Claudia Varejão Wallin
De Estocolmo para a BBC Brasil
Adiantar os relógios em uma hora por causa do horário de verão aumenta o risco de infartos, alerta um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Karolinska da Suécia.
Segundo o estudo, publicado no "New England Journal of Medicine", os casos de infarto do miocárdio aumentam cerca de 5% na semana seguinte ao ajuste dos relógios - principalmente nos três primeiros dias.
"A hora de sono perdida e os conseqüentes distúrbios de sono que isto provoca são as explicações mais prováveis", disse Imre Janszky, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
Em entrevista à agência de notícias sueca TT, outro cientista ligado ao estudo chegou a sugerir o fim dos ajustes anuais dos relógios.
"Talvez seja melhor adotar o horário de verão durante todo o ano, em vez de ajustar os relógios duas vezes por ano. Este é um debate que está ocorrendo atualmente", disse o Dr. Rickard Ljung.
Com base no registro de infartos na Suécia desde 1987, os cientistas do Instituto Karolinska chegaram às conclusões do estudo após examinar as variações na incidência de ataques cardíacos durante os períodos de ajuste dos relógios, no início e no fim do horário de verão.
Sono a mais
Os cientistas também observaram que o reajuste dos relógios no fim do horário de verão (que na Suécia ocorre sempre no último domingo do mês de outubro), que é sempre seguido por um dia de uma hora extra de sono, representa uma leve redução do risco de infartos na segunda-feira seguinte.
A redução no índice de ataques cardíacos durante toda a semana que se inicia, no entanto, é significativamente menor do que o aumento registrado no início do horário de verão.
Estudos anteriores demonstram que a ocorrência de infartos é mais comum às segundas-feiras. Segundo os cientistas do Instituto Karolinska, o ajuste dos relógios no horário de verão oferece outra explicação para este fato.
"Sempre se pensou que a causa da maior incidência de infartos às segundas-feiras fosse principalmente o estresse relacionado ao início de uma nova semana de trabalho. Mas, talvez outro fator seja a alteração dos padrões de sono ocorrida durante o fim de semana", observou o Dr. Janszky.
Os cientistas explicam que os distúrbios do sono produzem efeitos negativos no organismo humano e alertam que níveis elevados de estresse podem desencadear um ataque cardíaco nas pessoas que se situam em grupos de risco.
"Pessoas mais propensas a sofrer um infarto devem viver de maneira saudável, e isto inclui ciclos regulares de sono durante toda a semana", diz Rickard Ljung. "Como um cuidado extra, podem talvez também relaxar mais nas manhãs de segunda-feira", acrescentou ele.
Os cientistas suecos esperam que o estudo possa aumentar a compreensão sobre os impactos que as alterações dos ritmos diários do organismo podem ter sobre a saúde humana.
"Cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo são expostas todos os anos aos ajustes dos relógios, mas é difícil generalizar a ocorrência de infartos do miocárdio que isto pode provocar", observou Ljung.
Um comentário:
Senhora Cláudia, aí é por causa da Skol(cerveja), aqui em nosso Aquiry, até os "penitenti" foram desmoralizados, sem dizer coisa com coisa para ganhar mordomia e anonimato por conta do Estado. Não se faz mais Benedeto Buscetha como antigamente que com seu irmão Tomazo (detonaram muitos mafiosos).O novo horário não vai matar ninguém. Quando não se falava em desenvolvimento sustentável (década de 1964), instalaram energia elétrica a noite toda, e os galos que só cantavam ao romper da alva passaram a cantar a qualquer hora da noite, e nem eles morreram, quanto mais caboclo curtido pelo clima quente e úmido, que são superiores até aos jogadores da Seleção Brasileira, que ao treinarem na Malásia para a Copa do Japão, paravam de quinze em quinze minutos para medir a pulsação e se hidratarem, enquanto aqui jógavamos a partir das 15 horas sem tanto fricote e nunca nenhum morreu.
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