sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

ABAIXO A HIPOCRISIA!

A Carta Aberta dos Jornalistas do Acre é um típico nariz-de-cera (introdução repleta de rodeios e adjetivos) e está eivada de erros de redação e estilo.

Chega a ser injusta para com alguns donos de veículos de comunicação e leviana ao insinuar que exercemos a profissão com alguma responsabilidade.

Perde contundência ao afirmar genericamente que "instituições e pessoas que lutaram por uma imprensa livre no Acre, agora adotam os mesmos expedientes de outrora". Ora, se ainda continuam nessa luta está tudo lindo e maravilhoso.

Peca pela imprecisão. Por que não nomeia quem supostamente censura em nome das instituições? Por que não cita se as tais instituições pertencem ao Executivo, Legislativo, Judiciário ou organização social?

Se for o governo por que os jornalistas buscam apoio dele e acabam de celebrar com o mesmo uma premiação furreca de reportagem?

A carta chega a ser bisonha e deixa a impressão de que não foi redigida por jornalistas, embora esteja assinada pelo sindicato da categoria.

A inflexão dela é despropositada. Tivesse alguma contundência, certamente seria capaz de repercutir nos fóruns adequados onde se luta contra o cerceamento da liberdade de expressão, dentro e fora do país.

O que vai acontecer é que alguns colegas de visão estreita vão ficar de mal por causa da minha opinião sincera, outros até podem apelar pra baixaria, mas em verdade vos digo que tudo vai acabar em pizza.

A carta parece notinha de fofoca política, algo tão típico do jornalismo acreano. A gente lê e se exaspera tentando decifrar enigmas. Não vai repercutir porque está desprovida da precisão que poderia lhe conferir credibilidade.

Queria saber por que os jornalistas foram tão frouxos e não tiveram coragem de ler de viva voz a cartinha, na presença do governador Jorge Viana, de quem receberam vários prêmios na semana passada?

Por que não leram também para o desembargador Ciro Facundo, presidente do Tribunal de Justiça, com quem estiveram na semana anterior num seminário para debater a relação imprensa/judiciário?

Por que não explicam isso? Recuaram da leitura em duas boas oportunidades e depois distribuíram de modo sub-reptício a carta como se isso fosse atitude de coragem?

Vai ser difícil para quem gosta e se acostumou a bajular levantar a cabeça agora.

Viva a liberdade de expressão! Abaixo a hipocrisia!

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