terça-feira, 6 de novembro de 2007

POR UM MUNDO MELHOR

Eduardo Amaral Borges (Cazuza)


Olá, Altino.

Acompanhei o julgamento de Raimundo Nonato Rocha de Lima, o “De Manaus”, acusado do assassinato de Vanessa Sequeira. Após 11 horas de julgamento, o júri popular votou pela condenação dele a uma pena de 25 anos e 6 meses pelos três crimes pronunciados pela promotoria - estupro, assassinato e ocultação de cadáver.

O defensor público Gérson de Souza, da comarca de Rio Branco, auxiliou a defensora da comarca de Sena Madureira na defesa do "De Manaus", tentando desqualificar a acusação, as provas e os depoimentos das testemunhas.

A habilidade do promotor público, Adenilson de Souza, convenceu o júri popular de que não havia dúvidas de quem era o autor do crime. A juíza da comarca de Sena Madureira, Thais Borges, proferiu a sentença as 19h30.

Esta condenação não diminui a dor da perda da Vanessa. Nem sei se um dirá fará isto. É uma condenação que faz justiça ao que aconteceu a ela e também tem um simbolismo pelo fato de ser um crime contra a mulher.

Quero ver na história de vida da Vanessa, e no resultado do julgamento, um encorajamento para sonharmos que um dia ainda teremos uma sociedade justa, de respeito a valores éticos e morais, onde a relação entre homens e mulheres não seja a que abruptamente tirou Vanessa de nosso convívio.

Sonho com um dia que fatos como este sejam realmente coisa da pré-história, que nem de forma isolada ocorra mais. A todos e todas que acompanharam e se sensiblizaram com o crime, desejo que não percam a capacidade de sonhar e que continuem na grande caminhada por um mundo melhor, harmônico, cheio de luz e paz.

Altino, se quiser publicar trechos ou todo o texto, fique a vontade. Mais uma vez obrigado por não deixar cair no esquecimento o que aconteceu com Vanessa. Parabéns pela qualidade da cobertura de tudo isto, sem sensacionalismo.

Eduardo Amaral Borges é pesquisador e extensionista do Pesacre. A foto dele, acompanhado da namorada Vanessa Sequeira, foi tirada no Parque Chico Mendes, em Rio Branco. Cazuza escreveu no blog outras vezes sobre o crime. Leia aqui.

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