terça-feira, 10 de abril de 2007
"PROSPECÇÃO DE DERIVADOS"
Eis a imagem (acima) do convite assinado pelo senador Tião Viana (PT) e Assembléia Legislativa para palestras no seminário sobre "Prospecção de Derivados do Petróleo no Acre e Responsabilidade Socioambiental".
O professor Oswaldo Sevá, da Unicamp, já se manifestou neste blog apontando o erro:
"Essa “prospecção de derivados de petróleo” (sic), escolhida como título do seminário organizado pelo senador Tião Viana (PT) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), para quinta-feira 12, a partir das 19 horas, no Teatro Plácido de Castro, em Rio Branco, é algo que simplesmente não existe e que não é possível.
Derivados são o óleo diesel, o gás de botijão, a gasolina, o querosene, o óleo de caldeira, o piche, que são fabricados nas refinarias. A menos que, sob o chão de alguma Terra Indígena ou do Parque Nacional da Serra do Divisor se encontre, pela primeira vez no mundo, uma jazida de óleo diesel ou uma jazida de gasolina já dentro das especificações da ANP".
O debate coincide com a semana em que a revista Veja e o Fantástico, da Rede Globo, chamaram a atenção para a ameaça do aquecimento global, cujo principal causador é a queima de combustíveis fósseis.
Dê um clique sobre a imagem. Em que pese o micaço, vamos lá. Não vale levar vasilha para abastecê-la com algum derivado. É apenas o começo de um longo debate que necessita envolver a sociedade para ter legitimidade.
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10 comentários:
Bem se percebe o conhecimento do assunto de quem está bravamente defendendo a exploração de petróleo no estado....aí é burro véio!
Caro Altino,
Na verdade o convite é para uma "palestra" e não para um debate. Talvez devesse ser no plural "palestras". Pena que os palestrantes já não inspirem isenção depois que foram à base de Urucu.
Bom Trabalho.
Lindomar Padilha
Caro Altino,
Na verdade o convite é para uma "palestra" e não para um debate. Talvez devesse ser no plural "palestras". Pena que os palestrantes já não inspirem isenção depois que foram à base de Urucu.
Bom Trabalho.
Lindomar Padilha
prospecção de derivados... estou pasma. Desta forma já vemos a desqualificação dos organizadores. Era debate, virou palestra. Talvez lançarão um novo lema para o acre... Plasticania... ou "é destruindo que se lucra". Ao invés da árvore de Jorge adotarão o cifrão $ $ $ $ $ $
Quem inspira isenção para o Lindomar Padilha deve ser só ele mesmo. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Além de mim mesmo, caro anônimo, você e o organizador e mediador das palestras também me inspiram isenção.
Lindomar Padilha
Gostaria que encontrassem gás, mas que ele fosse apenas na quantidade suficiente para alimentar o fogo da fritura política do megalômano que pariu essa idéia.
Senador Tião Viana: Quero meu voto de volta!!! Não foi com esse programa ou com esse discurso que você pediu o meu, o nosso, voto. Se à época de eleição, eu soubesse que a prospecção e exploração de petróleo e gás seria a principal iniciativa do começo de seu mandato, meu voto não teria sido seu. Preferia anulá-lo. Hoje me sinto enganado. Vivendo e aprendendo, para não errar novamente. Daqui a quatro anos, para governador, não conte comigo. Anônimo mesmo, por ora, até que esse sentimento ganhe voz coletiva e força ativa nas urnas. O mesmo vale para boa parte dos políticos, esses que num dia aprovam o ZEE, sem ler ou discutir, porque Jorge pediu, e no outro fingem esquecer o que assinaram, porque você pediu, dizendo que isso será melhor para o Acre. Conte mesmo hoje com esses políticos e com um punhado de empresários para viabilizar sua proposta. O amanhã poderá lhe trazer ingratas surpresas. Meu voto nunca mais.
Saudações Altino, e aos participantes diretos ou indiretos do seminário sobre "Prospecção de Derivados do Petróleo no Acre e Responsabilidade Socioambiental” (sic).
Por tratar-se supostamente de um evento democrático e certamente de extrema importância, sinto-me como cidadão e como ser humano, convocado a participar, ao menos através deste blog de grande valor.
