quinta-feira, 21 de junho de 2007

MINHA ESPERANÇA

Judson Valentim

Caro Altino,

Eu li a sua reportagem "Boiada anima governo da floresta" e creio que ficou muito boa. Apenas um pequeno reparo: o rebanho bovino do Acre vai atingir 4,3 milhões de cabeças independente do Grupo Bertin se instalar no Acre ou não.

Como você pode observar, a pecuária é e vai continuar sendo no futuro a caderneta de poupança dos pequenos e médios agricultures do Acre e de outros estados da Amazônia. Estes são os produtores que desmatam anualmente 2 hectares para a produção de alimentos e depois convertem estas áreas em pastagens para dar suporte ao crescimento da sua poupança - o gado.

Na mente destes produtores -do ponto de vista dos custos e benefícios individuais estão cobertos de razão- a criação de gado é uma atividade de baixo risco, com rentabilidae garantida que assegura o seu futuro na velhice e o dote de seus filhos para começar uma nova família.

Infelizmente, por serem milhares de famílias em áreas de difícil acesso, sem tradição na atividae, geralmente estes produtores desenolvem uma pecuária extensiva, com baixa produtividade e rentabilidade.

O grande desafio é dar acesso a estes produtores à tecnologias já disponíveis e perfeitamente acessíveis às suas condições socioeconômicas e que lhes permitam ter a sua caderneta de poupança, ao mesmo tempo, desenvolverem uma atividade que concilie a melhoria de renda e qualidade de vida destas famílias sem causar impactos significativos no meio ambiente.

Nós temos muitas experiência de sucesso com pequenos, médios e grandes produtores e eu gostaria de convidar você para conhecer estas experiências.

A minha esperança é de que, com a entrada de uma empresa que tem a sua competitividade e a sua inserção nos mercados insternacionais mais valorizados, dependente da certificação de qualidade do seu produto e da garantia do respeito ao meio ambiente a às quastõe sociais relacionadas à cadeia produtiva, isso possa contribuir para gerar estímulos de tal forma que o crescimento do rebanho ocorra mais em função de ganhos de produtividade e menos da expansão da pecuária em novas áreas de floresta.

Judson Valentim é engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa no Acre.


OUTRA ESPERANÇA


Antonio Alves

E a minha esperança é que todo esse gado morra e seja comido pelos urubus. E também que os "pequenos produtores" percebam que a floresta é uma "poupança" muito melhor para o futuro de seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos.

Antonio Alves, ideólogo da florestania, é da assessoria do governador Binho Marques

2 comentários:

Saudades do Acre disse...

Um indígena estava numa rede, admirando sua roça de macaxeira e descansando um pouco, quando um estranho, apareceu e seguiu-se o seguinte diálogo:
-O senhor quer a prospecção de gás e petróleo em sua propriedade?
-Prá quê?
-Ora, prá ganhar muito dinheiro com os royalties!
-Prá quê?
-Prá comprar máquinas, pagar trabalhadores prá transformar seu roçado em pastos, criar muito gado e ganhar mais dinheiro ainda...
-Prá quê?
-Prá ter uma velhice tranquila, poder deitar numa rede sossegado e admirar sua propriedade!!!
-E eu tô fazendo o quê?!!
O estranho entendeu o recado, deu duas tossidas prá disfarçar, e desapareceu...

Anônimo disse...

É difícil acreditar nessas notícias. É difícil ser otimista em relação à floresta. Imagina o q vai ter de gente chegando ao Acre pra "fazer a vida" com gado? E com apoio do Banco Mundial... No entanto, as pesquisas sobre biodiversidade permanecem à míngua. Nesas condições, só o non-sense salva. Ainda bem que temos o Toinho nesse departamento.