quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ROBOCOPS DO TIÃO

Durante a rotina estressante de trabalho numa unidade prisional do Acre, agentes penitenciários se divertem posando com armas e cara de robocops desengonçados. As fotos foram publicadas pelos agentes em rede social. 

O PT E EU

Um jovem me adiciona na rede social Facebook e imediatamente se apresenta:

- Altino, sou estudante de jornalismo e sempre quis lhe fazer essa pergunta: você já apoiou o PT, mas hoje você é contra. Por quê?

Minha resposta:

- Não sou contra o PT. Sou jornalista. O partido sempre se beneficiou do meu trabalho. O PT mudou e eu também mudei. Tenho me esforçado para amadurecer e mudar para melhor, mas o partido não segue necessariamente esse rumo.

110 ANOS DE DRUMMOND



Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG) no dia 31 de outubro de 1902. Autor de uma vasta obra, é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura latino-americana.

Além de poeta, foi contista, cronista e funcionário público.

A foto, um registro feito em 1982 por Rogério Reis para o Jornal do Brasil, mostra o escritor no Rio, na sala de sua casa em Copacabana, quando completou 80 anos de idade.

- Eu tive a ousadia de pedir ao Drummond para fazermos uma foto intimista e ele sugeriu essa pose, porque tinha o hábito de sentar-se no chão para pensar - recorda o fotógrafo no blog Bistrô Cultural.

O tempo passa ? Não passa

O tempo passa ? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer a toda hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.

Carlos Drummond de Andrade, in "Amar se Aprende Amando"

terça-feira, 30 de outubro de 2012

POEMINHO DO CONTRA

Mário Quintana


Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

HAITIANOS EM DESESPERO NO ACRE

Eles estão sem comida e energia em abrigo em Brasiléia


A situação de 200 haitianos abrigados precariamente numa casa no município de Brasiléia, a 235 quilômetros de Rio Branco (AC), na fronteira com a Bolívia, se agravou depois que o governo estadual deixou de pagar o aluguel do imóvel e parou de fornecer alimentação.

A casa está sem eletricidade, a comida é insuficiente e as pessoas estão desesperadas, de acordo com relatos de ativistas de defesa dos direitos humanos. A maioria dos haitianos já está com CPF, mas falta oportunidade de trabalho, afetando especialmente as mulheres, algumas esperando bebês há vários meses.

- O desespero dos haitianos está aumentando e espero que possamos evitar tragédias – disse o pesquisador Foster Brown, cientista do Experimento de Grande Escala Biosfera Atmosfera na Amazonia (LBA) e membro do MAP -de Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil) e Pando (Bolívia)- uma iniciativa de de direitos humanos.

De acordo com Foster Brown, a iniciativa MAP estuda a possibilidade de pedir ajuda de organizações como a Care Brasil e a Cruz Vermelha.

- Não há apoio aparente no nível federal e a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos está quebrada, com muitas dividas – acrescentou Brown.

A devastação causada pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010 no Haiti atingiu 3 milhões de pessoas, mais de 220 mil morreram e 1,5 milhão ficaram desabrigadas.

Leia mais no Blog da Amazônia.

FESTA DA FALSA ALEGRIA

POR EVANDRO FERREIRA

O resultado da eleição para prefeito de Rio Branco fez disparar sinais de alarme e luzes vermelhas de alerta para os dirigentes da Frente Popular. As perspectivas da coligação para as próximas eleições majoritárias são absolutamente incertas. Ter nas mãos a máquina estatal e a administração da maior cidade - e colégio eleitoral - do estado não é garantia de nada.

Mais frustrante para quem coordenou a campanha deve ter sido ver que o grande esforço e investimento financeiro que foi feito para colocar, no dia da eleição, milhares de militantes e veículos para conseguir uma vitória folgada foi em vão. Fazia muito tempo que não se via a Frente Popular se esforçar tanto para vencer uma eleição e a diferença ter sido tão pequena.

A pesquisa de intenção de votos da Contilnet/Delta publicadas na véspera do pleito mostrou corretamente que os eleitores estavam divididos e que a eleição seria decidida por um ou outro detalhe. Isso foi confirmado com a diferença de apenas 2,7 mil votos em favor do candidato vencedor. Uma diferença mínima se considerarmos que 182.982 eleitores compareceram para votar. E o detalhe que decidiu essa eleição parece ter sido os votos dos cerca de 5 mil ocupantes de cargos de confiança instalados na administração municipal e estadual que atuam em Rio Branco.

Esses votos eram a 'reserva estratégica' da Frente Popular e contados como absolutamente certos pela cúpula da Frente. Mas mesmo assim, considerando o resultado final da eleição, apenas cerca de metade deles parece ter votado no candidato vencedor. A outra metade não compareceu, votou em branco ou no candidato da oposição. Se este último caso aconteceu, o índice de traição foi extremamente elevado.

O balanço final das eleições majoritárias de 2012 mostra que os candidatos da oposição tiveram cerca de 8 mil votos a mais que os da situação. Em 2010 o atual Governador, Tião Viana-PT, venceu o pleito com uma diferença de cerca de 4,5 mil votos. Em 2012 a oposição tirou essa diferença e colocou uma vantagem de 8 mil votos, indicando que a vantagem em favor da oposição é hoje de pelo menos 12 mil votos.

Para quem tem nas mãos a administração da maquina estatal e da maior cidade do Estado, a vitória de Marcos Alexandre, amplamente ilustrada em sites noticiosos e jornais locais com fotos de militantes e dirigentes da Frente Popular com largos sorrisos, soa, na verdade, como uma falsa alegria. O caminho para uma possível vitória em 2014 se mostra mais difícil do que nunca.

A eleição em Rio Branco mostrou que mais uma vez a população deu um claro recado à Frente Popular, dando mais uma chance para  que ela possa se reinventar e voltar a atuar em harmonia com os anseios das massas.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

ANDRYO AMARAL PEDE DESCULPAS

Nota enviada pelo editor da estatal Agência de Notícias do Acre, Andryo Amaral, por causa da repercussão decorrente da nota "A baixaria de Andryo Amaral".

Após ter usado a rede social Facebook para agredir o conterrâneo dele, Tião Bocalom, o assessor do governo do Acre se defende acusando o ex-candidato Fernando Melo (PMDB):

"Caro Altino Machado,

Venho, por meio de seu blog, pedir desculpas ao candidato derrotado Sebastião Bocalom, pela ofensa feita a ele em minha página no Facebook.


A infeliz postagem foi realizada num momento onde a razão estava comprometida com a emoção e quando isto acontece ficamos expostos a atitudes precipitadas como esta.

Durante toda a campanha eleitoral do segundo turno o apoiador do candidato Sebastião Bocalom, também candidato derrotado, Fernando Melo, se empenhou em tentar tirar minha paz e me afrontar.

Com a notícia da vitória do candidato ao qual eu apoiava me senti do direito de responder a altura, ou seja, descendo o nível do debate ao mesmo patamar, um equívoco.

Vejo que agi fora dos princípios ensinados por meus pais e me entristeço por isto. Infelizmente não posso mudar o que fiz, cabe a mim apenas desculpar-me e ele aceitar ou não.

Grato,

Andryo Amaral"

A BAIXARIA DE ANDRYO AMARAL

O editor da estatal Agência de Notícias do Acre, Andryo Amaral, após confirmada a derrota do tucano Tião Bocalom como candidato à prefeitura de Rio Branco, usou a rede social Facebook para uma dura agressão:

- Preciso só falar mais uma coisa: Tião Bocalom! Vai pra puta que te pariuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! 




Muita gente tentando fazer a sua parte pela paz na política do Acre e ele, que é pago com dinheiro do contribuinte, surge com uma grosseria desmedida.

