quarta-feira, 12 de outubro de 2005

BATENDO PERNA


Manhã livre para bater perna em Santos. Durante o café encontrei os jornalistas Alisson Ishy e Tânia Martins e a estagiária de comunicação Carol Garcia. Eles também vieram participar do I Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental.

Alisson, que fará uma palestra sobre o Pantanal, é da Rede Aguapé e Ecoa, em Campo Grande (MS). Tânia apresenta o programa Natureza Viva, na Rádio Antares, em Teresina (PI). A Carol Garcia estagia na organização Gambá, em Salvador (BA).

Passamos algumas horas perambulando na orla, pois a abertura do congresso está marcada para as 16 horas. Ontem e hoje chegaram mais jornalistas. Alguém vai representar a ministra Marina Silva na solenidade de abertura.

Vou almoçar na casa dos pais do jornalista Maurício Bittencourt. Ele é daqui de Santos, mas o conheci em Rio Branco nesse ano, onde nos encontramos duas vezes em minha casa. Ele leu o blog, ficou sabendo que estou na cidade dele e fez um convite irrecusável.

Maurício se deu conta de que São Paulo já não oferece mais a tranquilidade com a qual sonha. Morou alguns meses em Manaus, onde lecionou jornalismo numa faculdade particular, mas achou que lá também já tem gente demais se esbarrando nas ruas.

No mês passado, Maurício voltou ao Acre para concorrer a uma vaga de professor do curso de jornalismo da Universidade Federal do Acre. Foi aprovado e está aprontando as malas para morar no Acre com a esposa e o filhinho. Tem jeito de quem vai logo se naturalizar acreano.

3 comentários:

Anônimo disse...

VAI TRABALHAR, ALTINO. LARGA DE SER MALANDRO!!

Anônimo disse...

Ola Altino,

Como ti dice as coisas estão interessantes. Com o Juaquim e outros parentes resolvo de uma forma, com os não indios resolverei de outra.

Solicito que somente publique minha versão, com o mesmo distaque das demas, que ti parece? Caso ti facilite aqui esta minha versão

Aos interessados “tire suas conclusões”

Pedindo permissão aos espíritos dos nossos ancestrais, aqui estou seguindo meu caminho de passos curtos, porém muito firme.

Tive uma grata surpresa em ler o artigo “tire suas conclusões” e fiquei bastante impressionado de ver como as pessoas são capazes de criar situações a fim de preservar seus interesses.

Em relação a sua pessoa, fiquei pensando, qual era a sua motivação para me procura nove horas da noite do dia 05, quarta feira? Porque seu nervosismo ao me encontrar acompanhado? Quem ordenava aquela entrevista? Agora tenho certeza de que você não estava agindo sozinho, e te pergunto, que estava planejado naquela noite para mim? Morte, eu creio que não, mais uma tentativa de corrupção com a indução a pagar pelo silencio de alguém, o que jamais vou fazer, quem não deve não teme, e com relação a COICA e o meu trabalho, essa é a certeza que carrego no meu coração.

Sobre o seu artigo, não vou responder, mas afirmarei minha convicção com relação aos seguintes pontos:

1. Com relação a COICA - sua fonte de informação por si só invalida sua matéria, visto que o documento citado não foi assinado por ninguém, e aqueles que produziram o fizeram na clandestinidade, a partir do roubo do domínio da web sit da COICA, como eu lhe informei. Contudo, gostaria de precisar sua informação, o parente Tony James é presidente da APA, Guayana inglesa, o Egberto Tabo Chipunavi é o único coordenador geral da COICA. Sorte, que os jornalistas não são todos autodidatas, a grande maioria passou por uma universidade para exercer a profissão.
2. Sobre suas acusações de que sou ladrão, você terá que provar na justiça. Visto que, minha dignidade e meus atos são verdadeiros e conseqüentes com aquilo que eu acredito.
3. Questionar a identidade, cultura, espiritualidade de um povo como um todo e de seus integrantes em particular é no mínimo uma manifestação de racismo, discriminação e preconceito, os tres crimes contra a humanidade, previsto no código penal braseiro.
4. Perigo é matéria como esta, nunca fiz campanha contra nenhuma pessoa e instituição, porém, não posso apagar o fato de que os seus amigos como é de conhecimento publico, sempre viveram as nossa custas, produzindo documentos sem colocar credito dos autores e vendendo como suas, justificando com isso o seu ganha pão. Inclusive, mantendo relação poligâmica (crime no código penal brasileiro) com algumas parentas, fato que você conhece muito bem, nem precisa explicar.
5. Sua formação jornalística mostra uma deficiência grave com relação a princípios fundamentais desta profissão que são a ética, a seriedade e a responsabilidade com a publicação das informações. Assim que desafio sua competência para provar as acusações de ladrão ou que denegri imagens de organizações não indígenas, que loteei postos da FUNAI de lideranças indígenas expulsos da UNI por “canibalismo”. Os parentes que ocupam cargo, como José Correia Jaminaua, Fernando Rosa Katuquina, Chola Manchineri, Carlos Brandão, entre outros, o fazem por seu próprio mérito e responsabilidade com seu povo.
6. Até hoje não conheço nenhum parente que expulsou ou foi expulso do movimento indígena e principalmente da UNI, nem a morte é capaz de tamanha audácia, já que somos do movimento indígena, porque somos povos indígenas e nossa identidade é nossa ficha de filiação. Essa afirmação é na verdade um desejo dos não índios, que não conseguem ver isso entre nós, e de alguns ideólogo do sistema que sempre afirmaram que “o índio bom é o índio morto” ou “índio bom é o mestiço” e na onda do “bom selvagem”, o índio bom é aquele que aceita todo o que dizem e fazem os chamados defensores dos índios. Assim vamos vendo como “evolui” e como cresce o preconceito, racismo e discriminação contra nós como povos indígenas, classificando a gente de “índios urbanos, profissionais” entre outros, somente porque estamos ocupando os espaços que nos pertence e não necessitamos da autorização e permissão de ninguém, e isso afeta o bolso de muita gente que você conhece.
7. Nosso crescimento como atores coletivos, porta voz dos nossos direitos e interesses próprios, inibe a presença dos beneficiários do tema indígena, que hoje no Acre são os responsáveis pela execução do plano não para dividir mais para eliminar o movimento indígena, as evidencias estão presente inclusive na forma como você se expressa sobre a nossa atuação na região (centralizada, autoritária e corrupta), e os atos que demonstram essa tentativa são:
Primeiro – realização de uma assembléia indígena para expulsar os supostos “corruptos da UNI”, o que na verdade se tratava de tirar do caminho aqueles que poderiam se opor á política clientelista e de favores entre os amigos e familiares de um de seus defendidos;
Segundo – acusar os lideres indígenas que tem visão própria e que estão propondo ações para melhorar a atuação dos órgãos públicos criados para atender os nosso interesses de forma coletiva, respeitando as nossas organizações e comunidades;
Terceiro – faltar com respeito às decisões do Movimento indígena, qualificando nossas organizações de “satélites”, nossas demandas de “improcedentes” e vinculando a outros atores. Ou seja, quando o movimento propõe e decidem de maneira autônoma os beneficiários do tema indígena logo acusa-nos de que falta participação e de assembléias, pois evidentemente que nós não temos porque consultar nenhum parasita sobre nossas propostas. A final, onde esta o respeito a nossa liberdade e livre determinação como povos que somos?
