segunda-feira, 10 de março de 2008

ACAMPADOS NO INCRA


A sede da superintendência do Incra em Rio Branco está ocupada há duas semanas por homens, mulheres e crianças que reivindicam terra para trabalhar. A Justiça Federal expediu no sábado um mandado de reintegração de posse que está para ser cumprido a qualquer momento pela Polícia Federal.

Vários manifestantes se retiraram do local nesta manhã. Eles foram convencidos pela Associação dos Sem Terra (AST), que disputa com Clodoaldo Santos, do Movimento dos Sem-Terra (MST), a direção do movimento.

Antes de ocuparem a sede do Incra, as 150 famílias estavam acampadas em frente à fazenda Baixa Verde, na BR-317, que liga Rio Branco a Boca do Acre (AM).

O superintendente do Incra, agrônomo Raimundo Cardoso, disse que o órgão não dispõe de terra para assentá-los.


- As pessoas que estão aqui são moradoras da periferia de Rio Branco. Este é um problema social da cidade. O Incra não dispõe de terra e mesmo que dispusesse a maioria que acampou aqui não seria assentada porque não são trabalhadores rurais - afirmou Cardoso.

Daqui a pouco, um vídeo com entrevistas com o dirigente do MST e o superintendente do Incra.


Samuel, de um mês de vida, com uma tia


Preparando o café da manhã


Bandeira do PT no Incra


Clodoaldo Santos


O petista Abrahim Farhat, o deputado Luiz Calixto (PDT) e o ex-sindicalista Osmarino Amâncio (PSTU)


Raimundo Cardoso, superintendente do Incra

2 comentários:

Unknown disse...

Os tucanos, para se desvincilharem da questão agrária, inventaram uma nova tese sobre a questão. Segundo Francisco Graziano que foi ministro de FHC e deputado federal tucano, alega que não há mais uma questão agrparia no Basil. Ao contrário, segundo ele, a questão social está associada a questão urbana. Portanto, nada de mexer nas condições de negócio do latifundio improdutivo que alimenta os portifólios do agribusiness. Nadade reforma agrária. Por aí, sumiu as bases da reforma agrária e as políticas de assentamento assumem a condição de mais uma política social.

O chefe do INCRA no Acre, nessa declaração sobre os ocupantes da sede do INCRA, assume a mesma tese. Trata-se de "moradores urbanos" e, portanto, não têm nenhuma relação com uma questão agrária regional.

Uma declaração de um cinismo sem tamanho. Será que não ocorreu um processo histórico de formação das periferias de Rio Branco? Afinal, para serem um fenômeno urbano, como na visão do chefe, só se nasceram ali de modo expontâneo.

Falar com tamanha naturalidade de "urbano" na região acreana não se trata de desconhecimento da história regional, afinal, Cardoso anda pelo Acre há muito tempo para conhecer as raízes das principais periferias das cidades acreanas. É desculpa esfarrapada para a mudança que ocorreu nos objetivos que se dava a política agrária e a compreensão política e social da questão agrária.

Unknown disse...

Altino,
a questão do INCRA sempre foi a administração do órgão, e no Acre não é diferente!
Se você acessar o site da Transparência Brasil verá que Cardoso praticamente não trabalhou para o Acre nos últimos anos; trabalhou para si próprio!
Raimundo Cardoso recebeu em 2007 R$ 23.932,03 em diárias, enquanto que outros superintendentes de outros estados não receberam metade disso!

Se essas viagens feitas pelo Cardoso fossem pra resolver algum problema da reforma agrária local tudo bem, mas não, nada tem sido feito por isso no Acre!
Quais produtos ele pode nos apresentar dessas inúmeras viagens dele? Quais soluções para o problema do Acre ele encontrou nessas idas e vindas dele?
Dizem até que ele passou boa parte do ano passado em tratamento de saúde e recebendo diária como se em exercício estivesse! E os "moradores Urbanos" que se danem, diz Cardoso como se fosse o senhor da razão!!
Eu perguntaria pra esse tal de Cardoso quem colocou esses "moradores Urbanos nessa situação?
Será que a vocação deles é a de viver nas cidades?
Perguntaria mais, será que se ele não desse, em todas as eleições, um trocadinho para o Nilson Mourão ele ainda seria Superintendente do INCRA?

Na verdade nunca houve reforma agrária no Acre, há apenas um pouco de colonização.