sábado, 27 de fevereiro de 2016

Nabor Júnior, ex-governador do Acre

 Três mandatos de deputado estadual, dois de deputado federal, um de governador e dois de senador pelo Acre. Nabor Teles da Rocha Júnior, 85 anos, dos quais 40 de vida pública. É impressionante a lucidez deste devoto de São Francisco de Assis. Reza duas horas diariamente, vai dormir às 22h e acorda às 5h. Há dez anos, de segunda a sexta, pratica tai chi chuan e li an kun. Lépido e fagueiro, Nabor Júnior me pareceu mais jovem do que quando deixou o Senado. Ano que vem completa 60 anos de casamento (bodas de diamante ou jade) com dona Darcy. Ela não esquece o quanto foram hostilizados no aeroporto de Rio Branco pela militância petista quando o marido perdeu a cadeira de senador para Geraldinho Mesquita. “Foi muito feio o que fizeram. Gritavam ‘fora Nabor, fora Nabor’ e deram até empurrão nele”. A visita ao casal, na companhia do amigo Jurilande Aragao, demorou mais de duas horas. Ouvimos muitas lições de história sobre o Acre. Fomos conduzidos pela jornalista Dora Rocha , filha de Nabor e Darcy.
VÍDEO 






quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Veja o governador Tião Viana em entrevista exclusiva no Café com Altino

O governador do Acre Tião Viana (PT), 55, revelou no primeiro programa “Café com Altino” que vai abandonar a política após o término do segundo mandato. Casado, pai de três filhos e avô há um ano, Viana é médico infectologista e ex-senador. Ele contou o drama de ter sobrevivido à paralisia infantil e meningite e explicou como vai adotar expediente para os servidores públicos para reduzir gastos. Falou muito mais. Vale a pena assistir. 






terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Tião Viana anuncia que deixará a política; governo vai adotar expediente corrido de servidores contra crise econômica


O governador do Acre Tião Viana (PT), 55, anunciou em entrevista exclusiva ao primeiro programa “Café com Altino”, gravado na noite de sábado (20), que já decidiu abandonar a política após o término do segundo mandato. Assinalou que desiste da política não por decepção, mas por se considerar feliz pela contribuição que já deu e por entender que “é hora de fazer outras coisas bacanas por meus filhos e por minha esposa".

- Passei 24 anos transferindo os meus ideais às causas coletivas. Tenho um ponto de partida, um ponto de caminhada e um ponto de chegada. Acho que está na hora de eu parar na próxima estação, que é 2018, e descer desse trem - afirmou.

Casado, pai de três filhos e avô há um ano, Tião Viana, é médico infectologista e ex-senador. Ele contou o drama de ter sobrevivido à paralisia infantil e meningite.

Viana pretende se dedicar à carreira acadêmica como professor da Universidade Federal do Acre, onde ingressou via concurso realizado quando exercia o segundo mandato de senador, o que lhe assegurou o direito de ser contratado e ficar sem lecionar até agora por causa da carreira política.

O governador avalia que alguém que entra na política com valores e coerência pode de repente “se tornar um bandido”. Segundo Viana, na política, atualmente, “um bandido, num segundo, pode se tornar um herói porque os valores estão perdidos”.



Encurralado pela crise econômica, o governador do Acre também antecipou com exclusividade que permitirá que os servidores públicos possam negociar com os seus superiores expediente corrido de 7 horas nas repartições públicas, excetuando as pastas de Saúde, Segurança e Educação.

Ao discorrer em defesa do expediente corrido como medida de redução de gastos, Tião Viana fez uma revelação na contramão da opinião da maioria da população que reclama da qualidade da água distribuída pelo Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa).

- Tem que mudar alguns hábitos. Por exemplo: por que tanta água mineral em tudo que é órgão? Na minha casa eu bebo água que não é mineral. Eu bebo água do Depasa. Tem o meu filtro lá, que passa por uma questão de segurança, que é alcalinizar. Por que um copo descartável? Na minha casa eu tenho o meu copo. No trabalho eu tenho o meu copo. Por que não pode cada um ter o seu e a gente estar economizando? Copo descartável vai ficar 500 anos no meio ambiente.

O governador tomou a iniciativa de abordar o caso de um bebê de quatro meses que morreu na semana passada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do 2º Distrito, em Rio Branco, após uma nebulização. A família acusa que houve negligência e erro durante a administração de medicamento.