Entre muitas reações de repúdio, destaco a do advogado Odilardo Marques, que defende o PT e os irmãos Jorge e Tião Viana:

- Reprovável a manifestação. Baixaria e desrespeito explícitos. Não comungo com esse tipo de comportamento de quem quer que seja. Registro aqui o meu mais veemente repúdio, e, em nome das pessoas civilizadas que votaram no Marcos Alexandre, que tenho certeza que é a maioria, venho de público pedir desculpas e ao mesmo tempo me solidarizar ao candidato Tião Bocalom em face dessa agressão injustificada. Parabéns candidato pelo debate político proposto, o qual propiciou e legitimou o pleno exercício da democracia.

É por essa e outras da equipe que trabalha no governo do Acre, gente que adora constranger os outros, que não sabe respeitar, ser humilde e muito menos dar valor à função pública que exerce, que a Frente Popular vem enterrando a sua história.


Amaral, junto com tantos outros da agência, estão na lista de jubilamento (veja) do curso de jornalismo da Universidade Federal do Acre.

Atualização às 15h26

O assessor do governo do Acre removeu o conteúdo ofensivo após a reprodução do mesmo no blog.

ALERTA AOS MARIDOS

A cena foi hilária na noite de domingo (28), na TV 5, afiliada à Band, quando dois apresentadores analisavam as eleições em Rio Branco.

Empolgado, um dos apresentadores lia comentários feitos na página dele no Facebook.

Uma mulher escreveu que os maridos de Rio Branco devem tomar muito cuidado com Marcus Alexandre na prefeitura.

O comentário foi lido pelo apresentador.

Depois, muito desconfiado, tentando esconder a gafe, começou a dizer que baixaria não podia.

Ora, leu o comentário porque quis.

EXPULSO DA BALSA

Cansado, tentarei ser sucinto ao relatar minha curta viagem na lendária balsa dos derrotados.

Lembram quando Antônia Lúcia falou em overbook, na TV, durante a campanha eleitoral?

Foi o que aconteceu. A balsa, todos sabem, é estreita e havia muita gente para poucas vagas.

Acompanhado do Puma, meu fiel amigo, fui o primeiro a chegar na beira do Rio Acre para aguardar Tião Bocalom, capitão da balsa.

- Fi, não tem problema, pode levar o seu cãozinho. Também trouxe a vaca mecânica pra mostrá-la a alguns apoiadores que não acreditavam nela.

Passava da meia noite quando começou a primeira confusão, logo no embarque. O senador Sérgio Petecão se irritou quando passei a coleira em Puma e dei os primeiros passos sobre uma pinguela mais lisa que sabão.

- Você não pode embarcar com esse animal, Altino. Vou chamar o pessoal do Centro de Zoonoses da prefeitura. O meu anão Montana Jack é asmático e alérgico a pelo de cachorro.

Argumentei que a vaca mecânica também estaria entre os passageiros. Outros fizeram coro com o senador, mas embarquei assim mesmo.

Era mais ou menos 2 horas da madrugada quando a balsa partiu. Eu estava exausto, após um dia tão tenso, e não queria papo com ninguém.

Sentei sobre a mala, separei inseticida, água e farinha, e fiquei com o celular ligado até o sinal sumir. Pude acompanhar a euforia de meus amigos do 13 nas redes sociais e aproveitei para parabenizá-los.

Cheguei a ler que o prefeito eleito de Londrina (PR), Alexandre Kireeff (PSD), não possuía estrutura de campanha, apenas um carro de som. Não tinha bandeiras, nem cabos eleitorais. Segurou-se pelo discurso técnico, com a defesa da transparência.

Bem, antes do embarque, inventei de passar na Pizzaria do Patetão, onde comprei uma calabreza. Com fastio, comi um pedaço e cometi o que parece ter sido um erro: levei a sobra para o Puma.

Sentado sobre a mala, o sinal de internet sumiu menos de meia hora após a partida. Desatei a coleira do Puma e fiquei contemplando a lua e poucas estrelas.

Acordei com Antonia Lúcia aos gritos, com aquela voz de taquara rachada, dedo em riste:

- Você é mesmo o demônio. Seu cachorro cagou a balsa toda. Veja como está minha sapatilha. Vai ter que jogar esse vira-lata no rio, para que seja devorado pelas piranhas.

Levantei atordoado e fui cercado pelos passageiros. Gago, o Anão Montana Jack era um dos mais insolentes.

- Bem que o senador avisou pra você não entrar na balsa com esse pirento. Minha alergia voltou e eu estou com dificuldade pra falar e respirar.

Amanhecia e Porto Acre estava pertinho. Aleguei que meu cachorro não é pirento, que só se alimenta de ração e que a caganeira fora mera fatalidade por causa da pizza, que ele não iria mais evacuar matéria sólida ou líquida.

Não adiantou. Os passageiros ficaram enfurecidos, exibindo pés e objetos afetados. A brisa não era suficiente para atenuar a fedentina.

Tive a brilhante ideia de propor que só prosseguiria viagem caso fosse na companhia de Puma.

- Fora! Fora! Fora! - gritaram todos.

E assim fui deixado na beira do rio, em Porto Acre, de onde não consegui acessar o sinal da antena do programa Floresta Digital para enviar essas mal traçadas.

domingo, 28 de outubro de 2012

VOU DE BALSA, MAS VOLTO


Amigos 13 e 45, já estou na beira do Rio Acre, no centro de Rio Branco, pronto para embarcar na lendária balsa dos derrotados com destino a Manacapuru (AM), após a primeira chamada. Levo algumas mudas de roupa, além de água, inseticida e farinha de Cruzeiro do Sul. Puma, meu fiel amigo, não consegue se separar de mim. Tentarei convencer o capitão da balsa a deixá-lo permanecer em minha companhia. Vou, mas volto logo, saibam disso, com o couro mais grosso.

Atualização às 21 horas

Vou considerar o apelo do padre Massimo Lombardi:

- Vá não, Altino. Rio Branco precisa de você sempre, para ninguém dormir no ponto. Abençoadas sejam as suas sacudidas.

OPOSIÇÃO AO PT FOI LONGE DEMAIS

O engenheiro Marcus Alexandre (PT) é o prefeito eleito de Rio Branco. Apesar das suspeitas de compra de votos e do uso da máquina pública, que parou para elegê-lo, o petista obteve vantagem de apenas 2.739 votos em relação ao tucano Tião Balom.

Leia mais:

Derrama no Acre imperial

Estou preparando minha bagagem (colete, anzol, inseticida, boné etc) para a tormentosa viagem de balsa até Manacapuru (AM). Conheço cada curva e estirão dos rios Acre e Purus.


Já segui muitas vezes o itinerário, antes de o PT virar versão piorada dos extintos Arena ou PDS, partidos que davam sustentação política à ditadura militar e que elegiam seus representantes no Acre com uso da máquina pública e compra de votos.

Prefiro tomar a balsa rumo a Manacuru a perder o trem da História.

A tensão está consolidada. Existe uma crítica latente e crescente da sociedade e o PT precisa se renovar.

Que o prefeito eleito signifique o novo tão repetido durante a campanha eleitoral e seja capaz de dialogar com a sociedade divergente.

A oposição foi longe demais.

sábado, 27 de outubro de 2012

DERRAMA NO ACRE IMPERIAL


Dizem que vence o melhor, que vence o que tem melhores projetos. Até poderia ser se a luta fosse em condições de igualdade. Mas elas, no Acre, não são.

Por outro lado, ante uma população pobre e aterrorizada pelo governo, como ela pode decidir efetivamente alguma coisa?

Ela acaba cumprindo orientações, que no fundo são ordens. Aliado a isso está a prática da derrama.


Com a devida licença poética, diria que a derrama praticada no Acre imperial, é o expediente eleitoral que paga pelo voto.

Por meio da derrama, o partido que controla os cofres públicos faz retornar ao cidadão o dinheiro público que não emprega em investimentos para o bem da vida dele.

Essa derrama garante que o candidato do partido ganhe a eleição e que o povo mantenha-se súdito, desprovido de tudo, especialmente de saúde e educação, e justamente por isso, amplamente dependente de seus imperadores.

É um alucinante ciclo vicioso de perpetuação do império.

