A Rede GTA (Grupo de Trabalho Amazônico) envolve mais de 500 entidades que se articulam em fóruns locais, federações setoriais e outros mecanismos sociais. Dizem que somam esforços para a defesa do patrimônio natural e cultural do país.
Conversei com várias pessoas sobre o seminário que o GTA realizará entre terça e sexta, em Rio Branco, para debater a partir da experiência de seus 15 anos de existência. É quase consenso que, embora seja um evento supostamente do movimento social, o mesmo adquiriu um caráter chapa-branca, isto é, está sob o controle de uma parte do PT do governo acreano.
Um paradoxo: o governador Binho Marques (PT) está contribuindo para não permitir que o seminário seja de todo chapa-branca ao desistir de comparecer ao evento, na manhã de quarta-feira, a partir das 8 horas, onde seria um dos palestrantes do tema "O papel do Governo e da Sociedade".
O jornalista Antonio Alves, assessor especial, foi designado por Binho Marques para representá-lo no seminário. E Toinho, com sua inteligência e verve habituais, não costuma ser nada governamental quando o tema é a defesa da sustentabilidade regional.
- O governador pediu para representá-lo, mas não vou falar em nome dele nem em nome do governo. Vou expor o que penso e o Binho sabe que não penso nada que seja capaz de constrangê-lo - disse o idealizador da florestania, que nos últimos meses tem prestado enorme contribuição ao debate sobre o polêmico projeto de prospecção de petróleo e gás no Acre.
O site Amazônia destaca a partir de hoje, na seção de opinião, o "Petróleo: quem quer impedir não pode; quem pode, não quer", de Toinho Alves. Leia aqui.
4 comentários:
Falsos dilemas geram falsas respostas. Quem diz que quer e não age não quer. Quem pode e não faz não quer. Então, ou se quer e se luta ou não se quer e se fica desfolhando a margarida. Outra coisa é o resultado da luta, mas quem tem certeza de alguma coisa nesta vida? Ficassem Chico Mendes e companheiros nessa masturbação intelectual e o mundo não conheceria até hoje o "empate" como forma prática de resolver problemas que parecem insolúveis. Sim ou não?
Sim, yes nós temos petróleo!? Será que se o Chico fosse vivo...bem deixa prá lá. Chico já não pertence mais a este mundo. a Marina sim, ainda vive e é ela a herdeira dos empates, e, hoje oficializada para realizá-los, só não empata se não quizer. O EMPATE ainda é nosso?
As instituições populares precisam se refazer. Não basta mais "empate", "panelaço", greve de fome... Quem ocupa o poder hoje vem exatamente desse tipo de manifestação. A crítica atual tem que ser muito mais sutil também participativa. Há 1001 formas de fazê-la, envolvendo um monte de gente, com várias contribuições diferenciadas. Não dá pra imaginar Arnaldo Jabor, só pra citar um exemplo, deixando de fazer suas críticas contra o neoliberalismo para bater panela em manifestações anti-neoliberalismo em Copacabana... Da mesma forma, não dá pra imaginar políticos, intelectuais e militantes do PT, alguns com DAS no governo ou na prefeitura, fazendo a mesma coisa. Mesmo assim, muita gente nesses lugares e em outros também está disposta a colaborar, a ajudar, nem que seja assim... "anônimo". A oposição, e a verdadeira opinião pública, podem nascer desse modelo colaborativo - por que não? Não é o mais sensato a se fazer, em um Estado tão carente e onde as instituições são fermentadas por ideologias reprimidas que aparecem em conversas de corredor? Pelo amor de Deus, vejam o site do Altino. Um blog, simples, mas é um tremendo sucesso, por que? Porque todos participam. E incomodam o governo. Sindicatos, associações, estudantes, o movimento social precisam aprender a fazer isso também, em suas variações. Se isso acontecer, e as pessoas entenderem, se elas participarem, se sentirem o quanto isso afetará as suas vidas, com certeza se mobilizarão. Caso contrário, é continuar dando murro em ponta de faca... exatamente o que acontece agora, em relação ao debate sobre a prospecção. Vai dar com os burros n'água, vocês vão ver...!
Feliz dia do índio!
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