O caso foi revelado em reportagem da TV Acre, afiliada da Rede Globo, e repercutiu ainda mais nas redes sociais por causa do choro do apresentador no encerramento do telejornal. O governador criticou duramente a editoria da emissora, que teria ouvido mas deixou de publicar versão da Secretaria de Saúde se solidarizando com a família.

O governador disse que recebeu os pais do bebê em seu gabinete e que está sendo apurado se o médico estava ou não no trabalho. Segundo ele, não faltou nada do Estado para o atendimento.

- Eu não posso estar a favor do erro. A minha impressão hoje, daquele caso, que vai ter que ser apurado, é que, se aquele bebê tivesse ficado na casa dele, aquele bebê possivelmente estaria bem hoje.

Tião Viana foi questionado sobre discordâncias com os ex-governadores Jorge Viana e Binho Marques. Ele considera salutar divergências com o irmão, mas evitou pronunciar o nome de Binho Marques e comentar a respeito dele.

- O Jorge pensa a política ao olhar dele. Eu penso a política ao meu olhar. Tenho minha visão de mundo e ele tem a dele. Ele escolhe o cotidiano dele e eu escolho o meu. Nós temos caminhos diferentes e isso é muito bom. (…) Quanto a esse assunto aí, de um ex-governador [Binho Marques], nada a comentar, nada a declarar - acrescentou sorridente.

No final da entrevista, Tião Viana respondeu a uma “pergunta sem aguçar”: se é verdade que não gosta de ser tratado como Sebastião.


 


DEU ZICA: A guerreira produção do "Café com Altino" enfrenta problema de ordem técnica. O vídeo da entrevista foi editado, renderizado, exportado (operação que demanda horas) e na hora de fazer upload para o Youtube deu problema por causa da velocidade da conexão com a internet. O vídeo será disponibilizado em full HD. Ciro Facundo Netto e Lelande Holanda cuidam disso. Na hora que concluírem, farei a inserção da entrevista nesta postagem, dividida em dois blocos. Desculpem os leitores, mas tudo está sendo feito pela vontade que a equipe tem de contribuir para a democracia na mídia acreana.

 

Café com Altino



No primeiro programa que vai ser exibido neste blog nesta terça-feira (23), o governador do Acre Tião Viana (PT) faz ao menos duas revelações exclusivas durante a entrevista que gravamos no sábado (20) - uma decisão de cunho pessoal, mas mesmo assim política, e outra que afetará a maioria dos servidores públicos do Estado ante a crise econômica. Viana contou o drama que foi sobreviver à paralisia infantil e meningite. Comentou as desavenças com os ex-governadores Jorge Viana e Binho Marques, ambos do PT, e respondeu a uma “pergunta sem açúcar” - se é verdade que não gosta de ser tratado como Sebastião. E muito mais.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Luz do sol

"A luz do sol não sabe o que faz/ e por isso não erra e é comum e boa" (Fernando Pessoa). “O sol que veio à terra/ para todos iluminar/ não tem bonito e nem feio/ ele ilumina a todos igual” (Raimundo Irineu Serra)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Origem do topônimo Acre e a polêmica sobre o gentílico acreano

POR EDUARDO CARNEIRO 

Trecho do livro “Rio Purus”, escrito por Antonio Labre em 1872, prova que o nome Rio Acre existia antes da migração de 1878

Não se sabe ao certo a origem do vocábulo Acre. Até o momento, o registro mais antigo com esse nome é um documento assinado pelo Brasil e pelo Peru em 23 de outubro de 1951. No Art. 1, § 7º do Tratado de Comércio, Navegação, Limites e Extradição, consta a expressão “a margem esquerda do rio Acre ou Aquriy”. O documento revela que desde o início dos anos 1850 aquele rio já era reconhecido por meio de duas grafias ou duas imagens acústicas. O uso do termo “rio Acre” foi mais corrente entre os migrantes brasileiros, já entre os bolivianos, até a primeira metade da última década do século XIX, o mais frequente foi “rio Aquiry”.

Acredita-se que o “Aquiry” tenha origem em uma das palavras de língua tupi “Uwákürü” ou “Uakiry”, faladas pelos índios apurinãs (ipurinás), e que significam “rio dos jacarés”. Ou mesmo do vocábulo “Yasi'ri” ou “Ysi'ri” que significa “água corrente, veloz”. Há quem defenda ainda que tenha surgido do léxico tupi “akyrá”, nome de uma tribo indígena que viveu na região do atual Estado do Ceará, e que significa “gordo”.

