quinta-feira, 19 de abril de 2007

PARLAMENTO INDÍGENA

Etnias do Acre se sentem ameaçadas pelo projeto de prospecção de petróleo do senador Tião Viana, mas governador Binho Marques reafirma compromisso com desenvolvimento limpo, justo e sustentável

O Dia do Índio no Acre foi marcado pela realização do 1º Fórum dos Povos Indígenas, que deu início aos debates sobre as demandas das aldeias e da criação do Parlamento Indígena, uma instância de consulta a ser instituída com o objetivo de orientar as políticas do Governo da Floresta junto às comunidades.


A Secretaria de Relações Institucionais, a Assessoria Especial Indígena do Gabinete do Governador e o próprio governador Binho Marques ajudaram na organização e participaram do fórum, realizado no Centro de Documento e Pesquisa Indígena, na chácara da Comissão Pró-Índio (CPI), na Estrada Transacreana. “Este 19 de Abril é o marco no aprofundamento das políticas indigenistas iniciadas em 1999”, disse Binho Marques.

Ao menos 30 lideranças e representantes da maioria das 14 etnias do Acre participaram do fórum. O cacique Agostinho Manduca comandou o ritual da pakarinka, uma dança relacionada à abertura de reuniões de lideranças da tribo kaxinawá. O fórum, que foi mediado pelo assessor especial dos Povos Indígenas, Francisco Pinhanta, serviu para dar início às discussões de eixos de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, produção, segurança alimentar, gestão territorial e do plano de mitigação das terras indígenas impactadas pelas obras da BR-317 e BR-364.

Binho Marques reafirmou os ideais do governo de aperfeiçoar a atuação com os povos indígenas e a necessidade de avançar nos trabalhos para que as aspirações das etnias sejam atendidas. Ele citou os três eixos temáticos de sua gestão: 1) ações e serviços de Estado para todos; 2)desenvolvimento limpo, justo e sustentável, e 3)"empoderamento" das comunidades. “Hoje, 19 de abril, é um dia de muito trabalho. O papel de hoje é organizar a maneira de combinar. Este é um dos objetivos deste encontro”, assinalou.

O jornalista Antonio Alves, do Instituto da Diversidade Social e Ambiental, expôs sugestões de como pode atuar o Parlamento Indígena. Os líderes indígenas manifestaram as demandas e expectativas quanto ao fórum e ao parlamento. Gelson Toi, da tribo manchineri, disse que o aporte de recursos feito diretamente às comunidades tem efeito muito melhor que o sistema atual de financiamento, com intermediários.

Francisco Jamináwa pediu o aprofundamento na discussão quanto à possível prospecção de combustíveis fósseis na floresta e a conclusão da demarcação de terras indígenas. Benke Pianko lembrou de políticas para gestão dos recursos naturais como sendo uma demanda emergencial para o mundo. Alberto Kaxinawá questionou quanto às reais discussões que devem ser feitas.

O deputado estadual Moisés Diniz (PC do B), defensor das causas indígenas, disse que as etnias acreanas vivem hoje melhor após mais de oito anos de Governo da Floresta. Segundo o deputado, o governador quer que as comunidades se organizem para ter poder. “O que falta, na minha opinião, é definição de como implementar as ações nas comunidades”, observou Gelson Manchineri, chefe do posto da Funai em Assis Brasil.

Leia mais no site Amazônia.

11 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Altino por mostrar a sutileza política do governador Binho Marques: "Ele citou os três eixos temáticos de sua gestão: 1) ações e serviços de Estado para todos; 2)desenvolvimento limpo, justo e sustentável, e 3)"empoderamento" das comunidades".

Por que a imprensa, o ex-governador Jorge Viana e o senador Tião Viana se fazem de desentendidos quanto ao desenvolvimento defendido por Binho Marques?

Anônimo disse...

Eita que esse Binho ainda vai me conquistar. As falas meio vazias mas o principal tema em discussão tá lá.Claro. Impecável. Dito. E essa foto é maravilhosa. Solene. Comovente.Ah Senhor protejei essas gentes das florestas que seguram os insandecidos com seus rituais de beleza e fé. Beijo. Rubra.

Anônimo disse...

Mais um dia 19 de abril! Parabéns para os índios! Parabéns pra nós!
Acho que nós brasileiros já começamos aceitar a idéia que somos todos índios, e bom seria se nós aproveitássemos esse momento que estamos passando; que tudo nos favorece e nos chama para uma grande reflexão!
Temos hoje muita gente séria envolvida na preservação da Amazônia, um governo comprometido com essas ações, o planeta pedindo socorro e muitos outros fatores, que indicam que o rumo seria uma grande união em torno da salvação do planeta ou melhor dizendo da nossa salvação.
Vamos deixar as diferenças de lado, vamos pensar nos nossos filhos e na próxima geração!
Então o que acham da minha tese?
Prometo a todos que vou estudar e aprender a escrever melhor!
Atenção não vale me sacanear e nem me scanear!
A já ia esquecendo! Viva a Floresta!

Editor disse...

Tem muita gente boba achando que o Binho é bobo. Tem outros que acham que irão governá-lo pela imprensa. Aos poucos a ficha de alguns vai caindo.

O que falta a Binho é força política,não esqueçam que o Jorge ainda concentra a maior parte dela.

Anônimo disse...

Eles se fazem de desentendidos porque isso não tem a menor importância para o seu(deles) projeto de poder. O Binho não conta, brother. Em 2010 estarão todos juntos para que um viana passe mais oito dando as cartas, a grana, os mandatos, as notícias, o prestígio, as homenagens, os prêmios e as penalidades. Se ficar quietinha e não encher o saco a Marina também.

Anônimo disse...

Ednei... quando alguém tiver cara de bobo, jeito de bobo, e fizer bobagem. É bobo mesmo.

Anônimo disse...

Olá Altino,
Em relação a política indigenista no Acre, acho que o principal problema do Binho é o Assessor Francisco Pinhanta, o mesmo só divide o movimento, neste Forum não esta o representanta Regional da Funai, dos Movimentos das Mulheres Indigenas - Sitoakore, e nem da OPIN, o Assessor só trouxe os representantes dele, acho que o Binho tem que abrir o olho...

Anônimo disse...

concordo com a SUTILEZA do BINHO citada, já, com as "falas meio vazias", não.Acho que o estilo do ex nos faz pensar que tem que ser daquele jeito, "cheio das falas", prá enrolar os governados.Tem umas almas boas querendo trabalhar para o bem dos mais hulmides, porém, as alianças políticas que se faz para alcançar o poder são os entraves verdadeiros. É como se você fizesse pacto com diabo e depois quizesse desfazer,não tem jeito! O bicho é feio e faz marcação de perto.

Editor disse...

Esse negócio de falar macio, poético, cheio de regionalismo do anônimo tá me deixando em dúvida quanto à identidade. Já sei, o anônimo é a crítica que ficou guardada, só pode ser. Deve ser o bom poeta então.

Anônimo disse...

As comunidades indígenas precisam ser ouvidas. Chega de tratar assuntos importantes para as comunidades só com os que vivem na cidade, Muitos inclusive nunca mais deram a graça nas aldeias. Se isso não mudar a enrolação continuará. Se o movimento indígena não vai às comunidades, outros vão e nem sempre com boa intenção, os políticos que o digam.

Editor disse...

O papo tá legal, mas é sempre bom lembrar que temos que indicar caminhos.