terça-feira, 25 de julho de 2017

Fóssil de “parente-irmão” do maior jacaré da Amazônia terá nome novo para a ciência


O achado de parte de um crânio de jacaré fossilizado, coletado no sítio fossilífero Talismã, na divisa do Acre e Amazonas, foi identificado por  paleontólogos de três instituições brasileiras de pesquisa como sendo de um “parente-irmão” do jacaré-açu (Melanosuchus niger), o maior jacaré vivente na Amazônia nos dias atuais.

As conclusões sobre o achado estão sendo preparadas para publicação em artigo oficial e deverá receber uma nominação nova para a ciência.

Por consequência do fóssil, os pesquisadores concluíram que o jacaré-açu atual é um “fóssil vivo” remanescente desse grupo de jacarés já extintos que teriam vivido na Amazônia há cerca de 8 milhões de anos, durante o chamado período Mioceno.

De acordo com os estudos, o novo jacaré fóssil encontrado tinha tamanho, hábito alimentar e nicho ecológico compatível com a do jacaré-açu atual e pertence ao mesmo Gênero (Melanosuchus).

O resultado preliminar do trabalho conjunto, realizado entre paleontólogos da Uviersidade Federal do ACre (Ufac), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi apresentado durante o XXV Congresso Brasileiro de Paleontologia, realizado em Ribeirão Preto (SP), no período de 17 a 21 de julho.

Segundo os pesquisadores, o jacaré encontrado teria coabitado na região com o gigante Purussaurus -o maior jacaré de todos os tempos, cujo fóssil foi encontrado no Rio Acre- e outros jacarés já extintos, como o Mourasuchus (jacaré-bico de pato) e Gryposuchus (jacaré-gavial).

O paleontólogo Jonas Filho, da Ufac, disse que o achado de mais um crocodiliano fóssil na Amazônia dá reforço à tese de que há 8 milhões de anos a região sul ocidental da Amazônia -parte sul do Amazonas, Acre e parte leste do Peru e da Bolívia- era tomada por um megapantanal composto por uma diversificada rede hidrográfica formada por lagos e rios que variavam na sua coloração, profundidade e correnteza. Alguns cientistas chamam a este megapantanal de “lago Pebas”.

— A nova espécie de jacaré estudada, tal como o gigante Purussaurus, foi extinta por consequência de profundas variações no clima da época, que resultou no desaparecimento do megapantanal, reduzindo a necessária quantidade de água e de alimentação tão importantes para a sobrevivência das espécies que da água dependiam para viver - acrescentou Jonas Filho.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Teia de aranha

“A ciência da abeia, da aranha e a minha muita gente desconhece” (João do Vale) 
 

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Tensão em Xapuri parece a que precedeu assassinato de Chico Mendes, diz sindicato


''Próximo dos 30 anos do assassinato de Chico Mendes, a situação no município volta a ficar muito tensa.

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri vem de público denunciar a situação de conflito na região baseada em ações judiciais movidas pelos fazendeiros que, quase sempre, ganham na Justiça o direito de expulsar posseiros antigos e históricos dos velhos seringais que ficaram fora da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes .

A situação se agrava e se espalha atingindo posseiros de parte do Seringal Nova Esperança, às margens do rio Acre, trecho entre Xapuri e Brasiléia, ameaçados de expulsão por liminar concedida em 2013 em favor de um adquirente de posseiro muito mais recente do que os que estão lá, comprada de um ex-administrador de fazenda, posseiros do seringal Lua Cheia, “desaparecido do mapa” por uma decisão judicial de 2003 que fez com que a parte da margem do mencionado seringal e outras colocações que ficaram fora da desapropriação da RESEX Chico Mendes, que o anexou à fazenda Vista Alegre, o mesmo tendo ocorrido com posseiros do seringal São Pedro. Há, ainda, ações contra posseiros do seringal Iracema, São José e a área conhecida como “Gleba Sagarana” que envolve parte de vários seringais (Albrácia, Porto Franco/Novo Catete, Boa Vista, Nazaré, Floresta, Bosque), nas proximidades de Xapuri e que ficaram fora da Resex.

Há liminares concedidas em fase de cumprimento. Há decisões judiciais contrárias aos posseiros tramitando em fase de apelação no Tribunal de Justiça do Estado do Acre.

Os fazendeiros, por sua vez, encontram-se confiantes e respaldados, em função de várias decisões judiciais que lhes têm sido favoráveis. Isso aumenta o clima de tensão, pois há posseiros que vivem na mesma colocação há 30, 40, 50 anos e, mesmo assim, têm suas expulsões determinadas pelo Juiz de Xapuri.

O STTR de Xapuri quer denunciar o clima de tensão e pedir às autoridades constituídas, ao Poder Judiciário, ao Ministérios Públicos Estadual e Federal para agirem rapidamente, antes que ocorra um conflito de grandes proporções, pois são mais de 500 famílias as que estão sob ameaça de expulsão neste momento, vez que, mesmo aquelas onde não há processos, já se percebe a movimentação dos fazendeiros no sentido de judicializar a questão alegando, fundamentalmente, que as posses, antigas, todas elas, são “parte da reserva legal” de suas propriedades e que, por isso, os posseiros têm de ser expulsos.

Esperamos providências urgentes, pois a memória de luta de Chico Mendes não será esquecida e a violência que o fez tombar não irá tripudiar sobre os trabalhadores quase 30 anos após seu assassinato.

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri está ao lado de todos/as os/as posseiros/as ameaçados/as de expulsão e disposto a retomar a luta dos empates, se necessário for, em defesa dos direitos dos associados.
       
Xapuri (AC), 3 de julho de 2017
               
Francisco de Assiz Monteiro de Oliveira
Presidente

domingo, 2 de julho de 2017

Flor do jagube

Do cipó banisteriopsis caapi, usado na preparação da ayahuasca (daime)