quinta-feira, 29 de junho de 2006

A AMAZÔNIA É BRASILEIRA

Samanta Novella

Atualmente, e já faz um tempão, empresas internacionais estão explorando a floresta, quer seja pública ou não. Pode se ver o resultado no desflorestamento da Amazônia, mas não se vê os resultados no desenvolvimento e condições de vida das populações locais, porque são sempre os mesmos que ganham.

Então por que, em vez de globalizar os recursos da floresta para as multinacionais não poderíamos globalizar a preservação da floresta entre os cidadãos do mundo, utilizando os mesmos meios de pressão? A Amazônia fica pertencendo ao Brasil, mas a sua preservação é internacionalizada.

Isto é transformar "títulos de exploracão" de 40 anos que estão sendo concedidos às empresas internacionais em "títulos de preservação" por 40 anos a cada cidadão. A terra fica brasileira.

Há um equívoco quanto à transcrição do projeto. Calculei mais ou menos 150 euros por hectare, mais uma soma anual. Uma parte desse dinheiro seria para o governo, para compensar o que ele tocaria em taxas de parte das empresas que explorarão a floresta. Outra parte, seria para financiar a preservação com o governo federal.

Esta lei é uma polemica e há bastante tempo (30 anos?) há pressão sobre o Brasil para internacionalizar a Amazônia, por causa da dívida externa. A pressão vem dos mesmos países "desenvolvidos" e organizações tipo OMC, Banco Mundial e até ONG, pois muitas apoiaram a lei. Existem muitos artigos sobre esta lei. É só ler.

Que não haja mal-entendido. Não sou brasileira, mas cresci no Brasil. O meu coração é brasileiro. Eu sinto revolta porque países desenvolvidos metem pressão no Brasil para internacionalizar os recursos naturais. Estes mesmos países construíram suas riquezas sobre a sangue das populações colonizadas, sobre o sangre das populações indígenas. Todos estes países que foram colonizados deveriam ter a sua dívida anulada, se justiça fosse feita sobre a historia.

Globalizar a "preservação da Amazônia" entre cidadão do mundo, deixando a Amazônia brasileira, com gerencia local, ajudando a preservação, é um conceito muito diferente das grandes ONG, que vão exercer o controle sobre as terras e tratar de "colonizar" as populações locais em colaboração com o Banco Mundial, que, em gestão ambiental, segue uma política produtivista desastrosa para os povos e a natureza.

Eu repito que ninguém toma propriedade da terra. Desculpem os erros de português. Espero que percebam as minhas intenções como são. Eu não estou completamente pronta. O meu site ainda não tem versão em português, mas vou tratar de fazer rápido, para que não haja mal entendidos.

A Amazônia é brasileira e continuará sendo.

Samanta Novella é a grafista franco-portuguesa da ONG Nature Rights (Direitos da Natureza), que está causando polêmica ao discutir entre jovens da classe média francesa a proposta de loteamento de áreas ainda intactas da Amazônia. O texto acima foi deixado por ela na caixa de comentários da reportagem "Utopia concreta", de Memélia Moreira. Fiz uma "tradução livre".

Um comentário:

Anônimo disse...

:) obrigadao!