terça-feira, 4 de abril de 2006

A ARTE DE ARDER

Por Antonio Alves, d'O Espírito da Coisa

Falei pro Binho [foto]: quando ficou definido que você seria o candidato, senti uma corda vibrar aqui dentro. Há um sentimento de retorno aos bons tempos, uma recuperação de sonhos da juventude, uma retomada da cumplicidade e da intimidade, uma recuperação do fluxo e da conexão.
Basta olhar em redor e ver as coincidências, as coisas que pareciam perdidas e que reaparecem, o que era antigo e se revela eternamente jovem.

Sem ilusões, que não sou mais disso, considero ao menos a hipótese de fazer coisas boas e criativas. Não dá mais pra salvar o mundo? Tudo bem, mas não precisamos ouvir música ruim no baile do Apocalipse, podemos compor outra trilha musical.

Tenho dito a todo mundo: o Estado deve comportar áreas de anarquia criativa. Isso é impossível se o objetivo central da nossa política é manter o controle e ampliar o poder. Mas com dirigentes focados no conteúdo do trabalho, sem muito apetite para a política, a flexibilização das estruturas se torna possível.

Costumamos nos referir à “máquina” do Estado. Um dia eu estava em Brasília, no Ministério do Meio Ambiente, quando passou uma passeata de funcionários batendo panelas e reivindicando isso e aquilo. Maristela, jornalista, assessora da Marina, que olhava a cena pela mesma janela, comentou: “não existe esse negócio de máquina, são pessoas”. Tive a súbita visão de que o Estado é um comportamento, um conjunto de hábitos e rotinas.

Binho está cheio de boas idéias. Escuta os conselhos de todo mundo a respeito da campanha, do que deve dizer ou calar, de como deve comportar-se diante das câmeras etc. e tal. Mas permanece focado no governo, na luz lá na frente, depois do túnel da campanha. Torço para que permaneça assim.

Sei o que uma campanha e a perspectiva do poder fazem à alma e ao ego do candidato. É como uma câmara fechada para testes de astronautas, em que a pressão muda rapidamente e várias vezes, provocando as sensações mais loucas e até deformando o corpo. Vi todos esses moços passarem por essa prova: Jorge, Tião, Marina, Marcos, Angelim... Vi a inocência deles ser amassada e rasgada. Agora é a vez do artista do grupo.

Tenho lembrado o tempo todo da pixação no muro, que virou letra de música nos início dos 80: “ar de artista, menino na cadeira do dentista”. De quem é mesmo essa, hem Binho?

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro altino, muito legal o seu texto. Acabei de saber, pelo branco, que o Binho era candidato ao governo do Acre. Fiquei muito feliz, pois tambem acredito que ele tem todas as condiçoes de fazer um otimo trabalho.Estou aqui na Belgica, (sigo para a França domingo)e a distancia acende, sobretudo, as minhas reminiscencias vividas nas terras acreanas. Um grande abraço
Fernando França

Anônimo disse...

Fernando, o texto do é Antoniovski. E vou continuar esperando o relato de suas andanças na Europa. Dia desses estive com Binhóvski. na Usina de Comunicação e Arte e falamos bem de você. Com o Brancovski falo quase diariamente. Binhóvski está reanimando a esperança de muita gente por aqui. Forte abraço.

Unknown disse...

Ola, li seu blog sobre venda de arvores adultas, ja ouvi muitas historias de compras de ate R$ 100.000,00, mais ate agora nao encontrei nada sobre, e você, ja achou

Grande abraço

George Camargo
georgercamargo@hotmail.com