quarta-feira, 7 de março de 2007

PT HILÁRIO

Assem Neto

Scanner foi usado para falsificar dinheiro da educação

Edilson Melo, filho do prefeito do município de Jordão, Hilário Melo (PT), prestou queixa na delegacia de Tarauacá, no início deste mês, declarando ter sacado R$ 12,5 mil em notas falsas. O dinheiro seria para pagar funcionários da Educação, e foi trocado, no Banco do Brasil, por um cheque administrativo assinado pelo prefeito. O que parecia um boato confirmou-se numa entrevista por telefone, no final da tarde desta terça-feira, com o subdelegado de Tarauacá, Edmar Rodrigues, que já foi autorizado pelo secretário de Segurança Pública, Antônio Monteiro, a fretar um avião e se deslocar até Jordão.


A Polícia Federal aguarda a conclusão de um relatório técnico que será produzido pela polícia civil. A partir de então, será obrigada a apurar a possível participação de funcionários do Banco do Brasil no episódio.

Consta na queixa-crime que Edílson Melo havia guardado o dinheiro na casa do próprio prefeito em Tarauacá, para, no dia seguinte, enviá-lo ao pai, em Jordão, para pagamento dos funcionários. Na hora de efetuar o pagamento dos funcionários, Hilário Melo e os outros secretários perceberam que as cédulas de 50 reais teriam sido escaneadas em computador. O dinheiro está custodiado na delegacia de Tarauacá, e será encaminhado à Direção-geral de Polícia, em Rio Branco. Para o superintendente do BB, Ronaldo Freitas “é impossível a sair um volume tão grande de notas falsas de dentro do banco”.

O subdelegado Edmar Rodrigues informou que considera a hipótese de as cédulas terem sido escaneadas fora do banco. Disse ainda haver “um acordo” com a diretora-geral de polícia, delegada Denise Pinho”, para divulgar o assunto no momento oportuno. “Informamos isso à imprensa, para evitar que notícias equivocadas sejam dadas antes do tempo”, disse. O prefeito Hilário Melo não foi encontrado para comentar o assunto. Seu filho, que garante ter sacado o dinheiro, também evita a imprensa desde que prestou queixa na delegacia.

O filho do prefeito é o representante de Jordão em Tarauacá. O ex-prefeito de Jordão, Turiano Farias, cometeu suicídio com um tiro no ouvido, pressionado por corrupção e desvio de verbas públicas envolvendo a assessoria dele. O Ministério Público até hoje não deu respostas às denúncias deixadas pelo suicida, para quem os seus auxiliares produziram grandes fortunas (fazendas com milhares de cabeça de gado) às custas de dinheiro público. Imaginem como vai ficar aquela região, quando começar a receber os royalties pela exploração de petróleo e gás tão propalada. Será a nossa Macaé, uma das cidades mais violentas do país, em decorrência da exploração petrolífera, conforme mostrou o Fantástico no domingo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Arre égua! Vôte!
Isso é hilário (sem querer abusar do trocadilho)!

Anônimo disse...

Essa história da exploração de petróleo no Acre é absurda. Quando teremos coragem de propor concretamente alternativas ao capitalismo positivista? Só dinheiro interessa? Há alternativas ao financismo?

leticia goncalves disse...

Hilário mesmo!

Mas ainda assim muito triste.