quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

POLÍCIA DA FAMÍLIA



Assem Neto

A desembargadora Eva Evangelista, corregedora do Tribunal de Justiça do Acre, foi parada por um guarda de trânsito, teve o carro guinchado, foi multada e ficou a pé, a poucos metros de sua residência, na tarde desta quinta-feira, em Rio Branco.

A magistrada acabara de encerrar o expediente no TJ e se dirigia para casa na companhia do marido, o advogado Menandro de Souza, quando foi obrigada a descer do veículo, um Corolla, cujas placas estavam sem lacre.

- O que está acontecendo, moço? - perguntou a desembargadora ao policial.

- A senhora é suspeita. Desça do carro, que ele está apreendido - respondeu o patrulheiro.

O Corolla permaneceu por alguns minutos no pátio do Detran, apreendido. O carro é novo e foi batido por um microônibus da Polícia Militar dias atrás. Eva Evangelista aguardou que a PM pagasse pelos reparos em seu veículo. Mas isto não aconteceu. Ela providenciou, então, o envio do veículo para a lanternagem da concessionária Xapuri Motors, sendo obrigada a arcar com a franquia do seguro e os custos totais do conserto.

A desembargadora irá processar o Estado, sob o argumento de que o guarda não lhe deu oportunidade de ser explicar antes de chamar o guincho, deixá-la a pé e multá-la. A principal revolta, segundo ela, é pelo fato de o guarda tê-la tratado como “suspeita”, sem que houvesse provas que indicasse uma ação criminosa de sua parte.

- Não moverei o processo como autoridade, mas sim como cidadã - disse ela, que também irá acionar a justiça contra a concessionária, que retirou e não colocou o lacre das placas.

Eva Evangelista pagou multa de R$ 89,00 e conseguiu liberar o veículo após pagar os serviços do guincho. O guarda que abordou a desembargadora não foi identificado. Por telefone, o capitão Kimpara, comandante da Ciatran, informou estar de férias e desligou o celular.

O comandante da Polícia Militar, Romário Célio, soube do episódio através da reportagem, e disse que vai apurar tudo, rigorosamente. O comandante, no entanto, concordou que “não se deve abordar ninguém como suspeito, independente de ser desembargador ou não”. O militar não informou quais providências serão tomadas no caso.

Assem Neto é editor do Notícias da Hora. Nos últimos dias, várias pessoas têm reclamado da conduta da PM, que tem agido de forma ostensiva em todos os ambientes, desde que ficou subordinada ao gabinete do governador Binho Marques. Os carros dos seguranças do governador do Acre também não costumam usar placa com lacre. Certa vez meu jeep velho foi apreendido porque eu não portava a documentação. Um Corcel II, sem os faróis, também foi parado pela barreira policial. "Respeita soldado", disse ao guarda, antes de partir, o condutor do Corcel, um capitão PM que era da guarda do entao prefeito Jorge Viana. "Ele também estava irregular e por que você não apreendeu o carro?", indaguei. "Entra pra PM", recomendou-me o guarda. Tive que ir em casa buscar os documentos.

9 comentários:

Anônimo disse...

Altino,

Íamos eu, a repórter Angélica Paiva, de carona, na velha Kombi do ex-comandante da PM do Quinari, cap. Saraiva, na intenção de fazer compras em Cobija. No Trevo, um desses novatos da PM, chamados pejoratiuvamente de "genéricos", magérrimo, demonstrou seu despreparo: "cadê a carteiraí, cara!". Acabou lebando um safanão no pé da lata. Foi advertido que, naquele momento, estava abordando um oficial militar, e que, para sorte dele, não levaria o caso adiante. "É esse o treinamento que te dão? Vc chama de cara todo cidadão que aborda?", perguntou o capitão Saraiva. Ficou nisso para sorte do soldadinho

Anônimo disse...

Altino e Assem, como vocês puderam observar, não é do feitio da desembargadora Eva ser destemperada e sair com aquela velha perguntinha safada: o senhor sabe com quem está falando?

Anônimo disse...

Se fosse o meu carro apreendido porque não tinha o lacre será que eu teria direito a sair na internet tb.

ALTINO MACHADO disse...

Não

Anônimo disse...

tb acho que não Altino...as coisas mudaram muito no Acre...até carro de desembargador é preso...a poucos anos atrás isso não aconteceria nunca...!!!

Anônimo disse...

Ainda bem que a a dama estava acompanhada,pois os homi têm muita raiva de mulheres poderosas, não precisaria saber o cargo, basta o tipo do carro, já é o suficiente para deixá-los subtraidos, inferiores e vingativos.

Anônimo disse...

Altino...acordei cedo hoje e fui pra internet ler os jornais...lendo a coluna bom dia do jornal a tribuna, lí o que acho absurdo...só porque é desmbargadora o carro dela nãopoderia ser preso é...quer dizer que ela é diferente de mim...se fosse seu carro Altino que estivesse sem o lacre, o que aconteceria...essa coisa de chamar de suspeita fica muito obscuro...ninguém estava lá na hora...corri pro código de trânsito e ví que o carro tem que ser preso e levado pro DETRAN e o guarda só fez a sua função.

Anônimo disse...

Depois que lí seu blog ontem a noite liguei para um amigo que é da CIATRAN e ele me disse que conversou com o policial que prendeu o carro da Desembargadora Eva Evangelista...ele me disse que o carro só foi porque o marido da desembargadora trancou o carro e entregou a chave e o documento do carro e foi embora e o policial não ia fiacar nomeio darua feito abestado...chamou o guincho e levou o carro pro DETRAN.

Anônimo disse...

Pelo que vi o guarda só cumoriu o dever dele, pelas Leis de transito nehum carro pode andar sem o lacre ou com o lacre violado! Só lamentos para a desembarcadora, corraa atras da concessionaria para pagar os depitos com o detran e do guincho!
Se eu fosse o guarda e soubesse que ela era quem é ou se fosso o filho do Lula, tb guinchava o veiculo!
Abraços!