segunda-feira, 4 de abril de 2005

DEU NO JORNAL DO BRASIL

Senador radical é recordista de nepotismo

Geraldo Mesquita, do partido de Heloisa Helena, tem nove parentes contratados

Hugo Marques e Sérgio Pardellas

BRASÍLIA - A presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), senadora Heloísa Helena (AL), pode ter comprado gato por lebre na última quarta-feira, quando anunciou o ingresso do senador Geraldo Mesquita Júnior (AC) no partido recém-fundado. O senador - que deixou o PSB após divergências com a base de sustentação do governo - é o campeão do nepotismo no Senado, com pelo menos nove parentes na folha de pagamento do seu gabinete.

- A maioria é parente distante e são grandes profissionais - justifica Geraldo Mesquita Júnior.


O genro do senador, Paulo César da Silva Vieira, ganhou uma vaga de assistente parlamentar, com lotação e exercício no gabinete. Um dos sobrinhos do senador, Cláudio Scafuto Filho, abocanhou outra vaga de assistente parlamentar.

- Paulo César é meu genro, é verdade. Cláudio, meu sobrinho. Esses dois cumprem papéis fundamentais no meu gabinete. O Paulo César faz o suporte gráfico e o Cláudio Scafuto trabalha na revisão de textos. Tenho uma linha de publicação muito grande, preciso dos dois - justifica Geraldo Mesquita Júnior.

Outra parente contratada pelo parlamentar é Ana Maria de Holanda Gurgel. O senador admite que é sua parente, mas confunde os galhos de uma árvore genealógica que toma conta do seu gabinete e tem tentáculos no escritório que mantém no Acre.

- A Ana Maria é uma parente distante, trabalha para mim no estado. É parente de quarto grau e atua no estado - justifica o senador.

Geraldo Mesquita Júnior buscou para seu gabinete até parentes que estavam trabalhando em outros órgãos federais. A cunhada do senador, Célia França Cavalcante, também ganhou um cargo de assistente parlamentar em seu gabinete em Brasília.

- A Célia é realmente minha cunhada. Só que ela é funcionária do governo do Distrito Federal, cedida ao meu gabinete - insiste em justificar o senador.

A irmão do cunhado do senador, Norma Sueli Ferreira de Araújo conquistou um cargo de assistente. Se cunhado não é parente para muita gente, imagina irmã de cunhado.

- A Norma é irmã do meu cunhado, isso não é parentesco. Ela é profissional e coordena meu escritório no Acre. É pessoa da minha confiança - explica Mesquita Júnior.

Outra assistente contratada pelo senador é Ana Paula Garcia de França. O senador garante que não tem parentesco direto com a moça, mas reconhece que ela é parente de sua mulher, Maria Helena Laundry de Mesquita.

- A Ana Paula não é minha parente. Tem parentesco apenas com a minha mulher - confirma, sem constrangimento, Geraldo Mesquita Júnior.

A nora do senador, Danielle Abud Pereira, também ganhou um cargo de assistente parlamentar, lotada no gabinete de Geraldo. O senador não nega que nora seja parente e credita a contratação à ""competência"" da moça.

- Danielle realmente é minha nora. É uma bióloga que me dá assessoria nessa área - confirma Geraldo Mesquita Júnior.

Tem mais gente na lista. O senador contratou Estela Maria Maciel para o cargo de assistente parlamentar em abril do ano passado. Ela atua como secretária do gabinete no Senado.

- Tenho parentesco distante com Estela. Ela é filha da minha madrinha de batismo - tenta explicar o senador.

Como se ainda fosse pouco, Geraldo Mesquita contratou Fernando Tomin Mollo para o cargo de assistente parlamentar no início de março. O senador se lembra bem do motivo da contratação do rapaz.

- O Fernando é filho do Ademaro, um cara que foi casado com minha mulher - recorda-se Geraldo Mesquita Júnior.

No Acre, o senador é carinhosamente chamado de Geraldinho. Ele é procurador da Fazenda Nacional e virou fenômeno de votação ao aliar-se às raposas políticas do estado, entre elas a atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o governador do Acre, Jorge Viana, e o irmão dele, o senador Tião Viana. A família de Jorge Viana é amiga da família de Geraldinho desde a época da ditadura militar, quando o pai de Geraldinho, Geraldo Mesquita, foi governador do Acre.

Depois da campanha, muitas pessoas dentro da Frente Popular do Acre passaram a chamar o senador de Judas Iscariotes, por ter traído o projeto de governo do Estado e do governo do PT. Ao filiar-se ao PSOL, Geraldinho afirmou que se sentia como um riacho desaguando num grande rio, o partido, que desaguaria num grande oceano, a libertação do povo brasileiro. Esse grande oceano, disse o senador, provocaria em breve ""um grande tsunami"" na elite brasileira, que tenta manter a população na exclusão e na miséria.

Fonte: Jornal do Brasil

Nota do blogueiro: O senador Geraldinho reagiu no blog "Caverna da Lua de Saturno". Para ler o ponto de vista dele clique em Prestando contas do mandato.

2 comentários:

Anônimo disse...

" A crença em nossa mortalidade,
o sentimento de que haveremos de
nos extingüir
como a chama de uma vela
é uma coisa gloriosamente bela.
Põe-nos sérios,
faz-nos um pouco tristes;
a muitos de nós,
faz-nos poéticos.
Mas acima de tudo, permite-nos
a decisão de dispormos da vida
de modo sensato, verdadeiro
e sempre com o sentido
de nossas limitações. "

- Lin Yatang -
Achei profundamente feliz a reflexao sàbio filòsofo escritor japonês e queria dividir com vc meu mano querido!tenho uma grande admiracao por vc. Parabèns pelo site.

Anônimo disse...

Altino, você como um bom repórte e com o acesso que tem no Governo da Floresta, poderia informar, para os seus leitores, a lista dos parentes do Jorge Viana e seu irmão e dos demais políticos da FPA?
P.S.: Sei, como sabes, que isto não é possível. Nem este blog escapa da censura jorgevianista.