sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

DEIXEM O GERALDINHO EM PAZ

O governador Binho Marques (PT) e sua equipe não tiveram envolvimento na produção do noticiário dos jornais A Tribuna e Página 20, que atribuem hoje ao senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB) a subtração de R$ 416,8 milhões do Estado por ter votado contra a CPMF.

A questão envolve um antigo costume da imprensa acreana, que reproduz, sem a devida apuração, press-releases de assessorias de imprensa. Os dois diários publicaram, sem assinatura, o press-release que lhes foi enviado de Brasília pelo jornalista Romerito Aquino, da assessoria de imprensa do senador Tião Viana (PT).

É necessário assinalar a possibilidade de que a interpretação contida no material não tenha sequer a concordância do senador. Mas foi o suficiente para Geraldinho Mesquita reagir como vítima na tribuna do Senado com uma argumentação que dá a entender que o governo estadual está envolvido no que ele considera campanha difamatória contra o seu mandato.

A verdade é que o governador Binho Marques tem merecido o reconhecimento por cumprir até aqui a promessa de não interferir diretamente ou de não permitir que sua assessoria interfira nas redações dos veículos de comunicação em defesa de um noticiário bajulador, embora o governo estadual seja o principal anunciante da mídia local.

Três assessores de Binho Marques disseram que o governador encarou com naturalidade o fim da cobrança da CPMF, que poderá ter algum impacto em projetos sociais no Estado. Mas todos demonstraram espanto com a interpretação do jornalista que foi assumida pelos jornais.

Até o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), presidente da Assembléia Legislativa do Acre, se disse chocado com o conteúdo do material e com a reação do senador na tribuna. Geraldinho era um ilustre desconhecido do eleitorado acreano. Debandou para a oposição após ser eleito pelo povo a pedido de Jorge Viana, Marina Silva e Tião Viana.

- Aprendi com minha mãe que a melhor maneira em casos assim é o desprezo - disse Magalhães.

De minha parte, o que não me falta é motivação para não redigir esta nota pretensamente reparadora. No final dos anos 70, minha família, por ser militante do então MDB e possuir um parente vereador pelo partido em Cruzeiro do Sul, foi implacavelmente perseguida pelo então governador biônico do Acre, Geraldo Gurgel de Mesquita, da Arena, pai de Geraldinho.

Como não podia fazer nada contra o vereador Jáder Machado, Mesquita transferiu meu pai e dois tios para Rio Branco, todos funcionários públicos. Um deles, que ainda está vivo, tem pavor de avião. Na ocasião, foi amarrado e embarcado à força pela família.

- Vocês são ingratos e querem me matar. Me tirem daqui. Não quero morrer - gritava o tio dentro do avião.

Pois bem, Geraldinho Mesquita é um cadáver político insepulto no Acre. Trazê-lo para as manchetes de jornais por ter votado contra a CPMF é um destempero tão medonho quanto foi chamá-lo de "Judas" quando abandonou a Frente Popular do Acre.

Deixem o Geraldinho em paz, para que apresente evidências de que querem imputá-lo o crime de pedofilia ou da existência de um dossiê contra ele.

3 comentários:

Cruzeirense disse...

Altino,

Você que é bem informado e assim nos deixa tembém informados, eu gostaria de saber o que de bom ou resultados positivos o Senador Geraldinho trouxe para nós, do acre.

Esse senhor, desde que o PT nos enfiou garganta a baixo - e eu sou PT - nunca nos convenceu.

Seu mandato vive de se esquivar de denúncias, troca de partidos etc. Não tem voz no Senado, não tem respeito como senador. É quase um desconhecido que vai sair sem prestígio.

Para nós, foi um atraso. O Acre só tem na verdade 1 senador. O Tião - que nem conheço mas sei que trabalha.

Não levem essas palavras como alguém que tem algo contra o Senador Geraldinho, pelo contrário, eu queria que ele entendesse que é um Senador, e assim, trabalhasse como tal.

Até agora, pra o Acre ele não serviu pra nada. Infelizmente. Porque tem capacidade para isso, é um homem estudado. Procurador da Fazenda. Sabe como trabalhar.

Como Senador, ou não quer - já está velho, ou não sabe. É uma pena.

Abraços,

. disse...

Não votei no Geraldinho.... mas teria muito orgulho de ter votado nele, precisamos de de representantes independentes que naio sejam atrelados ao planalto e muito menos a casa rosada, quem pensem no povo e nao em agradar a FPA, precisamos de senadores que nao se acovardem e nem que se enteguei as tentações do poder. Que entendam que em primeiro lugar esta o povo

Shaneihu Yawanawa disse...

Convenhamos amigo...por favor..