A história do Brasil explica que a derrama era um expediente fiscal, cobrado dos mineradores e colonos em Minas Gerais, no tempo em que o país era colônia da Coroa Portuguesa. Com a derrama cobrava-se, de uma só vez, os quintos da produção mineral em atraso.

A derrama talvez se confirme como o expediente mais eficaz para se ganhar eleição no Acre imperial.

Caso isso não se confirme neste domingo (28), aí a gente volta a falar em democracia, alternância de poder, projeto, esperança e coisa e tal.

VIPERINO

Homenagem do cartunista Francisco Braga, para quem sou a serpente mais venenosa da imprensa do Acre

TENHO MEDO DE VIVER NO ACRE

POR FÁBIO PONTES

Eu sou acreano ou acriano como você bem quiser. Nasci e me criei neste rincão da Amazônia com muito orgulho. Sou um jovem jornalista em início de carreira. Vivo dignamente do meu soldo de “pobre operário”. Não preciso –nem quero – vender a minha alma ao diabo para estar nos manjares do rei. Como jornalista independente, algo muito sufocante no Acre, tento exercer a nobre função de ser os olhos e os ouvidos da sociedade.

Nos últimos meses, porém, tenho me preocupado muito com a situação política do Estado e tenho dentro de mim uma sensação de medo, de pânico. Todos nós temos visto coisas abomináveis cometidas pelos homens públicos que conduzem o destino deste povo.

O grupo político que está no poder usa dos métodos mais escusos, sujos e antidemocráticos para se manter na sua zona de conforto. Sabemos que essa gana de permanência no poder não é por conta de um projeto para o benefício do cidadão, mas de satisfação pessoal e daqueles que o cercam –a elite petista que se formou na última década às custas da miséria dos acreanos.

Temos visto no Acre as mais evidentes afrontas a qualquer princípio moral e ético na administração do bem público. O bem público tem estado a serviço não da sociedade, mas de um partido político. Temos visto violações claras às leis brasileiras, um desrespeito com a vontade popular (vide referendo do fuso horário), a censura à livre circulação de informação e ideias contrárias ao grupo dominante.

Temos vivido uma ditadura da esquerda. Tenho medo de viver no Acre porque se alguém é de oposição pode ser fatalmente eliminado pelo uso do aparelho policial, que hoje está doutrinado (através dos gordos salários) pelo petismo.

Parece que voltamos aos tempos das polícias políticas das ditaduras de esquerda, como na falecida União Soviética e na decadente Cuba. O Ministério Público e o Judiciário estão omissos diante de tantos abusos cometidos em nosso Acre.

Nesse Estado só há um poder: o Executivo. Parlamento? Só de enfeite e para gastar o dinheiro público longe dos olhos do contribuinte. Quem domina as chaves dos cofres define o ritmo da dança dos demais. A imprensa há uma década está acéfala, perdeu sua identidade de denunciar, de fiscalizar, de questionar. Alguma outra voz ali e aqui ainda “clama no deserto”.

O Acre e sua fragilíssima democracia estão em ameaça constante. Não temos segurança jurídica. A qualquer momento você pode ser vítima dos jogos sujo de um Estado aparelhado a serviço do PT. Os empresários são perseguidos e obrigados a contribuir com o caixa do partido em época eleitoral.

Não temos segurança quando falamos ao telefone, não sabemos se nossos e-mails são violados. Os inimigos do Estado estão sob ameaça constante. Extremistas petistas fincados em seus salários realizam campanhas de destruição da honra pela internet sem respeitar princípios mais básicos de civilização.

As oposições vão para as campanhas eleitorais numa luta desigual. O abuso do poder político é evidente. Funcionários do Estado são obrigados a carregar a bandeira do PT sob ameaça de perder gratificações e bônus salariais.

O candidato do PT usa os programas de governo na propaganda eleitoral e logo em seguida as emissoras exibem os comerciais pagos com dinheiro público destes mesmos programas. E a Justiça? Quem dera a Justiça agisse.
 

Instituições em frangalhos
 
A minha esperança está na sabedoria e inteligência do povo acreano, um povo politizado, que já percebeu a decadência moral e ética em que o atual grupo dominante está. Fico feliz ao ver que a oposição ganhou a maioria das prefeituras no interior; fruto da inteligência do eleitor, que não se deixou enganar por ameaças de perda de auxílios do governo federal como o Bolsa Família.

Torço para que o eleitor riobranquense também possa agir de forma sábia diante da urna. Que veja a falência do discurso do partido único (ditadura) pois os problemas continuaram e até se ampliaram. Que o eleitor vote pela democracia, vote por uma capital e Estado fortes, que vote pela alternância de poder.

Só assim estaremos livres destas mazelas em que estamos mergulhados, colocando um freio naqueles que estão no poder e acreditam que o Estado é deles. A humanidade passou por um longo período de evolução até conceber o atual modelo de República. Que não seja agora em pleno século 21 que um partido político jogue na lata do lixo toda uma concepção de homens e mulheres livres, de um Estado a serviço da sociedade.


Fábio Pontes escreve no blog Política na Floresta

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A FORÇA POLÍTICA MAIS REACIONÁRIA DO ACRE

POR ISRAEL SOUZA

Na reta final desta campanha, Marcus Alexandre (PT) afirmou que esta seria a “semana da alegria”. Para ele, a oposição havia feito da semana passada a “semana da mentira”.

A “semana da mentira” era uma referência aos dias em que a notícia de um suposto caso fora do casamento que o candidato teria com uma moça (casada) tomou conta das redes sociais.

Embora os meios de comunicação convencionais - servis ao governo, financiados e controlados por ele - não tenham feito nenhuma alusão à notícia, ela era ouvida, repassada e discutida nos mais diversos lugares e círculos. E a maneira evasiva com que tanto Marcus Alexandre quanto a “moça” envolvida trataram da questão mais alimentava que sepultava as suspeitas.

Em razão disso, o candidato que estava sendo apresentado como o mais votado de toda a história de Rio Branco, o “novo líder” escolhido pelo povo, tornou-se motivo de chacota em todos os quadrantes da capital acreana.

Isso teve implicações negativas para o “boneco de ventríloquo” (ver Oposição, o talismã do governo) e, para a oposição, significou um escândalo quase providencial. Um amigo petista - convém frisar - me dizia ter votado em Marcus Alexandre no 1º turno. Mas já no 2º... Afirmava não poder “eleger para administrador de uma cidade aquele que não consegue administrar a própria vida”.

Ruim também para as forças governistas foi a divulgação da pesquisa que dava 49% das intenções de votos a Bocalom (PSDB) e 51% ao candidato petista. Tais números representam empate técnico.


Foi por tais motivos que a equipe de campanha da FPA decidiu fazer a “semana da alegria”. Trata-se de uma referência à “quarta da alegria”, dia em que os cargos comissionados eram intimados a fazerem “bandeiraço” em algumas ruas da capital.

O fato significa que esta semana a opressão e a exploração sobre os cargos comissionados foram redobradas. Um professor universitário dizia que, em plena aula, aluno levantou e veio até ele. O aluno pediu ao professor que o “liberasse”, que ele (o aluno) tinha sido ameaçado de ser demitido caso não participasse das manifestações a favor do candidato governista. O professor, percebendo a natureza da situação, liberou o aluno.

Neste sentido, convém dizer que se esta semana representa alegria para alguém, certamente é para Marcus Alexandre, cujos cabos eleitorais são pagos por nós, contribuintes. Os braços que levantam suas bandeiras não lhes custam absolutamente nada.

No entanto, claro está que isso é só parte do problema. Com o crescimento do candidato da oposição nas pesquisas eleitorais, os governistas estão desesperados. E têm muitas razões para isso. Podem perder influência política, cargos comissionados. E sabe-se lá, caso a oposição ganhe este pleito, o que ela encontrará quando abrir a “caixa preta” da prefeitura.

Outro motivo de desespero para as forças governistas é que, se perderem em Rio Branco, a oposição terá em suas mãos as duas maiores cidades do estado, posto já governarem a segunda maior, isto é, Cruzeiro do Sul.

