segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

DESTINOS CRUZADOS

Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a CPI dos Cartões Corporativos, na coluna Descomplicando a política, de Margrit Schmidt, do Jornal de Brasília:

- Estes são outros desdobramentos do neopatrimonialismo: 'se é do tesouro é meu...' No fundo, é mais desordem do que outra coisa, dando margem a que os espertos levem vantagem. Agora o governo se antecipou com o pedido de CPI e quer ampliá-lo para pegar o governo anterior – bobagem. Se temêssemos algo bastaria questionar inexistência de fato determinado como a constituição exige para negar CPI sobre o passado. Fato houve – e é público – no governo atual. Mas acho que é melhor que se vasculhe tudo. Se houve desvios, no passado, que se puna também."

Um comentário:

Unknown disse...

Seguindo a pista dado pelo altino, fui até o endereço da Margrit Schmidt. Aproveitei e dei umas olhadas no que está escrito: encontrei até uma mensagemdo Toinho. Margrit é craque na escrita, textos limpos, fluentes, coisa boa, de primeira.

Num tópico sobre o que ela chama "d'a farra dos cartões", encontrei uma pérola. Vejam:

"A criação do cartão corporativo, no governo FHC, teve a nobre finalidade de simplificar pequenas e corriqueiras despesas no governo. Na imensa burocracia da Esplanada, herdada do período autoritário, onde reinava a máxima cínica e corrupta – 'criar dificuldades para vender facilidades' –, o cartão corporativo parecia uma boa idéia."

Leram? Então, é isso aí. Esse é o FHC da Margrit. Gente boa. Quem viveu antes ou vem depois dele é só para bagunçar o que ele fez. O cartão de crédito não tem nada a ver com essa história de financeirização, ou seja, domínio das sociedaes e economias pelas finanças. Pois é, tudo assim, como a abertura dos mercados, como a internacionalização do sistema bancário pelo qual FHC tanto se empenhou, sempre pelo nobre propósito de modernizar o Brasil, de nos livrar das heranças de Vargas, como ele dizia.