O presidente interino do Senado diz em entrevista aos repórteres Rudolfo Lago e Hugo Marques, da revista IstoÉ, que o governo Lula não compreende o Congresso e que o Judiciário age por vaidade.
ISTOÉ – O sr. é candidato à sucessão de Renan Calheiros na presidência do Senado?
Tião Viana – Dizer que eu não gostaria de ser o presidente do Senado seria um ato de hipocrisia. Talvez eu não tivesse dificuldade em ter votos, mas eu preciso compreender o momento e as circunstâncias que me trouxeram até aqui. Agora, meu maior compromisso é tentar defender uma unidade política da base que apóia o governo Lula na Casa. Qualquer movimento que eu fizer no sentido de continuar no Senado pode trazer a crise de volta.
ISTOÉ – O Acre, seu Estado, está próximo da fronteira com a Venezuela. Como o sr. avalia a política de Hugo Chávez?
Viana – Tenho muito receio da visão de Estado de Hugo Chávez. Ele tem muito dinheiro e preocupa a forma como ele o gasta, quando compra 28 caças russos e se torna a primeira força aérea da América do Sul. Ele tem essa visão de expansão a partir dos seus embaixadores venezuelanos informais para defender a sua tese bolivariana, consolidando uma concepção de unidade sul-americana equivocada. Isso pode levar à quebra das unidades nacionais, de interferência na autodeterminação dos povos.
Excelente a entrevista. A revista erra ao dizer que o infectologista Tião Viana é sanitarista. Para ler na íntegra, clique aqui.
3 comentários:
Para os que achavam que o Tião não teria personalidade e idéias próprias, para quem acha que o nosso bom doutor não tem senso crítico sobre o PT e o Governo Lula.Excelente entrevista, republicana e sincera.Só discordo da parte sobre Chavez e a Venezuela.Tião precisa conhecer melhor o que está acontencendo na Venezuela para compreender que diversos povos, incluindo Bolívia e Equador, se levantam e se rebelam, 500 anos após os primeiros colonizadores desembarcarem aqui, aonde ainda permanecem.É a América Latina insurgente.
Ainda sobre a entrevista do Tião, uma brisa de sinceridade sobre o Brasil e a Política Nacional, lembrando que o país é maior que o Congresso, o Judiciário e demais instituições capturadas pelo olhar cirúrgico da entrevista do senador .
O Comentário do senador Tião referente ao presidente Chávez, faz lembrar de uma peça de propaganda eleitoral protagonizada pela atriz global Regina Duarte. Referindo-se a possbilidade de eleição do então candidato Lula, enquanto ela defendia a eleição do candidato tucano, ela iniciava sua fala dizento: "eu sinto medo...". Hoje é conhecida como REgina Síndrome do Pânico Duarte e o Lula é presidente da república e não fez medo aos interesses dela casada com um milionário e criadora de gado de corte. Pois é...
A entrevista foi curta porém clara o suficiente para demonstrar que sobre alguns assuntos o Tião não entende patavina (chavismo) e sobre outros é contraditório.
Fosse eu, teria feito mais umas perguntinhas. Que tal estas? Se o outro tião (o maia) ou outro pitbul do vianismo quiser poder esponder. (heheheh)
1. Tião Viana queria que o PMDB ficasse quietinho enquanto ele se articulava para permanecer na Presidência?
2. O Jorge Viana como Ministro das Relações Intitucionais compreenderia a grandeza do Senado? Seria mais ou menos como compreendeu durante oito anos a grandeza da ALEAC?
3. Candidato fora do PT só pode lá, ou pode cá também? Porque isso nunca acontece nem em eleições do Jordão?
4.O PT não é melhor do que os outros no plano moral. É mesmo? Só o PT de lá ou o PT de cá também? Temos aqui um caso de vestal em prostíbulo?
5. É por serem assim tão parecidos que o PT no Acre mantém o PSDB como um "Cabo Anselmo" na oposição?
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