Politicamente, também não ficará bem deixar de “fazer o sucessor” de Raimundo Angelim (PT), aqueles que muitos consideram o melhor prefeito de Rio Branco. Até onde pudemos acompanhar, Angelim foi um prefeito zeloso com os recursos públicos e com as obras, vistoriava-as pessoalmente.

No entanto, em que pesem as virtudes de sua administração, também ela levou a marca da FPA. Esteve voltada para questões cosméticas e, sobretudo, para as áreas centrais.

Não foi sem razão que, recentemente, Rio Branco foi apontada como a penúltima capital brasileira no índice de inclusão social. As periferias continuaram abandonadas e não foi por outro motivo que o Programa Ruas do Povo teve a força eleitoral que teve e ocupou nas propagandas governistas o lugar que ocupou. Depois de anos de abandono, as populações dessas regiões se sentiram lembradas, dignas de algum cuidado do governo, o mesmo governo que as abandonou.

Por uma questão de precisão, é necessário dizer que, em muitos lugares, o referido Programa chegou apenas como promessas, e em alguns lugares aonde realmente chegou causou transtornos (lama, falta de água, buracos abertos e não fechados, entre outros), e os serviços ou foram feitos parcialmente ou precariamente.        

Um dos maiores erros da FPA nestas eleições foi subestimar a inteligência do eleitorado. Seus líderes imaginaram que não iam perceber que Vamos juntos fazer o novo, mote de campanha de Marcus Alexandre, expressa cinismo e a confissão de quem andou a fazer o que não devia. Cinismo porque, para o governo, a participação (Vamos juntos) popular só é válida quando é dócil a seus interesses. Fora isso, ou é ignorada ou é reprimida.

Quanto ao “novo”, pode-se dizer que ele expressa a tentativa de “separar/diferenciar” o candidato governista da FPA. Sabem que seu governo é marcado por trapalhadas, escândalos, denuncias de corrupção e despotismo. Não é bom para ninguém ser ligado a essas coisas. Por isso, devem insistir que, ainda que partícipe da FPA, Marcus Alexandre representa algo “novo”, “diferente”.

Fosse possível filho de galinha ser canário, talvez acreditássemos nisso. Como não é, digamos a verdade: o candidato governista não representa nada de absolutamente novo, como nada nem ninguém da FPA pode representar. Ele representa, isto sim, a força política mais reacionária que há atualmente hoje no estado do Acre, mistura de velhos e novos coronéis, de sujeitos que usam o estado segundo a mais velha tradição do patrimonialismo brasileiro. Por isso é que nepotismo e despotismo grassam hoje no território acreano

É por essas e tantas outras razões que cremos que o “realmente novo”, a “mudança positiva” que estamos a ansiar, passa, necessariamente, pela derrota da FPA. Isso não se deve a uma crença nos pendores democráticos das forças oposicionistas. Mas a uma compreensão de que, enfraquecida a FPA, as forças populares poderiam alcançar uma liberdade (de expressão, manifestação, contestação etc.) que hoje não têm.

Além do mais, com a legitimidade em declínio, a FPA tem usado o poder de maneira cada vez mais desesperada e despótica. Diminuir o poder em suas mãos é, portanto, uma necessidade.

Por tudo isso, neste segundo turno, torcemos por uma derrota da FPA. Tendo em vista, em primeiro lugar, não a vitória da oposição, mas o que daí as forças populares podem colher.

Que desta semana de opressão e exploração redobradas possa florescer uma indignação também ela redobrada... Que os cargos comissionados entendam que, mesmo que Marcus Alexandre ganhe, isso não lhes dará garantia de permanecerem em seus empregos. As alianças que ele fez requerem concessões e isso, em geral, envolve cargos. Quem não tem “padrinho forte” pode muito bem está trabalhando para sua própria ruína nesta campanha.

Não esquecemos o que foi feito com o resultado do referendo sobre a hora oficial do Acre... nem esqueceremos...

Israel Souza é cientista político e membro do Núcleo de Pesquisa Estado, Sociedade e Desenvolvimento na Amazônia Ocidental (NUPESDAO)

BOCALOM CHORA APÓS ATAQUES DO PT


Leia no AC 24 Horas

GOSTOSAS

Um amigo, que tem circulado muito em Rio Branco durante a campanha eleitoral, atesta:

- As porta-bandeiras do 13 são as mais gostosas.
São bem alimentadas e tratadas. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ALÉM DAS CORTINAS VERMELHAS

POR PEDRO GUSTAVO NUNES

A exemplo de tantos outros reinados e impérios, o que convencionalmente vem sendo denominado “vianismo”, experimentou da ascensão ao apogeu, e agora demonstra uma fragilidade igual ainda não vista, perante uma desorganizada e atrapalhada oposição que, mesmo com restrito potencial bélico, luta contra um oponente arsenal político-financeiro construído pela coligação Frente Popular do Acre (FPA), apenas com coices e pontapés, e ainda assim coloca em cheque a supremacia de um grupo que um dia pareceu invencível. Uma era de boom econômico, grandes obras de infra-estrutura, resgate cultural, dentre muitos outros acertos de gestão. Mas o que pode ter colocado em cheque a política vianista da FPA, considerada por muitos o período de maior avanço da história do Acre?

A história dos movimentos políticos, desde os tempos mais remotos, sempre evoluiu, mesmo que lentamente, em busca da democracia plena, ainda que a sua plenitude nunca tenha sido efetivamente alcançada. Pelo menos não no cenário nacional ou acreano. E o raciocínio é óbvio: para que os iguais existam necessita-se manter um exército de desiguais. Em um cardume de milhares de peixes, todos os milhares são iguais, enquanto que em uma matilha de brasileiros uma minoria tem pedigree à revelia da maioria de vira latas.

O maior equívoco da política inovadora da FPA (acho o termo popularismo mais adequado que vianismo) foi segregar a sociedade em castas, num apartheid social-democrático, dando uma retórica colonial ao que chamou-se de inovação. Os desiguais integrantes da maioria esmagadora, legitimando os iguais, dando-lhes carta branca (votos) em permissiva subordinação, delegando a minoria elitista a pensar por todos.

Em um Estado democrático de direito o conceito parece ser bastante simples. A vontade da maioria prevalece. O poder emana do povo que escolhe gestores públicos de cargos eletivos cíclicos e, a cada novo ciclo, a sociedade organizada e teoricamente civilizada reconstitui o novo ciclo como em um movimento de translação. Para dar continuidade a esse ciclo, existem as eleições.

Mas o que temos percebido, há tempos, é que o ciclo é mais teórico do que prático. Na verdade subtrai-se o direito do cidadão de pensar. Pelo menos o direito dos desiguais. Estes não têm a opção de pensar, pois estão reféns de programas sociais, cargos comissionados e de falsas promessas. Doar o voto é garantia de sobrevivência, mesmo que seja por mais um dia. Um desigual ao negar seu voto ao popularismo, está trocando a garantia da vaidade de um igual por um futuro incerto. E se ele se rebela a pensar, poderá estar permutando o sustento de sua família pela sua alforria intelectual. Portanto, não há interesse em dar cidadania aos desiguais, pois a cidadania é a fonte do pensamento, é o ponto de partida dos questionamentos, é onde os desiguais se tornam iguais, onde o coletivo prevalece sobre o individual.

Para quebrar esse vício há que ter coragem. Jamais enxergaremos o que há além do lulismo, vianismo, popularismo ou seja lá o adjetivo que for, se não arriscarmos rasgar as cortinas vermelhas. Pode ser que se encontre o paraíso. Como também, há o risco de adentrarmos num ciclo apocalíptico. Arriscar é preciso. Já conhecemos as trevas. Todo brasileiro conhece as trevas. Ou veio dela, ou está nela ou próximo dela.

