sexta-feira, 9 de novembro de 2007

CRIME ORGANIZADO NÃO ACABOU NO ACRE

Roberto Filho continua em liberdade


O ex-deputado estadual Roberto Filho, aposentado pela Polícia Militar do Acre como cego embora enxergue muito bem as vítimas de sua truculência, poderá ser preso nas próximas horas. Está nas mãos da juíza da 2ª Vara Criminal Denise Bonfim pedido de prisão solicitado pelo Ministério Público Estadual.

O Ministério Público e o Tribunal de Justiça do Acre conseguiram reunir provas que Filho contratou pistoleiro para assassinar o juiz da 4ª Vara Criminal Clóvis Cabral, a promotora de Defesa do Consumidor, Alessandra Marques, além do oficial de justiça Josemir Anute, suplente de deputado estadual que assumirá a vaga da deputada Naluh Gouveia.


Recentemente, o juiz Clóvis Cabral, a mulher e os filhos viveram momentos de terror. Homens encapuzados, supostamente a mando do ex-deputado, invadiram a casa dele e o ameaçaram de morte junto com a família. Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Acre realizaram uma operação sigilosa e criaram todas as facilidades para que o juiz permaneça longe do Acre enquanto o ex-sargento estiver fora das grades.

O ex-deputado esteve preso recentemente por ordem do juiz Clóvis Cabral. Tocou fogo na própria casa na tentativa de receber o dinheiro do seguro. Ele e seus homens passaram a ameaçar de morte o corretor que informou à seguradora que o incêndio fora criminoso. A promotora Alessandra Marques entrou na mira do "ceguinho" por ter sido a autora da denúncia que motivou a prisão.

Roberto Filho é tão violento e covarde quanto o ex-deputado Hildebrando Pascoal. Ele é segundo-suplente da coligação Frente Popular do Acre e passará a ser o primeiro a partir da posse de Josemir Anute, que há vários meses dorme cada noite em uma casa diferente por medida de segurança. A casa de Anute também já foi invadida pelos homens encapuzados que, segundo a promotoria de justiça, agem a mando do ex-deputado.

O paradoxo na carreira de Roberto Filho é ter contado nos últimos nove anos com total apoio da Frente Popular do Acre, comandada pelo governo do PT. A ex-vereadora Maria Lenice da Silva Barros, mulher dele, por exemplo, chegou a ser nomeada pelo então governador Jorge Viana para ocupar o cargo em comissão de gerente de suporte técnico operacional, referência G-3, da Secretaria Extraordinária de Gestão Governamental. E o então deputado era tratado como importante aliado da "governabilidade", frequentando os mesmos salões daqueles que não perdem oportunidade para dizer mundo afora que acabaram com o crime organizado no Acre.

Roberto Filho é aquele que, em 20 de dezembro de 1996, invadiu a Redação do jornal Página 20, para agredir e ameaçar de morte dois jornalistas. Munido de uma pistola engatilhada, o deputado atacou a pontapés o então diretor do jornal, Antônio Stélio de Castro. O jornal havia reproduzido reportagem do Jornal do Brasil, assinada por mim, sobre fraudes no vestibular na Universidade Federal do Acre. A então vereadora Maria Lenice fazia parte do grupo de pessoas cujas provas tiveram o mesmo número de erros e acertos.

- O Stélio pagou sem culpa, mas vou pegar o Altino e matá-lo - ameaçou diante de toda a Redação do jornal.

Por causa das ameaças, tive que passar um ano e nove meses refugiado em Brasília e Manaus. No dia 29 de dezembro daquele ano, o jornalista Elio Gaspari, escreveu a nota "O sargento cego é um deputado que enxerga", publicada em sua coluna na Folha de S. Paulo. No Acre, não havia ninguém para ajudar a me defender. O estado estava sob o domínio de Orleir Cameli, Hildebrando Pascoal e Roberto Filho.

O vestibular foi anulado e Lenice responde a dois processos na Justiça Federal, sendo que um é uma ação civil pública por improbidade administrativa. Conheço várias pessoas que foram vítimas da violência dele e que ficam apavoradas com a impunidade quando o encontram nas ruas da pequena Rio Branco. Desde que me ameaçou de morte não encurto caminho por causa da presença dele, mas também nunca possibilitei qualquer aproximação com o delinquente. Perdôo, claro, mas não esqueço. O lugar de Roberto Filho é na cadeia.

9 comentários:

Anônimo disse...

Dizem que cão que muito late não morde, mas com esse aí é bom ter cuidado. Muito cuidado!

Anônimo disse...

Há rumores na cidade de que a escuta não foi judicial e que partiu do Serviço de Inteligência do Governo do Estado.

Anônimo disse...

Há um outro caso escabroso envolvendo Roberto Filho. Ele até hoje ameaça um rapaz do Hip Hop que mora lá no esperança e que na campanha do ano passado teria derrubado um material de publicidade do ex-deputado. Esse rapaz, inclusive, chegou a denunciá-lo em plena campanha, e, segundo ele mesmo conta está sob ameaça de morte desde então.

Anônimo disse...

JUSTIÇA: palavra que é linda e digna na sua teoria, mas imunda na sua realidade.
Punição pra ricos corruptos, igualdade social, extinção de salário-pensão pra ex-governadores....é sonho e (por que não?) utopia. Não sou nem quero ser (mas já sendo) pessimista, mas convenhamos, pra esse cenário mudar vai demorar um 'cadim', né não Altino?
Parafraseando Bezerra da Silva, essa utopia vai ser realidade "só quando morcego doar sangue e saci cruzar as pernas".
Abraço.

Anônimo disse...

É claro que estamos na torcida para tal prisão. Se fosse na China o Deputado já estaria no corredor da morte limpa, porém como no Brasil lugar de filha da puta safado é no Congresso e em outras salas com ar refrigerado, tenho cá minhas dúvidas.

Anônimo disse...

Sanderson Moura, o advogado do esquadrão da morte, promete desmascar o esquema montado contra Roberto Filho. Ele diz que o ex-deputado está sendo vítima de um esquema político.

Anônimo disse...

Um repórter da Revista Veja já está voando para o Acre. Ele quer saber que história é essa de ex-deputado, apoiado pelo PT, pertencer ao crime organizado. Ele deve desmontar a imagem de que o Jorge Viana combateu o crime organizado.

lingualingua.blogspot.com disse...

Altino, já lhe disse, escreva um livro com tuas memórias. Podem falar mal de ti e há certos procedimentos de ti que eu dicordo, mas vc acerta mais do que erra. Vc já está na história da imprensa acreana.

Anônimo disse...

Altino rapaz, é melhor ter cuidado mesmo com esse cabra, ele joga pesado, se não pega na bala, pega na bruxaria, ele tem uma irmã macumbeira que hoje deve estar morando em Manaus, se não tiver fugido de lá como fugiu daqui, lembra em meados de 97 ou 98 aparecia na tv uma propaganda com uma mulher careca vestida de bruxa em um cemiterio de rio branco oferecendo serviço do alem para resolver qualquer problema, pois é, é a irmã do "ceguinho", bota uns saquinos de sal grosso, um pé-de-coelho, uma ferradura, arruda no bolso, qualquer coisa que proteja de macumba ou vai lá na universal e compra um kit fora-demonio que eles oferecem na tv, pois se ele não conseguir dá um tiro de chumbo com certeza vai dar um tiro de macumba em alguem, espero que se proteja, pois aonde poderemos revelar as coisas que fazem o sangue ferver de indignação, se cuida meu amigo.