quarta-feira, 21 de novembro de 2007

VERDADE SOBRE GÁS E PETRÓLEO NO ACRE

Colunista Luis Carlos Moreira Jorge, de A Gazeta, diz em nota que o senador Tião Viana (PT) revelou aos moradores em sua última visita ao município de Assis Brasil que os levantamentos aéreos para futuras sondagens petrolíferas estão em curso naquela região.

Na verdade estão preparando terreno para a futura prospecção de petróleo e gás no Acre. Mas não é verdade, como disse o colunista, que os levantamentos áereos para futuras sondagens já estejam em curso.

O pregão levado a cabo pela ANP em 23 de outubro não foi ainda concluído. A empresa que apresentou a menor proposta (Aerosat Arquitetura Engenharia e Aerolevantamento Ltda), de R$ 20 milhões, teve sua proposta inabilitada e entrou com recurso, aceito pela ANP.

A segunda melhor proposta, apresentada pela Lasa Engenharia e Prospecções Ltda., de R$ 21 milhões, foi habilitada pela ANP. A Lasa entrou com "contra-razão", tentado desqualificar os argumentos da Aerosat em seu recurso.

Apesar da Ata do Pregão ter definido o dia 14 de novembro passado como data limite para o registro da decisão, aparentemente esta ainda não foi emitida ou oficializada.

Sem contrato fechado, portanto, como podem os levantamentos estar em curso no Alto Acre? Por ora, continua em pauta a decisão sobre qual empresa ganhará os R$ 20 milhões, dos quais pouco ou quase nada, nesta etapa inicial, ficarão no Acre.

Detalhes do recurso e da contra-razão impetrados pelas empresas podem ser vistos em ComprasNet. A Ata do Pregão pode ser obtida também no site da Comprasnet. A leitura desses documentos é de crucial importância para os acreanos, tendo em vista que a transparência e a discussão no plano local, não tem sido atitudes privilegiadas pelos defensores da proposta de prospecção de petróleo e gás, nem pela ANP.

Não podem é faltar com a verdade, novamente, visando preparar terreno para as futuras atividades e, de quebra, engrandecer o senador que desde o início procurou colher os louros de uma atividade promovida pela ANP, que, caso seja concretizada, trará graves conseqüências sociais e ambientais para as florestas do Estado e para as populações tradicionais que nelas vivem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Altino,

Aproveito para comentar também sbre a luta do povo Kontanawa que está com uma comitiva de 11 pessoas acampada na sede da Opirj para reivindicar a demarcação de suas terras.
Entendo que um Estado como o nosso, que ainda não conseguiu resolver seus gravíssimos problemas fundiários, ao insistir nesse desvario do petróleo e gás expõe ao mundo suas contradições e até irresponsabilidades. Com essa insistência a imagem do Estado fica ainda pior e a farta propaganda pode vir a ser um tiro pela culatra, principalmente quando o senador afirma que a prospecção não insidirá sobre terras indígenas.
A pergunta é: como se pode afirmar que não insidirá se as terras, várias delas, um total de 17, ainda não foram demarcadas e se quer iniciaram seriamente o processo para a demarcação? Fica para nós todos, no mínimo, uma dúvida sobre a "certeza" de que terras indígenas, comunidades tradicionais e áreas de preservação não serão diretamente afetadas.

Bom trabalho

Lindomar Padilha

Anônimo disse...

Danem-se - é o que o tião deve estar dizendo pra vocês que são contra o "pogresso".