Mas pouquíssimos são os desiguais que tiveram a oportunidade de conhecer o paraíso. “Penso, logo existo”, as palavras proferidas pelo francês René Descartes, em meados do século XVII, deveria ser adotada como um grito de guerra por todos brasileiros, ruindo desde o Reich popularista da FPA até o caudilhismo dos Sarney, e assim quem sabe, a era dos desiguais, se torne apenas mais um triste capítulo de nossos livros de história.

Pedro Gustavo Nunes é médico veterinário e servidor público estadual

CONVIDADO POR MARINA SILVA

A ex-ministra Marina Silva está em Rio Branco para manifestar apoio ao candidato à prefeitura de Rio Branco Marcus Alexandre (PT). Ela participará de uma entrevista coletiva no Parque São Francisco, a partir das 14h30.

No aeroporto, após desembarcar do avião, Marina Silva indagou aos seus assessores:

- Cadê o Altino? Sei que ele vai votar no Bocalom, mas quero que seja convidado para a coletiva. Não será por causa de política que deixará de ser convidado.

Telefonaram e deram o recado dela. Vou lá, pois minha amiga Marina Silva é a reserva moral e política do Acre.

No mais, basta o PT marcar um compromisso que vem água. Mas tenho um bom guarda-chuva comprado em Cobija.

Atualização às 15h13

Voltei do Parque São Francisco. A entrevista foi adiada para as 16h30, mas avaliavam a possibilidade de mudar de local por causa da chuva.

CAMPANHA ELEITORAL NAS ROTATÓRIAS

POR LETÍCIA MAMED

Em dúvida sobre a perigosa utilização das rotatórias como palanque eleitoral em Rio Branco, fiz um questionamento ao Detran sobre o excesso de pessoas e adereços que passaram a ocupar estes locais nos últimos dias:

“Uma pergunta técnica ao @DetranAcre: o excesso de seres nas rotatórias, com seus adereços, impedindo o livre e seguro tráfego, é consentido?”

Atenciosamente, a autarquia me encaminhou a seguinte resposta:

“A diretoria informa que esta é a primeira reclamação que se recebe sobre o assunto em todos os meios de interação disponíveis. Desde que não se bloqueie o tráfego ou interfira a visibilidade dos condutores nas vias, não há impedimento legal à prática”.

Logo após, o juiz eleitoral Pedro Longo (1ª Zona Eleitoral-Rio Branco), de modo indireto, acabou por me responder de modo mais preciso.

Ao analisar a instalação de adereços de propaganda eleitoral nas rotatórias da cidade, com fundamento na lei que não permite placas de propaganda com dimensões superiores a 4 metros quadrados, ele determinou:

“Tratando-se de propaganda manifestamente irregular, determino sua retirada de plano".

E acrescentou ao despacho:

"Dê-se ciência à Comissão de Fiscalização para que adote idêntica providência caso constate futuramente a existência de material similar".

A uma pergunta técnica, resposta igualmente técnica.


Letícia Mamed é professora da Universidade Federal do Acre

TRAQUE OU DINAMITE

Fonte que reputo como confiável, ligada ao candidato Tião Bocalom (PSDB), telefona para avisar que os dois últimos programas do tucano na TV serão arrasadores contra a candidatura de Marcus Alexandre (PT).

- Por ora, só posso adiantar que envolve um grande líder do PT - acrescenta a fonte em tom de mistério.

É aguardar para ver se assistiremos explosão de traque ou dinamite.

HAITIANOS PASSAM FOME NO ACRE


Leia no Blog da Amazônia.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

UMA RÃ

Na varanda 


A rã

(Caetano Veloso - João Donato)

Coro de cor sombra de som de cor de mal me quer
De mal me quer de bem de bem me diz
De me dizendo assim serei feliz
Serei feliz de flor de flor em flor
De samba em samba em som de vai e vem
De verde verde ver pé de capim
Bico de pena pio de bem-te-vi
Amanhecendo sim perto de mim
Perto da claridade da manhã
A grama a lama tudo é minha irmã
A rama, o sapo, o salto
De uma rã.

ESTRADAS DO ACRE SÃO PÉSSIMAS

Deu no UOL
 
O Acre tem 72,1% de suas rodovias em estado péssimo (38%) e ruim (34,1%). Apenas 0,7% do trecho pavimentado é considerado ótimo. Enquanto isso, São Paulo possui 78,7% das suas estradas classificadas como ótimas (49,9%) e boas (28,8%) e somente 3,6% de trecho pavimentado é tido como péssimo. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), com base em 95.707 quilômetros analisados em todo o país.

Segundo a pesquisa, as regiões que mais sofrem com problemas nas rodovias são a Norte e Nordeste, ao mesmo tempo em que o Sul e Sudeste apresentam os melhores rankings.

No Sudeste, depois de São Paulo, Rio de Janeiro é o Estado com menos problemas nas estradas – 60,6% das rodovias são consideradas ótimas (20,6%) e boas (40%).

No Sul, o Rio Grande do Sul tem 47,7% de suas rodovias em estado bom e 11% em estado ótimo. Apenas 2,4% está em condições péssimas. O Estado é seguido do Paraná, onde 18% das estradas são ótimas e 29,8% são boas.

No Norte, depois do Acre, os Estados que mais apresentam estradas com deficiência são Amazonas e Roraima. No Amazonas, nenhuma estrada está em estado bom ou ótimo - 22,5% das rodovias são consideradas péssimas e 47,1% são classificadas como ruim. Em Roraima, 70,7% estão em condições péssimas (25,3%) e ruins (45,4%).

No Nordeste, o Estado que mais sofre com problemas nas rodovias é o Maranhão. Apenas 0,4% das estradas estão em estado ótimo, enquanto 19,4% das rodovias são péssimas. Alagoas, embora seja um Estado pobre, tem 47,9% de suas estradas em estado bom.

GENTE QUE FAZ FALTA


Meu amigo Rodrigo Almeida é o responsável por essa fotomontagem. Ele era guarda-mirim quando trabalhei na assessoria de comunicação do então prefeito de Rio Branco Jorge Viana.

Piu-Piu, como o apelidei à época, trabalha atualmente na Secretaria de Pequenos Negócios. É um dos mais ativos militantes do PT na rede social Facebook.


- Gente como você e Toinho Alves faz muita falta numa campanha- justificou Piu-Piu.

A foto foi tirada após uma entrevista concedida pelo então presidente Lula a um grupo de blogueiros. Pedi que Lula explicasse porque não é o cara no Acre.


Que os marqueteiros de Tião Bocalom não usem a entrevista.

 

BANDEIRANTES DE ESQUINAS

Está praticamente impossível transitar nas ruas de Rio Branco.

Os cabos eleitorais ocupam as rotatórias e mal dá para dirigir.

Nesta quarta-feira vi até o defensor-geral da Defensoria Pública do Acre, Dion Nóbrega Leal, balançando bandeira do PT.

A Defensoria Pública está na maior crise da sua história.

Cruzeiro do Sul, por exemplo, não possui defensor público.

Junto com o defensor-geral estava Fernando Morais, sub-defensor público geral.

No Twitter, a professora Letícia Mamed fez uma pergunta técnica ao Detran:

- O excesso de seres nas rotatórias, com seus adereços, impedindo o livre e seguro tráfego, é consentido?
Não obteve resposta.

ACORDA AMOR

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O PT NÃO É MAIS CONFIÁVEL

POR FÁTIMA ALMEIDA

Quando vejo jovens aguerridos, segurando bandeiras vermelhas por toda parte de Rio Branco, inflamados pela batalha eleitoral, só penso que é dinheiro nosso, contribuintes do Tesouro Nacional, que está lhes pagando e que depois os jovens vão ficar de novo correndo atrás de ocupação e renda. É uma tristeza. Tão jovens, sem futuro promissor, não vão ser pedreiros na Cidade do Povo ou Garota do Fantástico, pois só pode ser uma vez a cada ano.

O excesso de gente exercendo cargos comissionados em diversas escalas, os empregos temporários, as pequenas firmas na área de construção, subsidiárias das grandes empreiteiras, fornecedores de todos os calibres, enfim, toda essa miríade de satélites em torno do poder público contribui para essas endinheiradas campanhas. Com o nosso dinheiro, bem entendido.

