POR JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE
A foto de aniversário, que me enviou por e-mail em janeiro de 2009, é típica de álbum de família. Ele e dona Marly, com quem se casou em 1958, estão sentados. No colo dela, a bisneta Izabelle, que completava um aninho. O cenário é decorado com balões coloridos e mesa com bolo e vela. Embora já ferido de morte pelo câncer, ali, naquela foto, está inteiro João Américo Peret, bisavô e amigo dos índios. Avô e amigo dos índios. Pai e amigo dos índios. Esposo e mais amigo dos índios. Amigo e amigo dos índios.
João Américo Peret foi isso desde que nasceu em 1926: amigo dos índios e amigo dos amigos dos índios, a quem sabia reconhecer. Nasceu no Acre, perambulou por aldeias de todo o Brasil, viveu no Amazonas, em Mato Grosso, varou rios e igarapés como sertanista do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e da Funai, contraiu malária mais de 30 vezes. Conviveu com o marechal Rondon, Darcy Ribeiro, irmãos Villas Boas e outros indianistas. Deixou-se civilizar pelos índios Kisêdjê, do Xingu, que falam uma língua Jê e são também conhecidos como Suyá ou Beiço-de-Pau.
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2 comentários:
momento triste,estorias e histórias de quem soube fazer parte e reconhecer o Amazonas e seus "reais" habitantes, João Américo Peret um exemplar raro da especie humana.
Ronald Péret - filho de Maria Armênia da Motta Péret nascida em Ouro Preto em 1928.
Eu conheci joão Américo Peret. Primeiro na revista O Cruzeiro e depois anos mais tarde na revista Manchete.
Por coincidência também me chamo João Américo e essa coincidência nos aproximou. Quando conheci Peret era chefe de arte de O Cruzeiro e depois na Manchete, também como chefe de arte, vim a estar novamente com Peret. Como jornalista Peret colaborava para as duas revistas contando as histórias que viveu entre os índios do Xingu. Era então a memória viva do seu tempo como sertanista que foi e quem mais conhecia as verdadeiras histórias do índios brasileiros.
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