As hipóteses sobre a origem do nome “Acre” são muitas. Castelo Branco (1958, p. 4), menciona que houve quem defendesse a procedência fenícia da palavra “Acre”. Porém, a mais aceita hipótese é a de o nome tenha surgido do aportuguesamento de uma palavra indígena. Para uns, a palavra foi “a'kir ü”, de origem tupi, que significa “rio verde”; para outros, da palavra foi “Aquiry”, já mencionada. Como aconteceu tal “aportuguesamento”? Para essa pergunta também há várias respostas.

Para Castelo Branco (1958, p. 4), por exemplo, o fenômeno aconteceu no início dos anos 1870, quando os exploradores brasileiros da região puruense transformaram a palavra apurinã “uakiry” em “aquiri”, “aqri” e depois “Acre”. Ele diz que em 1871, “Labre (Antonio Rodrigues Pereira Labre) encurtara (a palavra Aquiri) para Acre, grafia esta de que ele fora o primeiro a adotar e a publicar” (idem, ibidem, p. 45). O autor chega a dizer que o “Aquiri” era o nome primitivo de “Acre” (idem, ibidem, 72).

Também é muito conhecida a explicação de que o aportuguesamento tenha surgido através de um erro de grafia do Aquiry ou Aquiri. O fato teria acontecido em 1878, quando João Gabriel de Carvalho, o “primeiro” colonizador do rio Aquiri, escreveu ao comerciante do Pará, Visconde de Santo Elias, pedindo para que certa quantidade de mercadorias fosse destinada à "boca do rio Aquiri". O comerciante não entendendo a grafia de João Gabriel, achou que o mesmo havia escrito algo como “Acri” “Aqri” ou “Acre”. Reza a “lenda” que a partir de então, todas as mercadorias destinadas para aquela região foram com o nome “rio Acre”.

Há quem diga que a origem do nome Acre esteja nas propagandas feitas no Ceará pelos responsáveis por arregimentar mão de obra para a extração da borracha. Para convencer os matutos, supostamente se dizia que a Amazônia era uma região rica e fértil e que lá ninguém ficaria sem um “acre de terra”.

Muitas outras explicações ainda são possíveis, contudo, mencionaremos apenas mais uma, a de que o nome guarda relação com um porto mediterrânico conhecido como São João de Acre. Esse porto ficou notório na história por ter sido palco do mais importante conflito armado entre muçulmanos e cristãos durante as Cruzadas do século XIII, e que acabou por definir a hegemonia islâmica na Terra Santa.

Atualmente esse “Acre” é uma pequena cidade da região norte do Estado de Israel e fica cerca de 160km de Jerusalém. Na língua hebraica, o porto é chamado de Akko. Por ter mais de quatro mil anos, é natural que a região tenha recebido outros nomes. Mas é sabido que por quase toda a Idade Média o topônimo “Akre” se tornou o mais comum, principalmente quando virou capital do Reino de Jerusalém. Judeus, árabes e cristãos de todo mundo aportaram em Belém e em Manaus antes mesmo do boom da borracha, e potencialmente, qualquer um deles poderia ter nomeado esse rio amazônico de Acre. Embora com chantes remotas, essa hipótese não pode ser descartada sem que antes se feita uma pesquisa mais séria.

Diante de tantas indagações, podemos afirmar que o nome Acre não é um patrimônio dos primeiros acrianos, pois não foram eles que inventaram a palavra. Como falei inicialmente, há menção dessa palavra em documento oficial datado em 1851, ou seja, antes da colonização daquela região por brasileiros. Além do mais, no livreto Rio Purus (1972), escrito por Antonio Labre, já constava a palavra “rio Acre” e mo Jornal do Amazonas, em sua edição de 16 de novembro de 1876, p. 2, menciona que um vapor por nome “Acre” navegava o rio Purus. Portanto, o vocábulo “Acre” é anterior à primeira geração de acrianos. Não é impossível que o topônimo Acre tenha surgido a partir de uma palavra indígena, mas esse fenômeno linguístico, se é que aconteceu, é anterior à segunda metade do século XIX.