A grande maioria de nós, 6,3 bilhões de seres humanos vivendo sobre esta terra, estamos afetando violentamente o funcionamento, o ritmo e o equilíbrio deste planeta, e consumindo rápida e irracionalmente todo seus recursos naturais, sem nenhum cuidado e responsabilidade. Começamos a afetar diretamente o sistema da Terra em escala global a partir da revolução industrial e principalmente com a exploração do combustível fóssil, principal agente deste fenomenal crescimento econômico e populacional atual, denominado “grande aceleração”, e seu desastroso impacto.
Uma bomba de óleo é a perfeita manifestação do que estamos fazendo de fato; Estamos usando energia para acessar mais energia. Então colocando bombas sobre a terra e em plataformas no mar, nós estamos sugando ininterruptamente, 24 horas dia após dia, o que a terra tem reservado, milhões e milhões de anos de energia solar, é daí que vem o combustível fóssil.
Agora com nossa habilidade de prospecta-lo de reservas profundas esburacando a terra, sugando-o com bombas, estamos acessando esta forma muito conveniente de energia para nós (desconsiderando sua função vital ao planeta como um ser vivo que é), então podemos queimá-lo, o que nos permite fazer muitas outras coisas.
Podemos transformar os solos, ará-los, derrubar árvores, construir navios pesqueiros gigantes muitos eficientes em varrer o mar com redes gigantes, que estão acabando com muito da vida no oceano, podemos reformular as costas, mudar a foz dos rios, foguetes, aviões, fazer todos os tipos de coisa só porque temos esta ilusoriamente barata e poderosa fonte de energia. Assim seguimos este modelo de “desenvolvimento” em crise que está causando um estresse global e desequilibrando o balanço de todo ecossistema, da biologia e delicada alquimia da frágil atmosfera que propicia as condições ideais de vida neste planeta, de maneira sem precedentes em milhares de anos.
A lista de efeitos deste estresse, de fenômenos extraordinários aos padrões da natureza nos últimos 20 anos é longa e alarmante: enchentes, desertificações, extinções de florestas tropicais, temperadas, atlânticas, extinção de inúmeras espécies da fauna e da flora, recordes de aquecimento global ( 22 nos últimos 27 anos), secas de rios, derretimento de geleiras, assim por diante.
Resultados dos abusos deste sistema baseado no combustível fóssil, grãos, ferro, consumismo e desperdício, emergem imponentes à nossa frente. E a causa deste desequilíbrio não é nenhum asteróide, é o homem. Assim estamos construindo um mundo desenvolvido só se for para as máquinas, já que a raça humana não terá os recursos e necessidades básicas para sobreviver as novas condições ambientais decorrentes das transformações que estão acontecendo.
Não é ser pessimista mas é um chamado para acordarmos. Temos a tecnologia e o conhecimento para reverter este quadro e talvez o principal e mais urgente é mudarmos de uma economia baseada em combustível fóssil para uma baseada em energia limpa e renovável (como o Sol que temos em abundancia aí no Acre), e não seguir este modelo decadente dos chamados países “desenvolvidos”, que se sustentam explorando a terra nos países chamados “subdesenvolvidos”, onde também jogam seu lixo.
Será que nosso povo não cansou de se humilhar e dar toda sua riqueza de bandeja, ainda engolir lixo em troca? Este é o modelo de desenvolvimento que o Acre quer seguir?
Meu povo, acorda! Muita força da floresta pra vocês e quem for filho de verdade, que se levante para defender nossa Terra. Encerrando, uma pequena mudança corrige o título do seminário: "Prospecção de Petróleo no Acre vs Responsabilidade Socioambiental" e uma sugestão para o próximo, realizado pelo povo “Energia Renovável e Sustentabilidade – Responsabilidade Socioambieltal”
Com consciência e coração, sinceramente,
Txai Fernando.
Peraí Txai Fernando... essa historia de aquecimento global também tem dois lados. Ou voce já se filiou à Igreja do Aquecimento Global dos Últimos Dias? Seu texto é bom, mas repete afirmativas que estão sendo questionadas por gente muito séria. mantenha os dois olhos abertos. Já apanhamos muito no Acre por só ver um lado.
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