O PULO DO GATO

Senador Tião Viana (PT), autor do projeto de "prospecção de derivados" de petróleo e gás nas florestas do Acre, é o mesmo que ocupou a tribuna do Senado, no dia 25 de fevereiro de 2005, para fazer o seguinte discurso:

“Sr. Presidente ...

Há um recente, oportuno e promissor debate sobre o protocolo de Kyoto, que teve sua origem em 1992, no Rio de Janeiro, oportunidade em que se deu um encontro internacional, denominado ECO-92, composto por vários países e cúpulas de todo o mundo, onde se firmou um amplo compromisso de fazermos, ao longo dos anos, um acordo internacional para a redução da emissão dos gases lançados na atmosfera, que estavam provocando o aquecimento do planeta.

Aliás, todo o mundo tem sofrido as alterações climáticas e olha com apreensão os desastres ambientais ocorridos. Há poucos dias assistimos ao compromisso de inúmeros países, mais de 140, sobre a retomada do compromisso de, a partir de 2008 até 2012, reduzirmos em pelo menos 5,2% a emissão de gases estufa, que provocam o aquecimento global do nosso planeta e trazem enormes prejuízos à humanidade ...

Portanto, estamos diante de uma situação delicada, em que o mundo inteiro debate esse tema, que é relevante: o aquecimento global. A Amazônia é tida como um foco de problema pelos olhos dos países desenvolvidos. O Governo Bush afirma não aderir ao protocolo de Kyoto, porque isso traria desemprego ao povo americano ( ...)

Por essa razão, temos todos os argumentos para não assumir o mesmo compromisso para a redução dos gases. Pessoalmente, penso que é uma matéria que tem que ser revista pelo governo brasileiro. É importante que o Brasil, que hoje tem sua matriz energética as hidrelétricas, tenha a perspectiva de avançar na política do gás natural e do biodiesel para substituir o diesel derivado de fósseis. Que possamos imaginar um país mais comprometido com a política ambiental.

A Ministra do Meio Ambiente Marina Silva está completamente envolvida na causa da qualidade de vida do povo brasileiro. Que ela olhe com vigor para investimentos econômicos inteligentes, pensando, cada vez mais, em energia limpa para o nosso país, pensando nos aterros sanitários que trazem o impacto de centenas de milhões de toneladas de lixo que são jogadas a céu aberto e poluem o meio ambiente. (...)

O Brasil tem dado tão bonitos exemplos, de um lado, e pode, seguramente, dar um passo a mais e procurar comprometer, com o seu gesto, o Governo americano, para que assuma, sim, o compromisso de se incorporar às responsabilidades estabelecidas no protocolo de Kyoto.

Teremos, a partir de 2007, US$ 13 bilhões na forma de títulos de carbono, como crédito de carbono, destinados a determinados países, para que possam compensar suas políticas de desenvolvimento, preservando seus recursos naturais utilizando matriz energética inteligente, assegurando os aterros sanitários, os reflorestamentos.

A hora é muito oportuna para o Brasil se mostrar melhor ainda. Com inteligência, poderemos, a partir de 2007, recolher pelo menos US$ 1,3 bilhão, todos os anos, para investimento em programas de desenvolvimento sustentável, programas inteligentes. A Amazônia está pronta para acolher isso. A Ministra do Meio Ambiente está absolutamente vinculada à inteligência internacional na visão adequada e moderna de desenvolvimento sustentável, que preserve os recursos nacionais e assegure qualidade de vida. (...) Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.”