A expressão “rio Aquiri ou rio Acre” continuou sendo empregada durante um bom tempo, mesmo com a hegemonia brasileira na região. Ela está no texto do Tratado de Petrópolis (1903) e no do Tratado de Limites Brasil-Peru (1909). Na década de 1960, autores como Castelo Branco (1958) ainda a usava. Tudo indica que o nome “Aquiri ou Aquiry” só desapareceu lentamente do vocabulário amazônico. Na verdade, o nome “Acre” só se tornou mais usual com a proclamação do Estado Independente do Acre por Galvez em julho de 1899. E é possível que ele tenha escolhido o nome devido ao fato daquele rio ser o mais rico em seringueiras, consequentemente, o mais populoso, o mais trafegável e o mais importante da região.

Quando Luiz Galvez estende a significação do nome Acre para muito além das terras banhadas por aquele rio, deu-se o início de uma operação semiológica, ou seja, um acontecimento enunciativo de nomeação. Ele usa o nome Acre para identificar uma outra coisa que não era o rio que deságua à margem direito do Purus, e sim um ente político administrativo, uma pessoa jurídica de direito público. Portanto, o Acre inventado por Galvez não era o mesmo “Acre” que dava nome ao rio. São dois signos linguísticos diferentes, embora sendo homônimos, com mesmo significante e mesma “imagem acústica”.

Quando estudamos a semântica de um acontecimento enunciativo, é preciso tratá-lo como um fenômeno singular, mesmo que sua erupção no universo discursivo esteja marcada pela interdiscursividade. Assim sendo, apesar de haver um diálogo entre a “República do Acre” e “rio Acre”, ambos são signos diferentes, designam coisas distintas, o primeiro não é a continuação do segundo, não há uma cadeia de linearidade entre eles.

O “Acre” de Luiz Galvez era um Estado soberano que adotara a forma republicana de governo. A república pressupõe o exercício da cidadania, que pressupõe um vínculo jurídico entre o indivíduo e o Estado. Nesse caso sim, há a necessidade da invenção de um “gentílico”, que passará a identificar o cidadão com o Estado em que ele nasceu ou em que ele exerce a cidadania. Posso afirmar que foi a partir de então que o gentílico “acreano” se tornou frequente na linguagem regional.

O gentílico, portanto, não tem 138 anos de uso como afirma a Academia Acreana de Letras, pois isso significaria dizer que o vocábulo tivesse surgido em 1878, com a primeira ofensiva colonizadora de brasileiros em terras à margem do rio Aquiri ou Acre. E mesmo que houvesse alguma referência do gentílico nesta data, coisa que não tem, dizer que ele tem 138 anos é tratar os diferentes signos homônimos como se fossem um único signo.

O sujeito reconhecido como “acrEano” por residir às margens do rio Acre, não pode ser tratado como o mesmo sujeito que se tornou a “acrEano” por ser um cidadão de um país chamado Acre. Nesse país, no caso o Estado Independente do Acre, um sujeito poderia ser considerado “acrEano”, mesmo não residindo próximo ao rio Acre, já que a identificação territorial do nome “Acre” se tornou mais ampla, sendo possível agora um sujeito residente às margens do rio Iaco também ser chamado de acrEano. A mudança não foi apenas na extensão territorial que o nome agora passava a designar, houve também uma mudança qualitativa. O território deixava de ser uma mera localização residencial do sujeito para se tornar o espaço jurisdicional de um Estado soberano.

A história do “acrEano” cidadão da República do Acre não é a mesma daquele sujeito que antes da República era supostamente tratado como “acrEano” tão somente por morar nas proximidades do rio Acre. Dizer que a origem de um está na sequencia evolutiva do outro é desconsiderar que ambos foram produzidos por fenômenos de subjetivação distintos. Como fenômenos singulares, cada um deve ter sua narrativa própria, pois não se trata de um mesmo “acrEano” que vem evoluindo com o tempo.

Da mesma forma, temos um anacronismo quando se afirmar que o gentílico “acrEano”, designador do sujeito natural do Estado do Acre, unidade federativa da República do Brasil, tem origem em um tempo em que sequer esse Estado existia. Como pode? A narrativa oficial impõe a temporalidade linear e tranquilizadora do identifico, eu prefiro mostrar a tensão da dispersão temporal daquilo que é naturalmente movente e distinto por si mesmo. Não há uma cadeia de derivação enunciativa entre um e outro. O lastro histórico e continuísta que reagrupa os diferentes homônimos em uma mesma narrativa é artificialmente construído.

