala a boca e dei um tapa. O Terry fez uma viagem longa comigo, que durou dois meses.

O Terry foi muito importante para a demarcação das terras indígenas do Acre?
Eu só digo que ele amava os índios. Ele tinha amor aos índios. Mas quanto à religião, não combinava muito comigo.

Quer dizer então que, enquanto o senhor evangelizava, o Terry tomava ayahuasca?
É isso. Ele tomava mesmo ayahuasca.

Nos últimos dias, o Acre tem permanecido sob uma densa nuvem de fumaça. Como o senhor avalia o processo de ocupação ainda em curso na Amazônia?
Estou lutando continuamente. A minha esperança, sempre que escrevo ao senador Tião Viana... Bem, quando é errado é errado e eu escrevo. Eu falo da realidade dos índios, da realidade das restrições da mata.

E o manejo florestal?
Eu não concordo com o manejo porque é uma manipulação. Eles dizem que é assim, mas depois manipulam. Não acredito no manejo mesmo não. Eles não respeitam nada, não. Eles derrubam tudo. Depois, fica a capoeira, que será vendida aos fazendeiros, que tocam fogo para fazer pasto para os bois. Eu te digo: é uma tristeza! Eu falo, grito, denuncio. O Anselmo Forneck, chefe do Ibama no Acre é muito meu amigo. Eu chamo ele até a meia-noite e digo: dê um jeito porque não é possível continuar como está.

Padre, a situação não é fácil?
Não é mesmo. Eu tenho todos contra. Os pequenos dizem que querem matá-los de fome porque não permitem mais que destruam as matas para fazer roçados. Os grandes também dizem a mesma coisa. Eu só digo porque alguém tem que sentar e dizer: a mata não pode ser destruída. Existe tanto dinheiro na mata. Então que se retire a riqueza dela, mas que se mantenha o seringueiro. A mata tem uma riqueza tão grande que amanhã essa riqueza pode ser estragada. Antes devemos fazer parar os canhões e depois tratar de paz. Temos que acabar com a destruição no mundo mais absoluto, de pequeno e de grande, e sentar e definir o dinheiro para conservar a mata, para desfrutar da mata sem derrubá-la.

Qual a avaliação que o senhor faz do governo da floresta nesse aspecto?
Eu sempre procurei alertá-lo quanto à destruição da mata. Nesse ano não veio helicóptero para fiscalizar e isso desanima um pouco a gente. Desanima, mas não dá para desistir.

O CEARÁ É AQUI


Sol em Rio Branco, às 16h55 de domingo

Súplica cearense

Gordurinha & Nelinho

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará

sábado, 20 de agosto de 2005

NA RIBEIRA DESTE RIO


Fernando Pessoa

Na ribeira deste rio
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio
Nada me impede, me impele
Me dá calor ou dá frio

Vou vivendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada
Vejo os rastros que ele traz
Numa seqüência arrastada
Do que ficou para trás

Vou vendo e vou meditando
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando

Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali
E do seu curso me fio
Porque se o vi ou não vi
Ele passa e eu confio

Ele passa e eu confio

RIO ACRE AGONIZA

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

QUEM TRAIU LULA?


Colunista Tutty Vasques conta que as amigas de Dona Marisa estão preocupadas. "Se nem o José Dirceu sabe quem foi que traiu Lula, vai acabar sobrando para a primeira-dama".

Aqui vai meu palpite: a fox terrier Michele, 14, animal de estimação do presidente, que morreu em julho, de insuficiência múltipla dos órgãos e foi enterrada na Granja do Torto.

Mas nada de confundir Michelle com a cadela Brigitte, que foi vítima de zoofilia no Acre.

CLIMA E TEMPO

Estou realmente preocupado com o "ferro, alumínio, agrotóxico, esgoto e fumaça", que são "alguns dos elementos que serão despejados em todo o Estado com as primeiras chuvas pós-estiagens previstas para ocorrer daqui a dez dias", segundo a reportagem do jornal Página 20.

Tenho conferindo a cada hora todos os sites de metereologia. Segundo o portal Climatempo, o sol predomina no Acre nesta sexta-feira. "Faz bastante calor, mas por conta da maior umidade do ar ocorrem pancadas isoladas de chuva a partir da tarde. Ainda há fumaça espalhada sobre o Estado".

Teremos uma sexta-feira de sol e nebulosidade variada com pancadas isoladas de chuva e temperatura de 22º a 33º. A probabilidade de chuva é 70%, com volume estimado de 05 mm.

É lamentável que a Defesa Civil até agora não tenha adotado nenhuma providência para proteger a população da chuva ácida anunciada pelo jornal.

A vida parece com história em quadrinhos ou desenho animado.