Atualmente, a desvairada paixão pelo vermelho é muito duvidosa. As relações sociais no Acre em nada mudaram porque os irmãos Vianna retiveram no Estado o molde de seringal, onde eles controlam o barracão e mantêm as velhas práticas de aviamento fazendo ótimos negócios com outros descendentes como eles, vide o caso da avenida Amadeo Barbosa.

Aliás, ótimos negócios com o grande capital em geral, enquanto fazem de conta que pensam na situação da classe trabalhadora com gestos magnânimos, como aquele quando levaram dezenas de marceneiros para feira de móveis na Itália. Continuamos a esperar os resultados.

Com a prática do empreguismo são mantidos milhares de eleitores sob sua custódia. Controlam a imprensa para recortar apenas as notícias que lhes interessam. Aquela meia página policial dos jornais nem de longe representa a realidade.

Eu mesma fico sabendo quase todos os dias de arrombamento de casas e carros, quando são furtados objetos que ainda nem foram quitados, reduzindo-se o fato apenas ao registro chamado de “BO”, pois a polícia não investiga, não pede as notas fiscais e sai em campo para batidas nas zonas do tráfico, ficando o contribuinte impotente a continuar pagando pelos laptops que lhes foram levados. A agressão feita por um neto do Amadeo Barbosa à Thaís Pordeus não saiu em jornal algum, só neste blog.

O governo do Acre não sabe dialogar e só trata a oposição como se essa fosse a “mundiça”, enquanto que os seus são os puros, os melhores e superiores em todos os sentidos. Tudo balela. Conheço muitos deles que não têm conhecimento algum, inteligência menos ainda, mesmo porque isso não lhes é exigido. Toda nossa cultura ainda é a do barracão, apesar de que supõem ser modernos.
 

Não poderia votar no candidato do PT ou da coligação Frente Popular do Acre, que colocou no saco de lixo o resultado do nosso último referendo do fuso horário e o largou correnteza abaixo.

As novas gerações não sabem o que é regime de exceção. Eu sei. O PT não é mais confiável. Fazer de conta que isso não está acontecendo pode ser conveniente para muita gente, não é o meu caso.

Eu voto com tranquilidade no Tião Bocalom. Sei que ele não vai aviltar nenhuma lei nem trair a República. O resto deve ficar por conta da sociedade mesma que deve ser mais participativa e menos ociosa.

Fátima Almeida é historiadora

SEM GUERRA, EM PAZ

Este foi o melhor momento da campanha eleitoral em Rio Branco. Que sirva de exemplo aos cegos e intolerantes da política. Parecem até o professor e o aluno; o pai e o filho. Parabéns a Marcus Alexandre e Tião Bocalom pela civilidade.

CONCITA EM DEFESA DE THAÍS PORDEUS


Da secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Concita Maia:

- Caro Altino, falei com a estudante Thaís Pordeus e com o pai dela. Estou colocando a diretora de Direitos Humanos e coordenadora do Pacto pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher, da nossa secretaria, para acompanhar o processo lá em Maringá. Pessoalmente, vou solicitar ao delegado Emilson Farias para fazer um levantamento da vida do agressor, para ver se encontramos antecedentes. Estou indignada e machucada. Sinceramente, cada agressão cometida contra as mulheres, abre uma ferida na minha alma. Inadmissível. O silêncio e a impunidade são cúmplices da violência. Justiça! Estou mobilizando as entidades que atuam em defesa dos direitos humanos para uma nota de repúdio contra esse agressor juntamente com o pedido de justiça para o caso. 

Clique aqui para saber sobre o caso envolvendo a universitária Thaís Pordeus.

LUZ NA RUA DO PETECÃO


Na manhã desta terça-feira, participei de uma coletiva de imprensa na casa do senador Sérgio Petecão, por causa da polêmica sobre os tiros na casa dele (leia aqui), quando o serviço de iluminação pública da prefeitura de Rio Branco apareceu para fazer manutenção na escura rua Alberto Assad, que é de terra, cheia de buracos.

- Agora vou esperar o Bastião Viana chegar aqui com o programa Ruas do Povo - ironizou o senador.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PARA JORGE VIANA


Comentário do advogado Neto Ribeiro sobre a nota "Campanha pé no chão", do senador Jorge Viana (PT-AC), no Facebook:

"De todo o seu texto, Senador, só posso concordar com a primeira parte: “que o segundo turno nos permite fazer uma comparação direta sobre quem é quem nessa eleição”. De um lado, Marcus Alexandre, o nome indicado pelo senhor e seu irmão, o atual governador Tião Viana, a despeito de todas as vozes contrárias no próprio PT e em toda a FPA. Nome vindo e imposto diretamente dos gabinetes para a população. Nome leve, é bem verdade - e nisso tenho que tirar o chapéu para o senhor e o seu irmão: são ótimos estrategistas, ou, aquilo que os entendidos da área costumam chamar de raposas políticas. E de todas as qualidades, a que mais se ressalta no candidato petista é o fato de ser um moço obediente e aplicado.

É perceptível - àqueles que conhecem - que o rapaz é uma boa montagem, talhado para o vídeo e que se esforça no corpo a corpo, apesar da sua falta de... digamos... "sal". Agora, Senador, querer nos fazer acreditar - subjetivamente - que o candidato do senhor percorreu 700km a pé apenas porque tem ou tinha o interesse de interagir mais de perto com a população para conhecer os problemas desta é afrontar a nossa inteligência. O seu candidato percorreu a pé todos esses quilômetros foi para se tornar conhecido do grande eleitorado, dessa massa pobre e carente, esquecida há muito pelos governos da FPA, iguais a essas crianças da foto, que brincam descalças na lama, em um bairro sem a mínima infraestrutura básica e de vivência com dignidade.

Quanto ao candidato oposicionista, Tião Bocalom, e as suas colocações, fico aqui a me perguntar. Se ele, que tem profissão e não se aposentou para se dedicar exclusivamente a política é chamado de candidato profissional por ter enfrentado o Senhor e o PT nos últimos pleitos, o que dizer ou chamar o Ex-Presidente Lula que se candidatou por 4 vezes consecutivas, ou seja, 16 anos, unicamente ao cargo de presidente?!?! Imagine, Senador, se ele tivesse desistido?!?! Hoje, provavelmente, não teríamos o núcleo duro do governo dele sendo condenado por corrupção no STF.

O nobre Senador diz que a oposição só quer chegar a Prefeitura para fazer política e oposição. Mas, pergunto: o que o Senhor, Senador da República faz agora não é puramente política?!?! E o que o PT fez durante toda a sua existência no plano nacional não foi apenas política e oposição irresponsável, já que quando se tornou governo abraçou as mesmas práticas (e até as piores, incrementado-as) dos governos anteriores?!?! E por acaso, essa oposição que o nobre Senador diz pesar não conta com nomes que outrora estiveram do seu lado a apoiá-los?!?! Deixe-me ver... Flaviano Melo foi seu chefe, já que o senhor serviu ao governo dele como Cargo de Confiança. Sérgio Petecão foi seu homem de ferro na ALEAC. Nunca na história deste Estado um Deputado foi tantas vezes reeleito ao cargo de Presidente... Isso para não citarmos outros que outrora engrossaram as fileiras da FPA, como este que vos escreve, mas que politicamente é a soma de nada e coisa nenhuma.

Espero em Deus, nobre Senador Jorge Viana, que a vontade manifesta nas urnas da maioria do Estado e aqui também da capital – já que a soma dos votos de oposição superam, e muito, os votos do PT, e isso sem contar os votos brancos e nulos – sirva de lição de humildade, mas, humildade verdadeira e não aquela do vídeo tão bem forjada pelos 20 anos de carreira política (quem diria Senador, o senhor se tornou aquilo que sempre criticou: um político carreirista!) aos dirigentes da FPA, vencendo ou perdendo o pleito vindouro, tanto quanto seja lição para a oposição, para que aprendam, os dois lados, de uma vez por todas, que o servir é servir ao coletivo, ao todo, e não apenas a um grupelho de apadrinhados e a interesses pessoais."

