quarta-feira, 16 de agosto de 2006

SITE DA MINISSÉRIE

o

Da correspondente deste blog no Rio:

"Altino querido, nossa página está entrando no ar:
http://amazonia.globo.com/

Beijo

Glória Perez"

Tomei a liberdade de apontar alguns errinhos contidos no texto do site da minissérie "Amazônia - de Galvez a Chico Mendes". Glória enviou a seguinte mensagem, com o texto revisado:

"Querido, acabei de corrigir os erros da introdução, que eram muitos. Amanhã mesmo estará diferente na página. Você pode se antecipar e postar agora corretamente no seu blog.

Beijo

Gloria"



AMAZÔNIA
DE GALVEZ A CHICO MENDES

A autora Glória Perez e o diretor geral Marcos Schechtman estão à frente de uma superprodução da TV Globo que vai contar mais de cem anos da história da região amazônica. A minissérie Amazônia – De Galvez a Chico Mendes, que estréia na TV Globo em janeiro, abordará temas como a preservação da Amazônia, a luta de Chico Mendes, a união dos povos da floresta, o desenvolvimento sustentável, o cotidiano dos seringueiros e a conquista territorial do estado do Acre, revelando muitos fatos desconhecidos da região.

Amazônia – de Galvez a Chico Mendes vai ao ar em janeiro, retratando a história da Amazônia e seus povos e revelando como o estado do Acre se tornou território brasileiro através da luta de sua gente. A trama, que começa no final de 1899, abordará três fases da conquista, em épocas distintas, abarcando 100 anos da história da região e passando por heróis como o espanhol Luis Galvez, o militar Plácido de Castro e o seringueiro Chico Mendes. “A minissérie começa no período áureo da borracha, quando, em plena revolução industrial, apenas a região amazônica produzia borracha no mundo, despertando o interesse e a cobiça de outros países”, explica a autora Glória Perez. A minissérie revelará detalhes da história real do Acre, que, para muitos, poderá parecer ficção, pois é muito rica em aventuras, romances e emoções.

A minissérie vai mostrar como foi a conquista do Acre através do cotidiano de duas famílias que representam as classes socioeconômicas então predominantes na região, a do seringalista e a do seringueiro, e suas perspectivas em relação às constantes disputas no estado. Para mostrar a cultura, os conflitos e a vida de riqueza e luxo dos seringalistas, a trama contará a história do coronel Firmino, casado com dona Júlia, pai de Tavinho e Leôncio. E, para retratar a saga difícil de um povo batalhador e suas características, a minissérie detalhará o dia-a-dia da família de Bastião, sua mulher dona Angelina, e seus filhos, a primogênita Delzuite, Bento e o caçula Tonho que, assim como milhares de família, migraram do Nordeste para o Acre na tentativa de ganhar dinheiro através da extração do látex das seringueiras.

A primeira fase falará dos heróis que batalharam, cada um a seu jeito, para conquistar a independência do Acre, como o advogado José de Carvalho (Juca de Oliveira), que, com uma intimação, sem derramar sangue, expulsou os bolivianos. “José de Carvalho foi processado por crime de lesa-pátria e chegou a ser proibido até de entrar no estado do Amazonas”, contou Glória Perez.

O segundo herói foi o aventureiro espanhol Galvez (José Wilker), que se apaixonou pela causa da região e declarou o Estado Independente do Acre. “Apesar de ser conhecido apenas pelo seu lado mulherengo e aventureiro, quando o momento histórico chegou, ele soube sea mostrar à altura. A educação era a prioridade para o governo de Galvez que criou escolas para alfabetizar adultos e projetou um projeto inovador, o da escola itinerante”, explicou a autora. Glória destacou que uma das audácias foi partir para a conquista territorial com uma companhia de zarzuela, cheia de moças bonitas e encantadoras, e não com um exército.

A terceira personalidade é o militar idealista, Plácido de Castro (Alexandre Borges) que liderou a revolução acreana. “Plácido treinou um exército de seringueiros, armados de rifles e facões, de tal maneira que eles venceram o exército formal da Bolívia, equipado com o melhor armamento da época!”, explicou Glória Perez.

Na segunda fase da minissérie, o período da decadência da borracha será contado através de tramas ficcionais que revelarão o que acontecia nos seringais que estavam em declínio. Com a plantação organizada das seringueiras na Malásia, o Brasil perdeu a liderança na produção e viu o preço do látex cair no mercado. Este momento é inspirado nos romances "O Seringal", de Miguel Jeronymo Ferrante, e "Terra Caída", de José Potiguara. “É uma maneira de apresentar artistas acreanos que o Brasil não conhece ou de ressaltar outros que já são conhecidos internacionalmente, como João Donato, que está compondo para a minissérie”, revela Glória Perez.

A terceira fase retratará um período histórico mais atual, por volta de 1980, quando o seringueiro Chico Mendes (Cássio Gabus Mendes), líder dos povos da floresta, chamou a atenção do Brasil e do mundo para preservação da floresta amazônica e de seu ecossistema.