8. Bom, é verdade que a UNI perdeu o convênio. Mas será que é somente ela? E porque então não pode receber recursos federais uma certa organização não indígena? Que prestação de conta fez do dinheiro que receberam em nosso nome em 25 anos de “trabalho”? Quantos mestres, PHD indígenas estão formados em um tal “programa de capacitação”? Quantos agentes agroflorestais estão trabalhando como profissionais? Já que o pessoal ligado a esta é tão boa gente, vamos ver os “trabalhos” deles nas nossas aldeias. Quantas dissertações de mestrado, doutorado foram elaboradas com o roubo do nosso conhecimento e das nossas sabedorias? Quanto dinheiro é passado para nós do direito autoral dos livros publicados? Assim nós sustentamos essa gente que se diz ser “de bom papo” o equivale dizer bom para enrolar e se beneficiar.
9. A UNI e nós os seus lideres que a construímos, os quais são os únicos que lamentamos muito a situação atual em que se encontra, pois ela jamais será para nós um “cadáver insepulto” como você a clasifica e muitos desejariam sepulta-la por completo. Porém, nós vamos vencer como fazemos a séculos e a OPIN é sim a continuidade de nosso acionar, tenha a certeza de que ela é um perigo para aquelas pessoas que se aproveitam da nossa riqueza, e ninguém vai denegrir nosso espaço institucional, organizativo onde tomamos nossas decisões coletivamente.
10. Nossas organizações e seus lideres vivemos sem dinheiro, porém temos consciência de que nunca deixamos de sustentar as famílias dos parasitas e beneficiários do tema indígenas (ongs, investigadores, empresas e governos), que nos usam como mercadoria para os seus projetos de vida e somente apóiam ações que lhes beneficiam. Por exemplo, em 1999 quando propomos a criação da Secretaria dos povos indígenas do Acre proposta construída e aprese4ntada pela UNI, o argumento que usaram naquela época era de que estávamos buscando um emprego. Por tanto, hoje não tem nenhum dos que propuseram a criação da secretaria sendo empregado dela, ou em qualquer outro órgão do governo, ao contrario daqueles que não precisam de dinheiro e emprego que agora lutam para manter-se nos seus cargos.
11. Com relação a minha pessoa, posso não ter dinheiro, emprego e a simpatia desses que vivem gozando do dinheiro que ganham em nosso nome. Mas posso afirmar com muito orgulho que tenho um povo, uma espiritualidade, uma terra, convicção, principio e principalmente dignidade, pois me formei na educação manchineri (Yine) e as organizações foram minhas universidades e seu lideres meus professores e também na escola formal, justamente para dominar os códigos dos bons de papo e saber interpretar suas “boas intenções” e denunciar a exploração econômica, política e da consciência dos meus parentes, feitas pelos patrões de ontem e de hoje, assim como exigir os nossos direitos e ter emprego e trabalho é mostrar que somos capazes de exercer qualquer função e principalmente aquelas que dizem respeito a nós. Assim que não vai ser agora que mudarei de princípio.
12. Assim como todas as acusações essa de ser o velho PMDB, não veio para mim, erraste de alvo, porque eu conheço quem foi do PMDB e agora esta no PT e justamente por ocupar cargos. Sou filiado ao PT desde 19 de Abril de 2001 e os detalhes dessa filiação você pode saber com o Governador Jorge Viana e a Ministra Marina Silva, ou seja, eu não me filiei porque ocupei um cargo no governo e tampouco vim de outro partido para ele. Filei-me porque foi uma decisão do movimento indígena e juntos acreditamos no PT e foi essa confiança que levou o Jorge e a Marina a assinarem a minha ficha de filiação e receber-nós juntos no partido, se você quiser posso dar mais detalhe deste acontecimento. Agora pergunta se o teu defendido teve essa trajetória e esse privilegio?
13. Sou um filho do universo e orientado pela natureza, pela ciência do meu povo Manchineri, sou um ser político formado na universidade do movimento indígena, estou preparado para enfrenta os desafios que for proposto pelos meus parentes, como foi o convite e a indicação para assumir a secretaria extraordinária dos Povos Indígenas, a qual aceitei, porque tenho a plena confiança no potencial e capacidade de nossas organizações e os únicos que vão ser beneficiados são as nossas comunidades e povos, pois o governo é da floresta e nós somos seus guardiões.
14. Definitivamente, somos diversos, distintos e diferentes. O que é bom para os parasitas e sugadores do nosso sangue, em nada serve para nossos ideais. Afirmar que não temos propostas, se não for ignorância é querer ser “superior e dono da verdade”.
Com estes passos curtos e firmes somos nós o movimento indígena, formado por cada Manchineri, Hunikuin, Jaminawa, Apurinã, Kaxarari, Ashaninka, Madijá, Shanenawa, Kukini, Nawa, Poianawa, Yauanawa, Jamamadi, Jaminawa-Arara, cada liderança, cada comunidade, cada povo, decididos e certos de que venceremos os desafios que apareçam já que nenhum ser humano morrerá sufocado se puder respirar. Que os espíritos continuem orientando com sabedoria nossas decisões e limpe a mente e o coração daqueles que nos atacam.
Sabá HAJI Manchineri
hajisa@uol.com.br/haji@coica.org.ec

