sexta-feira, 5 de agosto de 2005

POLÊMICA INTEROCEÂNICA


O presidente peruano Alejandro Toledo assinou anteontem os contratos de concessão para a construção da estrada interoceânica, de 2.603 quilômetros, que ligará o porto fluvial brasileiro de Assis Brasil com os portos peruanos do Pacífico de San Juan de Marcona, Matarani e Ilo. Toledo e o presidente Lula se reunirão no final do mês para uma ceremônia simbólica que dará inicio às obras.

A construção da estrada tem gerado grande polêmica no peru nos últimos dias, desde que diversos setores exigiram deixar de lado um projeto que supostamente impactará a estabilidade fiscal.

As críticas, encabeçadas pelo ex-vice-ministro de Transporte Gustavo Gerra García, cresceram depois que a Controladoria do Peru detectou supostos superfaturamentos de preços nos contratos dos trechos 2, 3 e 4 que se firmará com osconsórcios Interoceánica Urcos Inambari, Interoceänica Inambari Iñapari e Intersur.

Os três consórcio, de capitais peruano-brasileiro, obtiveram na licitação o direito de executar os três trechos, com um custo de U$ 800 milhões.

Os opostitores ao projeto que além dos supostos superfaturamentos, o Peru terá que investir uma quantidade de dinheiro que não converterá em benefícios.

Segundo analistas, a estrada, que pretende dar uma saída ao Brasil ao Pacífico, será pouco transitada e suas seus benefícios serão menores do que se apregoa.

Porém, os defensores do projeto argumentam que a estrada vai umpulsionar o desenvolvimento de 10 departamentos peruanos, nos quais vivem 5,6 milhões de pessoas, e mudanças positivas na geopolítica do Perú na América do Sul mediante a interconexão com a potencia regional, que o Brasil.

Argumentos:

A FAVOR (Municípios, Executivo, Ministério dos Transportes):

O projeto gerará desenvolovimento e Madre de Dios ampliará sua fronteira agrícola em 170 mil hectares.

É uma estrada asfaltada que suporta o clima da selva e reduz o período de "deterioro" (não é afetado pelas chuvas).

Em vias de integração sempre existe resultados positivos no futuro, em que pese se subestimar o tráfico presente.

Não há tempo para fazer um novo projeto de viabilidade.

O Estado não assume nenhum risco desnecessário e o contrato espeficica todas as garantias.

CONTRA (Controladoria, técnicos e consultores):

São exagerados os benefícios. Madre de Dios não poderá ampliar sua fronteira agrícola em mais de 50 mil hectares com baixa produtividade.

Diante do escasso tráfego projetado, existem soluções 60% mais baratas.

Na estrada binacional (Ilo-Desaguadero) o tráfego foi menor que o esperado.

Os compromisso que se assumem limitarão a capacidade de endividamento dos governos peruanos futuros e faltam garantias.

É isso. Que venha a cocaína peruana e boliviana, que se vá a nossa madeira e que a gente possa ultrapassar a Cordilheira do Andes e se banhar nas águas gélidas do Pacífico nos feriadões.

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