Mesmo com a dissolução da República do Acre em março de 1900, os defensores da Questão do Acre continuaram empregando o gentílico, visto que era útil a causa, pois promovia a união entre as pessoas e a mobilização delas. Naquele contexto, ser acriano significava mais a ideia de não ser boliviano, do que propriamente de ser brasileiro. Isso por que, como já vimos, durante a vigência da República do Acre, ser “acrEano” também significava não ser brasileiro.

Eduardo Carneiro é professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), escritor, historiador, economista e doutorando em Estudo Linguístico pela Universidade Estadual Paulista (Unes). Este artigo corresponde a um trecho do livro “O Discurso Fundador do Acre(ano): História e Linguística.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Denúncia do MPF contra empreiteiros e ex-servidora do Crea é recebida pela Justiça

A Justiça Federal em Rio Branco recebeu a denúncia do Ministério Público Federal contra os empreiteiros Narciso Mendes de Assis Júnior e Luiz Carlos de Oliveira, além de Shirlen de Souza Miranda, ex-servidora do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) do Acre

Os envolvidos, que agora passam a ser réus no processo e podem apresentar suas defesas, são acusados de fraudes para beneficiar a empresa CIC Construções e Comércio Ltda, de Narciso Júnior, com a emissão de Certidões de Acervo Técnico, documento que comprova a capacidade técnico-profissional e habilita a participar de licitações.

O caso foi descoberto pela própria equipe de auditoria do Crea, que flagrou manobras em documentos para encobrir a possível fraude.

Luiz Carlos de Oliveira, representante da empresa Engecal, teria atestado falsamente que a empresa CIC, de Narciso Júnior, havia concluído integralmente obras no conjunto residencial conhecido como “Cidade do Povo”.

Entretanto, a Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea verificou que a empresa Engecal não poderia ter subcontratado a CIC, além de constatar que a obra sequer havia sido terminada.

Os empresários foram denunciados pelo crime de falsidade ideológica e podem ser condenados a penas que variam de um a três anos de prisão, e pagamento de multa.

Shirlen Miranda, por sua vez, que à época dos fatos era gerente do departamento de registro e cadastro do Crea-Ac, foi denunciada por uso de documento falso e corrupção passiva “privilegiada”.

Segundo o MPF, ela praticou atos de ofício, infringindo seu dever funcional, para beneficiar a empresa de Narciso Júnior. A ex-servidora pode ser condenada a até quatro anos de reclusão pelos crimes de que é acusada.

Os depoimentos de acusados e testemunhas devem ocorrer a partir da segunda semana de março. Clique aqui  para acompanhar o processo no site da Justiça Federal.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Estatueta


Ouriço de castanha


Cine cão


Manhã de terça-feira (2), bairro Taquari, um dos mais pobres e violentos de Rio Branco. Agonizante, um jovem infrator de 16 anos sai de um matagal na Travessa Flamengo, caminha cerca de 50 metros e cai morto na varanda de uma casa na Estrada do Sol.

Em desespero e tocante ironia, a mãe do adolescente grita aos prantos:

- Agora não terá mais roubo no Taquari. Mataram o único ladrão do bairro. Só meu filho que é bandido, só ele que não prestava. Agora vai acabar o roubo aqui, Jesus.

A foto de Selmo Melo, que amanheceu na capa de A Tribuna, expõe uma cena que faz parte do cotidiano das crianças na periferia da capital do Acre. Sentadas no meio-fio, só falta pipoca em suas mãos para se imaginar que se trata de alguma mostra de cinema itinerante.

Um pai de família se apresentou à polícia, na manhã desta quarta-feira (3), para confessar que matou porque o menor teria furtado uma TV e um botijão de gás de sua casa.

Ele contou ter encontrado o menor na rua e aplicado uns catiripapos. O adolescente reagiu e por isso, segundo a versão do homem, desferiu a facada fatal na jugular.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Secretário de Saúde descarta ‘diagnóstico’ de zika em servidora pública do Acre

O secretário Secretaria de Estado de Saúde Armando Melo descartou registro de caso de zika no Acre envolvendo uma servidora pública em Rio Branco. O caso foi relatado ao blog (leia) por um funcionário do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), irmão da paciente, que não forneceu o número do telefone da irmã, mas se dispôs a repetir o relato ao secretário.

