quinta-feira, 18 de outubro de 2007

FALA, EUFRAN AMARAL

Célia Pedrina

Não gosto muito de blog. Acho que já superei a minha fase de tesão total com o mundo virtual e o Altino Machado sabe disso. Mas como ainda ando muito a pé pela cidade, acabo encontrando pessoas que vivem me perguntando, algumas até me ligam pra dizer: “tu leu no blog do Altino? Dá uma lida, manda um texto”. E, dependendo do assunto ou de quem me fala, acabo acessando e, às vezes, até arrisco um palpite, mesmo sabendo que vou levar porrada dos anônimos.

Aliás, estou muito propensa a lançar a idéia de criarmos um movimento pela independência total e maior respeito para com os anonônimos virtuais, que poderia até ter o slogan “Bloga-ai ou - "Blogueiros anônimos – acreanos e independentes”. Mesmo sabendo que eles não irão participar, é óbvio, para que não sejam reconhecidos.

Parte da minha resistência com os blogs se dá pelo fato de que algumas discussões que se “instalam” por alguns dias, refletem idéias e ideais sobre questões muito sérias, que estão na pauta do dia em nosso Brasil, que mereceriam uma análise muito mais apronfundada, mas que, submetidas à velocidade do tempo virtual, acabam se banalizando pela falta de continuidade do debate. Ou talvez eu é que não tenha compreendido que o espaço do blog é o da informação apenas. Pontocom.

Mas será que fica “intrigante” só pra mim o fato de alguns assuntos não terem maiores esclarecimentos quando nomes de pessoas são citados? Não há mesmo necessidade de continuidade dos questionamentos e explicações por parte dos envolvidos?

Senão vejamos a cadeia da superação: o caso da prospecção do petróleo foi superado pela história da lei que muda o fuso horário no Acre, também rapidamente superado pela notícia sobre como se deu a expulsão dos moradores/invasores lá no bairro Bahia Velha,
que não resistiu à grande revelação da tal jornalista que passou por aqui e que causou aquele “estrago” em um curso de formação em comunicação, mas que foi salva pela demissão sumária-imaginária do Terri Aquino, que, em menos de uma semana, já é “caso velho”, diante das novas “estrepulias” geradas no caos vigente deste país.

Mas não é verdade que pouco, mas muito pouco mesmo fica esclarecido? Não é grave isso? Pedi mais este espaço para o Altino, porque fui citada em um comentário também assinado e por isso merece minha resposta.

As afirmações do Idésio Luis Franke, pessoa que não conheço mas respeito o direito de expressão, em relação a minha atitude de comentar o “caso Terri” geram uma polêmica questão: qual é a ética verdadeira? Quem é realmente ético quando fala, age?

Também conheço o Eufran Amaral, desde a 1ª fase do ZEE. Aliás, aprendi com ele duas grandes atitudes “estratégicas”, na realidade, “duas saídas” geniais para uma participação satisfatória em um debate acadêmico. Assim como conheço o Terri. Acredito que nenhum dos dois mentiria para a opinião pública.

Acontece que só o Terri falou até agora. E ele é muito querido, tão querido como o Eufran deve ser querido entre os seus amigos pessoais. Houve uma discussão, esquentamento de ânimos, sim. Os dois são mestres e doutorados, podem se olhar de igual pra igual quanto ao nivelamento do conhecimento científico. Quanto ao tamanho do poder de cada um na defesa da questão ambiental, de estrada, de vida, de dedicação, de trajetória, o Eufran perde.


Nesse sentido, faltou nesta história algumas palavras do Eufran, para expor ao público, enquanto autoridade ambiental constituída, sua versão do que realmente aconteceu, sua justificativa ou explicação para a tal demissão, o que deixaria o campo aberto para as análises e comentários dos blogueiros de plantão.

Por que o Eufran não tem voz própria para falar em nome do governo?

“Fritar porque ele não é politicamente conhecido” acaba sendo uma afirmação ruim contra o próprio Eufran. Dá a impressão que ele é um “menino desamparado”, inexperiente, novato, apesar de PhD. Mas ele vai cuidar da questão ambiental da floresta amazônica, parte do Acre, que é uma questão de uma responsabilidade tamanha, onde os conflitos de interesses (capital x ser humano) chegam às raias de ameaças de morte. Ou não é sério o fato do Anselmo Forneck, do Ibama, andar há seis meses sob escolta da Polícia Federal?

Por último, estive nesta semana na sala do secretário Eufran Amaral, para conversarmos sobre um ofício encaminhado há quase um mês para a Secretaria de Meio Ambiente, por duas vezes, pela Associação dos Moradores e Produtores Rurais da Estrada do Amapá. Nada havia sido respondido à associação. Mas, ontem, depois da minha ida lá, teve um encaminhamento. Nada perguntei sobre a questão, respeitei o silêncio dele, embora defenda que ele poderia sim dar sua versão.

