Márcio Bezerra da Costa
a jorge tufic, por todos os noturnos da poesia
a clodomir monteiro, pela antropologia que liberta
este poema minha pílula
ante as horas indomadas
tenho-o entre os dedos
saco-lhe das mãos duras
é para hoje tal fissura
bem mais que um poema
o escrito se divide ante
fina linha de extremo
noturno nesse poema
em minha vida um claro
diagnóstico inexato
problema de esquema
com tais mãos é se tem
áspero couro de cicatrizes
os dedos forçam portas
que as mãos não incidem
com tal corpo e coração
uma notícia imprecisa
a propor sociedade vã
conviver morte e vida
mais que poema: grito
dado à noite em negro
antes me diminuísse
este véu de espelho
noturno nesse poema
sem amor este extrato
quis o diabo movê-lo
quis deus recitá-lo
Nenhum comentário:
Postar um comentário