sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

CARTA ABERTA AO TIÃO



"Excelentíssimo Senador Tião Viana,

Venho por meio desta questioná-lo a respeito do seu voto a favor do aumento de 91% do salário dos parlamentares. O salário passará de R$ 12,8 mil para R$ 24,6 mil.

Eu, na minha ignorância de um jovem de 17 anos, não consigo entender o porquê deste aumento. Todos os parlamentares têm ajuda de custo em tudo que é possível, desde gasolina até copos descartáveis.

De acordo com notícia do portal Terra (leia aqui), você foi um dos senadores que votaram a favor do aumento imoral e descabido.

Fica a impressão que estamos sem nenhum tipo de problema econômico no país, pois temos os parlamentares com o maior salário do mundo. Além disso, parece que em nosso país não existe desigualdade social.

Mais uma vez lhe pergunto: por quê, senador? Por que esse aumento? E por que você, que sempre lutou pelos ideais do povo acreano, desde o tempo em que faltava o tal dinheiro para a gasolina etc, votou a favor disso?

Eu gostaria de entender, porque eu e mais 66% dos eleitores acreanos, temos na sua imagem, uma imagem íntegra e sempre a favor dos ideais mais populares.

Por que, Tião?

Santiago Queiroz

P.S.: Caro Altino, você se incomodaria em publicar no seu blog a minha carta? É a única maneira que tenho de protestar contra o que considero uma injustiça descabida. Fico esperando a sua resposta. Obrigado".

16 comentários:

Anônimo disse...

O senador Tião Viana nunca vai conseguir explicar em público porque votou a favor do aumento. Mas, nós como acreanos e eleitores do nosso querido Senador temos que entender.

Porque para nós o que resta, Santiago, é entender. Temos que ter compreensão, sapiencia e paciência, pois ser acreano, é praticamente ser um Monge Tibetano, Um ser elevado espiritualmente sem-mente.

Temos que entender, sorrir, votar e levantar a bandeira.

Abraços.

Anônimo disse...

Caro Santiago,

O descaso começa bem antes. O reajuste não foi votado em plenário justamente para evitar debates e expor os nobres deputados (as) e senadores (as) a qualquer "constragimento".
O presidente da Câmara, Dep. Aldo Rebelo, do PC do B, e o presidente do senado, Sen. Renan Calheiros, do PMDB, ouviram apenas os lideres.
Ao todo foram 20 deputados e seis senadores que votaram pelo reajuste. Tião Viana foi apenas mais um a votar em mais uma proposta contra o interesse público. E o salário mínimo...
No fundo eu é que me sinto constrangido ao ver um jovem como você diante de governantes do quilate dos nossos. Você sabe quantos foram cassados no escândalo do mensalão?

Gostaria de desejar uma melhor sorte para você mas, só lamento.

Lindomar Padilha

Anônimo disse...

Altino, boa noite.
Parabéns por publicar a carta do Santiago.
Todos nós brasileiros estamos boquiabertos com tal afronta.
Porém, quem liga? Quem se importa?
O suor é nosso, não é deles.

beijo

Anônimo disse...

Santiago:
Se todo mundo virar monge, a farofada vai rolar solta naquele congresso.

Anônimo disse...

Oi Altino, acabo de ler a carta do jovem Santiago e não posso deixar de parabenizá-lo por expôr de forma simples e direta aquilo que está atravassado na garganta de 10 entre 10 brasileiros que vivem às custas do suor de seus trabalhos! Estou passada...não tenho do que sorrir, nem do que me conformar e também não vou levantar bandeira nenhuma...vou é levantar bem cedo amanhã, porque aqui em casa a gente trabalha pra se sustentar!!:/

Anônimo disse...

Ah, antes que eu esqueça! Excelentíssimo Senador Tião Viana, também quero saber o por quê!!!!

Anônimo disse...

Esses malandros federais deram um tiro
nos próprios pés. Atolaram-se ainda mais
no pântano,com os comportamentos já con-
hecidos de toda a sociedade. Distanciaram-se da base que os elegeram.
Eles estão brincando com a nossa tolerância.Pelo que produziram(escândalo,maracutaias)não mereciam nem
o que estavam ganhando,quanto mais aumento de 91%.
Gostei do questionamento do garoto.
Abraços do Chico Souto

Anônimo disse...

Na corte já vimos de tudo: trem-da-alegria, anões do orçamento, vampiros, sanguessugas, mensaleiros, valrio-dutos... e até hj quase tudo (com poucas excessões) sempre acabaram em pizza..... esta carta foi direta ao extremo. O Brasil é um pais de muitas travas e a maior de todas sem dúvida é a q é mantida pelos "políticos".... e a nós meros mortais o que resta, protestar, protestar e protestar. Mas que INFELIZMENTE no final diantes de nossos olhos tudo é resolvido como um conto de fadas: "vamos fazer de conta que não houve mensaleiros e sanguessugas".
Outro dia conversando com os amigos sobre os mensaleiros que foram todos absolvidos o filho de uma deles falou: "vamos soltar uma bomba em brasilia e começar tudo do zero".... sabe que não é uma má idéia... afinal quem vai sentir falta de severinos cavalcante, ssuassunas, rebelos, calheiros....

