segunda-feira, 3 de setembro de 2007

VANESSA ANNABEL SHAFFER SEQUEIRA

Lee Dawson


À minha querida amiga Vanessa

Pois é bastante curta, essa nossa vida. Nunca sabemos o que nos vai trazer e, de repente, já nos ultrapassou.

Muitos de nós passamo-la procurando a resposta para as perguntas que não sabemos perguntar.

Muitos de nós não temos coragem de perguntar, e ficamos ainda mais insatisfeitos com a resposta, quando ela aparece.

Mas quem tem coragem, sempre se procura.
Quem tem sabedoria, sempre se pergunta.

Somos apenas ondas marulhando nessa praia.

De vez em quando vem uma onda brava, que desfaz os nossos castelos de areia, e dá um novo nascimento às nossas construções.

E daí, aquela onda volta ao mar, e junta-se com o oceano infinito, deixando apenas o seu rastro distinto no rosto da terra.


Não sei o que iria te dizer se eu soubesse que a vida te ia levar de nós tão cedo. Não sei se eu poderia lidar com essa realidade, há tantas perguntas que não tenho coragem de perguntar.

Mas isso eu sei:
Que em cada folha que trema, vou ver o seu sorriso.

Em cada floresta tranqüila, vou lembrar a sua energia, aquela que você não sabia que tinha.

Em cada canção de pássaros, na beira de qualquer rio, em qualquer madrugada, vou ouvir a sua voz.

E nas águas quietas, onde a corrente mistura os nossos sonhos e as nossas almas, eu vou esperar a nossa próxima reunião.

Lee Dawson conheceu Vanessa em 2004 em Bangor, na Inglaterra. E dividiu uma casa com ela em Rio Branco, quando fazia pesquisa de mestrado.

Um comentário:

Saramar disse...

Altino, quando vejo essa menina tão jovem e linda nesta foto e penso no idealismo que a movia (coisa raríssima) minha garganta se trava.

Fico pensando no ser humano e em sua capacidade monstruosa de matar por nada, quase nada, que não se vê em nenhum outro animal.

Fico pensando na dor, na maior de todas as dores da família e dos amigos.

Um espinho no peito, nos olhos e nada de palavras, nada.

beijo