Em menos de 15 dias, presenciei três declarações públicas do governador Binho Marques (PT) que servem para deixar evidente que está em curso um jeito desestressado e descentralizador de governar o Acre.
Durante a posse do secretariado, ao final de um discurso de improviso, Binho Marques afirmou algo que, no ambiente pantanoso da política acreana, não é qualquer governador que teria coragem:
- Faremos um governo participativo, que não vai ter medo do debate.
Hoje, durante uma solenidade em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o governador demonstrou que realmente tem um estilo completamente diferente daquele que marcou os oito anos da gestão Jorge Viana. Ele disse sem afetação:
- Espero contar com a contribuição da imprensa, que revelou recentemente a falta de aparelho de ultrassonografia para quem está na fila em busca de atendimento. Já providenciamos a compra de três aparelhos novos para assegurar o atendimento no setor de saúde.
A outra declaração é sutil, mas contudente:
- Nós nunca lutamos pelo governo do Acre. Nós sempre lutamos e lutaremos pelo Acre.
Aproveito para contar um episódio que revela um pouco do estilo Binho Marques, mas permeneceu abafado desde a campanha eleitoral.
O então candidato compareceu a uma reunião no paradisíaco sítio da Comissão Pró-Índio e ouviu de alguns líderes indígenas um rosário de críticas ácidas ao governador Jorge Viana. Os índios se cansaram e cederam a palavra ao Binho:
- Vocês convidaram a pessoa errada para essa reunião. Deveria estar aqui o candidato da oposição - disse, antes de se ausentar.
Um índio perguntou a outro índio:
- Ele é doido, é?
Não mesmo. E não gosta de ser estrela.
10 comentários:
Altino: Segundo nota de um colunista em blog na data de hoje, Binho se reuniu com a Cia de Selva para tratar da campanha institucional do governo. Parece-me que vai exigir reportagens produzidas por repórteres ao invés de alugar páginas de jornais( para quem? 1000/1200 leitores?) com textos prontos da Assecom. Está na hora de dar o valor devido aos diários impressos de RB. Como se diz por aí "se acham", quando na verdade tem alcance praticamente zero se considerarmos toda a população do nosso estado.
Infelizmente os jornais impressoras estão com atrasos de décadas.... quem lê a matéria de um jornal não precisa se preocupar porque é a mesma matéria do outro. Não se tem uma reportagem em que o leitor sinta o prazer de ler, a anos só bajulam quem está no poder... são tantos fatos que acontecem que a maioria da sociedade desconhece porque não se publica nada sobre.
Caro Altino,
Devido ao grande sucesso de seu Blog e o seu interesse em ver o desenvolvimento do Acre, peço que publique ou que faça uma reportagem com o Binho, se possível for, sobre a minha situação, que é a mesma de tantas outras pessoas.
Prestei o concurso objeto do Edital nº 44/2006, publicado no Diário Oficial do Estado nº 9.329, de 28 de junho de 2006, para o cargo de Especialista em Engenharia Florestal no ano passado e infelizmente fiquei fora do número de vagas previsto pela SGA, porem as vagas não foram preenchidas por inteiro, tendo em vista o fato de que alguns candidatos não cumpriram com todos os requisitos cobrados em edital ou até mesmo falta de interesse pelo candidato.
Acontece que as vagas estão abertas desde o momento da convocação para que os candidatos tomassem a posse, e o governo não tem demonstrado qualquer interesse em fazer uma convocação suplementar para o preenchimento do número de vagas já criadas e não ocupadas pelos motivos já citados.
Ano passado, ao solicitar informações junto a SGA, fui informado que o Governo não poderia fazer a convocação suplementar porque necessitaria da autorização legislativa para a criação de novas vagas, o que é uma inverdade, já que não necessitará a criação de novas vagas e sim o preenchimento das vagas já criadas e não ocupadas.
A constatação das vagas abertas pode ser conferida através da confrontação do edital de Nº 51/2006, o qual convoca todos os candidatos aprovados e classificados dentro do número de vagas, com a publicação feita no dia 10 de agosto de 2006, que “...torna pública a lotação dos candidatos aprovados, classificados e empossados, que cumpriram os requisitos solicitados pelos editais relativos ao concurso de Especialista...”.
Só para informar o número de novos servidores que o Governo deixou de contratar, pela pura falta de interesse ou talvez por não ter qualquer eleição próxima, só na capital Rio Branco, chega a mais de 30 só para cargos de nível superior, fora os de nível médio e os candidatos a uma vaga no interior do estado.