- Conversei com o servidor do TRE, que nos forneceu o número do fone da paciente, irmã dele. Telefonamos para ela e fomos informados que fez apenas exame clínico, na Unimed, e que sequer foi coletado material para exame laboratorial. Mesmo assim nós vamos tomar as providências necessárias contra a possibilidade de presença do Aedes aegypti onde ela mora - afirmou o secretário Armando Melo.

Confrontado pela reportagem, o servidor da Seção de Partidos Políticos do TRE-AC alegou que havia recebido mensagem da irmã, quando a mesma estava sendo atendida.

- Ela mandou mensagem dizendo, no domingo, que o caso estava confirmado como zika. Realmente, depois que o secretário telefonou, foi que minha irmã esclareceu que fez exame clínico e não laboratorial - acrescentou.

Como o servidor do TRE não quis fornecer o telefone da paciente, a reportagem, com a permissão dele, repassou o número de seu telefone de trabalho ao secretário, que se dispôs a apurar o relato.

O governador Tião Viana decretou na manhã desta terça-feira (2) situação de emergência estadual por causa da presença de zika vírus e chikungunya no país.

Servidora pública do Acre é diagnosticada com zika em laboratório particular

Governador Tião Viana e os secretários Armando Melo (Saúde) e Andrea Zílio (Comunicação)

Com sintomas de febre, manchas, coceiras e dores no corpo, uma servidora pública do Acre foi diagnostica no domingo (31) com infecção causada pelo vírus zika, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunyaa. O exame foi realizado no laboratório da Unimed, em Rio Branco.

- Ela está em repouso e passa bem. Antes dela, outras pessoas da família chegaram a apresentar, no início de novembro, os mesmos sintomas, mas antes não havia esse tipo de exame na rede pública e nem com cobertura de nosso plano de saúde - contou o irmão da servidora.

Consultado, o secretário Estadual de Saúde Armando Melo disse que não reconhece os exames realizados em laboratórios particulares.

- Nós reconhecemos os exames realizados pelo laboratório do Instituto Evandro Chagas, que é referência para a saúde pública. Embora o diagnóstico tenha sido feito em laboratório particular, temos que tomar algumas medidas preventivas contra a doença na casa da servidora. Até agora, no Acre, temos apenas casos suspeitos de zika e chikungunya - disse o secretário.

O governador Tião Viana decretou (leia) na manhã desta terça-feira (2) situação de emergência no Acre em decorrência da presença do zika vírus e chikungunya no país. O anúncio foi feito após reunião do governador com o secretário de Saúde do Estado. O decreto vale por 180 dias.

Em tempo: com a devida permissão, repassei ao secretário o telefone do irmão da suposta vítima do mosquito para que dialoguem e providências sejam tomadas.

Atualização às 15h

O secretário Secretaria de Estado de Saúde Melo descartou registro de caso de zika no Acre envolvendo uma servidora pública em Rio Branco. O caso foi relatado ao blog por um funcionário do Tribunal Eleitoral do Acre (TRE-AC), irmão da paciente, que não forneceu o número do telefone da irmã, mas se dispôs a repetir o relato ao secretário.

- Conversei com o servidor do TRE, que nos forneceu o número do fone da paciente, irmã dele. Telefonamos para ela e fomos informados que fez apenas exame clínico, na Unimed, e que sequer foi coletado material para exame laboratorial. Mesmo assim nós vamos tomar as providências necessárias contra a possibilidade de presença do Aedes aegypti onde ela mora - afirmou o secretário Armando Melo.

Confrontado pela reportagem, o servidor da Seção de Partidos Políticos do TRE-AC, alegou que havia recebido mensagem da irmã, quando a mesma estava sendo atendida.

- Ela mandou mensagem dizendo, no domingo, que o caso estava confirmado como zika. Realmente, depois que o secretário telefonou, foi que minha irmã esclareceu que fez exame clínico e não laboratorial - acrescentou.

Como o servidor do TRE não quis fornecer o telefone da paciente, a reportagem, com a permissão dele, repassou o número de seu telefone de trabalho ao secretário, que se dispôs a apurar o relato.

O governador Tião Viana decretou na manhã desta terça-feira (2) situação de emergência estadual por causa da presença de zika vírus e chikungunya no país.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Cabelouro

Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil alguns pais ainda conservam a superstição de que o “cabelouro” -ligamento nervoso da nuca do boi-, deve ser mastigado pelos filhos atrás da porta, de cócoras, pensando numa pessoa bonita para que fiquem parecidos com ela.