Anônimo disse...

Ola Altino,

Como ti dice as coisas estão interessantes. Com o Juaquim e outros parentes resolvo de uma forma, com os não indios resolverei de outra.

Solicito que somente publique minha versão, com o mesmo distaque das demas, que ti parece? Caso ti facilite aqui esta minha versão

Aos interessados “tire suas conclusões”

Pedindo permissão aos espíritos dos nossos ancestrais, aqui estou seguindo meu caminho de passos curtos, porém muito firme.

Tive uma grata surpresa em ler o artigo “tire suas conclusões” e fiquei bastante impressionado de ver como as pessoas são capazes de criar situações a fim de preservar seus interesses.

Em relação a sua pessoa, fiquei pensando, qual era a sua motivação para me procura nove horas da noite do dia 05, quarta feira? Porque seu nervosismo ao me encontrar acompanhado? Quem ordenava aquela entrevista? Agora tenho certeza de que você não estava agindo sozinho, e te pergunto, que estava planejado naquela noite para mim? Morte, eu creio que não, mais uma tentativa de corrupção com a indução a pagar pelo silencio de alguém, o que jamais vou fazer, quem não deve não teme, e com relação a COICA e o meu trabalho, essa é a certeza que carrego no meu coração.

Sobre o seu artigo, não vou responder, mas afirmarei minha convicção com relação aos seguintes pontos:

1. Com relação a COICA - sua fonte de informação por si só invalida sua matéria, visto que o documento citado não foi assinado por ninguém, e aqueles que produziram o fizeram na clandestinidade, a partir do roubo do domínio da web sit da COICA, como eu lhe informei. Contudo, gostaria de precisar sua informação, o parente Tony James é presidente da APA, Guayana inglesa, o Egberto Tabo Chipunavi é o único coordenador geral da COICA. Sorte, que os jornalistas não são todos autodidatas, a grande maioria passou por uma universidade para exercer a profissão.
2. Sobre suas acusações de que sou ladrão, você terá que provar na justiça. Visto que, minha dignidade e meus atos são verdadeiros e conseqüentes com aquilo que eu acredito.
3. Questionar a identidade, cultura, espiritualidade de um povo como um todo e de seus integrantes em particular é no mínimo uma manifestação de racismo, discriminação e preconceito, os tres crimes contra a humanidade, previsto no código penal braseiro.
4. Perigo é matéria como esta, nunca fiz campanha contra nenhuma pessoa e instituição, porém, não posso apagar o fato de que os seus amigos como é de conhecimento publico, sempre viveram as nossa custas, produzindo documentos sem colocar credito dos autores e vendendo como suas, justificando com isso o seu ganha pão. Inclusive, mantendo relação poligâmica (crime no código penal brasileiro) com algumas parentas, fato que você conhece muito bem, nem precisa explicar.
5. Sua formação jornalística mostra uma deficiência grave com relação a princípios fundamentais desta profissão que são a ética, a seriedade e a responsabilidade com a publicação das informações. Assim que desafio sua competência para provar as acusações de ladrão ou que denegri imagens de organizações não indígenas, que loteei postos da FUNAI de lideranças indígenas expulsos da UNI por “canibalismo”. Os parentes que ocupam cargo, como José Correia Jaminaua, Fernando Rosa Katuquina, Chola Manchineri, Carlos Brandão, entre outros, o fazem por seu próprio mérito e responsabilidade com seu povo.
6. Até hoje não conheço nenhum parente que expulsou ou foi expulso do movimento indígena e principalmente da UNI, nem a morte é capaz de tamanha audácia, já que somos do movimento indígena, porque somos povos indígenas e nossa identidade é nossa ficha de filiação. Essa afirmação é na verdade um desejo dos não índios, que não conseguem ver isso entre nós, e de alguns ideólogo do sistema que sempre afirmaram que “o índio bom é o índio morto” ou “índio bom é o mestiço” e na onda do “bom selvagem”, o índio bom é aquele que aceita todo o que dizem e fazem os chamados defensores dos índios. Assim vamos vendo como “evolui” e como cresce o preconceito, racismo e discriminação contra nós como povos indígenas, classificando a gente de “índios urbanos, profissionais” entre outros, somente porque estamos ocupando os espaços que nos pertence e não necessitamos da autorização e permissão de ninguém, e isso afeta o bolso de muita gente que você conhece.
7. Nosso crescimento como atores coletivos, porta voz dos nossos direitos e interesses próprios, inibe a presença dos beneficiários do tema indígena, que hoje no Acre são os responsáveis pela execução do plano não para dividir mais para eliminar o movimento indígena, as evidencias estão presente inclusive na forma como você se expressa sobre a nossa atuação na região (centralizada, autoritária e corrupta), e os atos que demonstram essa tentativa são:
Primeiro – realização de uma assembléia indígena para expulsar os supostos “corruptos da UNI”, o que na verdade se tratava de tirar do caminho aqueles que poderiam se opor á política clientelista e de favores entre os amigos e familiares de um de seus defendidos;
Segundo – acusar os lideres indígenas que tem visão própria e que estão propondo ações para melhorar a atuação dos órgãos públicos criados para atender os nosso interesses de forma coletiva, respeitando as nossas organizações e comunidades;
Terceiro – faltar com respeito às decisões do Movimento indígena, qualificando nossas organizações de “satélites”, nossas demandas de “improcedentes” e vinculando a outros atores. Ou seja, quando o movimento propõe e decidem de maneira autônoma os beneficiários do tema indígena logo acusa-nos de que falta participação e de assembléias, pois evidentemente que nós não temos porque consultar nenhum parasita sobre nossas propostas. A final, onde esta o respeito a nossa liberdade e livre determinação como povos que somos?