Anônimo disse...

Continuo na comissão de frente
Fazendo a minha parte...
Morto de vergonha !!!

Anônimo disse...

Carta aberta a Santiago

Santiago, não perturbe a sua juventude a indignação porque a resposta, moço, como na velha canção, está no ar. O silêncio que se segue a sua carta se encarrega de dizer o que você já sabe. Mesmo assim e por isso mesmo, tomei a liberdade de responder, afligido que fui um dia pelas mesmas incertezas com que, percebo, você expõe a esperança de compreender, com dignidade e justiça. Sou professor, Santiago, e muitas vezes tento explicar aos meus alunos um monte de coisas. E não raras vezes faltam-me palavras, falta-me um discurso convincente para dar sentido e coerência a umas tantas atitudes que fazem a cara queimar de vergonha nesse país que vive curvado pela própria grandeza. Fico sem saber o que dizer-lhes para que, apesar de tudo, insistam nas artes da lealdade e da gentileza, sejam cavalheiros honestos, combatam o bom combate. Então eu olho para os meus alunos, assim como olho agora para a sua foto, e penso: dizer o quê? Eu penso que o senador Tião Viana, talvez, se ele ou um de seus assessores leu sua carta, esteja tomado pela mesma dúvida: dizer o quê? Porque, afinal, tudo o que se disser, parecerá - e é - a defesa do indefensável. O que sei é que uma voz ou outra, a sua, protestam aqui e ali, demandam um esforço em compreender e explicar os lances, as jogadas políticas nas quais o povo - ora, o povo - é useiro e vezeiro perdedor ludibriado. Depois se calam as vozes, os protestos. Calam e esquecem. Até que de novo outras negligências, outros desmandos, outros acintes nos venham devolver a nossa condição de gente envergonhada. Envergonhada, mas mansa. Mansa demais, Santiago. Agora mesmo, no momento em que lhe escrevo nesta madrugada de quinta-feira, leio na página da UOL que quatro adolescentes atearam fogo num morador de rua, em Tangará da Serra, no Mato Grosso. A juventude me comove e surpreende, Santiago. Note: enquanto você questiona o aumento - segundo suas próprias palavras, imoral e descabido - do salário das Excelências, outros resolvem fazer do semelhante uma tocha humana. Por isso é que sua carta tanto me tocou, Santiago, e resolvi respondê-la, antes mesmo do destinatário senador. Eu não sei o motivo, mas imagino que aqueles quatro jovens devessem estar muito, muito indignados com o morador de rua no qual atearam fogo, assim como você me parece tão indignado com o reajuste salarial dos nossos - sim, nossos - laboriosos representantes. O meu alento, Santiago, é que há mais, muitos mais jovens mansos ou questionadores que incendiários, não estamos em França. Já imaginou, se fosse o contrário? É bom nem pensar. Por isso, uma vez mais, não perturbe a indignação a sua juventude nem alegue seus 17 anos de ignorância como incapacidade de entender. Porque você sabe, Santiago, você sabe e entende. A resposta está no ar. Mas tenha fé, Santiago, tenha fé. Porque entender exige.
Um abraço,
Juarez Nogueira

P.S.: Vou reler algum trecho do Eclesiastes, minha leitura preferida, na falta de alento ou de conduta.

Anônimo disse...

Os países europeus embarcam na experiência liberalizante que esmaga os movimento operário e que retira dos trabalhadores dois séculos de conquistas sociais e econômicas. A França ergue-se como uma trincheira à onda destrutiva. O povo francês reage e marca presença nas ruas. Impede o prosseguimento da lei que privatiza a educação, pisa o freio da flexibilização do mercado do trabalho que nada mais significa do que o esforço para ampliar os lucros do capital pela quebra dos níveis de salário diretos e indiretos e da segurança de emprego; pela destruição das políticas sociais. À frente da reação está a juventude francesa. Uma juventude que é capaz de propor questões - de questionar -, de forçar as respostas para construir uma prática social solidária que não abandone, jamais, os princípios da revolução que a França ofereceu ao mundo: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.

Nós brasileiros ainda temos um longo, árduo e, que também pode ser, doloroso caminho para realizar essas noções. Para torná-las conceitos, ou seja, expressão da base da prática social no Brasil. Durante trinta anos recentes da nossa história procurou-se, exatamente, impor à juventude uma atitude mansa; formar uma juventude incapaz de levantar a voz, de questionar, de assumir posições críticas. O movimento estudantil foi duramente reprimido, fustigado por leis e regulamentos de controle. Chegou-se mesmo aos limites da extinção da representação estudantil. Ainda nos ressentimos da ação repressora da ditadura. O movimento estudantil perdeu seu vigor, perdeu sua capacidade de efetuar a crítica social e de levantar as questões fundamentais para a crítica da sociedade brasileira, fechou-se nos limites físicos das universidades submetidos a questões internas.