Amazônia – De Galvez a Chico Mendes tem autoria de Glória Perez, direção geral de Marcos Schechtman e direção de Pedro Vasconcelos, Marcelo Travesso, Carlo Milani, Roberto Carminati e Emílio di Biasi. A minissérie tem estréia prevista para o dia 02 de janeiro de 2007.

Estão no elenco da minissérie os atores Alexandre Borges, Antônio Petrin, Betina Viany, Cacau Melo, Caio Blat, Cássio Gabus Mendes, Christiane Torloni, Claudio Marzo, Dan Stulbach, Debora Bloch, Diogo Vilela, Emílio Orciollo Neto, Eriberto Leão, Giovanna Antonelli, Ilya São Paulo, Irene Ravache, José de Abreu, José Wilker, Juca de Oliveira, Júlia Lemmertz, Leona Cavalli, Leopoldo Pacheco, Letícia Spiller, Marcelo Faria, Mussunzinho, Paula Pereira, Paulo Goulart, Pedro Paulo Rangel, Suyane Moreira, Suzana Faini, Tânia Alves, Vanessa Giácomo, Vera Fischer, Vera Holtz e Werner Schunemann, entre outros.

A história do Acre e seus três heróis
Em 1899, o Acre vivia uma situação de conflito, pois, apesar de ser território boliviano, fora povoado por brasileiros que migravam do Nordeste atraídos pela exploração da borracha, que estava em sua fase áurea devido à revolução industrial. Quando a Bolívia decidiu retomar seu território, almejando justamente o lucro obtido com o látex extraído das seringueiras, o governo brasileiro não se opôs, pois a região, de acordo com o Tratado de Ayacucho, pertencia de fato ao país vizinho. O povo acreano se revoltou com a situação e seringueiros, liderados pelo espanhol Luis Galvez, resistiram à ocupação boliviana.

No dia 14 de julho - uma referência ao dia da queda da Bastilha -, concretizaram a criação do Estado Independente do Acre. Galvez foi aclamado presidente do novo país. Desenhou o selo e a bandeira do Estado Independente. Mas acabou despertando o descontentamento de muitos seringalistas, que se revoltaram com os impostos cobrados pelo novo governo. Em 28 de dezembro de 1899, Galvez foi deposto pelo seringalista Antônio de Souza Braga, que não conseguiu se manter no poder e, em menos de um mês, devolveu-lhe o comando. O Governo Federal brasileiro, porém, sabendo que a desobediência deste tratado colocava em risco suas relações internacionais, em março de 1900, destitui Galvez e devolve a região do Acre à Bolívia.

Enquanto isso, Plácido de Castro, militar gaúcho que já havia morado no Rio e Janeiro e São Paulo, decidiu tentar a sorte no Norte do país, demarcando seringais na Amazônia. Nesta época, liderados pelo jornalista Orlando Lopes, intelectuais e boêmios de Manaus organizam uma expedição para expulsar os bolivianos e retomar o Acre. Porém, sem experiência na arte militar, o levante intelectual foi derrotado.

Diante disto, os revoltosos chegaram à conclusão de que precisavam de um líder militar e convidaram Plácido de Castro, que aceitou o desafio.

A Bolívia arrendou o Acre para o Bolivian Syndicate, dando ao sindicato o poder de explorar as terras do Acre e ocupa-las militarmente durante 30 anos. Lino Romero foi enviado a Puerto Alonso para preparar a passagem da administração ao Bolivian Syndicate.

Começa, então, o movimento armado contra a Bolívia, liderado por Plácido de Castro e bancado pelos seringalistas da região.

Vencida a guerra, a diplomacia brasileira entrou em ação, e através do tratado de Petrópolis, o Acre foi, finalmente, incorporado ao Brasil. Mas não como estado, como haviam sonhado os que lutaram por aquele desfecho –como território.

Como território, continuou ignorado e sem receber assistência do governo federal. Plácido de Castro, que se transformara num mito para o povo e numa ameaça para aqueles que disputavam o poder local, acabou assassinado numa emboscada, em 1908. Apesar da luta de sua família por justiça, seus assassinos nunca foram punidos, e nem sequer abriu-se um processo para apurar os fatos.

O terceiro líder da história do Acre, que também foi cruelmente assassinado em 1988, justamente em Xapury, primeiro ponto da conquista de Plácido, foi o seringueiro Chico Mendes, que chamou a atenção não só do Brasil, mas também a do mundo para a preservação da floresta que vinha sendo destruída desde a década 70, quando os seringais começaram a ser transformados em pastos para gado. Compreendendo que a preservação da floresta era a preservação das condições de vida dos seringueiros, Chico Mendes criou um movimento de resistência para impedir o desmatamento, só que desta vez de forma pacífica, usando apenas o diálogo como arma. Uniu seringueiros e índios numa grande frente conhecida pelo nome de Povos da Floresta. O seringueiro foi condecorado pela ONU e sua luta reconhecida pelas organizações internacionais de proteção ao meio ambiente.

