segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

ACRE DOS GIGANTES

O paraíso dos crocodilomorfos



Foto de Douglas Riff: Crânio e mandíbula de Purussaurus brasiliensis, maior crocodilomorfo encontrado no Brasil, cujo comprimento estimado é de 15 metros. Os fósseis estão depositados na Universidade Federal do Acre (crânio) e no Museu de Ciências da Terra (mandíbula). Depósitos do Mioceno no Acre preservam algumas das maiores criaturas que já viveram no Brasil.

Já imaginou topar com um jacaré de 15 metros? Pode parecer incrível, mas um réptil assim – o maior desse tipo de que se tem notícia – já foi encontrado na região amazônica. Contudo, ele não vivia nos dias de hoje, e sim entre 7 e 9 milhões de anos atrás, durante a época geológica conhecida como Mioceno.

Poucos sabem, mas uma das regiões mais interessantes para a busca de fósseis do país é encontrada no Acre e no sul do Amazonas. Nessa área, afloram as rochas que compõem as formações Solimões e Pebas, constituídas em sua maioria de siltitos e argilitos depositados em ambientes fluviais e pequenos lagos. Foi encontrada nesses depósitos uma grande diversidade de animais extintos, principalmente roedores e crocodilomorfos. Também vêm dali fósseis de outros grupos de mamíferos, como primatas, marsupiais, morcegos e notoungulados, além de crustáceos, aves e peixes.

Crânio de Caiman , crocodilomorfo encontrado no afloramento do sítio Talismã, no Rio Purus, na fronteira entre o Acre e o Amazonas.
Como se pode imaginar, essa região é coberta por uma extensa vegetação, o que dificulta o trabalho do paleontólogo. Uma grande parte dos fósseis é encontrada nas margens dos rios, que podem ser mais bem explorados nas estações secas, quando o nível de água está baixo. Esse é o caso do rio Acre, onde já foram encontradas dezenas de fósseis.

A localidade clássica é chamada de Talismã, na parte superior do rio Purus, no sul do estado do Amazonas, na fronteira com o Acre. Ali, as rochas são formadas predominantemente por siltitos e argilitos que forneceram restos de preguiças gigantes, roedores, placas de tatu e muitos outros. Um dos destaques é o crocodilomorfo Caiman brevirostris – uma espécie de jacaré diferente dos atuais por possuir um focinho bem curto.

Leia reportagem completa na coluna de Alexander Kellner, em Ciência Hoje.

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