domingo, 28 de agosto de 2005

FALTA FISCALIZAÇÃO


Na semana passada, a imprensa e os órgãos de fiscalização ambiental alardearam que teria sido acidental o incêndio em vários pontos da fazenda São Francisco, que se estende em trechos da estrada Irineu Serra e da BR-364.

Fiz a foto acima (clique aqui para visulizar melhor) na sexta-feira, por sugestão do jornalista Antonio Alves, quando fui buscá-lo em sua propriedade nas imediações do aeroporto de Rio Branco.

Estou publicando-a novamente em decorrência das observações que foram feitas pelo chargista Gean Cabral. Ele, que é estrábico e esperto para enxergar detalhes, aplicou setinhas na foto para tornar mais claro seu ponto de vista:

- É sempre assim, Altino: os fazendeiros fazem a limpeza para proteger a cerca, por dentro e por fora da propriedade, e tocam fogo no pasto a pretexto do capim brotar viçoso após as primeiras chuvas. Quando flagrados, dizem que o incêndio foi acidental e fica tudo por isso mesmo. No caso da fazenda São Francisco, a foto que você tirou deixa evidente que o pé da cerca está todo limpo e foi tocado fogo por dentro e por fora da propriedade. Esse trabalho de fazer aceiro exige muitos dias de mão-de-obra. É impossível que tenha sido realizado durante o sinistro para livrar a cerca do fogo. O estranho é que a imprensa e os órgãos de fiscalização e controle ambiental, com auxílio do Corpo de Bombeiros, tenham se convencido com a versão de que o incêndio foi acidental ou criminoso, livrando o proprietário da responsabilidade.

Gean, está dado o recado. Mas é como clamar no deserto. Há mais de um mês, por exemplo, os caminhões trafegam impunemente pela estrada Irineu Serra, transportando madeira de Porto Acre para o Distrito Industrial.

Como faço todos os anos, registrei denúncia junto ao Instituto de Meio Ambiente do Acre, mas nenhuma providência foi tomada até hoje.

Mais de dez caminhões já passaram carregados de madeira até o meio-dia deste domingo, mas o tráfego será mais intenso ao anoitecer. É sempre assim. Como os fiscais são funcionários públicos, os madeireiros preferem transportar a madeira ilegal enquanto aqueles folgam.


Não tem jeito! E ainda vai aparecer algum puxa-saco alegando que estamos nos comportando como inimigos ou criando problemas para a florestania.

Nenhum comentário: