POR JANU SCHWAB
A questão que envolve colonos brasileiros em terras bolivianas é antiga. Tão antiga quanta a História do Acre - afinal, me desculpem os mais ufanistas, o que é a formação territorial do nosso Estado se não uma "invasão" às terras que eram, sabemos, pois, da Bolívia?
O povo boliviano se formou assim: achando que os vizinhos queriam sabotá-lo. Por isso se encrencou com chilenos, peruanos e brasileiros. A chegada de Evo Morales ao poder só reacendeu essa chama.
Populista que só ele, entre outras bandeiras mequetrefes, voltou a reclamar a faixa de terra tomada pelo Chile e, para o espanto dos acreanos e a alegria sarcástica do Diogo Mainardi, o Acre de volta.
Leia mais:
Brasil desloca militares após Bolívia expulsar brasileiros
O "amigão" aqui não está defendendo a causa boliviana que justifique a ação truculenta do exército vizinho ou, pelamordedeus, dizendo que o Acre deveria voltar a ser da Bolívia.
A questão que envolve colonos brasileiros em terras bolivianas é antiga. Tão antiga quanta a História do Acre - afinal, me desculpem os mais ufanistas, o que é a formação territorial do nosso Estado se não uma "invasão" às terras que eram, sabemos, pois, da Bolívia?
O povo boliviano se formou assim: achando que os vizinhos queriam sabotá-lo. Por isso se encrencou com chilenos, peruanos e brasileiros. A chegada de Evo Morales ao poder só reacendeu essa chama.
Populista que só ele, entre outras bandeiras mequetrefes, voltou a reclamar a faixa de terra tomada pelo Chile e, para o espanto dos acreanos e a alegria sarcástica do Diogo Mainardi, o Acre de volta.
Leia mais:
Brasil desloca militares após Bolívia expulsar brasileiros
O "amigão" aqui não está defendendo a causa boliviana que justifique a ação truculenta do exército vizinho ou, pelamordedeus, dizendo que o Acre deveria voltar a ser da Bolívia.
Também concordo com a ideia de que a diplomacia brasileira é passivista e esquizofrênica - dá para entender o apoio a gente como aquele sacripanta do Ahmadinejad e o regime daquele psicótico do al-Assad?
Só acho que, seguindo a cartilha do Barão do Rio Branco, devemos optar pelo bom senso e não o toma-lá-dá-cá. Quando os refugiados haitianos começaram a chegar, o que teve de acreano gritando para que fechassem as porteiras do País e expulsassem todos em nome das nossas poucas vagas de empregos, foi de assustar.
Imaginemos, pois, se colonos bolivianos estivessem ocupando terras brasileiras. Se o Exército do Brasil não fizesse nada, talvez teríamos grupos paramilitares brasileiros chutando baldes e canelas dos hermanos.
Deixar de despejar reais na Zona Franca de Cobija não devia ser apenas consequência de um boicote (leia) contra as incursões do exército boliviano contra colonos brasileiros em território boliviano, mas de consciência da roda da esquálida economia local. Nem todo mundo vai a Cobija apenas para comprar desodorante e bebida. O descaminho de insumos de tecnologia, informática e afins é grande.
Essa proposta de boicote a economia de um local como símbolo de solidariedade aos nossos e contra os deles é como dizer: Quem vocês pensam que são para tratar brasileiros (que a gente nem se importa tanto) dessa maneira? Não interessa se eles invadiram terras (que são bolivianas), nem que a diplomacia brasileira nunca fez nada (porque nossa região é negligenciada), vocês dependem de nós.
Os parênteses registram que o buraco é mais embaixo e que a questão que envolve colonos brasileiros em terras bolivianas é antiga. E quando o buraco é mais embaixo - e, ao contrário dos heróis encrenqueiros que temos em nossa História, façamos como o Barão do Rio Branco: tenhamos bom senso.
Janu Schwab é publicitário
Só acho que, seguindo a cartilha do Barão do Rio Branco, devemos optar pelo bom senso e não o toma-lá-dá-cá. Quando os refugiados haitianos começaram a chegar, o que teve de acreano gritando para que fechassem as porteiras do País e expulsassem todos em nome das nossas poucas vagas de empregos, foi de assustar.
Imaginemos, pois, se colonos bolivianos estivessem ocupando terras brasileiras. Se o Exército do Brasil não fizesse nada, talvez teríamos grupos paramilitares brasileiros chutando baldes e canelas dos hermanos.
Deixar de despejar reais na Zona Franca de Cobija não devia ser apenas consequência de um boicote (leia) contra as incursões do exército boliviano contra colonos brasileiros em território boliviano, mas de consciência da roda da esquálida economia local. Nem todo mundo vai a Cobija apenas para comprar desodorante e bebida. O descaminho de insumos de tecnologia, informática e afins é grande.
Essa proposta de boicote a economia de um local como símbolo de solidariedade aos nossos e contra os deles é como dizer: Quem vocês pensam que são para tratar brasileiros (que a gente nem se importa tanto) dessa maneira? Não interessa se eles invadiram terras (que são bolivianas), nem que a diplomacia brasileira nunca fez nada (porque nossa região é negligenciada), vocês dependem de nós.
Os parênteses registram que o buraco é mais embaixo e que a questão que envolve colonos brasileiros em terras bolivianas é antiga. E quando o buraco é mais embaixo - e, ao contrário dos heróis encrenqueiros que temos em nossa História, façamos como o Barão do Rio Branco: tenhamos bom senso.
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