8. Bom, é verdade que a UNI perdeu o convênio. Mas será que é somente ela? E porque então não pode receber recursos federais uma certa organização não indígena? Que prestação de conta fez do dinheiro que receberam em nosso nome em 25 anos de “trabalho”? Quantos mestres, PHD indígenas estão formados em um tal “programa de capacitação”? Quantos agentes agroflorestais estão trabalhando como profissionais? Já que o pessoal ligado a esta é tão boa gente, vamos ver os “trabalhos” deles nas nossas aldeias. Quantas dissertações de mestrado, doutorado foram elaboradas com o roubo do nosso conhecimento e das nossas sabedorias? Quanto dinheiro é passado para nós do direito autoral dos livros publicados? Assim nós sustentamos essa gente que se diz ser “de bom papo” o equivale dizer bom para enrolar e se beneficiar.
9. A UNI e nós os seus lideres que a construímos, os quais são os únicos que lamentamos muito a situação atual em que se encontra, pois ela jamais será para nós um “cadáver insepulto” como você a clasifica e muitos desejariam sepulta-la por completo. Porém, nós vamos vencer como fazemos a séculos e a OPIN é sim a continuidade de nosso acionar, tenha a certeza de que ela é um perigo para aquelas pessoas que se aproveitam da nossa riqueza, e ninguém vai denegrir nosso espaço institucional, organizativo onde tomamos nossas decisões coletivamente.
10. Nossas organizações e seus lideres vivemos sem dinheiro, porém temos consciência de que nunca deixamos de sustentar as famílias dos parasitas e beneficiários do tema indígenas (ongs, investigadores, empresas e governos), que nos usam como mercadoria para os seus projetos de vida e somente apóiam ações que lhes beneficiam. Por exemplo, em 1999 quando propomos a criação da Secretaria dos povos indígenas do Acre proposta construída e aprese4ntada pela UNI, o argumento que usaram naquela época era de que estávamos buscando um emprego. Por tanto, hoje não tem nenhum dos que propuseram a criação da secretaria sendo empregado dela, ou em qualquer outro órgão do governo, ao contrario daqueles que não precisam de dinheiro e emprego que agora lutam para manter-se nos seus cargos.
11. Com relação a minha pessoa, posso não ter dinheiro, emprego e a simpatia desses que vivem gozando do dinheiro que ganham em nosso nome. Mas posso afirmar com muito orgulho que tenho um povo, uma espiritualidade, uma terra, convicção, principio e principalmente dignidade, pois me formei na educação manchineri (Yine) e as organizações foram minhas universidades e seu lideres meus professores e também na escola formal, justamente para dominar os códigos dos bons de papo e saber interpretar suas “boas intenções” e denunciar a exploração econômica, política e da consciência dos meus parentes, feitas pelos patrões de ontem e de hoje, assim como exigir os nossos direitos e ter emprego e trabalho é mostrar que somos capazes de exercer qualquer função e principalmente aquelas que dizem respeito a nós. Assim que não vai ser agora que mudarei de princípio.
12. Assim como todas as acusações essa de ser o velho PMDB, não veio para mim, erraste de alvo, porque eu conheço quem foi do PMDB e agora esta no PT e justamente por ocupar cargos. Sou filiado ao PT desde 19 de Abril de 2001 e os detalhes dessa filiação você pode saber com o Governador Jorge Viana e a Ministra Marina Silva, ou seja, eu não me filiei porque ocupei um cargo no governo e tampouco vim de outro partido para ele. Filei-me porque foi uma decisão do movimento indígena e juntos acreditamos no PT e foi essa confiança que levou o Jorge e a Marina a assinarem a minha ficha de filiação e receber-nós juntos no partido, se você quiser posso dar mais detalhe deste acontecimento. Agora pergunta se o teu defendido teve essa trajetória e esse privilegio?
13. Sou um filho do universo e orientado pela natureza, pela ciência do meu povo Manchineri, sou um ser político formado na universidade do movimento indígena, estou preparado para enfrenta os desafios que for proposto pelos meus parentes, como foi o convite e a indicação para assumir a secretaria extraordinária dos Povos Indígenas, a qual aceitei, porque tenho a plena confiança no potencial e capacidade de nossas organizações e os únicos que vão ser beneficiados são as nossas comunidades e povos, pois o governo é da floresta e nós somos seus guardiões.
14. Definitivamente, somos diversos, distintos e diferentes. O que é bom para os parasitas e sugadores do nosso sangue, em nada serve para nossos ideais. Afirmar que não temos propostas, se não for ignorância é querer ser “superior e dono da verdade”.
Com estes passos curtos e firmes somos nós o movimento indígena, formado por cada Manchineri, Hunikuin, Jaminawa, Apurinã, Kaxarari, Ashaninka, Madijá, Shanenawa, Kukini, Nawa, Poianawa, Yauanawa, Jamamadi, Jaminawa-Arara, cada liderança, cada comunidade, cada povo, decididos e certos de que venceremos os desafios que apareçam já que nenhum ser humano morrerá sufocado se puder respirar. Que os espíritos continuem orientando com sabedoria nossas decisões e limpe a mente e o coração daqueles que nos atacam.
Sabá HAJI Manchineri
hajisa@uol.com.br/haji@coica.org.ec