segunda-feira, 16 de abril de 2007

MOVIMENTO MAP SILENCIA

Os cientistas do Movimento MAP, de Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil) e Pando (Bolívia), possuem grupos temáticos de conservação ambiental, desenvolvimento econômico e de políticas públicas. Eles dizem que formam um movimento solidário de grande escala, de cidadãos livres e independentes dos três países.

Dizem, ainda, que o MAP é geograficamente o coração da Amazonia Sul Ocidental, onde se concentra a maior diversidade biológica do planeta, além de uma extraordinária diversidade cultural humana.


A iniciativa MAP se baseia, entre outros, no direito de saber sobre aspectos relevantes ao desenvolvimento regional. Do Acre, participam pesquisadores como Vera Reis, Sílvia Brilhante, Elza Mendoza, Monica De los Rios e Foster Brown.

Embora as estradas, as hidrelétricas e a agricultura mecanizada sejam considerados os principais desafios da região MAP, o movimento até agora tem ignorado a surpresa do polêmico projeto de prospecção de petróleo e gás no Acre.

O Movimento MAP está dividido em diversos mini-grupos, que se reunem durante todo o ano para discussao de temas específicos. A cada dois anos é realizado o Forum MAP, que este ano acontecerá em Brasiléia, no mês de novembro. Até lá, com certeza, o debate sobre petróleo no Acre terá avançado muito e seria importante que o movimento estivesse ligado na discussao inicial.

Para ser desenvolvida alguma atividade, por exemplo, constituir um mini-MAP, é necessário a colaboracao de pesquisadores ou instituições de no mínimo dois países. Seria interessante expandir esta possibilidade de discussão do "MAP Petróleo" com os pesquisadores peruanos e bolivianos, onde a Petrobras atua, e conhecer melhor as experiências acumuladas.

Um dos grupos mais forte dentro do MAP é o da bacia hidrografica, que trabalha a gestão do Rio Acre nos tres países. Prospecção na regiao do Alto Acre com certeza poderia trazer ameaças ao já tão afetado velho rio, que abastece todas as cidades do Alto Acre (Rio Branco, Xapuri, Brasileia, Cobija (Bolivia) e Iñapari (Peru).

Lideranças indígenas ligadas à Federação Nativa del Rio Madre de Dios y Afluentes (Fenamad) já têm levantado essa questão em reuniões do MAP. Chamaram a atenção para a necessidade de articulações que possam evitar os impactos negativos que as concessões de petróleo estão começando a trazer na Reserva Territorial a Favor de Pueblos Indígenas en Aislamiento, de Madre de Dios, criada para proteção dos isolados, que faz fronteira com as cabeceiras dos rios Acre, Iaco e Chandless, bem como em "reservas comunais" e "comunidades nativas".

Não é por falta de apoio financeiro da solidariedade internacional que o MAP está caladinho até agora. A sociedade tem o direito de saber o que o movimento tem a dizer sobre o projeto do senador Tião Viana.

Com a palavra, o MAP.

Um comentário:

Anônimo disse...

quem faz mesmo parte do MAP? Altino, veja se consegue a relação das entidades para termos maior clareza da razão do silêncio.