sábado, 17 de junho de 2006

MAURICE CAPOVILA

O cineasta Maurice Capovila nasceu em Valinhos (SP) há 70 anos, começou a escrever sobre cinema em jornais e revistas em 1962, é diretor de 10 filmes, mas há quase dois anos está integrado ao ambiente acreano, para desenvolver o projeto da Usina de Arte João Donato.

Além de diretor de cinema, Capovila tem uma trajetória respeitável como produtor, roteirista e diretor de TV. É do grupo de intelectuais e cineastas que criou a famosa "Boca do Lixo", nos anos 70. Fez parte da equipe de criação e direção da série Globo Shell que se transformou no atual Globo Repórter, da Rede Globo.

Dirigiu o Instituto Dragão do Mar de Arte e Industria Audiovisual do Ceará, no período de 1996 a 1999. Lançou, em 2002, o premiado “Harmada”, baseado num romance de João Gilberto Noll, que descreve a arte de fazer arte num país caótico como o Brasil.

- Estou no Acre para desenvolver o projeto da Usina de Arte João Donato, que é uma escola múltipla de arte e um dos empreendimentos culturais mais interessantes que eu encontro hoje no Brasil. Essa escola vem na trilha do ICA, o Instituto Central de Arte, da Universidade de Brasília, que era a escola que o Darci Ribeiro propôs e fundou. Essa experiência fracassou por vários motivos, inclusive político, por força do golpe de 64 - afirma.

Capovilla é bacharel em Teoria Literária e realizou seu primeiro filme, União, semidocumentário mudo de curta metragem, em 1962. No ano seguinte, estagiou no Instituto de Cinematografia da Universidade Nacional do Litoral, em Santa Fé, Argentina. Em 1964, produziu o semidocumentário Meninos do Tietê, que representou o Brasil no Festival dos Povos de Florença. Em 1966, fez dois documentários esportivos, Subterrâneos do Futebol e Esportes do Brasil, ganhando então o primeiro prêmio do festival do filme Esportivo de Cortina d’Ampezzo.

- Por incrível coincidência, estando no Acre, fazendo oficinas para o DOC TV, fui contatado pelo Binho [Marques, vice-governador e candidato do PT ao governo do Acre em 2006] e ele me levou à usina e lá encontrei de novo a mesma proposta do ICA - acrescenta o cineasta.

Como o Acre é relativamente pequeno, reencontrei Maurice Capovila hoje, no fim da tarde, perto de minha casa, na companhia do jornalista Antonio Alves. Depois apareceu Binho Marques, em seguida o senador Tião Viana. Papo vai, papo vem, Capô aceitou gravar entrevista para o blog a respeito de seu novo e animador sonho. Assista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bacana esta matéria com o Capovila. Afinal, a Usina é como um carro... às vezes é necessário levantar o Capô.