quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

DESAFIO DE JORGE VIANA













Há três meses, presenciei o governador Jorge Viana lançar o seguinte desafio diante de uma platéia aqui, no Acre:

- Levante a mão quem não possuir nada em madeira em sua casa, seja ela em alvenaria ou não.

Fez-se se um breve silêncio, mas ninguém levantou a mão. E o engenheiro florestal prosseguiu com o argumento de que toda a madeira consumida tem sido explorada sem manejo e certificação, causando danos sociais e ambientais.

- A demanda não vai diminuir, tampouco a exploração madeireiravai acabar ou ser totalmente proibida. O que nós temos buscado é estabelecer o caminho da legalidade, baseado na exploração manejada e certificada.

O argumento dele naquela manhã fez com que me lembrasse da minha bela e confortável casa, toda construída com madeiras de cumaru-ferro, cedro e angelim. Toda a madeira dela foi explorada e vendida sem qualquer preocupação com o futuro da floresta.

Ao presenciar hoje, no centro de Rio Branco, caminhões transportando madeira de áreas supostamente manejadas, lembrei do desafio de Jorge Viana, que é o desafio que está posto à sociedade.

Dos males, o manejo e a certificação talvez sejam os menores. Ou, paradoxalmente, os melhores. Dê um clique sobre as fotos para visuálizá-las ampliadas.

5 comentários:

Anônimo disse...

Onde está escrito que estas cargas são de madeira certificada?

Anônimo disse...

Altino, não vou opiniar sobre o nosso governador não. É melhor deixar quieto, pq ando muito revoltada com este tipo de governo. Xa pra lá. Olhei essa foto e agora lembrei do meu irmão de 2 anos que diz que isso é um caminhão de macaxeira...hehehhe
ele:
"olha mãe, macaxeilaaaaaa...." hehhehe
Um beijão pra ti!!

Anônimo disse...

Qual é diferença, entre derribar uma madeira certificada e derribar uma madeira não certificada, se o corte não é o mesmo, se o motor-serra ronca do mesmo jeito.
Ah? descobri o governo pode e a gente não.
Esse papo de madeira certificada é para leigos do Acre que acreditam em desenvolvimento sustentável derrubando nossas floresta e deixando crateras para nossas futuras gerações, na esperança de um dia ver algum pé de mogno em pé.
Diz Vandana Shiva, uma das ativistas mais dinâmica da índia em seu livro "biopiracy the plunder of nature and knowledge"
Não existe desenvolvimento sustentável derrubando as florestas, o melhor manejo é não derrubar.
Vivemos na ilusão de que as madeiras contrabandeada legalmente pelo governo vai trazer dias melhores para nosso Estado.
Levanta a mão do governo quem verdadeiramente se importa se a madeira é legalizada ou não?
Se eles são os primeiros a usar em suas casas.
A propósito a mansão em que está assentado a Companhia da Selva, que parece mais um cartel de Medelin, que faz as propagandas para o governo, quem nos assegura que é a madeira de dentro é legalizada?

Anônimo disse...

Qual é diferença, entre derribar uma madeira certificada e derribar uma madeira não certificada, se o corte não é o mesmo, se o motor-serra ronca do mesmo jeito.
Ah? descobri o governo pode e a gente não.
Esse papo de madeira certificada é para leigos do Acre que acreditam em desenvolvimento sustentável derrubando nossas floresta e deixando crateras para nossas futuras gerações, na esperança de um dia ver algum pé de mogno em pé.
Diz Vandana Shiva, uma das ativistas mais dinâmica da índia em seu livro "biopiracy the plunder of nature and knowledge"
Não existe desenvolvimento sustentável derrubando as florestas, o melhor manejo é não derrubar.
Vivemos na ilusão de que as madeiras contrabandeada legalmente pelo governo vai trazer dias melhores para nosso Estado.
Levanta a mão do governo quem verdadeiramente se importa se a madeira é legalizada ou não?
Se eles são os primeiros a usar em suas casas.
A propósito a mansão em que está assentado a Companhia da Selva, que parece mais um cartel de Medelin, que faz as propagandas para o governo, quem nos assegura que é a madeira de dentro é legalizada?

Anônimo disse...

Caros,

Vamos ser realistas. Existe uma coisa chamada demanda e oferta. São Paulo demanda muita madeira para sua expansão. E o Acre tem uma oferta incrível de madeira. Portanto, uma coisa puxa a outra.

No meio desse fluxo está a sociedade e o poder público, que deveriam andar juntos e monitorar a exploração e compra de madeira. Infelizmente, a sociedade e governo não se entendem.

O governo estadual, apesar dos pesares, criou um escritório de manejo florestal - uma boa maneira de começar a organizar o setor. Só falta injetar mais grana e pessoal, melhorar a cobertura de atuação, essas coisas que nunca se faz.

Além disso, certificar ainda é caro e demorado, uma coisa para quem tem exigências de mercado externo. Implantar um manejo de impacto reduzido na maioria das vezes é melhor do que por a floresta abaixo. Para isso o zoneamento está aí, é só usar.

Mas não pensem que vamos colocar comida na boca das crianças com discursos de ecologistas dos anos 80. Um bom ecologista hoje, é quem defende a sustentabilidade e consegue conjugar bem isso com a demanda econômica e social. É bom sonhar, mas com o pé no chão.

A madeira e a pecuária ainda são os motores do Acre. É só olhar os números do IBGE, IPEA. É um motor ruim? Sim, se mal ajustado. Mas se bem ajustado rende bom frutos e anda bem.