quarta-feira, 12 de outubro de 2005

CHAMADA FINAL

Caro Altino,

Você em Santos e eu na sala de espera no aeroporto de Sampa, pronto para embarcar para Mineapolis (USA).

Antes de sair de viagem, preciso me despachar de uns e-mails que chegaram até a mim ontem a noite como repercussão de sua matéria a respeito do Sabá Manchineri.

Preciso dar as respostas, para poder fazer minha viagem com a consciência tranquila. Do contrário, quem fica calado concorda. E eu não concordo com nenhuma das colocações feitas por eles ou pelas pessoas anônimas que esbanjaram elogios para ele.


Se pudesse, gostaria de obter o e-mail da pessoa que se identificou como Runé. Ao que me parece ele/ela é uma pessoa do Acre. Para não deixar no ar, a impressão é a de que são nicknames criados pelo próprio Sabá, para não aparecer e não assumir responsabilidade pelo que faz. Assim também em relação nickname Clarinda Lopez Tapuia. Nunca ouvi falar nesses nomes em toda minha vida no Acre.

Então vamos ao que interessa:
Primeiro, deixo minhas dúvidas quanto a admiração pessoal pelo Sabá. Nunca tive nenhum embate com ele. Não tenho nada a favor e nem contra ele, não sou amigo e nem inimigo. No entanto, não admito que me ponham e citem meu nome como fazendo parte de quadrilha. Porque, para quem conhece, nunca roubei ninguém, nem tampouco fui coordenador de nenhuma organização indígena que me acuse ou coloque em risco minha dignidade.

Todos que me conhecem sabem que meu único e real motivo para ser um dos interventores da União das Nações Indígenas (UNI) foram simplesmente meu amor pela causa. Nunca tive nenhum interesse político, nem financeiro para querer tirar aproveito de qualquer situação.

Não vivo de político, não sou nenhum índio político profissional, que vive derrubando a outros porque não tenha uma visão ou propósito de vida, ou mesmo um horizonte na vida. Sempre vivi de meu trabalho. Para isso suei muito a camisa estudando e aproveitando todas as oportunidades que apareceram na minha vida.

Não me vanglorio disto, nem tampouco uso isto como pretexto para me sentir o maior lider do mundo. Quem me encontra na rua de Rio Branco, me vê andando de sandálias havaianas, de camiseta e bermuda, de bom astral com a vida e meus amigos e o povo Yawanawa, que acho que é maior tesouro que Deus me deu.

Sobre toda essa bajulação sobre o Sabá, não vou perder meu tempo em tentar responder, porque só me resta 15 minutos antes de embarcar no avião. Laura já está aqui do meu lado pressionando-me para sair do computador e entrar na fila.

No entanto, acho que a melhor forma de saber sobre alguém é perguntar as pessoas a conhecem. Então, que tal perguntar a todas pessoas e ONG’S que conhecem no plano internacional o Sabá Manchineria, para dizerem quem ele é?

Para isso vou mandar um e-mail a todas as pessoas que conhecem o Sabá Macnhineri para elas dizerem o que acham deles. Eu, pessoalmente, não posso afirmar nada, pois não o conheço bem. Então volto a falar e a pedir: publique meu ponto de vista em seu blog e também a resposta das pessoas, o que elas tem a dizer sobre o Sabá.

Com um grande abraço todos

In peace
Joaquim Tashka Yawanawa
menor líder indígena do mundo

P.S.: Estou na chamada final. Depois escrevo e respondo aos demais.

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