PSOL DO ACRE REPUDIA SENADOR DO PARTIDO

Nota da regional do PSOL no Acre repudia o apoio do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) ao candidato à prefeitura de Rio Branco Marcus Alexandre (PT). O documento será enviado ao diretório nacional do partido, com o vídeo do programa eleitoral que teve a participação do senador, exigindo cumprimento das resoluções partidárias.

Eis a dura nota do PSOL contra o senador, o PT, o governo do Acre e a "oligarquia vianista":

"A Direção Regional do PSOL/AC vem a público repudiar o comportamento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), que na noite desta sexta-feira (19) apareceu no horário eleitoral gratuito da Frente Popular de Rio Branco (AC) pedindo votos para o petista Marcus Alexandre, candidato imposto pela oligarquia decadente que governa o estado há 16 anos com mão de ferro.

O parlamentar afronta a decisão da Direção Regional do PSOL/AC, que não indicou voto em nenhum candidato neste segundo turno da capital acriana e proibiu qualquer militante de manifestar apoio em nome do partido, por entendermos que ambas as forças políticas que estão neste pleito não oferecem nenhuma novidade, não se diferenciam e não farão mudanças significativas para a sociedade.

Também o senador descumpre as resoluções nacionais do partido, que proíbem expressamente qualquer aliança formal e informal com PT e PSDB, partidos cujas práticas políticas não convergem com o que defendemos para o Brasil e para o Acre, uma vez que alimentam o desmonte do Estado, as políticas conservadoras e os privilégios das elites nacionais.

O senador, que desconhece a realidade local, não sabe que o Acre amarga entre os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil e é vítima da corrupção e do mau uso da máquina pública, práticas que se alastram desde quando a velha oposição governava.

A frente comandada pela oligarquia vianista, ao contrário do que fala o senador na TV, implantou um modelo insustentável de desenvolvimento, o qual é apoiado por organismos internacionais e organizações alinhadas com o capitalismo verde. As populações tradicionais continuam abandonadas.

O Acre está longe de ser uma referência em desenvolvimento sustentável. É o que confirmam também líderes seringueiros como Osmarino Amâncio e Dercy Teles, companheiros de Chico Mendes e críticos árduos do modelo de desenvolvimento levado a cabo pelo tal “Governo da Floresta”, uma coalizão de vários partidos díspares e que reúne desde antigos adversários “satanizados” a partidos de esquerda.

Randolfe, que não passou em nenhum momento no estado para apoiar nossa candidatura nestas eleições, declara apoio a um candidato denunciado por peculato e improbidade administrativa. Da mesma forma, ignora fatos históricos como a atuação direta do então senador Tião Viana, hoje governador do Acre, no processo de expulsão no PT dos fundadores do PSOL: Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá e outros companheiros.

A postura de Randolfe não nos causa tanta estranheza e espanto, posto que em Macapá seu candidato a prefeito que está no segundo turno recebeu apoio do DEM, PSDB e PTB, sob anuência de Sarney, contrariando todas as orientações do partido. Esse comportamento suspeito para um líder de esquerda é mais visível quando rasga elogios ao senador Jorge Viana, que defendia até há poucos dias anistia aos desmatadores em seu relatório do Código Florestal, intenção que foi reprovada até por Marina Silva.

Embora ainda em fase de construção, o PSOL no Acre tenta consolidar-se como uma referência de esquerda e abrigo para os verdadeiros lutadores do povo, que resistem aos desmandos do estado e à cooptação de todos os partidos e movimentos sociais. O próprio PSOL/AC já foi vítima dessas práticas em 2010, quando, dirigido por pessoas irresponsáveis, desonestas e impudicas, foi, sob pretexto até hoje desconhecido, levado aos braços da Frente Popular. O fato foi contestado na Justiça pelos militantes comprometidos, o que levou à exclusão da sigla desta coligação.

Entendendo que as atitudes individuais do senador Randolfe não condizem com as defendidas pelo conjunto do partido, o PSOL/AC exige providência do Diretório Nacional para o cumprimento das resoluções partidárias e ações enérgicas contra quem tenta macular, negociar e desvirtuar nosso valoroso e combativo partido. O PSOL não pode perder seu caráter de esquerda. A nossa luta é pela emancipação dos trabalhadores e oprimidos, e não pelo fortalecimento das nefastas oligarquias.

Viva o socialismo!

Viva o Partido Socialismo e Liberdade!

Rio Branco- Acre, 22 de outubro de 2012"

domingo, 21 de outubro de 2012

THAÍS PORDEUS

Universitária denuncia ex-namorado por estupro e tortura. "Pior momento foi quando usou uma máquina para aplicar choques elétricos", diz em entrevista exclusiva



A estudante de medicina Thaís Pordeus Leite Costa, 22 anos, denunciou à Polícia Civil de Maringá (PR), na semana passada, o empresário Jimmy Levy Barbosa Jr., 41 anos, ex-namorado dela, por estupro, tortura e lesão corporal. Ambos são do Acre, sendo que o empresário, filho de uma família influente no Estado, mora em Rio Branco, e a jovem em Maringá, onde estuda numa universidade particular.


Durante interrogatório prestado na 9ª Subdivisão Policial, Thaís Pordeus contou ter sido agredida e violentada pelo empresário quando o casal viajou ao Paraguai e Argentina no final de semana. A estudante disse que começou a ser agredida após Jimmy Levy Barbosa Jr. ter lido em seu celular uma mensagem enviada por um amigo com quem ela havia se relacionado.

Após a descoberta, o empresário teria forçado a jovem a manter relações sexuais contra a vontade dela. O estupro teria sido registrado em vídeo e fotos. Ela relatou ter sido agredida com tapas, socos e cotoveladas. Além disso, o empresário usou uma máquina elétrica, comprada no Paraguai, para aplicar choques no pescoço e nas pernas da vítima.

As agressões não cessaram após o casal regressar para Maringá, na segunda-feira (15). A universitária contou à polícia ter desmaiado após ter o pescoço torcido pelo ex-namorado e de ter sido novamente vítima de socos e tapas para que permitisse o acesso dele ao perfil dela na rede social Facebook.

Segundo a estudante, o empresário Jimmy Levy Barbosa Jr teria ameaçado os irmãos e a mãe dela caso o denunciasse à polícia. O empresário chegou a ocupar o apartamento dela e a se recusar a sair do mesmo.

A Polícia Civil de Maringá intimou o empresário e abriu inquérito para investigar as acusações de estupro, lesão corporal e crimes contra a pessoa. O empreesário negou todas as acusações. Ambos foram submetidos a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal da cidade.

Thaís Pordeus procurou o Blog da Amazônia e concedeu entrevista exclusiva sobre o drama que viveu.



Por que decidiu assumir publicamente a denúncia contra o agressor?

Porque sei que não sou a primeira vítima dele. Se ninguém denunciá-lo, isso nunca vai parar. Depois de tantos choques elétricos que levei, poderia nem estar viva. Mas Deus é maior e me deu essa nova chance. Passei por tudo isso e não vou recuar em nenhum momento. Espero que a justiça seja feita e que nenhuma mulher mais seja agredida por aquela pessoa. Peço que todas as mulheres, vítimas de violência, denunciem, que não tenham medo. Isso tem que acabar.

Quando e onde o conheceu?

Eu o conheci num aeroporto, na Bolívia, em janeiro deste ano, mas nosso namoro havia terminado em agosto.

Como era o relacionamento de vocês? 

Era bom, normal. Nunca pensei que ele fosse fazer o que fez comigo. Ele sempre me ajudou muito, mas a distância acabou desgastando o relacionamento e terminamos. Ele é muito controlador. Estava pagando para alguém, na minha sala, fornecer informações sobre com quem eu conversava, que horas eu saía da faculdade, se eu estava ou não dentro da sala de aula. 

Ele mantinha você, custeava as suas despesas?