Outro descaso também é com o concurso para o cargo de Gestor de Políticas Públicas, que sofre com o mesmo problema. Tal concurso ofereceu 270 vagas, porem o número de candidatos que foram empossados não atingiu 80% das vagas oferecidas.
Fica aqui o apelo em nome de todos os que passam por esses problemas, aos administradores do Estado para que nesse momento em que milhares de servidores temporários foram exonerados, que tomem as medidas necessárias para que se efetive o preenchimento das vagas criadas e abertas em virtude de concurso público realizado em 2006 através da convocação suplementar.
Obs.: Todos os editais podem ser consultados pelo site do Governo do Estado do Acre www.ac.gov.br
Mas se este governo não tem medo de debate, porque ele não deu uma resposta aos indígenas? Este negócio de empurrar a culpa ou o problema para os outros é a pior política e já conhecemos isso no planalto. Entrou na água é para se molhar. Ele poderia ter dito quais são suas metas e planos de governo quanto à política indígenista.
E quanto ao alcance na mídia só mesmo programas de TV alcançam a massa, o povo. Mas todos que sabem ler, tentam se informar, mesmo sendo por aquele jornal já usado por 10 ou 20 pessoas. Aquele jornal usado para embrulhar frutas e etc ou esquecidos nos bancos de ônibus circulares. E a internet, infelizmente, continua e ainda continuará por muito tempo um luxo para poucos.
Informação significa poder. E os que não tem acesso a esta, continuarão sendo governados.
Olá Eliane, boa a sua observação sobre o não ter medo do debate. Creio que o governador deve ter debatido antes ou depois de chamar a atenção das lideranças indígenas,é que o Binho, como todo professor gosta de colocar a classe na disciplina,com o objetivo de manter a ordem.Na classe sempre aparece também os bagunceiros, se o mestre não é firme
a aula é prejudicada.Quanto a turma da imprensa essa é mais a danada da escola da Floresta, vai dá um trabalhão para colocar na disciplina,primeiro porque são bons oradores e terminam engalobando o mestre, quanto a continuar sendo governados, seremos sempre, é um princípio de qualquer organização.Agora vai ser assim: escreveu,não leu, o pau comeu.É a educação como antigamente,a exemplo do carnaval na Gameleira, minissérie Amazônia, a novidade como disse o gov. Binho, é que não terá novidade.
Começa hoje mais uma reunião de planejamento estratégico. Será que teremos uma guerra, uma nova revolução acreana?? é tanto ensaio de estratégia, e ação até agora nada. Dizem por aí que a letargia do governo é consequência de alguns buracos$$$ deixados por JV. Por acaso sabiam que todos os demitidos dos 1700/2000 Cargos de confiança tem direito a indenizações trabalhistas? Só a D. Arnete (Detran- aliás não fez nada passou os anos só arrumando a vida dos filhos e agregados) recebeu R$ 71.000,00. O buraco deve ser enorme e está engessando o Binho só pode.
às vezes, em alguns momentos, não governar significa governar bem, significa ouvir, compartilhar, aprender, inovar. Muitos ditadores governam muito, mas não governam bem. Pelo que li e sei, o Jorge Vianna fez um bom governo, e o Binho esteve presente. Melhorar o bom é bem mais difícil que melhorar o ruim. A tarefa do Binho é árdua (as duas faces da inovação): renovar (inovar o que já é bom); transformar (inovar o que é não é bom). Conservar, inovando. Revolucionar, inovando. Bom governo, Binho! nn
Sr. Altino,
Esse negócio de índio é difícil. A necessidade desses povos é maior e mais urgente.
Não me assusto quando fico sabendo que o ex-Governador Jorge Viana tendo feito 99 e não 100, ainda tenha desagradado. É que a fome é muita e a carne é pouca!
Agora, lendo o comentário do anônimo, sobre a idenização da senhora do DETRAN, me preocupa a eterna
divisibilidade de cargos. A cada final de festa, ter que distribuir os doces, vai continuar faltando verbas para atender necessidades prementes na saúde, na segurança e no atendimento às populações indígenas... além do mais.
Estou inquieto. Onde vou parar depois de concursado?
É muito cedo ainda, mas espero que o Binho trabalhe muito, mesmo falando pouco. Aliás, nem precisa falar nada.
Sim, e por falar em dia Internacional da Mulher prá onde foi a Mara Vidal,ex-secretária das mulheres do Estado do Acre. O movimento das mulheres fez tanta firula pra criar a sua secretaria e quando é extinta ninguém diz um "Ah!?".Qual o motivo?
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