No rastro destrutivo da repressão, da criação de uma juventude mansa, elevou-se o Parlamento brasileiro a representação máxima dos “integrados” – lembrando Leonel Brizola – dos filhotes da ditadura. A representação crítica assume uma participação marginal e, o mais grave, a representação dessa bancada é dispersa. Não temos, hoje, no parlamento brasileiro, uma bancada unitária capaz de agir de forma integrada, apoiada numa interpretação da realidade social única (a malta de trânsfugas se chafurda nessa maltesia). Preponderam nos debates parlamentares os interesses pessoais ou de grupelhos. Os “representantes” do povo brasileiro agem em seus nomes pessoais, agem como indivíduos, bem ao gosto da ideologia liberal. Posso fazer essa afirmação? Claro que posso. Não se eleva o salário mínimo em alguns míseros pontos percentuais porque isso poria em risco a disciplina fiscal. Mas elevam-se os salários das faixas mais elevadas da burocracia e dos parlamentares a ponto de dobrar suas remunerações diretas. O presidente, envolvido num esforço de se tornar aceite pelos seus novos patrões, diz que tudo bem.

Lendo a carta do Santiago podemos dizer: nem tudo está perdido. Sempre existirá esperança quando um jovem, mesmo declarando incapacidade de compreender, mostra sua indignação. Sempre existirá esperança, enquanto um jovem buscar radicalizar, encontrar as raízes das nossas mazelas.

Espero que a carta de Santiago seja entendida como um aviso para os “representantes” do Povo Brasileiro que a juventude está tomando conhecimento de suas práticas e que já conhecem os caminhos das ruas.

Anônimo disse...

E depois quando vamos as ruas protestar, assim como aconteceu quando a tarifa de ônibus aumentou, dizem que nós somos bardeneiros...Baderna é o que nossos representantes fazem com a política, com o povo.As manifestações civis são legítimas, e são nada mais do que uma resposta a violência diária e silenciosa que sofre o povo brasileiro.Eu me envergonho e, mais do que isso, me revolto, não só em relação ao senador Tião Viana, mas sim de toda a política suja, imoral e violenta que está sendo praticada.Isso só comprova que esse sistema está anacrônico...
Aí eu ponho outra pergunta: A nossa participação no processo político e "democrático" continuará se limitando ao período de 4 em 4 anos em que vamos as urnas votar no menos pior?

Anônimo disse...

Parbéns pra lá, foi bacana publicar, Temos que ter compreensão etc etc...

Que vergonha é aquele que comete impunidades. Porém, mas vergonhoso é aquele que as omiti! não aceitamos o aumento, achamos um absurdo... SIM E DAI? criticar é facil dificil é agir... eita aqueles velhos tempos das manifestações estudantiis...

em dois anos haverá novas eleições e garanto que muitos nem lembraram deste horivel fato.

O que fazer então?

amigos.. temos em mãos a maior arma contra os políticos, O VOTO!
acreditem: o seu voto faz a diferença..

"Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada,
Brasil !"

Anônimo disse...

Essa carta do Santiago me fez relembrar um tema de redação de um dos vestibulares que eu fiz, o tema era o seguinte: A população brasileira perdeu a capacidade de indignar-se frente a problemas como corrupção e desonestidade? Ainda bem que algumas pessoas não perderam essa capacidade.

Anônimo disse...

Até agora foi o único comentário que ouví à respeito do assunto, fico imaginando, cadê os altivos jornalistas "guerreiros" de nossa terra que omitem, de nós acreanos, que o nosso ilustre senador Tião Viana foi um dos articuladores desse descalabro. Ele mesmo que combateu um maior percentual de aumento do salário mínimo, coisas desse tipo ele deve ter aprendido com os "aloprados" do Lula, afinal há um dito popular, mais ou menos assim: uma banana podre dentro de um saco de bananas boas acaba por contaminar todas as outras.
Fico a imaginar se a imprensa acreana é mesmo combativa, será que se fosse alguém da oposição seria esse mesmo clima de omissão. Acho que já me arrependí de ter votado no Tião e começo a acreditar que o Chagas Freitas e o Airton Rocha estavam certos. Essa foi mal senador!!!

Anônimo disse...

Até agora foi o único comentário que ouví à respeito do assunto, fico imaginando, cadê os altivos jornalistas "guerreiros" de nossa terra que omitem, de nós acreanos, que o nosso ilustre senador Tião Viana foi um dos articuladores desse descalabro. Ele mesmo que combateu um maior percentual de aumento do salário mínimo, coisas desse tipo ele deve ter aprendido com os "aloprados" do Lula, afinal há um dito popular, mais ou menos assim: uma banana podre dentro de um saco de bananas boas acaba por contaminar todas as outras.
Fico a imaginar se a imprensa acreana é mesmo combativa, será que se fosse alguém da oposição seria esse mesmo clima de omissão. Acho que já me arrependí de ter votado no Tião e começo a acreditar que o Chagas Freitas e o Airton Rocha estavam certos. Essa foi mal senador!!!