domingo, 10 de fevereiro de 2008

EDILSON MARTINS

No Blog do Holanda tem uma entrevista com o sessentão Edilson Martins, jornalista e escritor acreano.

– Já vai longe o tempo em que um sessentão era um velho. Aliás, na primeira metade do século passado, um quarentão já era velho. A literatura da época mostra isso. Trata-se de uma visão superada. O Oscar Niemayer, que tem em anos um quinto da idade do Brasil, está aí para provar. Um dos jornalistas mais lúcidos do país tem 85 anos; Millor Fernandes. As grandes empresas, o mundo dos negócios, e muitas nações são hoje governadas por pessoas com mais de 70 anos. Trata-se de uma visão dissociada da realidade atual. Pelo contrário. Nessa idade o político, é o que se espera, dispõe até mesmo de mais maturidade na difícil missão de administrar uma cidade, um estado, um país. O “não confie em ninguém com mais de 30 anos” foi um grande bobagem de 68. Eu diria o contrário; não confie em ninguém com menos de 30 anos - afirma.

Martins é autor de “Nossos Índios, Nossos Mortos”, “Chico Mendes, Um povo da Floresta”, “Amazônia, a Última Fronteira”, “Nós, do Araguaia”, entre outros. Trabalha com campanhas políticas há quase 20 anos, mas já ganhou o prêmio Wladimir Herzog e passou pelo Jornal do Brasil, O Globo, Manchete, Pasquim, Globo Repórter, entre outros.

Tem trabalhado para políticos e partidos de diversas tendências. No Amazonas já fez campanhas de Amazonino Mendes, Pauderney Avelino, Artur Virgílio e programas para o PP, do ex-deputado Francisco Garcia. As peças da Rebeca Garcia, têm a assinatura de sua equipe. No Acre, formatou programas para o governo de Jorge Viana, programas para o horário eleitoral do PT e para Marina Silva. No Espírito Santo trabalhou para o governo petista do Vitor Buaiz.

Dois Martins
"Come-açucar" era o apelido de Edilson Martins na adolescência no Acre. Outro jornalista amigo dele, Elson Martins, conta que nos anos 50, no mercado de Rio Branco, os produtores rurais vendiam açucar preto (mascavo) e farinha. Edilson ganhou o apelido porque atravessava a fila de sacos alternando farinha e açúcar a título de provação, na verdade merendando ou almoçando.

Edilson Martins e Elson Martins geram confusão. O segundo assinava o que escrevia como Elson Martins da Silveira. Até que Edilson pediu para que passasse a assinar apenas Elson Martins pelo prazer de confundir os leitores, para que imaginassem que são irmãos. E foi atendido.

- Cheguei a receber correspondência destinada a ele e vive-versa, doação de livros etc. Edilson fazia parte do grupo que estudava à noite em minha casa, quando eramos alunos do Colégio Acreano. Essa coincidência vai longe: saimos ambos do Acre em 1958. Nos tornamos jornalistas, ele no Rio e eu no eixo Belém-Macapá. Passamos 20 anos sem nos ver ou falar. Após esse tempo nos encontramos em Rondônia, cobrindo um conflito na aldeia dos Suruís, no Parque 7 de Setembro. Ele representava o Jornal do Brasil e eu O Estado de S.Paulo. Fomos convidados e viajamos no mesmo aviãozinho do sertanista Apoena Meirelles - relembra Elson Martins.

Leia a entrevista com Edilson Martins no Blog do Holanda.

Um comentário:

Unknown disse...

...e tem, para completar, o meu grande e inesquecível amigo Edison Martins, irmão do Edilson, um craque da imprensa acreana, cronista e poeta muito inspirado e de um humor finíssimo.