No vídeo abaixo, duas entrevistas breves com dois personagens de uma mesma história. Na primeira, Clodoaldo Santos, que se declara representante do MST (Movimento Sem Terra) no Acre, apela pela reforma agrária e critica duramente a ação do Incra no Estado.
Na segunda, aparece o cearense Carlos Augusto Lima Paz. Nos anos 70, durante a ditadura militar, ele caiu na clandestinidade, tirou novos documentos como Raimundo Cardoso e se formou em agronomia na Universidade Federal do Amazonas.
No ano passado, o atual superintendente do Incra no Acre obteve da Comissão de Anistia o direito de usar o nome original. O ex-militante do PC do B já conseguiu alterar o nome no diploma de agrônomo.
O Carlos Paz de agora é muito diferente daquele Raimundo Cardoso que radicalizava nas lutas do movimento social acreano como militante do clandestino Partido Revolucionário Comunista (PRC), do qual faziam parte a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, e o governador Binho Marques, do Acre.
Um comentário:
"...não vamos permitir que façam disso aqui um curral..."
"...essa gente..."
É revoltante essa forma de se expressar a respeito de humildes pais e mães de família.
Ora, afirmar, generalizando, que "essa gente" não precisa de terra, pois tem casa, moto, etc., é uma forma simplista de abordar um problema real e complexo, para fugir das responsabilidades que lhe competem. Se ele pensa assim, não seria mais coerente, por exemplo, providenciar uma triagem, investigando e separando o joio do trigo? Ou então admitir a incompetência do Incra (ou a sua própria) para resolver o problema e pedir desculpas por isso.
É lamentável esse flagrante despreparo intelectual e humano, que não condiz com o cargo. A empáfia que demonstra no conforto de seu gabinete, não sugere nem de longe sua militância no PC do B ou PRC, menos ainda ao lado da Ministra Marina e do Governador Binho.
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