quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ASSUERO E ADÁLIO VOLTAM À PRISÃO

Justiça do Acre manda prender os dois fazendeiros


A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre revogou nesta quinta-feira (29) a decisão do desembargador Francisco Djalma da Silva que havia concedido, em decisão liminar, liberdade aos pescuaristas Assuero Doca Veronez, 63, e Adálio Cordeiro, 79, acusados de envolvimento com uma rede de pedofilia em Rio Branco (AC).


Assuero Veronez, um dos principais expoentes em defesa de um novo Código Florestal, foi afastado temporariamente do cargo de vice-presidente da Confederação Nacional de Agricultura após o escândalo. Adálio Cordeiro recebeu do governador do Acre, Tião Viana (PT), em janeiro, a insígnia no Grau de Cavaleiro, do Quadro Especial da Ordem da Estrela do Acre.


Os dois ruralistas foram presos no mês passado em decorrência da operação Delivery, a pedido do Ministério Público do Acre, por ordem do juiz Romário Divino Faria, da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Rio Branco.


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Durante a sessão da Câmara Criminal, o desembargador Pedro Ranzi assinou mandado de prisão contra os dois fazendeiros. O mandado está sendo cumprido por um oficial de justiça, que tenta localizar os dois acusados.


- Como mulher, me sinto enojada ao tomar conhecimento das provas que constam nos autos. Os dois fazendeiros e todos os demais envolvidos merecem ser presos. Estou arrependida de ter votado pela liberdade de um dos agenciadores e quero reformar a minha decisão - afirmou a desembargadora Denise Bonfim.


A rede de prostituição, além de contar com sete aliciadores identificados e denunciados, tinha como integrantes, na condição de garotas de programas, pelo menos 25 adolescentes menores de 18 anos e 104 mulheres maiores de idade.


Foram identificados pela operação Delivery 105 clientes, sendo que 22 pessoas já foram denunciadas pelo Ministério Público à Justiça. A lista de criminosos inclui autoridades que gozam de "foro de prerrogativa de função".


O Ministério Público e a Justiça não divulgaram os nomes de todos os acusados sob alegação de segredo de justiça.


- A lista da Operação é uma bomba de 50 mil megatons. Embora o caso esteja sob segredo de justiça, o Acre é terra de muro bairro e todos sabem os nomes dos envolvidos - comentou o desembargador Pedro Ranzi durante a sessão.


No Tribunal de Justiça alguns desembargadores entendem que segredo de justiça é para proteger a imagem das menores que foram exploradas sexualmente e não a imagem dos criminosos: empresários, comerciantes, advogados, secretários de estado e até membros da Justiça e do Ministério Público.


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Atualização às 19h30

Os fazendeiros Assuero Doca Veronez, 63, e Adálio Cordeiro de Araújo, 79, já são considerados oficialmente foragidos da Justiça.

Ambos foram procurados em todos os endereços residenciais e profissionais informados à Justiça, mas não foram localizados.


Os nomes deles já constam no Banco Nacional de Mandados de Prisão, assim como nos demais sistemas de informação da polícia.

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