Central Globo de Comunicação
Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2006

9 comentários:

Anônimo disse...

Altino, boa noite.

Estou tão ansiosa para ver o início da minissérie. Fico imaginando como será a abertura, as músicas. Ai, as músicas. Sei que serão lindíssimas!

Agora, cá entre nós, você é chiquerésimo, hein??? Glória Perez, correspondente do blog só mesmo Altino Machado.
Mas, obviamente, quem merece mais que você, o porta voz virtual (e real) do Acre?

Beijos

Anônimo disse...

Altino, vai ser demais. Aqui em Brasília, sinto que é grande o conhecimento sobre a nossa cultura e história. Que bom...Estou aproveitando para trabalhar melhor uns textos e lançar um livro e recital no início do ano. É uma oportunidade para falar do imaginário poético da terrinha. Graças a Deus, tenho o meu trabalho reconhecido pela maioria das pessoas aih. Agora, enquanto estiver por aqui, é cantar o Akiri.

Anônimo disse...

“A minissérie começa no período áureo da borracha, quando, em plena revolução industrial, apenas a região amazônica produzia borracha no mundo, despertando o interesse e a cobiça de outros países”, explica a autora Glória Perez. Não entendi muito bem como a Glória Peres pretende juntar a Revolução Industrial, um processo social e econômico do século XVIII com a exploração gumífera, um processo que se inicia na segunda metade do século XIX. O período de maior dinamismo da economia da borracha vai da última década do século XIX à primeira década do século XX, quando as coisas começas a se complicar com a entrada no mercado da matéria da prima da produção racionalizada da Malásia. A ocupação brasileira do território acreano desdobra-se a partir dos anos setenta do século XIX.

Anônimo disse...

A invenção da máquina a vapor no século XVIII foi apenas o ponta pé inicial da Primeira Revolução Industrial. Na metade do século XIX tem início o que os historiadores chamam de Segunda Revolução Industrial, com a criação de navios a vapor e estradas de ferro, culminando, cerca de duas décadas depois, com a invenção do motor de combustão e a introdução da eletricidade. É nesse período da Segunda Revolução Industrial que se insere o boom mundial da borracha.

Se quiser bater um papo sobre o assunto é só entrar em contato. Altino sabe como me encontrar.

Beijão!

Anônimo disse...

Mário, a Giovana Manfredi é pesquisadora, da Diretoria de Recursos Artísticos
TV Globo. Trabalha com a Glória Perez.

Anônimo disse...

O que, generalizadamente, é reconhecido como Revolução Industrial, é um processo social e econômico muito além do que o desenvolvimento da máquina a vapor. Quando se fala em Revolução Industrial, claramente, em qualquer livro de História ou de História Econômica, em particular, se fala desse processo. De forma não consensual, fala-se em segunda revoluação industrial para transformações operadas em meados do século XIX. Essas mudanças ocorrem em torno de uma transformação operada nas relações entre economia - ou melhor seria dizer entre produção - e ciência. O avanço no campo da tecnologia nessa fase é alguma mais para o conceito de onda de inovações como proposto por Schumpeter. A idéia de Revolução Industrial estaria reservada para uma compreensão de mudanças que levaram para a formulação de uma base produtiva que apoiará a afirmação do mundo capitalista. O aproveitamento da borracha se inscreve nessa onda que promove a incorporação de novos materiais como matéria prima industrial. A economia na borracha não se inscreve como contemporânea de nenum desses processos, embora esteja na sequência da mudança de meados do século XIX.

Anônimo disse...

Eu escreví que a nossa história cultura e conhecida em Brasília. Mas foi um erro de digitação. Na realidade, eh desconhecida. Enorme contribuição a da Glória, para todos nós. Que Deus a abençoe e continue lhe alimentando de inspiraçoes...

Anônimo disse...

Agora é esperar para ver e curtir toda a história do Acre e enfim os Brasileiros tomarem conhecimento de fato que o Acre existe e tem um povo batalhador e maravilhoso na sua forma de viver e tão peculiar que conheci e aprendi a admirar com o tempo. O nosso Estado e o nosso Povo estão de parabéns, quem ama o Acre merece esta minissérie e quem não ama poderá mudar a sua opinião a partir de agora. Meu amigo Altino, parabéns, você merece os créditos de "chique" que Saramar de forma inteligente disse porta vóz real e virtual da nossa querida terrinha.
Um abraço.

Anônimo disse...

Morei no Acre durante 6 anos e hj fico muito feliz que o povo brasileiro vai ter a oportunidade de conhecer a história desse Estado. Parabéns à Glória Perez por essa iniciativa. E viva a AMAZÕNIA!!!!!!
Patrícia Dias
Nutricionista - Rio de Janeiro