Não. Para isso tenho pai e mãe. Mas ele sempre quis me ajudar financeiramente, sim. Às vezes me ajudava, mas me manter nunca.

Você sabe como eram os relacionamentos anteriores dele?

Não, mas ele sempre falava que a mãe da filha dele tinha surtado de ciúme dele por causa da própria filha e por isso tinha acabado o relacionamento.

Qual foi o pior momento?

Foi quando aplicou choques elétricos. Eu me tremia muito. Eram 5000 volts e pensei que fosse morrer

Onde aplicou os choques?

No pescoço e na perna. Ele também me deu muitos socos na cabeça e eu desmaie.

O que alegava?

Ele viu mensagens de um rapaz no meu telefone. Questionada, confirmei que havia ficado com o rapaz. Ele fingiu que estava tudo bem e fomos para a igreja. Quando voltamos, ele deu um tapa na minha perna e disse que o rapaz iria pagar por ter ficado comigo. Tomou o meu telefone e cada vez que chegava alguma mensagem eu apanhava mais.

Estava com ele quando a máquina de choque elétrico foi comprada?

Sim, estava. Foi comprada no Paraguai, mas também viajei com ele até a Argentina.

Ele explicou o motivo de comprar a máquina?

Ele disse que tinha uma máquina de choque, mas que a mesma tinha ficado com um primo dele, que estava levando uma nova máquina porque não tinha mais a dele.

O seu ex-namorado também usou uma filmadora?

Ele filmou todo o ato sexual, mandou eu fazer varias posições e ficou fotografando. Ele também mandava eu dizer que eu era uma puta. Mandava eu falar no vídeo que eu tinha dado para outro cara no meu apartamento e logo em seguida me dava socos na cara. Ele todo o tempo afirmava ter razão. Negou tudo o que fez contra mim ao prestar depoimento à polícia.

Como você escapou?

Eu fingi que estava tudo bem, que não ia denunciá-lo, que nunca ia falar nada para ninguém. Ele me levou para casa. Na manhã seguinte saí para pagar meu aluguel e ele mandou que eu deixasse o celular. Voltei para casa e fui para a faculdade. Foi ele quem me levou até a faculdade. Depois foi me buscar em um carro locado por ele, placa HIF-4805. Era um Fiat Uno com a placa de Belo Horizonte. Esperei que devolvesse o carro e pegamos um táxi. Ele ficou no meu apartamento e eu fui para a faculdade. De lá, corri com minhas amigas para a Delegacia da Mulher, onde fiz a denúncia.

No Acre, a sua família foi avisada. Como reagiu?

Sim, minha família foi avisada. Estão todos me apoiando e também fizeram denúncia em Rio Branco. Ele ameaçou fazer alguma coisa de ruim contra meus familiares se eu o denunciasse à polícia. Estou com medida protetiva. Ele não pode chegar 200 metros perto de mim porque chegou a me ameaçar de morte. Disse que não precisava sujar as mãos, que tinha quem fizesse o serviço sujo para ele.

Por que não foi preso?

Porque, segundo a delegada, ele só poderia ser preso se fosse pego em flagrante. Do contrário, a delegada estaria cometendo abuso de autoridade.

Quando você fez exame de corpo de delito?

Fiz o exame na sexta-feira, pois não havia médico legista na terça e nem na quarta. O laudo só sai na semana que vem.

Ele já procurou você de novo? Você está no seu apartamento ou protegida na casa de amigos?

Não procurou. Ele já prestou depoimento à polícia, mas negou tudo. Na sexta-feira, também estava no Instituto Médico Legal de Maringá, para fazer o exame de corpo de delito.

Algo a acrescentar?

Ele torceu muito meu pescoço, tentou me sufocar com uma blusa dele e me deu os choques. Ele dizia que ia furar meus olhos e puxava meus olhos com os dedos. Daí pegou uma caneta e colocou do lado do meu olho e perguntava se eu tinha medo de ficar cega. Ele pedia para que eu escolhesse se queria perder um dente ou um olho, me dava cotoveladas na barriga, na escápula e apertava meus seios.

Admirável a sua coragem, Thais.

Obrigada. Foi muito difícil, mas estou viva.

Atualização, às 7 horas de segunda-feira (22)

A entrevista de Thaís Pordeus teve enorme repercussão na web, sendo reproduzida por dezenas de sites e blogs no país.

sábado, 20 de outubro de 2012

TIROS NA CASA DO SENADOR PETECÃO

"Não acredito que o fato tenha conotação política"

 
Alguns detalhes sobre os tiros disparados contra a casa do senador Sérgio Petecão (PSD-AC) na noite desta sexta-feira (19), em Rio Branco, de acordo com o boletim da Polícia Militar do Acre.

Foi a vizinha Karine Florêncio de Matos que, ao chegar de carro na casa dela, viu quatro homens armados, em pé, encostados num carro, nas proximidades da casa do senador, na Rua Alberto Assad.

Preocupada com a cena, a mulher se ausentou do local com o carro em marcha ré e acionou o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública.

Karine Matos aguardou a presença da Polícia Militar num posto de gasolina próximo. Na casa do senador, os policiais encontraram uma cápsula de bala e o convidaram a prestar depoimento numa delegacia.

Por envolver um senador, o caso foi encaminhado para a Polícia Federal, onde Petecão também prestou depoimento.

- Não acredito que o fato tenha conotação política. Eu estava dentro de casa, me preparando para sair com a Mafisa, minha mulher, e não presenciamos nada. Chegamos a ouvir barulho, mas não imaginamos que fossem tiros contra a nossa casa - disse ao blog o senador.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

REVOLUÇÃO AVILTADA

Análise muito pertinente da cientista política e professora da Universidade Federal do Acre, Letícia Mamed:

"Não há lugar onde o conceito “revolução” seja mais aviltado como no Acre. Tudo aqui é “revolução”, ao sabor dos ventos, sem concretude.

É “Revolução Acreana”, “Praça da Revolução”, “Evento Político X da Revolução”...

É politicamente correto e, claro, publicitário, dizer que o acreano se “revolucionou” pra ser Brasil e continua a se “revolucionar”.

Um dia, o "aguerrido acreano" fez uma escolha em referendo popular, mas justamente aqui, na terra da revolução, ela não é respeitada.

No emblemático episódio do horário do Acre, tomado e nunca devolvido ao seu povo, como fica o nosso “espírito revolucionário” tão exaltado?"

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

COMPRA DE VOTOS EM SENA

Atenção Ministério Público Eleitoral, Polícia Federal e Justiça Eleitoral do Acre: as fotos estão disponíveis no Facebook de alguém que assina como Joelma Torquato, de Sena Madureira (AC), com as legendas que reproduzo na íntegra. O vereador Caju Diniz (PTdoB) foi eleito com 243 votos. Um sobrinho dele mostrou o dinheiro na rede social.



"Gente esse dinheiro segundo informações do próprio sobrinho Vereador CAJÚ DINIZ foi usado em sua campanha para compra de votos!!!! kd o TRE agora? Candidatos q queriam trabalhar pelo povo ñ se elegeram por levarem a sério a política q quererem cumprir a lei..... E AGORA? vergonha pro nosso município."



"Esse é o sobrinho do Vereador CAJÚ como vcs podem ver segurando muito dinheiro!!! E AGORA TRE?"


"Foi assim que alguns candidatos a Vereador de Sena Madureira Ganharam as eleições!!!!"

TERRA DE MURO BAIXO

O Acre era conhecido como terra de muro baixo. Com o advento da internet e suas redes sociais, virou terra da baixaria.

Do governador ao mais reles opositor, todos se valem da internet para divulgar baixarias contra desafetos.

Imagine se Tião Bocalom tivesse enviado, por exemplo, um SMS de conteúdo caliente para a candidata derrotada a vereadora Pequena Manteiguinha ou para Eliane Sinhasique, a mais votada.

O assunto já teria virado ou não manchete na imprensa do Acre? Quem estaria considerando a exploração do fato baixaria de campanha?