Célia Pedrina é professora e fundadora do PT no Acre. Pelo tanto que colabora, imaginem se não gostasse de blog. Conheço algumas personalidades que negam, mas acessam o blog dezenas de vezes ao dia e até destacam pessoas para fazer comentários. E agora? O que os leitores devem estar imaginando após este blogueiro ser citado como testemunha de que a professora superou "a fase de tesão total com o mundo virtual"?

13 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, Célia Pedrina, cadê o Eufran?

Anônimo disse...

Acho que deve ser respeitado a vontade do Eufran exonerar o Terri, não cabendo portanto, qualquer cobrança de justificativa por parte dele. Acho estranho, sim, o fato do Terri ter alegado perseguição por parte do Eufran. Ora, quem alega perseguição deve saber o motivo pelo qual supostamente está sendo perseguido, ou não? O Terri é sem dúvida um grande especialista no estudo de comunidades indígenas, mas qual foi o a contribuição dele na SEMA durante esses anos que ele teve lotado lá? Ajudou a confeccionar um pequeno, mas não menos importante, componente do ZEE, contudo isso não implica dizer que o Eufran tem a obrigação de mantê-lo na sua equipe.
O Terri aparece muito pouco por lá, aponto de muitos servidores daquela secretaria não o conhecer.

Anônimo disse...

O Altino deixa o Natinho "postar" comentarios vai, deixe de ser imbirrento

Anônimo disse...

BOMBA NO VARADOURO!
Segundo denuncias, o festival varadouro, que é da empresa do presidente da FEM o Daniel Santana, e da Karla Matins que é diretora da FEM, tem total apoio do governo do Estado, como no ano passado. Isto é uma vergonha!

Anônimo disse...

sou amiga da célia e sei muito bem que ela é a primeira a usar blogs como anônima, assim, não é honesto questionar o anonimato como se não fizesse uso desse escudo!

Anônimo disse...

Altino, esse negócio de anônimo é ruim demais, pode crer. O bom é não responder, caso não interesse.

Um recadinho para a Célia Pedrina, já que não me liga: vamos voltar para aquela sala da idade da loba? ali é que lugar bom. Meu nome lá era Sulamita, pode?
Me liga, vai. Não estou podendo sair. Temos vários assuntos para
atualizar.
Perdi meu arquivo e teu e-mail e telefones juntos. Da Núbia também.
Com relação ao teu texto, ainda bem que a fila anda, mas alguma coisa fica, pode crer!
Leila

Anônimo disse...

Idésio defendendo o Eufran? Mas é claro! Ambos usam a estrutura do orgão publico do qual são funcionários para terem beneficios particulares em suas consultorias...

Anônimo disse...

Por falar em cadê... cadê o Itaan? Vai ficar por isso mesmo? Nem um bilhetinho pedindo desculpas ao ator global?

Anônimo disse...

Se é vero que os dois utilizam as estruturas dos órgãos públicos em benefício privado o fato deveria ser denunciado. É ilegal.

Anônimo disse...

O Eufran? O Eufran tá numa bem boa cuidando de usufruir da condição de secretário de estado. Imagina o quanto ele já espalhou essa notícia mundo afora. Eu, pelo menos, já soube de quatro fontes dos comunicados a respeito (claro, nenhum encaminhado para mim) uma delas do exterior e soube disso lá e quiz ter certeza porque está vindo para cá já no próximo mes, quando pretende contatar o novo empoderado.

Anônimo disse...

Então virou moda no governo as práticas Eufran X Daniel Zen, ou seja, o uso da máquina em beneficio das suas empresas? Assim dessa maneira,vão quebrar a matriz.

Anônimo disse...

Como ñ bastasse os problemas que já temos com os ratos que ficaram do período do outro mandatário supremo do Acre. O atual escala um vampiro “pseudocompetentente" para cuidar do meio ambiente, é meio porque a outra parte do (meio) está no bolso dos amigos do nosso secretario que deveria estar na Embrapa, lá ele está fazendo falta

Anônimo disse...

Prezado Altino, se vc. e outros interessados quiseerem saber a verdade mesmo, é só perguntar para os servidores da SEMA, lá ninguem conhecia o Terry e nem o Filho dele, até o dia da EXONERAÇÃO. Será que eles compareciam ao local de Trabalho? Como é que eles (pai e filho) ganhavam juntos R$ 7.000,00 (sete mil reais) sem comparecer ao serviços público? E como se sentiram os trabalhadores da SEMA durante esses 8 anos e 10 meses? Por favor né? Cargo Temporário um dia expeira e o deles foi de quase uma década.