segunda-feira, 16 de abril de 2007

PEDRO BRUZZI

Engenheiro florestal nega ser "o novo Chico Mendes"

O coordenador de projetos do Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA), Pedro Bruzzi, distribuiu nota de esclarecimento sobre a entrevista com o título "O novo Chico Mendes", publicada na revista Istoé dessa semana.

"Quero deixar claro, junto aos companheiros e companheiras de trabalho que em nenhum momento me posicionei como o novo Chico Mendes, nem nos contatos telefônicos feitos com a repórter, muito menos, em texto original enviado a revista, o qual, aqui compartilho.

O CTA guarda Chico Mendes como nosso herói, nossa estrela guia, fundador da Instituição que nos inspira ao trabalho, a luta e aos resultados institucionais.

Na entrevista dada, reforço que não tive a menor pretensão de me posicionar como o novo Chico Mendes ou de me comparar com ele.

Somos apenas mais uma Instituição e eu sou apenas mais um militante que atuamos na luta pela conservação da Amazônia e pelos direitos das populações tradicionais, que em verdade pertence a toda sociedade.


Atenciosamente,

Pedro Bruzzi
Coordenador de projetos do Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA)"

3 comentários:

Anônimo disse...

Quer ver os Viana estão melhor informados do que acontece na cozinha, enquanto a gente tá dormindo de touca no quarto escuro.

Da coluna do jornalista Ricardo Noblat, no jornal O GLOBO de hoje:

"Se eu pudesse, acabaria com o IBAMA" - Luis Inácio Lula da Silva.

Seria estranho o Noblat atribuir uma frase dessas ao Lula sem uma mínima fundamentação.

Logo, a exploração de petróleo tem sentido no Acre. E a Marina que se cuide.

Editor disse...

Explorar petróleo no Acre é instituir a perda de biodiversidade



O Estado do Acre é detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta. Inclui-se aí a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microorganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas e a variedade de comunidades, habitat e ecossistemas formados pelos organismos.

Não podemos perder de vista a necessidade de conservação dessa biodiversidade. Nossa geração é chave nesse processo, responsável pela perpetuação ou pela destruição da vida no planeta. O futuro depende das ações que sabiamente tomarmos hoje, para tanto, precisamos saber escolher nossos caminhos.

Nesse momento crítico, onde o modelo predatório (liderado por forças governamentais) busca legitimidade através da tentativa de monopolizar o direito de definir parâmetros de sustentabilidade, precisamos ampliar nossa capacidade de resistência, vigiando o poder e participando ativamente do debate, para que a integridade do patrimônio genético acreano não venha a ser prejudicado.

Se assim não for feito, veremos, em curto espaço de tempo, o maior patrimônio genético da humanidade ser dragado pela sanha sem limites dos abutres do capital destrutivo, já acampado nas fronteiras do Acre, em detrimento da ética ambiental e dos bens de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, das presentes e futuras gerações.

Precisamos assumir o debate a cerca do papel crítico que esses recursos desempenham no desenvolvimento sustentável de longo prazo. A tentativa, via defensores da prospecção, de atalhar esse caminho, não pode prosperar. Se a referência de sustentabilidade, na exploração do petróleo for aquela mentirosamente implantada pelo governo anterior, então temos motivos de sobra para afirmar que o Acre caminha para o caos ambiental.

O Senador Tião Viana tenta legitimar seus argumentos diante de uma suposta herança de sustentabilidade que, em verdade, nunca existiu. Sua falência retórica, se dá exatamente em função da incoerência entre o que foi dito e o que efetivamente ocorreu no Acre em matéria ambiental nesses anos todos. Basta uma olhada nos indicadores ambientais.

Foram tolos de achar que a repressão democrática iria durar para sempre. Acabaram sim, reprimindo as demandas de opinião, porém, não impunemente. Se o projeto de sustentabilidade usado de forma recorrente por Tião fosse verdadeiro e honesto, não haveria tanta opinião represada. Aos poucos, a barragem vai se rompendo e alagando a falácia do modelo fascista que tentaram nos empurrar goela a baixo.

O crédito que o Senador Tião Viana está a exigir dos acreanos, na questão da prospecção, não pode ser dado. O que pede é a instalação de uma atividade econômica potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. Dar crédito agora, é o mesmo que pactuar com as contradições que afloraram nesses anos todos, ou seja: “desenvolvimento insustentável, socialmente e culturalmente injusto e o que pior, excessivamente discriminatório com as minorias”.

Defender a biodiversidade em oposição à política de prospecção de petróleo não é apenas uma questão de opção, é dever de todos que acreditam no maravilhoso fenômeno da vida e compreendem o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como um “direito humano fundamental”, com fundamento na ética e na qualidade ambiental.

Abrir uma “janela energética” diante do maior patrimônio genético da humanidade não nos parece uma saída razoável. Precisamos afastar a possibilidade de que seja plantada a “semente da catástrofe” frente aos recursos da biodiversidade.

O biólogo E. O. Wilson resumiu essa preocupação em relação à destruição da biodiversidade em uma frase que se tornou famosa: "a tolice que nossos descendentes estarão menos dispostos a nos perdoar".

Não é de energia que precisamos. Precisamos é de pesquisa!




Edinei Muniz é professor e biólogo.

Anônimo disse...

Ednei, não adianta estar com a razão. O capital está do outro lado e possui seus tecnicos, profissionais, pesquisadores, professores, políticos, imprensa e um montão de gente disposta a se vender. Para fazer frente precisamos mais que estar com a razão. Precisamos de posições firmes e mais coerentes e coesas no movimento social. Você viu a nota que os movimentos assinaram na palestra? é ou não é, no mínimo preocupante? e a ida do representante da SOS a Urucu? Assim nós não vamos conseguir muita coisa e morreremos pela ganância de uma elite burra e suicida.