terça-feira, 24 de agosto de 2010

ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ

Maior conjunto de ilhas flúvio-marinhas do Planeta quer ser Reserva da Biosfera


O arquipélago do Marajó, no Estado do Pará, é conhecido mundialmente como o maior conjunto de ilhas flúvio-marinhas do Planeta. A mesoregião tem ao todo 104 mil km2 e o arquipélago mesmo 68 mil Km2. É uma área de dimensões de Portugal, sendo maior que oito Estados brasileiros. São 425 mil habitantes em 16 municípios e centenas de comunidades rurais, a maioria acessível apenas de barco. 75% dos habitantes não recebem água tratada em suas casas e 505 não têm eletricidade.

A região registra índices alarmantes nas questões de gênero, de trabalho infantil, violência contra mulher, pedofilia, prostituição infantil, mas nesta terça-feira (24), no Museu Histórico do Pará, em Belém, a organização Instituto Peabiru dá os primeiros passos para estabelecer uma rede da sociedade em defesa do Marajó, a Rede Marajó.

O arquipélago reúne três biomas – o amazônico, o costeiro e o marinho, chamado por muitos de Amazônia Azul. Existem 48 paisagens diferente na porção terrestre, sendo algumas exclusivas, como as savanas-parque em Chaves.

- Não há uma única unidade de proteção integral, apenas reservas extrativistas federais - alerta João Meirelles, do Instituto Peabiru.

Meirelles coordena o programa “Viva Marajó”, que aceitou desafio do Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável, de contribuir para a candidatura do Marajó como Reserva da Biosfera, pelo programa Homem e Biosfera, da Unesco, proposta a cargo da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará.

- A Reserva da Biosfera é apenas um dos aspectos abordados pelo “Viva Marajó”. São muitas as questões para promover a sustentabilidade e garantir a conservação do meio ambiente e da cultura do Marajó. Acho que todos nós, amazônidas, e brasileiros, ganharemos com isto. Precisamos reconhecer que no afã de progredir deixamos muitas regiões para trás, que, ao invés de acompanhar as locomotivas do progresso, entram em colapso e estão na UTI. E o Marajó encabeça esta lista - acrescenta.

O marajoara é mestre em sobreviver ao tempo adverso, aos extremos da chuva e da seca, às marés diárias, ao clima equatorial, à abundancia e à escassez, aos abusos do período colonial, aos senhores da borracha e da pecuária e da madeira.

Leia no Blog da Amazônia a entrevista com João Meirelles, do Instituto Peabiru.

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