terça-feira, 21 de novembro de 2006

APOLIMA-ARARA

Os apolima-arara apreenderam no final de semana um carregamento de madeira que estava sendo retirada da terra indígena Arara do Amônia, no Alto Juruá. A exploração ilegal de madeira é um problema antigo na região. Recentemente, os apolima-arara detiveram dois funcionários do Instituto do Meio Ambiente do Acre que autorizavam a retirada de madeira. A ação dos índios resultou na publicação de um ato normativo, envolvendo o Ibama e o Imac, para suspender a retirada de madeira.

- A determinação do ato normativo nunca foi cumprida e as autorizações para a retirada de madeira continuaram sendo expedidas - afirma Lindomar Padilha, coordenador do Conselho Indigenista Missionário em Cruzeiro do Sul.

Desta vez os apolima-arara apreenderam, ainda, o barco que transportava a madeira pertencente ao comerciante conhecido como Chicó, de Marechal Thaumaturgo. A carga seria entregue a Francisco Firmino Bezerra, dono de uma pequena empresa.

Os funcionários encarregados do transporte da madeira disseram que possuem autorização do Ibama. O clima na região entre índios e não-índios voltou a ficar tenso.

Os índios decidiram não liberar a madeira e o barco até que a Funai e o Ibama apresentem uma solução definitiva. Prometem novas apreensões porque não admitem que o Ibama autorize a retirada de madeira de uma terra indígena, ainda que não demarcada.

Os apolima-arara lutam pela demarcação de sua terra desde 1999 e têm enfrentado ameaças de morte. Atualmente, desenvolvem uma campanha nacional pela demarcação da terra colhendo assinaturas de apoio, que serão entregues ao Ministro da Justiça e ao presidente da Funai.

Enquanto isso, esperam que cessem as ameaças de morte, a retirada ilegal de madeira, a invasão de sua terra, o desmatamento irregular e a caça predatória.

Saiba mais a respeito dos arara na Enciclopédia dos Povos Indígenas, no site do Instituto Socioambiental.

4 comentários:

Anônimo disse...

Altino, nao consegui abrir o link sobre a campanha. Você poderia me passar, por gentileza?

Temos que apoiá-los nesta luta importante!

Obrigada, Eliane Fernandes

Anônimo disse...

Eliane, tenta agora. Creio que o link do site do Cimi agora está correto. Abraço!

Anônimo disse...

O ato dos Apolima-Arara dá um atestado de INCOMPETÊNCIA às instituições responsáveis pela fiscalização....
A causa ambiental a muito anseia por alguem que a defenda e a proteja, mas se depender dos orgãos (federal e estadual) esse tipo de fato que acontece todos os dias a muito tempo, tão cedo não acabará.

Anônimo disse...

Caríssimo Altino,

A publicação em seu Blog foi muito importante para a luta do povo, muito obrigado. Outra coisa, o cacique do povo Apolima-Arara esteve com o agente da Polícia Federal que atua na região de Marachal Thaumaturgo que confirmou contato com o Dr. Dirceu, superintendente da PF no Acre, e ele confirmou que talvez já na sexta-feira a própria Polícia Federal irá até o local e dará os encaminhamentos. A demora, segundo relatos do Cacique, é o fato de o agente responsável pela missão, conhecido por Baiano estar em viagem só chegando na quinta-feira.
Pelo menos a PF demonstrou interesse em resolver a situação. Esperamos que possamos vir a dizer o mesmo dos demais órgãos com interesse no caso.