sábado, 18 de agosto de 2007

PENSE NISSO

Gloria Perez

Carmem, é preciso não perder o foco. Os adolescentes fazem coisas bestas? Fazem, sim. Mas quando fazem é o momento de corrigi-los. Se eles nascessem prontos não precisariam de pai, de mãe nem de professores. Educação é isso.


Muito mais importante para a formação do menino seria se o MP penalizasse a ele e aos adolescentes que danificaram a estátua, fazendo-os participar do conserto da mesma. E que os seus pais e responsáveis tivessem mostrado a ele que deveria vir a público pedir desculpas. Reconhecer os erros é sempre uma atitude nobre. Assim se molda um caráter.

Se esse caso está ganhando uma proporção tão grande, tenha certeza que não é pela fotografia que flagra o garoto cometendo a infração: é pela atitude arbitrária da justiça de querer punir um jornalista por ter noticiado um fato, aliás ocorrido em via pública! Pense nisso.

Glória Perez "De tudo um pouco", em resposta a uma leitora


RESPOSTA A UM ANÔNIMO

Leila Jalul


Deus me livre! Ainda bem que esta página está sendo virada. Mas, antes que isso aconteça, devo dizer ao anônimo que me chamou de musa preconceituosa o seguinte que se segue: olhe, Seu anônimo, na minha vida, nunca plantei um pé de preconceito. Nem contra negros (fui casada com um durante 20 anos), nem contra meninos melequentos, nem contra pobres, nem contra hereges, nem bêbados, nem prostitutas, muito menos contra a forma de amor de qualquer pessoa.

Aliás, o mundo mudou, e, se ainda tivesse alguma vontade de amar, não escolheria quem, nem quando, nem onde. Alguém já ouviu falar que uma morena de olhos verdes, alta, independente, inteligente e etc e tal tenha feito mal para alguém?

Minha alergia é contra a velocidade que o Ministério Público do Acre impôs ao caso. É contra as advertências pouco veladas e escandalosas do ponto de vista jurídico. Quer ver só? Uma promotora, no início do processo, disse para ele (Altino): olhe, eu conheço a avó desse menino, viu? Grandes merdas! Eu também conheço!

O Ministério Público, aqui e alhures, é, sem sombra de dúvida, o que de melhor aconteceu na estrutura organizacional deste país. Não há ligamentos com os corpos Executivo, Legislativo e Judiciário, execeto no tocante à nomeação do grande líder.

Quem tem essa independência constitucional, não pode, nem deve, em qualquer hipótese, nem sob nenhum pretexto tacanho (aí sim, cabe o termo) vincular-se às amizades do sereno da madrugada, nem aos sobrenomes. Os reis morreram. Os imperadores, também.

Continuo respeitando a Iris, o Nilo, a Dani e a família do Eyner Júnior, inclusive sua mãe e seu pai, que nunca foram citados neste episódio, por razões óbvias.

Meu desejo é que o MP continue um braço livre na defesa dos interesses sociais. Com paixão parcial, não dá.

A musa do Blog é a foto do Maromba. De minha parte, continuarei sendo a pessoa simples que resolvi ser. Sem preconceitos, de preferência.

Leila Jalul é cronista

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa!
Vi muitas vezes a Leila tomando um cafézinho no Memorial dos Autonomistas, mas nunca tive o prazer de conhecer de perto esta pessoa bacana.
Este texto dela é simplesmente ÓTIMO!
Valeu Leila!
Valeu Altino!

Alexandre

Anônimo disse...

Perfeito, extremamente sensato o comentário da Glória Perez, corroborando outras opiniões no mesmo sentido aqui já expresssas. O caminho é mesmo por aí, em meio ao cipoal juridiquês que tenta fazer recair sobre o Altino, que apenas divulgou o fato (e a foto), a responsabilidade pela molecagem do Marombinha. Marombinha que esta hora, pela extensão e repercussão de sua brincadeira inconseqüente, deve estar em casa com o rabo entre as pernas. Tanto melhor assim. E que assim se mantenha.