sexta-feira, 2 de março de 2007

PARA QUE NÃO ESQUEÇAM

Houve um tempo no Acre, ainda bem recente, que o coronel Hildebrando Pascoal matava ou mandava matar quem bem entendia e chegava até a invadir o Tribunal de Justiça para desafiar os desembargadores. Prefeitos, governadores e promotores também se acovardavam diante das ameaças do justiceiro.

Aquele tempo passou, todos sabem, mas o ex-governador Jorge Viana acabou levando a fama nacional de ter desmobilizado o crime organizado. Não é verdade. Ele contribuiu para manter e até ampliou a limpeza. Mas quem expôs a própria vida para desferir o golpe fatal contra os bandidos foi o procurador Luis Francisco Fernandes de Souza, quando chefiava o Ministério Público Federal no Acre.

Aliás, Viana não suporta o procurador porque o mesmo jamais se deixou influenciar pelas conveniências da política, embora todos o acusassem de ser um ex-militante que continuava a serviço do PT. A prova disso é que o governo estadual distribuiu honrarias para Deus e o diabo, mas jamais dispensou qualquer deferência à luta do procurador "maluco", que se valeu da vaidade do desembargador aposentado Gercino José da Silva, para mandar Hildebrando Pascoal e seu bando para o xadrez.

Poucos conhecem tanto quanto eu os bastidores dessa história. Além de Luis Francisco Fernandes de Souza, tiveram papel destacado na luta contra o crime organizado seus dois assessores, os advogados Henrique Corinto e Francis Mary. Eles enfrentaram o bando com investigação inteligente, protegeram testemunhas e conduziram suas atividades com discrição exemplar.

Corinto agora figura como uma nomeação acertada do governador Binho Marques para dirigir a nova Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Francis Mary, que é poeta, vai dirigir o Procon tão logo o governo estadual consiga desarticular a reserva de mercado criada pela Procuradoria Geral do Estado - apenas alguém de seu quadro pode assumir o órgão.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tempos de chumbo,os tempos de liberdade do coronel.A espada de Plácido têm mais a ver com o coronel H. Pascoal do que com o procurador. Pois como bem mostra a minissérie o comandante Plácido era muito cruel. Portanto para luís Francisco ficam as flores do santo que lhe dá o nome.Claro, que Luís não é um santo porém, esta muito longe dos dois coroneis que atiravam com posse de justiceiro, Luís fez justiça de modo diferente.

Anônimo disse...

Altino,
Lembro-me dos tempos sombrios de Orleir e sua curriola. As noites eram longas na Procuradoria da República junto o Luiz Francisco tentando achar um jeito de acabar com os desmandos de Orleir. Lembro-me da Francis Mary, do Henrique, da Dra. Salete Maia, do Dr. Rivaldo Guimarães, do Taboada, da Naluh e outros que como eu colaboraram com a "luta" naquela época. Fui vítima de uma armação: colocaram droga no meu carro para que as denúncias da TV União parassem. Fiquei muito tempo sob a proteção da PF tamanha eram as ameaças. Tempos bicudos aqueles.
Abraços,
Neto Bardawil

Anônimo disse...

Pois é, apesar de todo o trabalho realizado pelo Procurador Luiz Francisco, assistimos estarrecidos esta medida facista do CNJ de penalizá-lo com suspensão de 45 dias...foi um deleite para os seus desafetos de plantão e alguns setores da mídia que o detestam.Tanto o ex-ministro Marcio Thomaz, como o atual Tarso Genro falam dos abusos do MP, cantilena também entoada pelo Presidente Lula. Ou seja, quando foi conveniente (gestão FHC) o MP era digno de toda admiração, era a nova geração de procuradores, agora são aqueles que enxovalham a honra alheia. Nunca pensei que o PT fosse tão parecido com o PSDB.
Patricia (Recife/PE)