quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

CRÔNICA DAS CRÔNICAS

Leila Jalul

A vida mudou. De repente, em menos de um mês, passei do estado de sítio, do isolamento a que me impus, ao universo da virtualidade.

Mudei, não de pau pra cacete, mas para uma realidade que nos atinge a todos. Saí do submundo da minha cozinha, da condição de inativa e inerte, da quase catalepsia, para escrever no Blog do Altino. E me voilà!

Dentro de mim, a chama de não menos do que dez aladins, acenderam ao mesmo tempo. Deu aquela quentura, aquele desespero de desarquivar uns textos velhos, de me expor sem reservas, de desobstruir canais dos subterrâneos de minha vida. E me voilà.

Tenho de ter algumas reservas, evidentemente, senão sai de fornada como pão de queijo. Sai queimando o céu da boca, minha e dos outros. Sai mal feito, ruim de digerir. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. E me voilà!

Há textos meus em verdadeiras bolsas de apostas. Só sairão se os agentes ativos e/ou passivos morrerem antes de mim. Serei besta? Vamos esperar quem vence.

A cada texto, a cada comentário, uma comemoração, umas tristezas, umas motivações. Tudo me faz dizer que há tempo. E me voilà!

Uma coisa é certa: me arrependo do dia que escutei o Aloísio Biondi renegar a informatização. O homem da Gazeta Mercantil e da Folha de São Paulo, no Piolim, me influenciou na escolha da máquina Olympia. Perda de tempo.

Por sorte, vinte anos depois, ou mais, vem o Altino Machado e me fala do Google. Até eu estou lá. Eu e mais outros gatos e carrapatos. Quem diria.

E me voilà!

Dona Leila Jalul é cronista colaboradora do blog

8 comentários:

Anônimo disse...

Altino, eu gosto de ver a encrenca em que te meti. Vc me dizia, que é preciso uma referência social (????).
Começamos assim: Leila Jalul é Procuradora Federal aposentada. Depois, Leila é poeta, cronista e procuradora federal aposentada pela UUUUUUUUUUUUUUfac! Depois, Leila é cronista e poeta que colaboradora do Blog.
Urra!, agora sou D. Leila, cronista e colaboradora do Blog.
Meu sonho de consumo, paulatino é ser: Leila Jalul. Num futuro próximo, LJ, e, por fim, autor desconhecido ou de domínio popular. Estarei plena e cheia de graça!
Um carinho para dona Kátia e meu respeito para vc.

Anônimo disse...

Que bom para todos nós, Leila, que você, Leila Jalul, nos brinde com toda essa energia fervorosa e contagiante.

Anônimo disse...

Não entendi o significado desse apelo a uma referência social. Mas parece haver uma apresentação do curriculum vitae da Leila Jalul por ela mesma.Achei estranho. Quando Neruda escreveu crônicas em jornais chilenas ninguem pediu apresentação. A mesma coisa com o argentino Borges. Com Cecília Meireles no Rio de Janeiro. Com Clarice Lispector. Escritor é escritor, não precisa apresentar curriculum. Eu leio a Leila como leio Clarice.Ela não é famosa mas isso não tem a menor importância. Ouvi dizer que a mulher do Paulo Coelho é dona de editora e articuladíssima. A Leila não pode casar com O Paim que já é casado e nem que fôsse..

Anônimo disse...

Um adendo:
quando falo da informatização da Folha de São Paulo e lembro do Aloísio Biondi, de sua resistência ao computador, quero dizer que entrei na dele e nunca aprendi a usá-lo para formatar textos, corrigí-los, imprimí-los, etc.
Também aceitei a idéia de que a máquina de escrever , aquelas brutas, com carro para puxar a cada fim de linha, era mais gostosa pelo fato de ter que trocar a fita, limpar os tipos com um pedaço de borrachinha mole, tirar a sujeira do "o" com um alfinete, e por aí mais, além do tec, telec , tec, tec.
A internet veio bem depois, porém, como já tinha uma certa ojeriza à altas tecnologias, não aprendi, não fiz nem o Basic, o que torna, hoje, uma ingorante legal.
Esse negócio de Browser, download, F5, page up... nada a ver.
Vou aprender.

Anônimo disse...

Nem precisa aprender essas coisas.Escreva que isso você faz com maestria. Escreva nem que seja manuscrito. Vai ver seu padrão caligráfico é outro show. eymard

Anônimo disse...

Fátima, minha querida,

O Blog exige identificação. Vc sabe bem que minha aura está desbotada. Coisas da vida, minha amiga!
A identificação do sujeito escrevinhador, serve como patente. Leila Jalul escreveu. E vale o escrito! Têm ônus e responsabilidade. O dono do Blog aceita, ou não.
Sei que vc me conhece. Nunca gostei de brincos nem de penachos. Assim, estou adorando a vertiginosa queda na minha identificação! Só Leila Jalul, o Altino já me entendeu. Agora ele botou esse "Dona" só para zonear!
Dona, dona mesmo, só a Donana do Tacacá!
Quando me falam de Adélia Prado, de Linspector, me escondo de vergonha. Veja, se eu tivesse vontade de voar, gostaria de limpar as estantes da biblioteca do José Maria Midlin. Se tivesse mais vontade, imploraria para arrumar a cama do Mário Quintana. Mais vontade, muito mais, beijaria os pés de Cora Coralina. Tudo sem nenhum pago!
Agora, se eu desejasse concretizar na base do tostão todos os meus sonhos, pediria a mão da mulher do Paulo Coelho em casamento!
O Paulo Paim é apenas o meu livreiro.
Um beijo, menina Fátima!

Anônimo disse...

Querido Altino,
Veja a roda do mundo. A Leila falando do Aloísio Biondi, meu amigo.Que morou em Goiás até quase o fim da vida. Tem uma filha de quem gostamos muito. E ex-mulher, era ex há muitos anos, é uma artista maravilhosa, com gravuras lindíssimas em preto e branco e agora pinta também lençóis, fronhas etc.Ela falou no Aloísio e me lembro de leva-lo na rodoviária de Goiania para ir pra SP.Ele parava numa pastelaria e ía saboreando aqueles engordurados como se fossem iguarias... E fazendo os números da economia girarem na cabeça da gente. Pois não é? Beijo.Mara.

Anônimo disse...

Oi, Mara,

Também conheci uma senhora finíssima, esposa do Aloísio, e até jantamos juntas, o casal e eu com o homem que desarrumava a minha cama.
Esta senhora tinha fissura na preservação das baleias. Era apaixonada pela causa. E falava sobre aquele amontoado de carne com um carinho de mãe. Lá pelas tantas, enquanto os dois jornalistas discutiam o sistema macroeconômico, pacientemente, não me restava outra coisa senão interessar-me pelas orcas e jubartes. Já amanhecia o dia e o PIB não se alterava, até que resolvi pedir para ir para casa, não sem antes dar uns dois ou três foras diante da mulher do Aloísio. Até hoje, entendo de baleia o mesmo que entendo de astrofísica! Nada!
Um abraço